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segunda-feira, 6 de março de 2023

GALERIA: Força-Tarefa Sombra no exercício Escudo Bolivariano

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 6 de março de 2023.

Operadores venezuelanos da nova "Fuerza de Tarea Sombra" (Força-Tarefa Sombra) durante o XII Curso Especial de Treinamento Tático em Contraterrorismo, na quinta-feira, 4 de março de 2021. Os operadores estão armados com as novas carabinas bullpup chinesas QBZ-97B. Armamento chinês está começando a aparecer em quantidade na Venezuela, entre os vários modelos QBZ, essa manobra apresentou o fuzil sniper anti-mateiral NBR13/SG-50.

Essas atividades fizeram parte do exercício militar Escudo Bolivariano "Supremo Comandante Hugo Rafael Chávez Frías", do Comando Operacional Estratégico da Força Armada Nacional Bolivariana (Comando Estratégico Operacional de la Fuerza Armada Nacional Bolivariana, CEOFANB), e ocorreram em Barinas, na Venezuela.

Insígnia do Exercício Escudo Bolivariano
"Supremo Comandante Hugo Rafael Chávez Frías".

O evento foi o ponto culminante do XI Curso Especial de Treinamento Tático em Contraterrorismo (XI Curso de Entrenamiento Táctico Especial en Contraterrorismo) e do início do curso XII da mesma especialidade. Foram realizados exercícios militares, segundo a FANB, com a intenção de aumentar a prontidão operacional, e de combater e expulsar ameaças externas de grupos terroristas dentro do território nacional.

A manobra foi divulgada pelo CEOFANB através da sua conta oficial da rede social Twitter @Libertad020 (hoje suspensa), onde afirmava: “Foi realizada uma demonstração, onde foi utilizada a Força-Tarefa Sombra, composta por várias equipes cuja missão era reconhecimento, localização, busca e neutralização de grupos terroristas que ameaçam a paz e a tranquilidade em um território”.

Uma das novidades foi o início do Curso Básico Piloto RPAS X  de drones, chamado assim para Remotely-piloted aircraft system (Sistema de aeronave remotamente pilotada). O Batalhão de Drones (Batallón de Drones) do CEOFANB é uma unidade recém-criada e faz parte da Força-Tarefa Sombra. O batalhão realizou uma demonstração com drones (Veículo aéreo não-tripulado, VANT) controlados por um posto de comando móvel dotado de computadores. Durante o exercício, o batalhão manobrou com um drone não-identificado dotado de câmeras de alta tecnologia. A insígnia desse batalhão é um drone com uma caveira.

Operador do VANT com a insígnia do batalhão.

O VANT.

O posto de comando do VANT.

No que diz respeito aos equipamentos pessoais, destacam-se capacete com estroboscópio de infravermelhos, visão noturna monocular, óculos de proteção e conjunto de comunicações; coletes, joelheiras, cotoveleiras e luvas táticas com proteção balística. Além disso, o uniforme e o capacete carregam fitas refletoras infravermelhas para identificação amigo-inimigo.

Operador com a metralhadora Minimi,
notar as fitas refletoras.

Operador com Minimi e cintas de munição.

O Twitter oficial do CEOFANB também postou as típicas palavras de ordem do regime:

¡Chávez vive, la Patria sigue!
¡Independencia y patria socialista!
¡¡El sol de Venezuela nace en el Esequibo!
¡Por ahora y por siempre!
¡VENCEREMOS!

O Almirante-em-Chefe Remigio Ceballos Ichaso (centro) assistindo ao exercício.

O Comandante Operacional Estratégico da FANB, A/J Remigio Ceballos Ichaso, afirmou:

“A FANB possui uma Força Tarefa de Combate ao Terrorismo totalmente testada, seus combatentes são altamente qualificados e treinados para combater ameaças presentes e futuras, de caráter nacional e transnacional. Integrar é Vencer!”

