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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Sayeret Duvdevan - Krav Magá

Ilan, Aaron e outros operadores durante um momento de descontração.

Agora que havíamos ganhado o luxo de ter 6 horas de sono, as outras 18 eram empregadas no aperfeiçoamento do trabalho com os M-16 em ambiente urbano, nas viagens de ônibus todos os dias para seguir com o exercício de navegação em pares. Enquanto viajávamos, não tínhamos permissão para dormir, divagar nem relaxar. Em cada viagem, os instrutores instituíam o que chamavam de "treinamento de agressividade", exigindo que cada homem lutasse com unhas e dentes por todo o espaço do ônibus, num exercício brutal criado para fazer com que superássemos o medo naturalmente humano de ser atingido. Já estávamos extremamente cansados depois de suportar longos dias nos campos e, no momento em que entrávamos no ônibus, Ilan ou um dos outros instrutores começava a gritar: "Quem quer que esteja no assento 20, quero que vá para o assento de número 3 - agora! Nenhum de vocês pode deixá-lo chegar lá!".

Eu parecia ter me tornado o "Rei do Ringue", [*King of the Ring - nome de um torneio anual de luta livre cujo campeão recebe o mesmo nome] mas sem nenhuma sensação de diversão. Uma verdadeira desordem, uma luta, levando pancadas na cabeça de 40 homens ao mesmo tempo. A viagem de retorno até a base era de duas horas e fazíamos treinamento de agressividade o tempo todo. E, que Deus nos perdoe, trapaceávamos e deixávamos um dos rapazes deslizar até o assento. Os instrutores imediatamente paravam o ônibus, mandavam todos para fora e nos faziam correr a toda velocidade por entre pedras e árvores.

Imagem de apresentação do Krav Maga armado com fuzil.

Por mais estranho que pareça, havia um lado positivo. Depois de meses de confinamento, estresse e competitividade constante, é muito natural criar algumas rixas e ressentimentos. Meu próprio nível de frustração reprimida estava além do limite. Os exercícios diários de navegação eram particularmente difíceis para mim, dado o fato de o meu hebraico ainda ser fraco e termos de interpretar mapas muito detalhados com os nomes impressos em letra miúda. Então eu, na verdade, gostava do treinamento de agressividade. Ele me dava a chance de socar qualquer um que tivesse me provocado durante meses.

Não obstante, tratava-se de uma experiência primordial, por vezes assustadora. Durante algumas horas, todos dias, virávamos um bando de animais, parecidos com cães lutando por um pedaço de carne. Para evitar o risco de danos permanentes, não tínhamos permissão para acertar a face ou a cabeça uns dos outros, então acontecia um temporal de socos no estômago e nos rins, e homens caindo no chão a todo momento. Muitos dedos e costelas foram fraturados durante os dois meses naquele ônibus estúpido. Mas o que importa de fato é que fazer um homem lutar para conseguir passar por outros 30 ou 40 homens todos os dias durante dois meses o transforma psicologicamente de uma forma muito profunda. Isso ativa uma mistura de agressão que se torna impossível de ser desligada. Mais tarde, mesmo quando estava de licença, andava pelos tumultuados centros comerciais de Telavive e, quando um bando de adolescentes bloqueava meu caminho, eu começava a cotovelar e empurrar até que saíssem da minha frente, mas não pensava direito no que estava fazendo. É uma atitude mental que nunca me deixou, mesmo quando saí do exército. O treinamento de agressividade entra em seu circuito e o altera para sempre.

Brevê do Sayeret Duvdevan.

