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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

GALERIA: Competição de fuzileiros navais estrangeiros na Rússia

Fuzileiros navais venezuelanos saltando obstáculos.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 15 de dezembro de 2020.

É um longo caminho do Caribe, do Mar da China Meridional e do Golfo, mas ainda assim Venezuela, China e Irã desembarcaram fuzileiros navais na costa do Báltico em agosto de 2019 para uma rodada de jogos de guerra hospedados pela Rússia, que fomentou laços de defesa com os três países.

Eles exibiram sua competência na areia e na água de um campo de testes no enclave de Kaliningrado. Fotos de Vitaly Nevar para a Reuters.

Fuzileiro naval venezuelano negociando a pista de Khmelevka.

O corpo de fuzileiros navais venezuelano tem cerca de 5 mil fuzileiros.

Fuzileiros venezuelanos formando uma escada humana em um poste.

Fuzileiros navais chineses correndo na praia com uma baixa simulada.

As "baixas" são entregues a uma unidade médica russa.

Naval chinês rastejando por debaixo de arame farpado.

O corpo de fuzileiros navais chinês conta com cerca de 20 mil fuzileiros, mas é previsto que se expanda consideravelmente.

Fuzileiros navais iranianos ultrapassando um paredão.

O corpo de fuzileiros navais iraniano conta cerca de 2.600 fuzileiros.

Navais iranianos saltando um obstáculo com arame farpado.

Bibliografia recomendada:

World Special Forces Insignia.
Gordon L. Rottman.

Leitura recomendada:

PINTURA: Assalto anfíbio soviético nas Ilhas Curilas24 de novembro de 2020.

Equipe nº 1 vietnamita no segundo lugar do Grupo 2 no Biatlo de Tanques na Rússia28 de novembro de 2020.

GALERIA: Manobra dos Fuzileiros Navais russos em Kaliningrado, 11 de novembro de 2020.

GALERIA: Exercício conjunto de fuzileiros navais russos e sírios em Tartus18 de fevereiro de 2020.

GALERIA: Comandos Anfíbios brasileiros e argentinos na Operação Fraterno XXXI, 28 de setembro de 2020.

GALERIA: Comandos Anfíbios Argentinos com o FAMAS17 de julho de 2020.

GALERIA: Ativação do Comando de Operações Especiais venezuelano30 de agosto de 2020.

GALERIA: A Guarda Presidencial Emirática no MCAGCC5 de julho de 2020.

GALERIA: Guerra na Selva em Okinawa31 de outubro de 2020.

FOTO: Fuzileiro naval com lança-chamas28 de setembro de 2020.

sábado, 12 de dezembro de 2020

Bandeira de Israel e sinal de "Obrigado, Mossad" aparece no Irã após a morte de cientista nuclear

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 12 de dezembro de 2020.

A exibição no subúrbio de Teerã ocorreu em 8 de dezembro, 10 dias após o assassinato de Mohsen Fakhrizadeh, supostamente pela inteligência israelense.

Uma bandeira israelense e um cartaz em inglês com os dizeres “Obrigado, Mossad” foram colocados sobre um outdoor no Irã na segunda-feira 8 de dezembro de 2020, após o assassinato de um importante cientista nuclear iraniano no mês passado, supostamente por Israel.

Fotos da bandeira e placa em um subúrbio de Teerã - coladas sobre um anúncio de refrigerante em uma ponte - foram amplamente compartilhadas nas redes sociais.

 

Não ficou claro quem estava por trás da mensagem de elogio à agência de inteligência de Israel, mas as autoridades iranianas culparam Israel e o grupo de oposição exilado Mujahedeen do Povo do Irã (MEK) pelo assassinato de Mohsen Fakhrizadeh. O cientista iraniano é há muito considerado por Israel e pelos EUA como o chefe do programa de armas nucleares do Irã, considerado "rogue" (rebelde). O governo iraniano jurou vingança; Israel não comentou publicamente as acusações.