Da mesma forma, destacou que a dignidade é a força da Força Armada Nacional Bolivariana, "não aceitamos interferência estrangeira de ninguém, não aceitaremos que qualquer potência estrangeira venha impor sua política, nunca a aceitaremos", enfatizou.

O almirante falando com as tropas.

O exercício incluiu a tomada de uma estrutura abrigando "terroristas". Durante o assalto, os comandos da Força-Tarefa Sombra apresentaram um armamento de origens variadas, como é comum na Venezuela.

Os fuzis prevalentes na FANB são o AK-103 de fabricação russa e o fuzil FN FAL belga que deveria ter sido substituído pelo fuzil Kalashnikov, o qual deveria ser produzido pela CAVIM. Além desses, os venezuelanos têm uma miríade de outros fuzis exóticos de estoques díspares da família M16 e M4, M14, Steyr AUG e FN FNC. Nos últimos anos, houve uma crescente incorporação dos fuzis MPi-KM-72 e MPi-KMS-72, o AK47 de fabricação alemã-oriental que andou aparecendo nas mãos da FAES. Há também um punhado de fuzis comprados para avaliação como o FAMAS F1 e G2, o Vektor R4/R5 e Vektor CR-21, além de outros modelos; alguns deles fabricados sob licença. Algumas forças de segurança venezuelanas foram vistas até mesmo com fuzis AR-15 comprados no mercado civil dos Estados Unidos.

Uma novidade é o crescente aparecimento das carabinas QBZ-97A chinesas, um fuzil de assalto bullpup projetado e fabricado pela Norinco. Este armamento entrou em serviço em 2018 e é usado exclusivamente por unidades de forças especiais como a 99ª Brigada de Forças Especiais “G/J Félix Antonio Velásquez” do Exército, a 8ª Brigada de Comandos do Mar "Generalíssimo Francisco de Miranda" da Marinha, o Grupo de Ação de Comandos da Guarda Nacional (GNB) e agora a Força-Tarefa Sombra do CEOFANB.

A tropa com óculos táticos e bullpups chineses.

Os fuzis QBZ-97B estão todos equipados com miras holográficas.

Operador com um fuzil Colt/AR usando a mira de ponto vermelho
StrikeFire II, da empresa Vortex Optics, que foi adquirida no mercado civil americano.

Equipe de assalto avançando sob a proteção de um transporte blindado BTR-80 russo.

Durante a manobra outros armamentos foram vistos, além dos armamentos mais comuns como a metralhadora FN MAG e o onipresente lança-granadas Milkor MGL Mk. 1 de 40mm, alémde alguns modelos novos chineses e russos. O lançador de granada auto-explosiva RPG-26 russo, equivalente ao AT4 ocidental, foi uma dessas novidades. A sua versão em uso na Venezuela é o RShG-2.

O RShG-2 (Реактивная Штурмовая Граната, Reaktivnaya Shturmovaya Granata / granada de assalto com propulsão por foguete) é uma variante do RPG-26 com ogiva termobárica, de origem soviética e fabricado pela NPO Bazalt. O RShG-2 é mais pesado que o RPG-26 com 3,5kg e tem um alcance de tiro direto reduzido de 115 metros. Destina-se a ser usado contra infantaria e estruturas, em vez de veículos blindados. Seu apelido é Aglen-2 (Аглень-2).

Lança-granadas Milkor MGL Mk. 1.

Disparo do RPG-26.

Outra arma que chamou a atenção foi o fuzil anti-material chinês Norinco NBR13/NSG-50. Este fuzil sniper pesado é calibrado em .50 no cartucho 12,7x108mm, a resposta soviética ao alemão 13,2x92mm SR (Mauser 13,2mm TuF) e ao americano 12,7×99mm (.50 BMG). Seguindo a doutrina russo-soviética, a Venezuela aumentou seus atiradores de elite exponencialmente com a aquisição de mais de mil fuzis semiautomáticos SVD Dragunov. Os francotiradores (franco-atiradores, nome de preferência dos países hispânicos) também têm à sua disposição o fuzil ferrolhado CAVIM Catatumbo em 7,62x51mm de fabricação venezuelana.

