domingo, 5 de abril de 2020

"Israel é minha família", diz mulher da Polícia de Fronteira após ser esfaqueada

Liza Ruti Nataf, membro da Polícia de Fronteira em frente ao Muro das Lamentações.
(Foto da Unidade Porta-Voz da Polícia)

Por Maayan Hoffman, The Jerusalem Post, 24 de fevereiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 5 de abril de 2020.

Numa quinta-feira de manhã em dezembro de 2018, um agressor esfaqueou dois policiais na Cidade Velha de Jerusalém. Uma delas era uma mulher de 20 anos da Polícia de Fronteira chamada Liza Ruti Nataf.

Imigrante da França, Nataf foi esfaqueada na perna. Em seguida, houve uma luta entre os guardas de fronteira e o terrorista, até que eles atiraram e o mataram na frente da camarada ferida.

Nataf poderia ter deixado o exército depois de ser ferida. Em vez disso, ela passou quase um ano se recuperando e depois voltou para sua unidade e de volta ao campo, protegendo os bairros de uma das áreas mais disputadas do país.

"Jerusalém é a cidade mais santa do país, e precisamos cuidar dela e preservá-la", disse Nataf ao The Jerusalem Post antes do Dia da Família. "Meu trabalho é muito emocional para mim, muito especial."

Nataf fez aliá* há quatro anos. Logo depois, ela ingressou em um programa da IDF para novos imigrantes com o objetivo de fazer parte da Polícia de Fronteira de Jerusalém.

*Nota do Tradutor: Aliá é o termo que designa a imigração judaica para a Terra de Israel (em hebraico, Eretz Israel). Também definido como "o ato de subir" - isto é, em direção a Jerusalém - "fazer aliá" ao se mudar para a Terra de Israel é um dos princípios mais básicos do sionismo. A Lei do Retorno do Estado de Israel concede aos judeus e seus descendentes direitos automáticos em relação à residência e à cidadania israelense. Tais imigrantes judeus são chamados "olim"; os nascidos em Israel são chamados "sabra". Um livro relevante sobre o assunto, "Irmandade de Guerreiros", editado em português pela Larousse, sobre um judeu de nacionalidade israelense-americana, nascido no Canadá, que fez aliá e serviu nas forças especiais israelenses. Uma leitura obrigatória para todos que se interessam pelas operações especiais e pelas Forças de Defesa de Israel.

Irmandade de Guerreiros.
Aaron Cohen e Douglas Century.

De acordo com o site oficial do governo gov.il, em seus primeiros anos, a Polícia de Fronteira, criada com a fundação do estado, focou-se principalmente no combate a infiltrações. Mais tarde, operou em torno da "linha urbana" em Jerusalém, ocupando muitos postos. Durante as duas intifadas de Israel, a Polícia de Fronteira desempenhou um papel central no combate ao terrorismo.

Hoje, a Polícia de Fronteira serve como uma força policial versátil que combate o crime e o terrorismo, fornece segurança e ajuda a manter a ordem, diz o site.

A Polícia de Fronteira de Jerusalém está na linha de frente, disse o superintendente da polícia de Israel Micky Rosenfeld, porta-voz para a imprensa estrangeira. Quando há um tumulto, esses policiais são os primeiros a responder. Quando há maior segurança nos feriados religiosos, como o Ramadã ou a Páscoa, é a Polícia de Fronteira que deve proteger os participantes, disse ele.

A Polícia de Fronteira opera nos bairros muçulmano, cristão, armênio e judeu. É coordenada pela Polícia de Israel e pelas FDI. 

"Meu sonho era fazer parte da polícia de fronteira", disse Nataf.

Mas sua luta para se tornar um membro da força não foi fácil. Ela estava sozinha, exceto por sua irmã. Seus pais tentaram fazer aliá, mas retornaram à França.

"Com meus pais não estando aqui, a vida não é tão simples", disse Nataf ao Post. “Mas eu me acostumei. Hoje, vejo a terra como minha família.”

Em 25 de fevereiro, Israel marca o Dia da Família, ou Yom Hamishpacha, em hebraico.

O dia é comemorado no 30º do mês hebraico de Shvat a cada ano. Antes dos anos 90, era comemorado como o dia das mães. Mas foi reconfigurado naqueles anos em reconhecimento às mudanças sociais e culturais em Israel.

"Nos feriados e no Shabat, nem sempre foi fácil", disse Nataf ao Post. "Mas graças a D'us*, estamos realmente nos dando bem agora", disse ela sobre si mesma e sua irmã.

*NT: Prática judaica de não escrever "Deus" por completo.

Nataf disse que, em vez de sua lesão a enfraquecer, fortaleceu seu impulso, e servir a Israel é o que a motiva a ficar aqui, mesmo sem sua família biológica.

Ela será dispensada do exército em alguns meses. Então, ela disse: "Espero ficar aqui em Israel e construir minha própria família".

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