Fakhrizadeh, morto em 27 de novembro, foi nomeado pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em 2018 como diretor do projeto de armas nucleares do Irã. Quando Netanyahu revelou então que Israel havia removido de um depósito em Teerã um vasto arquivo iraniano detalhando seu programa de armas nucleares, ele disse: "Lembre-se desse nome, Fakhrizadeh".

Fakhrizadeh também foi oficial do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, designado pelos EUA como organização terrorista. Há muito tempo Israel é suspeito de ter cometido uma série de assassinatos seletivos de cientistas nucleares iranianos há quase uma década, em uma tentativa de restringir o programa de armas nucleares do Irã.

Autoridades israelenses alertaram os cidadãos israelenses que viajam para o exterior que eles podem ser alvos de ataques terroristas iranianos após o assassinato, e alertaram em especial ex-cientistas nucleares israelenses que eles podem estar na mira dos iranianos.

Bibliografia recomendada:

"O Punho de Deus".
Frederick Forsyth.

Leitura recomendada:

Israel provavelmente enfrentará guerra em 2020, alerta think tank1º de março de 2020.

A Venezuela está comprando petróleo iraniano com aviões cheios de ouro8 de novembro de 2020.

O papel da América Latina em armar o Irã16 de setembro de 2020.

A influência iraniana na América Latina15 de setembro de 2020.

O desafio estratégico do Irã e da Venezuela com as sanções13 de setembro de 2020.

COMENTÁRIO: 36 anos depois, a Guerra Irã-Iraque ainda é relevante24 de maio de 2020.

Ex-intérprete do exército alemão acusado de espionagem para a inteligência iranianas25 de fevereiro de 2020.

O regime do Irã planeja destruir a tumba de Ester e Mordechai?21 de fevereiro de 2020.

domingo, 8 de novembro de 2020

A Venezuela está comprando petróleo iraniano com aviões cheios de ouro


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 8 de novembro de 2020.

O Irã recebeu ouro da Venezuela pelas cargas de combustível que Teerã enviou ao país latino-americano, disse um comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) no fim de semana, conforme noticiado pelo Middle East Monitor em setembro.

Cinco meses depois que as autoridades iranianas negaram o recebimento do pagamento pelo combustível enviado para a Venezuela, o mais alto assessor do líder supremo Ali Khamenei confirmou, em 27 de setembro, que o Irã recebeu ouro pelos carregamentos. Em 30 de abril desse ano, o representante especial dos EUA para a Venezuela, Elliott Abrams afirmou que “Os aviões que estão vindo do Irã e trazendo coisas para a indústria do petróleo estão voltando com os pagamentos por essas coisas: ouro”.

Notícias da época do relatório de Abrams afirmavam que havia uma ponte aérea entre o Irã e a Venezuela já em abril, quando as linhas aéreas iranianas Mahan realizaram vários vôos. A Mahan Air está sob sanções dos Estados Unidos por transportar armas e ser usada pela Guarda Revolucionária em suas operações no exterior. O Ministério das Relações Exteriores do Irã e outras autoridades rejeitaram os comentários de Abrams na época, dizendo que o objetivo de tais acusações era "exercer mais pressão" sobre o Irã.

Sem dinheiro e desesperado por ajuda para sustentar sua indústria de petróleo, a Venezuela está saqueando seus cofres de ouro e entregando toneladas de barras para seu exótico aliado, o Irã. De acordo com o Major General Yahya Safavi do IRGC, o Irã transportou o ouro da Venezuela para Teerã por meio de aviões a fim de "prevenir qualquer acidente durante o trânsito".

O Irã tem uma relação estreita com o governo venezuelano anti-EUA desde os dias do presidente Hugo Chávez, em meados dos anos 2000.

General Yahya Rahim-Safavi, IRGC.

Aviões no lugar de navios

Depois que o Irã entregou condensado à Venezuela por meio de um navio-tanque com bandeira do Irã, o mesmo navio-tanque carregou petróleo bruto venezuelano em um terminal no país latino-americano, informou a Bloomberg em setembro de 2020, citando um relatório de embarque. Irã e Venezuela também trocaram recentemente petróleo bruto, desafiando as sanções dos EUA.