"Francotiradores",
dupla sniper de atirador e observador com o CAVIM Catatumbo e o NBR13.

Fuzil pesado Norinco NBR13.

A Força-Tarefa Sombra é classificada como uma força contraterrorista, e é provável que seja empregada contra os renegados das FARC em Apure, conhecidos na Venezuela como os TANCOL.

Bibliografia recomendada:

Spec Ops:
Case Studies in Special Operations Warfare:
Theory and Practice,
Comandante William H. McRaven.

Leitura recomendada:

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

GALERIA: Milícia Bolivariana em ação social em Apure


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 16 de novembro de 2022.

Milicianos da Venezuela, distingüidos pela camuflagem rajada e pelos fuzis FAL, realizando trabalhos de reconhecimento e censo no estado de Apure na operação Escudo Bolivariano 2022 "Vuelvan Caras", em 13 de fevereiro de 2022.

A ação de presença visa procurar por grupos narco-terroristas colombianos, chamados na Venezuela de Tancol. Sob o slogan "Onde o povo pode, o país cresce", os milicianos entraram em contato com a população local. Essas ações de presença são típicas da guerra contra-guerrilha, também conhecida como guerra de contra-insurgência, guerra subversiva ou guerra revolucionária, onde o apoio da população é mais importante do que manobras de forças militares no terreno.




A Milícia Bolivariana, está armada com fuzis FN FAL que atualmente são a primeira linha da milícia. Os regulares da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) foram emitidas o fuzil AK-103, com o FAL passando para a segunda linha. O número oficial de efetivos da Milícia Nacional Bolivariana é de 300 mil homens e mulheres, com uma mão-de-obra potencial de 3.2 milhões de pessoas.

Apesar da baixa qualidade tática desses milicianos, eles fornecem um elemento massa nada desprezível para o comando venezuelano, que pode convocá-los rapidamente. O governo de Caracas faz propaganda constante da Milícia Bolivariana, inclusive armando algumas unidades temporariamente com o mais novo fuzil AK-103 por este ser um símbolo de status, tal como é feito no vídeo abaixo.

Bibliografia recomendada:

Manual de Estratégia Subversiva,
General Vo Nguyen Giap.

Leitura recomendada:

A Venezuela envia mensagens contraditórias aos insurgentes colombianos19 de setembro de 2022.

Biden tira o grupo terrorista marxista FARC da lista de terroristas e abre caminho para o Castrochavismo na Colômbia3 de julho de 2022.

Selva de Aço: A História do AK-103 Venezuelano, 13 de fevereiro de 2021.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

A Venezuela envia mensagens contraditórias aos insurgentes colombianos


Do site Insight Crime, 30 de março de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 19 de setembro de 2022.

Uma série recente de operações militares venezuelanas no estado de Apure expôs mais uma vez a complexa relação entre o governo venezuelano e os grupos insurgentes da Colômbia acampados nas regiões fronteiriças do país – e mais confrontos armados devem ser esperados.

O último conflito começou na madrugada de 21 de março, quando membros da Força Armada Nacional Bolivariana (Fuerza Armada Nacional Bolivariana – FANB) realizaram uma operação militar contra militantes colombianos no município de José Antonio Páez, região fronteiriça de Apure.


De acordo com um comunicado oficial do Ministério da Defesa venezuelano, a operação Escudo Bolivariano 2021 teria resultado na captura de 32 membros de um grupo armado irregular, na destruição de 6 campos, na apreensão de importantes materiais de guerra e na morte de um dos líderes do grupo, conhecidos como “Nando”.

Segundo o departamento de defesa, que disse que o país teria "tolerância zero" para essas estruturas criminosas na Venezuela, dois soldados também morreram nos confrontos.