Para equilibrar a agressão selvagem do exercício do ônibus, começamos o treinamento básico de Krav Magá no ginásio, à noite, e cada aula durava cerca de três ou quatro horas. O Krav Magá, que pode ser basicamente traduzido como "luta de alto contato", é um sistema de autodefesa e arte marcial desenvolvido inicialmente em Israel, que recentemente se tornou popular entre forças militares e policiais de todo o mundo. Foi criado por Imi Lichtenfeld, natural de Budapeste, antigo lutador e boxeador que desenvolvera seu método em Bratislava, na década de 1930, para ajudar a proteger as comunidades judaicas contra ataques dos criminosos nazistas. Tendo chegado à Palestina em meio ao Mandato Britânico, Lichtenfeld começou a ensinar seu sistema de combate sem armas para o Haganá e, depois da Guerra de Independência, tornou-se instrutor-chefe de capacidade física e Krav Magá na Escola de Aptidão de Combate das FDI. Pouco conhecido fora de Israel, o legado de Lichtenfeld é um sistema de combate "do mundo real"; diferentemente das artes marciais tradicionais, como caratê, kung fu ou muay thai, não há uma variação esportiva da Krav Magá - cuja filosofia baseia-se em diversos princípios simples e eficientes:

Faça o maior estrago, o mais rápido possível.
Ataque imediatamente as partes vulneráveis de seu oponente -olhos, garganta, virilha, plexo solar.
Mude de defesa para ataque o mais rápido possível.
Transforme qualquer coisa à disposição em uma arma.
Esteja constantemente alerta para tudo o que acontece ao seu redor.

Sempre começávamos no chão, fazendo flexões com apoio na articulações dos dedos, para fortalecer nossos punhos, enquanto o instrutor de Krav nos falava:

"Toda vez que receberem uma lição de Krav, queremos 110%. Sem se defender. Quando mandarmos atacar, vocês não farão nada além de atacar. Quando passarmos uma técnica, vocês usarão apenas aquela técnica até que não sobre mais nada."

Treinamento disfarçado em Israel. A túnica chama-se "galabia" e o cachecol xadrez "keffiyeh". O AK47 é chamado em Israel de "Kalatch".

Era um processo de aprendizado cumulativo: todo dia acrescentávamos uma nova habilidade, quando já havíamos aprendido os princípios do chamado kravot - "os combativos". Começávamos com uma hora de exercícios nos sacos de pancada, não muito diferente do tradicional boxe ou do kick boxing. "Agora queremos um gancho de esquerda", o instrutor dizia. E tudo o que faríamos nos próximos momentos seria dar ganchos de esquerda. Então eles adicionavam um cruzado de direita, um golpe no queixo, um gancho de direita, algumas cotoveladas e joelhadas. Em seguida recebíamos ordens para executar um exercício demoníaco chamado shesh al shesh, em que corríamos a toda velocidade para trás e depois na direção do saco de pancada, tocar a parede, retornar aos sacos, 10 ou 12 vezes até ficarmos completamente exauridos.


E então, só para confundir ainda mais, eles lançavam uma variação do nosso treinamento de agressividade. Eles chamavam aquilo de Corredor da Morte.

"Todos vocês formem uma fita reta", gritava o instrutor de Krav. "A primeira pessoa da fila deve chegar até o final dela, mas vocês não podem deixar, entendido? Se alguém chegar ao final da linha, acreditem em mim, vocês todos se arrependerão."

Através de uma nuvem de chutes, socos e pontapés, o instrutor gritava seu encorajamento:

"Quando eu digo para não o deixar passar, é para não o deixar passar! Não quero que façam o melhor possível! Quero que não o deixem passar! Sem desculpas!"

Já como instrutor no terceiro ano de serviço.

Após uma de nossas mais cruéis sessões de Krav, um estranho apareceu na academia. Era sefardita, de cabelos escuros e cerca de 36 anos. Não tinha mais de 1,70 m de altura, cerca de 70 quilos, vestia um uniforme amarrotado e a barba por fazer. Particularmente, não me pareceu intimidador. O instrutor ordenou uma nova rodada do Corredor da Morte e, dentro de 30 segundos, usando nada além de sua força de vontade e seu baixo centro de gravidade, aquele pequeno rapaz nocauteou todos nós. Não havia como pará-lo; precisaríamos ter posto um guindaste na frente dele. Ele era mentalmente forte demais.

Depois de acabar conosco, prontamente saiu do ginásio sem mencionar uma única palavra. Estávamos sem palavras, sem fôlego, gemendo de dor.

"Quem era esse, porra?", eu disse.

O instrutor não nos disse. Mas, algumas semanas depois, descobri quem era o pequeno turrão. Era um coronel chamado Muki, o comandante da unidade.