Além de ajudar com os serviços de petróleo, o Irã declarou estar pronto para ajudar a Venezuela a lidar com sua severa escassez de gasolina e no início deste ano conseguiu enviar cargas de combustível para o país latino-americano, que detém as maiores reservas de petróleo do mundo.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos interceptou e apreendeu quatro desses carregamentos de gasolina com destino à Venezuela em agosto. Isso forçou a mudança do modal de transporte marítimo para o aéreo. A transportadora Mahan Air, com sede em Teerã, já vôou com mais de meia dúzia de jatos para o país sul-americano apenas na última semana de abril.

A maioria entregou aditivos para gasolina, peças e técnicos para ajudar a consertar uma refinaria importante ao longo da costa noroeste da Venezuela. Enquanto isso, Mahan enviou outros aviões para o aeroporto internacional fora de Caracas, onde são carregados com as barras de ouro para serem levados de volta a Teerã, disseram fontes internas que pediram anonimato porque não estão autorizadas a falar publicamente sobre as transações.

Com grande parte do pessoal do banco central isolado em casa, o transporte das barras de ouro em carros blindados para serem levados ao aeroporto foi discreto e conduzido por funcionários e oficiais de segurança fortemente armados à partir dos cofres localizados no centro de Caracas.

Só na última semana de abril a Venezuela carregou 9 toneladas de ouro, no valor de cerca de US$ 500 milhões, em aviões para o Irã, em troca da ajuda iraniana para consertar refinarias em ruínas na Venezuela, disseram fontes internas à Bloomberg.

Com o colapso dos preços do petróleo, o ouro em Caracas é agora uma fonte ainda mais importante de riqueza para a Venezuela, que caiu na pobreza extrema sob o governo socialista de Maduro. Embora o país tenha cerca de 70 toneladas de ouro em seus cofres, vendê-lo está cada vez mais difícil, conforme noticiou o Bloomberg em sua seção de economia.

Depois de uma breve - e rara trégua - a moeda da Venezuela está mais uma vez em queda livre e a inflação recomeçou a subir, com a taxa anual subindo para cerca de 3.500%. Uma quarentena estrita para combater a pandemia do coronavírus está começando a apresentar rachaduras e o risco de maior agitação social está crescendo enquanto a Venezuela tenta freneticamente garantir comida e combustível.

Uma aliança, no mínimo, exótica

Comandos venezuelanos ativação do Comando Geral de Operações Especiais "General em Chefe Félix Antonio Velásquez" como parte da Operación Soberanía Bolivariana 2017; uma operação de defesa contra "a agressão imperialista" dos Estados Unidos.

As duas nações - ambas párias nos círculos internacionais - estão trabalhando juntas ainda mais enquanto tentam resistir às duras sanções dos EUA e ao colapso do preço do petróleo causado pelo coronavírus, sua principal fonte de receita. Para o Irã, os acordos fornecem uma nova fonte de receita. Para a Venezuela, eles garantem que seu fornecimento de gasolina não acabe totalmente.

Quando o antecessor de Maduro, o falecido Hugo Chávez, estava no poder, ele e o então líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad fecharam acordos em uma variedade de projetos de energia, agrícolas e financeiros. Eles até abriram uma fábrica conjunta de montagem de automóveis a oeste de Caracas. O Irã também está ajudando a Venezuela na prevenção de ataques cibernéticos, disse o oficial militar iraniano. Irã e Venezuela, ambos sob sanções dos Estados Unidos que visam cortar suas exportações de petróleo, aumentaram a cooperação nos últimos anos.

O conselheiro de Khamenei também disse: “Hoje os venezuelanos são comunistas, mas se mantiveram firmes contra os americanos, então vamos ajudá-los”. Rahim-Safavi também revelou que Teerã está ajudando Caracas com softwares, “estabelecendo forças de mobilização popular” e “prevenindo ataques cibernéticos”. Ele acrescentou que “qualquer país muçulmano ou não-muçulmano que precisar de ajuda [contra os americanos], nós ajudaremos, mas eles terão que pagar por isso”.