Embora o exército venezuelano não tenha identificado o grupo armado irregular envolvido, a mídia regional e os moradores locais disseram que os combates na região estão relacionados à perseguição do Estado a ex-membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia – FARC ), o grupo guerrilheiro que se desmobilizou em 2016 após a assinatura de um acordo de paz.

Líderes da Décima Frente em Apure durante uma transmissão televisiva lançada em 4 de setembro de 2019.

Os ex-combatentes das FARC na região pertencem à 10ª Frente, liderada por Jorge Eliécer Jiménez, conhecido como “Jerónimo” ou “Arturo”, que coordena diversas operações criminosas na fronteira entre Apure e o departamento colombiano de Arauca.

Após a operação militar, os combatentes da 10ª Frente não hesitaram em retaliar. Na noite de 23 de março, um grupo deles lançou explosivos na sede do Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária da Venezuela (SENIAT), no setor La Victoria do estado de Apure. O ataque foi acompanhado por mensagens gravadas e panfletos da facção dissidente anunciando futuros ataques.

Análise do Insight Crime

Narco-guerrilheiro das FARC capturado pelo Exército Venezuelano.

Esta não é a primeira vez que o exército venezuelano dispara contra guerrilheiros colombianos e outros criminosos no país. Vários confrontos armados entre eles refletem uma relação marcada por ganhos e perdas criminais, ressaltando que os confrontos armados provavelmente continuarão.

O Exército de Libertação Nacional (Ejército de Liberación Nacional – ELN), o antigo grupo rebelde colombiano, e os dissidentes das FARC entraram em conflito armado com as forças armadas da Venezuela.

Por exemplo, a prisão em novembro de 2018 do comandante do ELN, Luis Felipe Ortega Bernal, conhecido como “Garganta”, resultou na morte de quatro membros da Guarda Nacional Bolivariana (Guardia Nacional Bolivariana – GNB). De acordo com investigadores locais que conversaram com a InSight Crime, o confronto no município de Puerto Ayacucho, no estado do Amazonas, foi produto de um desacordo econômico entre os dois lados.

Dois anos depois, em dezembro de 2020, Garganta recuperou sua liberdade e continuou coordenando operações ilegais.

Os militares da Venezuela também foram atrás dos ex-FARC antes do recente confronto. Em setembro de 2020, unidades militares atacaram três acampamentos pertencentes à 10ª Frente nos setores Três Esquinas, Mata de Bambú e Las Palmitas de José Antonio Páez. Apesar desses ataques, a presença da facção não foi alterada.

Uniformes e braçadeiras das FARC capturados pelos venezuelanos.

Da mesma forma, a FANB foi mobilizada no final de janeiro como parte da Operação JIWI 2021 para expulsar as estruturas dissidentes das FARC presentes em Apure e Amazonas. Segundo a jornalista local Sebastiana Barráez, os confrontos estavam relacionados a interesses particulares do ELN e de outra estrutura dissidente das FARC, a Segunda Marquetalia, que administra negócios ilícitos nessas regiões.

As relações entre os vários grupos insurgentes colombianos e o governo venezuelano tornaram-se cada vez mais complexas. Embora o governo insista que não tolerará esses grupos em solo venezuelano, a presença de militantes colombianos acampados na Venezuela, bem como de empresas ligadas a eles, contradiz essa afirmação.

Em algumas regiões estratégicas da Venezuela, o ELN e os ex-FARC criaram consórcios criminosos com o Estado venezuelano em torno do controle da mineração ilegal e do tráfico transnacional de drogas.

Milicianos Bolivarianos em ação de presença anti-guerrilheira em Apure, 13 de fevereiro de 2022.
Os milicianos estão armados com fuzis FAL.

Além disso, os vários grupos insurgentes e criminosos na região fronteiriça venezuelana também entraram em conflito. A Segunda Marquetalia e o ELN, por exemplo, entraram em confronto com células ex-FARC da 10ª Frente, razão pela qual compartilham o interesse em expulsar essa facção dissidente da área de fronteira.