- Aaron Cohen, Irmandade de Guerreiros: Por trás das linhas inimigas com um membro de elite das Forças Especiais de Defesa de Israel, pg. 113-117.

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VÍDEO: Macacos de Lotar17 de abril de 2020.

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segunda-feira, 13 de abril de 2020

Comandante das forças especiais das FDI oferece um vislumbre do seu mundo


Por Yaakov Lappin, Blitz, 16 de outubro de 2018.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 13 de abril de 2020.

Nas profundezas do deserto do Negev, em Israel, o 906º Batalhão, que treina os futuros líderes de grupo de combate (GC) das Forças de Defesa de Israel das forças especiais, está preparando seus cadetes para a guerra.

O batalhão também treina comandantes de GC que servirão em unidades de reconhecimento - forças de elite em brigadas de infantaria - e, portanto, é encarregado de produzir comandantes que liderarão seus soldados atrás das linhas inimigas.


“Falamos muito sobre incursões, sobre entrar e sair. Este é o principal aspecto da batalha que lhes ensinamos. Qual é o significado dos ataques, como atacar o inimigo e recuar. No final, muitas pequenas vitórias são uma grande vitória”, disse o comandante do 906º Batalhão, Tenente-Coronel Yaron Simsolo, ao JNS durante uma entrevista.

O 906º Batalhão faz parte da escola de treinamento de infantaria das FDI, que realiza uma ampla variedade de cursos. Além de treinar futuros oficiais, a escola também funciona como uma brigada ativa em tempos de guerra. Os instrutores poderiam ser chamados para realizar missões de combate em qualquer uma das frentes de Israel: Gaza, Líbano, Síria ou Cisjordânia.

Simsolo explicou que um GC, composto por oito a dez soldados, é o primeiro nível militar que exige seu próprio curso de liderança. Os comandantes de GC são treinados por 10 a 14 semanas, dependendo da unidade, e reconhecem que, pela primeira vez, eles têm uma responsabilidade real sobre os outros.


“Eles precisam liderá-los, não apenas na guerra. Também durante horários regulares”, explicou Simsolo. "Se a namorada ou esposa de um soldado estiver doente. Se o pai está doente com câncer. Este é o primeiro nível que se envolve com soldados. O líder do GC precisa liderar."

O curso fornece uma experiência de liderança crucial, que alguns dos líderes de GC usarão para progredir posteriormente. A mudança de não ter responsabilidade para a responsabilidade total sobre os outros é um "enorme desafio", disse o comandante do batalhão.

Os instrutores do curso têm seu próprio desafio, treinando a nata da colheita das FDI. Diferentemente dos líderes de GC de unidades comuns, que chegam à escola de treinamento após seis meses de treinamento básico, os comandantes de GC de comandos e reconhecimento chegam após 12 a 14 meses de treinamento com muito conhecimento prévio.

"Eu preciso dar a eles o valor agregado de ser um líder de GC nas forças especiais ou em reconhecimento", disse Simsolo. “Temos que desafiá-los com um tipo diferente de treinamento. E ensiná-los a comandar pessoas como eles, que possuem muito conhecimento, experiência e alto nível intelectual. Ensinamos a eles como levar esse tipo de pessoa para a batalha. Como fazer a mudança mental de soldado ou operador de combate para comandante de GC.”

Treinamento e Relatório Pós-Ação

Há muitas maneiras pelas quais o 906º Batalhão faz isso, incluindo jogá-los em campo com uma variedade de cenários desafiadores, que incluem deliberadamente fazer as coisas “darem errado”. Isto é seguido por uma análise completa pós-ação.

Outras vezes, os cadetes são confrontados com crises de liderança. “O que eles devem fazer se um soldado, alguns minutos antes da luta, diz que está com medo e não pode se envolver? O líder do GC não lida apenas com a ação contra o inimigo. Como ele responde se um de seus rapazes está dizendo agora que não pode entrar em combate? Como ele aplica sua liderança?” perguntou Simsolo, dando um exemplo dos complexos cenários de treinamento.


