quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Uma visão soviética do desenvolvimento de armas portáteis na Guerra Fria

Por Ian McCollum, Forgotten Weapons, 29 de dezembro de 2015.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 16 de dezembro de 2020.

Já cobri vários elementos do desenvolvimento de armas portáteis durante a Guerra Fria mais do que algumas vezes - geralmente envolvendo o processo contencioso que levou à adoção do cartucho 7,62mm OTAN e os vários fuzis que não conseguiram sobreviver o corte no processo. O que eu não postei antes, no entanto, é uma olhada no estado do desenvolvimento de armas portáteis visto por trás da Cortina de Ferro.

Bem, fui apontado para uma tradução desclassificada da CIA de uma avaliação do Ministério da Defesa soviético sobre armas portáteis de 1965. Originalmente publicado na revista Voyennaya mysl' (Pensamento Militar), o artigo explora as tendências gerais e atuais (a partir de 1965) das armas portáteis usadas pelos exércitos dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha Ocidental e da URSS.

Pensamento Militar (URSS): Alguns pontos sobre o status e o desenvolvimento das armas leves (1965, tradução para o inglês, link)

Provavelmente não deveria ser surpreendente que os autores tenham chegado à conclusão de que as armas portáteis soviéticas eram superiores às ocidentais, mas acho que eles apresentam alguns pontos bastante convincentes e posso concordar com eles se alguém me forçar a escolher um lado. A diferença fundamental de pensamento entre os dois lados era que os soviéticos escolheram usar cartuchos separados para fuzis de infantaria (7,62x39) e metralhadoras (7,62x54R), enquanto o Ocidente escolheu usar um único cartucho para ambos (7,62x51, e 7,5x54 pelos franceses). Para o Ocidente, isso levou a uma difícil área de escolha entre o peso e a eficácia do fogo automático, conforme evidenciado pelo baixo desempenho de todos os fuzis ocidentais (M14/15, FAL, G3) no disparo automático. Os soviéticos, em comparação, tinham o RPD e o RPK, que usavam seu cartucho de fuzil de infantaria mais leve e, portanto, eram capazes de disparar com mais precisão automática sem precisar ser tão pesado a ponto de impactar a mobilidade. O M16 e o cartucho de 5,56mm são vistos no artigo como uma solução americana recém-desenvolvida para esse problema.

O artigo também compara a metralhadora PK com suas contrapartes ocidentais, a M60, AA52, MG-1 e MAG-58. Mais uma vez, ele considera a arma soviética a melhor e, mais uma vez, acho que concordaria. Em geral, os projetos soviéticos tendiam a enfatizar a limitação do peso de uma forma que não parecia ser tão importante para os militares ocidentais. A PK em particular é um excelente exemplo de funcionalidade e confiabilidade em um pacote que não é desnecessariamente pesado.

Enfim, tem muito mais nas 23 páginas do artigo traduzido (revólveres, o cartucho 5,56mm, submetralhadoras, etc), e achei tudo de leitura interessante. Por exemplo, o hábito soviético de quantificar os acertos esperados/minuto de diferentes armas, dependendo do alcance de engajamento. Não encontrei uma explicação de como esses números são derivados, mas é interessante ver...

Bibliografia recomendada:


Leitura recomendada:

Como vídeos sobre armas de fogo antigas se tornaram um canal de sucesso no YouTube10 de março de 2020.

FOTO: Soldados Soviéticos nas ruínas do Reichstag2 de dezembro de 2020.

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