No momento, a única coisa concreta que essas operações militares conseguiram foi uma crise humanitária. Segundo dados do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da Colômbia (OCHA), mais de 4.741 pessoas foram deslocadas pelas balas e bombas que choveram sobre Apure.

Bibliografia recomendada:

GUERRA IRREGULAR:
Terrorismo, guerrilha e movimentos de resistência ao longo da história,
Alessandro Visaco.

Leitura recomendada:

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

GALERIA: Posto-rádio da Milícia Bolivariana da Venezuela em Caracas


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 8 de setembro de 2022.

Soldados armados da Milícia Bolivariana da Venezuela estabelecem uma operação de rádio no topo de um arranha-céu durante o exercício "Escudo Bolivariano 2020" em Caracas, Venezuela, em 15 de fevereiro de 2020.

A Venezuela possui vários arranha-céus, com a maioria concentrada na capital Caracas, e essas plataformas elevadas permitem pontos de controle estratégico em uma hipotética defesa da capital bolivariana. A Milícia Bolivariana, identificada pelo camuflado rajado e os gorros de aba larga, está armada com fuzis FN FAL que atualmente são a primeira linha da milícia. Os regulares da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) foram emitidos o fuzil AK-103, com o FAL passando para a segunda linha.





Bibliografia recomendada:

The FN FAL Battle Rifle,
Bob Cashner.

Leitura recomendada:

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

GALERIA: Exercício venezuelano com blindados e infantaria


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 31 de agosto de 2022.

Imagens do exercício venezuelano de 23 de março de 2022, perante o comandante da Dirección Regional de Medios Terrestres Central (Direção Regional de Meios Terrestres Central), o General-de-Divisão (GD) Carlos Rafael Serrano Duque. Os militares do 414º Batalhão Blindado "Bravos de Apure" operaram blindados T-72B1, BMP-3 e AMX-30V, pintados com decorativos nas cores da bandeira venezuelana.

O elemento de infantaria do batalha também realizou exercícios de tiro ao lado da Milícia Bolivariana, no que foi chamado pomposamente de Método Táctico de Resistencia Revolucionaria (Método Tático de Resistência Revolucionária). Os militares estão armados com fuzis AK-103, o AK-74M de exportação.

Antigamente chamado Exército Nacional da Venezuela, o atual Exército Bolivariano da Venezuela é projetado para operar junto dos milicianos seguindo a doutrina socialista de guerra popular. Os milicianos são armados com equipamento de segunda linha, como o FN FAL e o fuzil ferrolhado Mosin-Nagant, mas fornecem grandes números de soldados rapidamente, aumentando o elemento "massa" enquanto ancorado no exército principal. O número oficial de efetivos da Milícia Nacional Bolivariana é de 300 mil homens e mulheres, com uma mão-de-obra potencial de 3.2 milhões de pessoas. O Exército Bolivariano, a parte principal da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), sempre faz questão de mostrar mulheres servindo ao lado dos homens como parte da doutrina socialista de igualdade entre os sexos.

Oficiais observando os T-72 na pista de condução.

Tanquistas do sexo feminino e masculino com os capacetes acolchoados de modelo russo.

BMP-3.

414 "Bravos de Apure" está localizado no Quartel A. Mérida em Maracay, no Estado Aragua; seu lema é "Primeiro em Carabobo - Glória Eterna". Ele é parte da 41ª Brigada Blindada venezuelana, comandada pelo GD Héctor José Cadernas Daal, que opera os T-72 e AMX-30 (recém-repotenciados). O hino do 414 "Bravos de Apure", Pátria Querida, inicia com as palavras "Ao rumor de clarins guerreiros" e compara os blindados a "corcéis de aço".

Pátria Querida: O hino dos "Bravos de Apure"


A infantaria progredindo no exercício de tiro.

Atiradora, usando brinco, disparando ajoelhada.

Estojo do cartucho sendo ejetado.