Spetsnaz russo em um prédio público sírio.
Atrás dele os retratos do atual ditador Bashar al-Assad e seu pai, Hafez al-Assad.

Continuando seus comentários, o general do IRGC disse: “Recebemos dólares em dinheiro por cada assistência que prestamos ao Iraque. Com a Síria temos um acordo e recebemos certas coisas. Claro, os russos se beneficiam mais com a Síria do que nós.”

O Irã luta na Síria quase desde o início da guerra civil do país em 2011. Teerã mobilizou dezenas de milhares de forças de fachada que equipa, alimenta e paga. Algumas estimativas dizem que mais de US$ 15 bilhões foram gastos para apoiar o homem forte sírio Bashar al-Assad.

Vídeo recomendado:

Jack Ryan Is Lying About Venezuela
Jack Ryan está mentindo sobre a Venezuela


Bibliografia recomendada:

A Obsessão Antiamericana:
Causas e Inconseqüências.
Jean-François Revel,
da Academia Francesa.

Leitura recomendada:

O desafio estratégico do Irã e da Venezuela com as sanções13 de setembro de 2020.

A influência iraniana na América Latina15 de setembro de 2020.

O papel da América Latina em armar o Irã16 de setembro de 2020.

Poderia haver uma reinicialização da Guerra Fria na América Latina?4 de janeiro de 2020.

GALERIA: Ativação do Comando de Operações Especiais venezuelano30 de agosto de 2020.

Um olhar mais profundo sobre a interferência militar dos EUA na Venezuela, 4 de abril de 2020.

FOTO: O jovem cadete Hugo Chavez27 de março de 2020.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Com a série de espiões "Teerã", os israelenses alcançam um inimigo

Esta imagem divulgada pela Apple TV+ mostra Niv Sultan como Tamar Rabinyan em uma cena de "Teerã".
(Apple TV+ via AP)

Por Mark Kennedy, Associated Press, 25 de setembro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 1º de outubro de 2020.

NOVA YORK (AP) - As coisas não são como parecem na nova série da Apple TV+, “Teerã” - como deveriam ser em um thriller de espionagem.

A série começa com um vôo comercial da Jordânia para a Índia que é repentinamente desviado para o Irã. Alguns passageiros a bordo têm segredos. Esses segredos logo terão jatos de guerra levantando vôo e uma caçada humana oculta lançada.

Trailer

Tão audaciosa quanto a premissa, “Teerã” é igualmente ousada: uma produção israelense que oferece aos telespectadores uma visão simpática do Irã - um dos maiores inimigos de Israel - sem que ninguém da produção coloque os pés na República Islâmica.

“O núcleo do programa é lidar com a questão da identidade, nacionalidade, imigração e raízes familiares”, disse Moshe Zonder, de Tel Aviv, o co-criador e co-escritor do programa. “Ele pergunta como nos conectamos a eles e nossa obrigação para com eles e como podemos nos livrar deles? Isso é relevante para todos no globo”.

“Teerã” é centrado em uma agente-hacker de computador que realiza sua primeira missão na capital do Irã, que também é o lugar de seu nascimento. Quando a missão dá errado, o agente tem que sobreviver por sua própria perspicácia.

Com vários dos mesmos atores e apresentando uma espiã lidando com intrigas do Oriente Médio e da Ásia Central em seu centro, alguns espectadores podem ver semelhanças com a temporada recém-concluída de “Homeland”.

A atriz brasileira Morena Baccarin, na série Homeland, ao lado do ator Damian Lewis, famoso pelo papel do Major Dick Winters na série Band of Brothers.

“Não há um inimigo claro. Não se trata de um lado contra o outro. É realmente sobre as pessoas”, disse Niv Sultan, de Tel Aviv, uma atriz israelense que interpreta a heroína espiã de“ Teerã". “Pela primeira vez, mostramos um ponto de vista diferente deste conflito”.

O cenário da série definitivamente não é o que parece. Seções da capital grega, Atenas, representaram Teerã, depois que a co-criadora Dana Eden visitou o país europeu em férias com a família e ficou impressionada com as semelhanças visuais entre as duas cidades. Os israelenses são proibidos de visitar o Irã.