Durante o treinamento, os cadetes são testados em três linhas: suas capacidades profissionais, suas habilidades de liderança e sua aderência aos valores morais das IDF.

“Essas são as três linhas que testamos ao longo do curso. É um grande desafio para nós - como desafiá-los ", disse ele.

Antes de seguir seu curso, os cadetes se preparam, ganhando experiência em manobras, guerra urbana, lutando em espaços abertos e em combates subterrâneos.

O 906º batalhão também familiariza os soldados em treinamento com o inimigo, dando-lhes passeios pelas fronteiras e “contando tudo o que sabemos sobre o inimigo”, disse o comandante.

Durante o treinamento, pequenas equipes são extraídas dos cadetes e encenam o inimigo (uma tática conhecida como "equipe vermelha"). "Eles agem exatamente de acordo com a maneira como entendemos um inimigo como o Hamas ou o Hezbollah", disse Simsolo. "Testamos o comandante de GC para ver se ele entende os métodos do inimigo. Nesse caso, ele pode encontrar sua solução sobre como atacar.”

Os comandantes de GC também devem aprender a se comunicar e coordenar entre si no campo de batalha nos cenários mais amplos de pelotões e companhias.

"Há muita preparação mental e muitos briefings sobre apoio a incêndios, apoio aéreo e apoio de drones", disse o comandante. "O aspecto mental de ser um comandante - suas responsabilidades profissionais de liderança e ética - são as principais coisas que tentamos dar a eles."

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segunda-feira, 6 de abril de 2020

Aaron Cohen: Soldado, Ator, Escritor, Espião

Aaron Cohen. 

Por Gerri Miller, Jewish Journal, 11 de setembro de 2019.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 6 de abril de 2020.

Aaron Cohen viveu muitas vidas em seus 43 anos. Nascido em Montreal, ele se voluntariou para o exército israelense aos 18 anos e serviu por três anos em uma unidade de contraterrorismo de elite das Forças Especiais, sobre a qual escreveu em suas memórias "Brotherhood of Warriors" (Irmandade de Guerreiros, 2008). Então, usando seu treinamento das Forças de Defesa de Israel (FDI), ele abriu sua própria empresa, fornecendo segurança pessoal para celebridades e VIPs.


Agora, com questões de segurança mais importantes do que nunca, ele treina e aconselha agências policiais enquanto segue uma carreira em Hollywood. Sua última missão: interpretar um capitão da polícia em "Rambo: Last Blood" (Rambo: Até o Fim, 2019), ao lado de Sylvester Stallone. Cohen conversou com o Journal sobre sua jornada das missões secretas israelenses aos bastidores de Hollywood.


Jewish Journal: Como você veio para servir nas FDI?

Aaron Cohen: Depois que meus pais se divorciaram, minha mãe se casou com Abby Mann, roteirista de Oscar de Judgement at Nuremberg (Julgamento em Nuremberg, 1961), e nos mudamos para Los Angeles. Ele era um sionista e acreditava muito no estado judeu. Ele incentivou a idéia de eu ir para Israel e servir nas FDI. Então eu comecei a ler sobre Israel. Eu frequentei uma escola militar em uma parte do ensino médio e, quando me formei, eu realmente não sabia o que fazer. Eu não tinha planos para a faculdade. Fui para Israel e me ofereci no Kibutz HaZore'a, onde passei quatro meses aprendendo hebraico. Eu me apaixonei por Israel e entrei para as FDI porque pensei que seria uma grande oportunidade para aprender sobre Israel e fazer algo aventureiro. Após um período de treinamento de 18 meses, entrei para a unidade Duvdevan, na qual o programa “Fauda” (2015) é baseado. Os soldados se disfarçam de árabes com o objetivo de se infiltrar em bairros terroristas e enviar terroristas de volta a Israel para julgamento e interrogatório. Eu também aprendi árabe. Eu estive em mais de 200 missões.

Aaron Cohen no exército.

JJ: Você também trabalhou em operações secretas com o Mossad, certo?