O GD Carlos Rafael Serrano Duque, diretor central dos meios terrestres, falando com os tanquistas e infantes.

Leitura recomendada:

Selva de Aço: A História do AK-103 Venezuelano, 13 de fevereiro de 2021.

A Rússia espera resolver o atraso com a FAN e lançar uma fábrica de fuzis em 2022, 5 de janeiro de 2022.

Militares da Venezuela: principais questões a saber, 4 de setembro de 2021.

Venezuela: “A Democracia Sequestrada”, 2 de fevereiro de 2022.

A crise sem fim da Venezuela, 2 de outubro de 2021.

GALERIA: Ativação do Comando de Operações Especiais venezuelano, 30 de agosto de 2020.

GALERIA: Operação anti-drogas na Venezuela, 20 de dezembro de 2021.

FOTO: Sniper com baioneta calada, 9 de dezembro de 2020.

domingo, 28 de agosto de 2022

FOTO: Soldados da Guarda Nacional Bolivariana correm sob uma nuvem de gás lacrimogêneo

Soldados da GNB correm sob uma nuvem de gás lacrimogêneo por guardas leais ao líder da oposição, Juan Guaidó, em frente à base militar de La Carlota, 30 de abril de 2019.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 28 de agosto de 2022.

Soldados da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) leais ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, correm sob uma nuvem de gás lacrimogêneo após serem repelidos com tiros de fuzil por guardas que apoiam o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, em frente à base militar de La Carlota em Caracas, em 30 de abril de 2019.

Em 30 de abril de 2019, durante a crise presidencial venezuelana - com os gigantescos protestos de rua da população -, um grupo de várias dezenas de militares e civis se uniu a Juan Guaidó em seu apelo por um levante contra Nicolás Maduro como parte do que ele chamou de Operación Libertad ("Operação Liberdade")Os rebelados colocaram lenços azuis nos braços para se identificarem como apoiadores de Juan Guaidó e Leopoldo López. Os soldados tomaram posições nas ruas de Caracas, mas ainda assim o número de aderentes foi ínfimo. A maior parte dos militares da FANB permaneceram leais a Nicolás Maduro e ao regime.

Amotinados da GNB, armados com fuzis AK-103, sendo cumprimentados pela população.

Pelo menos 25 militares que se opuseram a Maduro pediram asilo na embaixada brasileira em Caracas. O presidente Jair Bolsonaro tuitou que o Brasil acompanhava de perto a situação na Venezuela, reafirmando seu apoio à "transição democrática" e que "o Brasil está do lado do povo venezuelano, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos".

 Leitura recomendada:

Militares da Venezuela: principais questões a saber4 de setembro de 2021.

O raro fuzil AR57 na rebelião pró-Guaidó na Venezuela17 de fevereiro de 2022.

O Vektor CR-21 plotado na Venezuela4 de maio de 2022.

O padre e o soldado moribundo, 196213 de julho de 2022.

domingo, 7 de agosto de 2022

FOTO: O jovem cadete Hugo Chavez

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 7 de agosto de 2022.

O jovem cadete Hugo Rafael Chávez Frías posa juntamente com seus pais Hugo de los Reyes Chávez e Elena Frías quando de sua graduação na Academia Militar de Venezuela em Caracas, em 5 de julho de 1975.

Aos 17 anos, Hugo Chávez ingressou na Academia Militar da Venezuela, graduando-se, no ano de 1975, em Ciências e Artes Militares, na arma de Engenharia. Prosseguiu na carreira militar, atingindo o posto de tenente-coronel.

Nomeada Academia Militar de Venezuela em 1971, a academia foi renomeada Academia Militar del Ejército Bolivariano (AMEB) pelo então presidente Hugo Chávez em 3 de setembro de 2010.

Nomes da Instituição:

1810: Academia Militar de Matemáticas.

1890: Academia Militar para Oficiales.

1895: Academia de Artillería.

1903: Escuela Militar de Venezuela.

1928: Escuela de Aspirantes a Oficiales.

