|
O AKS durante o exercício conjunto do PET em um local não divulgado na Dinamarca. |
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 8 de outubro de 2020.
A Força de Ação Policial (Politiets Aktionsstyrke, AKS) uma unidade especial da polícia cujo papel principal é ser uma equipe de intervenção nacional treinada em uma ampla gama de operações, principalmente para ações contra-terroristas. Estão sob a supervisão direta do Ministro da Justiça dinamarquês, enquanto as suas atividades estão - desde 2005 - sob a jurisdição do Serviço de Informações e Segurança Dinamarquês (Politiets Efterretningstjeneste, PET).
Suas funções abrangem situações criminais extremamente difíceis ou com risco de vida, como terrorismo, situações de reféns e sequestro. Os "AKSers" também são encarregados de situações de resgate de emergência que seriam muito perigosas para outras unidades de aplicação da lei.
Enquanto nos Estados Unidos, a maioria das unidades táticas da polícia é conhecida pelo termo genérico de equipe SWAT (Special Weapons And Tactics/ Armas e Táticas Especiais), a União Europeia usa o termo "Unidade de Intervenção Especial" para definir unidades táticas da polícia contra-terrorista.
|
AKSers durante o exercício conjunto do PET em um local não divulgado na Dinamarca. |
As funções operacionais da unidade são segredos bem guardados, o pouco que foi publicado afirma que a unidade foi criada logo após o incidente das Olimpíadas de Munique, em 1972, e os subsequentes sequestros em Beirute e Malmö. No momento da sua criação, a unidade contava com cerca de 50 a 70 operadores mas, em 1998, a unidade foi reorganizada para incluir uma força permanente de cerca de 100 policiais; anteriormente, ela "tomava emprestado" policiais de unidades regulares conforme a necessidade.
A unidade adotou o modelo ocidental de organização semelhante ao GSG-9 alemão. Novos candidatos são escolhidos entre voluntários policiais e militares durante um curso intensivo de seleção. A AKS usa as mesmas armas da polícia dinamarquesa, mas seu armamento também inclui adições para a sua especificidade como a submetralhadora MP5, a pistola USP Compact, os fuzis C8 (M16 canadense), G36C (versão mais compacta) e SIG MCX, e o fuzil de precisão Sako TRG. Durante as operações, em vez dos rádios comuns da polícia e frequências associadas, o seu próprio sistema de rádio criptografado é usado.
|
Manifestantes anarquistas-esquerdistas armados de bastões, e com capacetes e máscaras, na manifestação de 26 de dezembro de 2006.
|
Uma das suas ações conhecidas foi durante o clímax da crise de manifestações pela propriedade da Casa da Juventude (Ungdomshuset). A AKS liderou a operação de limpeza e despejo dos grupos anarquistas e esquerdistas do edifício em 1º de março de 2007.
Por volta das 7:00h da manhã, uma área de 50 metros ao redor do prédio foi isolada. O prédio foi tomado com a ajuda de um helicóptero militar, um caminhão de emergência aeroportuário e dois guindastes, usadas como torres de cerco modernas. As forças especiais entraram no edifício pelo telhado, pelas janelas e pelo solo, enquanto a casa foi coberta com espuma para diminuir a eficácia de possíveis contra-ataques, como coquetéis molotov.
|
Tropa de choque dinamarquesa imobilizando um manifestante.
|
Um policial da AKS foi gravemente ferido em 7 de janeiro de 2013, durante uma operação de prisão contra três contrabandistas de drogas. Um dos contrabandistas foi morto com um tiro na cabeça e outro foi ferido; um terceiro foi preso. Foi a primeira vez que um operador "AKSer" foi ferido durante uma operação. A PET se recusa a relatar quantas vezes operadores da AKS dispararam suas armas durante operações.
Hoje, o AKS é orientado para vários tipos de treinamento, que geralmente incluem treinamentos cruzados com as unidades de elite Jægerkorpset e Frømandskorpset do Exército e da Marinha dinamarqueses respectivamente, com as unidades militares atuando sob autoridade policial. A unidade é dividida em alguns grupos de tarefas especiais, que incluem inclui atiradores de precisão (Finskytte/ Sniper) e socorristas (Paramediciner). Essas equipes operam com duas pessoas em uma motocicleta (Dobbelt MCer). Para o socorrista, isso pode, por exemplo, levar um médico rapidamente ao local da lesão. Os mergulhadores (Dykkere) colaboram com o Frømandskorpset quando, por exemplo, os canais e portos de Copenhague devem ser protegidos. O pioneiro (Pioner) tem a função de fornecer acesso ao resto da equipe, seja de forma silenciosa ou rápida e explosiva.
Seu portfólio inclui operações contra-snipers, operações de entrada forçada, apreensão de suspeitos armados e/ou barricados, força de proteção durante desdobramentos, situações de reféns e proteção VIP; provendo assistência em conexão com a proteção de, por exemplo, chefes de Estado estrangeiros que visitam a Dinamarca. A AKS também contribui em esforços contra organizações transfronteiriças, crimes graves ou observação em locais de difícil acesso.
|
Operadores AKSers à procura de um suspeito na capital Copenhagem. |
Bibliografia recomendada:Leitura recomendada:
FOTO: 48º aniversário do GSG-9, 26 de setembro de 2020.
GALERIA: Pinturas em aquarela sobre o GIGN do artista Alexis Le Borgne, 25 de abril de 2020.
Terrorismo: Ataque ao prédio antigo do Charlie Hebdo, 28 de setembro de 2020.
FOTO: Operador CQB da Heckler & Koch USA, 29 de janeiro de 2020.
FOTO: Contra-terrorismo clássico, 3 de setembro de 2020.
FOTO: Diensteinheit IX, unidade especial da Alemanha Oriental, 5 de março de 2020.
GALERIA: Retirada da Islândia do Afeganistão, 9 de maio de 2020.
FOTO: Cão especial de volta ao serviço, 3 de setembro de 2020.
FOTO: Operações conjuntas do GIGN, BOPE e CORE, 30 de janeiro de 2020.
FOTO: Sniper belga da SIE/ESI, anos 90, 30 de janeiro de 2020.
FOTO: Sniper na chuva, 16 de setembro de 2020.