AC: Não reconheço publicamente nenhuma conexão com o serviço de inteligência estrangeira de Israel, mas direi que trabalhei em estreita colaboração com a comunidade de operações especiais em Israel enquanto estava na unidade, e é tudo o que posso dizer sobre isso.


JJ: Você voltou para Israel? 

AC: Algumas vezes. Sou sionista e judeu que realmente acredita na importância do Estado de Israel. Eu sou filho de Israel. Eu nunca tirarei Israel do meu sangue. Eu quero levar minha futura esposa para lá. Eu acabei de ficar noivo.

Treinamento disfarçado em Israel.
A túnica chama-se "galabia" e o 
cachecol xadrez "keffiyeh". O AK47 é chamado em Israel de "Kalatch".

JJ: Como foi sua educação judaica? 

AC: Eu venho de uma família com uma forte identidade judaica, mas não muito observadora. Meus avós são judeus russos do lado de minha mãe e meu pai é russo e romeno. Eles eram caminhoneiros e colecionadores de metais - judeus durões que emigraram para o Canadá pouco antes da [Segunda Guerra Mundial]. Existem alguns sobreviventes do holocausto do lado de meu pai.

Já como instrutor no terceiro ano de serviço.

JJ: Após as FDI, qual era seu plano? 

AC: Eu não sabia. Tive alguma depressão e provavelmente um pouco de PTSD e passei o próximo ano e meio descomprimindo. Então comecei a trabalhar como guarda-costas para Brad Pitt e os Schwarzeneggers. Pouco antes do 11 de setembro de 2001, abri minha própria empresa de segurança, contratando mais de 200 homens da minha unidade ao longo dos anos e devolvendo aos israelenses que queriam uma oportunidade aqui. Eu trabalhei com outras celebridades, fornecendo segurança residencial para a [modelo] Kate Moss, [ator] Jackie Chan e serviços de proteção para Pink, Katy Perry e outros músicos em turnê. Eu vendi a empresa há cinco anos. Foi uma corrida de 15 anos e me levou ao meu primeiro filme.


Em 2011, o [diretor] Steven Soderbergh estava trabalhando em “Haywire” (A Toda Prova, 2011) e me ligou. Ele disse: "Estou trabalhando em um filme com Channing Tatum, Gina Carano e Michael Fassbender, e estou procurando um consultor porque é um tipo de filme de operações especiais. Você estaria interessado?" Me pediram para treinar os atores com todas as armas de fogo e Krav Maga lutando por cerca de três meses antes do filme e ajudei a projetar a ação para torná-la real. Steven me deu um diálogo; eu tive algumas cenas no filme. Foi isso. Eu fiquei vidrado. Lembrei-me do quanto eu adorava atuar no ensino médio.


Depois disso, eu fiz “211” (211: O grande assalto, 2018), um drama policial com Nic Cage para a Netflix. Eu interpretei seu tenente. E fiz um curta-metragem chamado “Overwatch” (2014) como um exercício para construir meu rolo de filme. Um dia talvez ele se torne um recurso.


JJ: Como você se envolveu com "Rambo: Last Blood"?" 

AC: Os produtores de "211" ligaram e disseram que tinham uma ótima cena com Sly* para mim. Filmamos na Bulgária por cerca de um mês. Eu também fiz alguns aconselhamentos sobre o filme. Houve muitos efeitos especiais; era uma cena de chuva. Foi uma seqüência muito cara. Há um pouco de reviravolta que não posso revelar, mas me diverti muito fazendo isso.

*Nota do Tradutor: Sly é o apelido de Silvester Stallone.

Aaron Cohen e o General Danny Yatom, ex-sub-comandante do Sayeret Matkal, ex-comandante do Comando Central e ex-chefe do Mossad. "Quando eu servi, altos oficiais de inteligência estavam em todo lugar; eles gostavam de ter jovens guerreiros ao seu redor."

JJ: O que vem a seguir para você? 

AC: Há outro projeto para a Netflix baseado na vida da estrela pop mexicana Luis Miguel - há um papel nele para um [agente] do Mossad. Vou passar os próximos dois anos focando na transição para atuar em período integral. Enquanto isso, [com] a minha empresa Cherries - Duvdevan é cereja em hebraico - eu manufaturo produtos para aplicação da lei e reuni uma série de treinamento sobre contra-terror digital acessível. Tenho agências de todo o mundo baixando o conteúdo.