Transformar Atenas em Teerã significou substituir postes de luz, placas de carros e placas de rua, bem como adicionar vendedores de rua e placas de fachada. O aeroporto de Atenas foi usado para imitar o de Teerã e, em uma cena, um enorme mural do tamanho de um prédio retrata um aiatolá, um acréscimo graças aos efeitos especiais de computador.

Esta imagem divulgada pela Apple TV+ mostra Navid Negahban como Masoud Tabrizi em uma cena de "Teerã".
(Apple TV+ via AP)

Por meses antes das filmagens, Sultan mergulhou-se nas artes marciais israelenses Krav Maga e nas aulas intensivas de Farsi. Ela inicialmente abordou a atribuição do idioma com confiança, pensando que sua formação ajudaria.

“Eu pensei: 'Tudo bem. Sem problema'. Meu pai fala marroquino, que é árabe. Eu estava tipo, ‘Tudo bem, marroquino, farsi - provavelmente será parecido’. Não! Não tem nada a ver com hebraico e nem com árabe. A pronúncia é tão, tão difícil para um falante de hebraico”.

Zonder - que atuou como redator principal na primeira temporada de “Fauda”, a série de ação inovadora sobre o conflito israelense-palestino - passou anos pesquisando e escrevendo “Teerã”.

As duas séries compartilham uma tentativa de humanizar os inimigos. Em "Fauda", Zonder mostrou como um líder do Hamas com sangue israelense nas mãos também era um homem de família, assim como faz com o principal oficial de segurança iraniano perseguindo a heroína em "Teerã".

Zonder disse que voltou aos seus dias como jornalista investigativo, quando se sentava com os líderes do Hamas e da OLP e os entrevistava para entender seus pontos de vista.

“Eu sempre quero cruzar fronteiras - física e mentalmente - a fim de encontrar aquele que me disseram durante toda a minha vida é meu inimigo”, disse ele.

Esta imagem divulgada pela Apple TV+ mostra Shaun Toub como Faraz Kamali em uma cena de "Teerã". (Apple TV+ via AP)

Embora hoje o Irã e Israel sejam inimigos mortais, a série revela sua história compartilhada e o respeito que israelenses e iranianos tinham pelas culturas uns dos outros antes da Revolução Islâmica.

“É um país incrível. Eles têm uma natureza incrível, vistas e comida. Com sorte, algum dia, eu poderia visitar o Irã e Teerã”, disse Sultan. “Mas, por agora, estou me concentrando na possibilidade de que talvez nossa série abra os corações das pessoas e talvez abra um pouco de diálogo entre israelenses e iranianos”.

Embora a intenção possa ter sido construir pontes, a recepção do regime iraniano à série foi fria. O jornal Kayhan, alinhado ao governo, chamou a série de uma “produção anti-iraniana” que revela a agenda “pró-Ocidente e promíscua” de ativistas anti-Irã.

Ainda assim, isso não impediu os cineastas de esperarem que alguns no Irã encontrem uma maneira de ver o show e ficarem tocados com o que os israelenses estão alcançando.

“Embora não seja um documentário, é muito importante para nós que as pessoas do Irã vejam o show e pelo menos alguns deles sintam que alguns dos personagens são representativos”, disse Zonder.

Bibliografia recomendada:

Os Iranianos.
Samy Adgbirni.

Leitura recomendada:

O papel da América Latina em armar o Irã16 de setembro de 2020.

A influência iraniana na América Latina15 de setembro de 2020.

O desafio estratégico do Irã e da Venezuela com as sanções13 de setembro de 2020.

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GALERIA: A Uzi iraniana3 de março de 2020.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

O papel da América Latina em armar o Irã

Pela equipe do TIO, Center for Security Policy, 16 de março de 2015.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 16 de setembro de 2020.

