Um T-72AV georgiano com a torre explodida devido à detonação da munição em Tskhinvali, Ossétia do Sul, 8 de agosto de 2008. |
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 23 de setembro de 2020.
A Rússia unilateralmente reconheceu a Ossétia do Sul e a Abkházia, recebendo protestos dos EUA, da França, da OTAN, G7 e outros órgãos. Além de mostrar o poder expedicionário russo e o fracasso da Europa Ocidental e OTAN de reagirem aos movimentos de Moscou. O vice-presidente americano Dick Cheney fez ameaças violentas dizendo que a invasão não ficaria sem resposta, mas no fim das contas ela ficou, e depois ainda se repetiu de forma ainda mais forte na Ucrânia cinco anos depois.
A guerra na Geórgia mostrou a assertividade da Rússia em revisar as relações internacionais e minar a hegemonia dos Estados Unidos. Pouco depois da guerra, o presidente russo Medvedev revelou uma política externa russa de cinco pontos. A Doutrina Medvedev afirmava que “proteger a vida e a dignidade dos nossos cidadãos, onde quer que estejam, é uma prioridade inquestionável para o nosso país”. A presença de cidadãos russos em países estrangeiros formaria uma base doutrinária para a invasão. A declaração de Medvedev sobre a existência de territórios com "interesses privilegiados" russos vinculados a eles sublinhou o interesse particular da Rússia nos estados pós-soviéticos e o fato de que a Rússia se sentiria ameaçada pela subversão de administrações locais amigas da Rússia.
A guerra eliminou as perspectivas de curto prazo da Geórgia de ingressar na OTAN. O presidente russo, Dmitry Medvedev, declarou em novembro de 2011 que a OTAN teria aceitado as ex-repúblicas soviéticas se a Rússia não tivesse atacado a Geórgia, ao ao exortar oficiais de uma base militar de Vladikavkaz, "Se vocês... tivessem vacilado em 2008, a situação geopolítica seria diferente agora".
Bibliografia recomendada:
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