Aaron Cohen posando com membros da sua unidade, Sayeret Duvdevan, disfarçados de árabes palestinos. Todos na foto foram trabalhar para a sua companhia militar privada IMS Security Consultants.

JJ: Como especialista, que conselho você daria às sinagogas para se protegerem melhor contra ataques? 

AC: Contrate segurança armada ou monte uma equipe de segurança voluntária e treine-a no combate ao terrorismo baseado no comportamento e na resposta do atirador ativo. Pare de brincar com segurança desarmada. Este sistema falhará e os membros de sua congregação serão mortos. Quero ver sinagogas seguras, e isso significa uma resposta agressiva.

Posando diante da bandeira israelense no quartel em Miktan Adam.
A carabina M4 era a grande novidade na época.

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Micro Tavor VS M4/M16, 5 de março de 2020.


GALERIA: A Uzi iraniana, 3 de março de 2020.

terça-feira, 31 de março de 2020

GALERIA: Reencenação do salto no Passo de Mitla


Em 29 de outubro de 1956, o 890º Batalhão Paraquedista israelense iniciou a Operação Kadesh saltando 241km dentro do Sinai egípcio, tomando posições no Passo de Mitla ao amanhecer.

Em 29 de outubro de 2016, 60 anos após a Operação Kadesh, o 890º Batalhão Paraquedista  reencenou o salto mitológico na cultura militar israelense. Os paraquedistas saltaram com o moderno pára-quedas T-11 "Cegonha".

Paraquedistas do 890º Batalhão Paraquedista em tocas no Passo de Mitla, movimento inicial da Operação Kadesh, em 29 de outubro de 1956.
(Foto de Avraham Vered para o jornal do exército Ba'machane)

Versão colorizada.

Aguardando o amanhecer.

Equipados e prontos.

Embarcando.

Chuva de velame n'aurora.

O velame quadrado do T-11.

Aterrissagem mais suave que usando o T-10.

Jovens paraquedistas com um veterano do salto no Passo de Mitla em 1956.

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FOTO: Reservista Israelense de 77 anos em Gaza

Nahum 'Nahche' Gilboa, 77 anos, é o mais antigo reservista de combate que já serviu nas IDF. (Imagem do Canal 2 israelense em 2014)

Muitos israelenses contribuem, de vez em quando, alguns dias de serviço de reserva junto às Forças de Defesa de Israel (FDI) até os 40 anos. Nahum “Nahche” Gilboa dedicou seu tempo durante a Operação Protective Edge (Operação Cunha de Proteção, em hebraico Miv'tza Tzuk Eitan, literalmente Operação Penhasco Forte), como o mais antigo soldado de combate na história de Israel - aos 77 anos de idade em 2014.

Tendo servido como reservista na Operação Kadesh de 1956 na Península do Sinai, Gilboa vestiu o uniforme verde da IDF na Brigada de Paraquedistas em 2014 durante o conflito de 7 semanas em Gaza (8 de julho – 26 de agosto de 2014). Ele já atuava então nas FDI de Israel há 59 anos.

Gilboa, um fazendeiro de Lachish, uma comunidade perto de Kiryat Gat, disse gostar de passar tempo com os soldados mais jovens, e que o serviço de reserva - e o trabalho duro na fazenda - o ajudavam a manter-se jovem. A sua família não questionava sua atitude e Gilboa disse que "é parte de quem eu sou".

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FOTO: Desfile israelense, 6 de março de 2020.


quinta-feira, 5 de março de 2020

GALERIA: O primeiro desfile militar das Forças de Defesa de Israel

No palanque, Yaakov Dori e generais do exército.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 5 de março de 2020.

A primeira parada militar das IDF ocorreu em Tel Aviv no dia 27 de julho de 1948 (o 20º dia do mês de Tamuz), apenas uma semana depois do "segundo cessar-fogo" da Guerra de Independência (1948-49). Este dia foi considerado um dia memorial nacional devido à morte do pai do sionismo moderno, Theodor Herzl. A lei do Dia da Independência de 1949 mudaram as celebrações para o 5º dia do mês de Iyar.