1931: Escuela Militar y Naval de Venezuela.

1937: Escuela Militar de Venezuela.

1971: Academia Militar de Venezuela.

2010: Academia Militar del Ejército Bolivariano.

Guinada à esquerda

A Academia Venezuelana de Ciências Militares, localizada na capital Caracas, seguia um currículo conhecido como Plano Andrés Bello, instituído por um grupo de militares progressistas e nacionalistas. Esse novo currículo encorajou os alunos a aprender não apenas rotinas e táticas militares, mas também uma ampla variedade de outros tópicos, e para isso foram trazidos professores civis de outras universidades para dar palestras aos cadetes militares.

Vivendo em Caracas, ele viu mais a pobreza endêmica enfrentada pelos venezuelanos da classe trabalhadora e disse que essa experiência só o tornou ainda mais comprometido com a realização da justiça social. Ele também começou a se envolver em atividades fora da escola militar, jogando beisebol e softball com a equipe Criollitos de Venezuela, progredindo com eles para o Campeonato Nacional de Beisebol da Venezuela. Ele também escreveu poesia, ficção e drama, e pintou, e pesquisou a vida e o pensamento político do revolucionário sul-americano do século XIX, Simón Bolívar. Ele também se interessou pelo revolucionário marxista Che Guevara (1928-1967) depois de ler suas memórias O Diário de Che Guevara.

Em 1974, ele foi selecionado para ser um representante nas comemorações do 150º aniversário da Batalha de Ayacucho no Peru, o conflito em que o tenente de Simão Bolívar, Antonio José de Sucre, derrotou as forças monarquistas durante a Guerra da Independência do Peru. No Peru, Chávez ouviu o presidente de esquerda, general Juan Velasco Alvarado (1910-1977), falar, e se inspirou nas ideias de Velasco de que os militares deveriam agir no interesse das classes trabalhadoras quando as classes dominantes fossem percebidas como corruptas, ele "bebeu dos livros [que Velasco havia escrito], até memorizando alguns discursos quase completamente".

Fazendo amizade com o filho do Líder Máximo Omar Torrijos, o ditador esquerdista do Panamá, Chávez visitou o Panamá, onde se encontrou com Torrijos, e ficou impressionado com seu programa de reforma agrária destinado a beneficiar os camponeses. Influenciado por Torrijos e Velasco, ele viu o potencial de generais militares para assumir o controle de um governo quando as autoridades civis eram vistas como servindo apenas aos interesses das elites ricas. Ao contrário de Torrijos e Velasco, Chávez tornou-se altamente crítico de Augusto Pinochet, o general de direita que recentemente assumira o controle do Chile. Chávez disse mais tarde: "Com Torrijos, tornei-me um torrijista. Com Velasco, tornei-me um velasquista. E com Pinochet, tornei-me um anti-pinochetista". Em 1975, Chávez se formou na academia militar como um dos melhores graduados do ano.

Após sua formatura, Chávez foi postado como oficial de comunicações em uma unidade de contrainsurgência em Barinas, embora a insurgência marxista-leninista que o exército foi enviado para combater já tivesse sido erradicada daquele estado. A certa altura, ele encontrou um estoque de literatura marxista que aparentemente pertencia a insurgentes muitos anos antes.

Ele passou a ler esses livros, que incluíam títulos de Karl Marx, Vladimir Lenin e Mao Tsé-tung, mas seu favorito era um trabalho intitulado The Times of Ezequiel Zamora, escrito sobre o general federalista do século XIX que Chávez admirava quando criança. Esses livros convenceram ainda mais Chávez da necessidade de um governo de esquerda na Venezuela: "Aos 21 ou 22 anos, me tornei um homem de esquerda".

Bibliografia recomendada:

Latin America's Wars:
The Age of the Professional Soldier, 1900-2001.
Robert L. Scheina.

Leitura recomendada:
FOTO: Sniper com baioneta calada,  9 de dezembro de 2020.