A parada passou pelas ruas Allenby e Ben-Yehuda, e foi prestigiada por Ben-Gurion, o fundador e primeiro-ministro de Israel, pelo General Yaakov Dori, o chefe do Estado-Maior das IDF, além de generais do exército e representantes dos vários corpos da jovem força.

As fotos foram tiradas por Aryeh Yaakobi, um veterano da USAF na campanha de bombardeio à Alemanha, ingressou na então nascente Força Aérea Israelense (IAF) em janeiro de 1948. Ele fez parte de uma equipe que montou laboratórios fotográficos para a IAF.

Ben-Gurion e Yaakov Dori dirigem-se para o palanque.

Ben-Gurion e Yaakov Dori.

Mulas de carga abrindo a parada.
Nessa época, as mulas eram o meio de transporte de armas e munições.

Cavalaria.

Carro blindado sobre rodas.

Carro blindado sobre rodas armado de canhão.



Jipe da Marinha puxando um projetor anti-aéreo.

Jipe anfíbio da Marinha.

Metralhadoras Thompson.

Espectadores na varando do Hotel Yarden.

Corpo Feminino.

Banda das FDI.

Aryeh Yaakobi, direita, comandante da unidade de decodificação, com o decodificador Mosher Meller.

Bibliografia recomendada:


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terça-feira, 3 de março de 2020

GALERIA: A Uzi iraniana

Antigo comando iraniano do tempo do Xá com uma Uzi israelense com baioneta, quando as armas eram novas em folha.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 3 de março de 2020.

Projetado pelo judeu-alemão Uziel Gal, que se mudou para Israel e teve uma carreira distinta nas Forças de Defesa de Israel, a submetralhadora Uzi é um ícone de Israel e do Ocidente há décadas. O Irã do Xá comprou Uzis com seu emblema nacional estampado e um seletor de tiro escrito em farsi. Após a Revolução Iraniana de 1979, a nova República Islâmica herdou todas as armas da era do Xá, dos Tomcats F-14 dos EUA às submetralhadoras Uzi de Israel.

Curiosamente, o Irã revolucionário não alterou nenhuma marcação nas armas israelenses, mantendo o antigo emblema do Xá e as iniciais da IMI intactos. No Irã, a Uzi foi usada principalmente em segurança naval e nas forças especiais. Outras Uzis israelenses-iranianas chegaram ao Iraque, sendo capturadas por soldados da Coalização americana, assim como nos mercados de armas da Síria. Em 2018, uma dessas Uzis estava à venda em Idlib, na Síria, por US$ 400. Hoje, as IMI Uzi originais de 30 anos ainda estão em serviço, mas o Irã também começou a fazer cópias (sem licença) da Uzi em 2019. Essas submetralhadoras  fabricadas no Irã provavelmente estarão em serviço mais amplo que a IMI Uzi. O recipiente principal é o Exército (Forças Terrestres do Corpo da Guarda Revolucionária da Revolução Islâmica, NEZSA) com planos para um fornecimento mais geral do que antes.

O antigo emblema nacional, que estava na bandeira do Irã antes da Revolução Islâmica de 1979. O selo foi deixado intacto, coroa e tudo.

Marcações em Farsi, número de série e estampa IMI (Israeli Military Industries).

Marcações do seletor de tiro no idioma farsi.

Sargento comando iraniano com uma Uzi.



Menina do Pasdaran, o ramo infanto-juvenil da Guarda Revolucionária.

Um comando iraniano da Brigada de Forças Especiais NOHED fazendo rapel com uma Uzi, 2014.


A Unidade de Resgate de Reféns (Unidade-110) da NOHED durante um exercício de missão de resgate de reféns, o homem da frente armado de submetralhadora Uzi.


BÔNUS: Chuck Norris e a Uzi

Chuck Norris atirando com uma Uzi em frente a um quadro do Aiatolá Khomeini.

Bibliografia recomendada:

The Uzi Submachine Gun.
Chris McNab.

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