Já se passaram quase cinco anos desde que as Forças Especiais da Colômbia detiveram Walid Makled Garcia. Depois de extraditar o chefão do tráfico para seu país natal, a Venezuela, um juiz finalmente decidiu sobre seu destino no mês passado [fevereiro de 2015]. O narcotraficante foi condenado a 14 anos de prisão por tráfico de drogas e financiamento do grupo guerrilheiro conhecido como Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Fuerzas Armadas Revolucionarias da Colômbia, FARC). Vinte e quatro horas após a sentença, o presidente Nicolas Maduro mandou prender o juiz governante por ser muito leniente.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, havia informado inicialmente aos Estados Unidos em 2009 que Walid Makled havia sido detido; no entanto, o governo dos EUA não viu necessidade de extraditar o criminoso. Segundo o presidente Santos, os Estados Unidos não acreditavam que ele fosse uma pessoa de interesse. Como a administração estava errada!

Relatos de ex-confidentes de Hugo Chávez confirmam que o regime venezuelano realmente esteve envolvido na mediação de negócios entre o Irã e a Argentina. Walid Makled havia professado sua disposição de ajudar a inteligência americana a expor o apoio do governo venezuelano aos cartéis de drogas, organizações terroristas e várias nações hostis - principalmente a da República Islâmica do Irã.

Em 2007, o presidente Chávez foi uma figura-chave no estabelecimento de pagamentos para a campanha do regime iraniano à então candidata presidencial Cristina Kirchner. Em troca, os iranianos receberiam know how nuclear do ministro da Defesa argentino.

"Isso é uma questão de vida ou morte. Preciso que você seja um intermediário com a Argentina para obter ajuda para o programa nuclear do meu país. Precisamos que a Argentina compartilhe sua tecnologia nuclear conosco. Será impossível avançar com nosso programa sem a cooperação da Argentina."

Foi noticiado que a atual embaixadora argentina na Organização dos Estados Americanos e ex-militante de esquerda, Nilda Garre, atuou como principal negociadora entre os departamentos de defesa iraniano e argentino.

Os informantes afirmaram que nunca testemunharam a troca direta de tecnologia nuclear. No entanto, após um exame mais aprofundado, o reator de água pesada localizado fora de Arak no Irã e Atucha na Argentina compartilham muitas semelhanças estruturais e tecnológicas. Coincidentemente, o reator em Arak foi concluído após o acordo proposto entre as duas nações.

Atentado à bamba na Associação Mútua Israelita-Argentina (Asociación Mutual Israelita Argentina, AMIA) em 18 de julho de 1994.

Além de acordos secretos entre o Irã e a Argentina, foi divulgada a notícia de que o Irã tem enviado ajuda financeira abertamente a organizações muçulmanas para influenciar a sociedade argentina. Yussef Khalil, pessoa interessada no assassinato de Alberto Nisman, declarou que Mohsen Rabbani, o mentor do atentado à AMIA de 1994 em Buenos Aires, tem enviado dinheiro para a Argentina para continuar a disseminar o islamismo xiita iraniano - assim como a ideologia revolucionária islâmica.

Só podemos imaginar como os acontecimentos no Oriente Médio poderiam ter sido diferentes se a transferência de tecnologia nuclear entre a Argentina e o Irã tivesse sido interrompida. Os Estados Unidos deveriam ter aproveitado a oportunidade para questionar Walid Makled Garcia.

As informações que Walid Makled tinha na época poderiam ter impedido o regime iraniano de desenvolver sua tecnologia nuclear atual. Agora o mundo aguarda os detalhes de um acordo nuclear que inevitavelmente levará o Irã a obter uma arma nuclear.

Bibliografia recomendado:

O Mundo Muçulmano.
Peter Demant.

Leitura recomendada:

A influência iraniana na América Latina15 de setembro de 2020.

O desafio estratégico do Irã e da Venezuela com as sanções13 de setembro de 2020.

COMENTÁRIO: 36 anos depois, a Guerra Irã-Iraque ainda é relevante24 de maio de 2020.

Um olhar mais profundo sobre a interferência militar dos EUA na Venezuela4 de abril de 2020.

PERFIL: Abu Azrael, "O Anjo da Morte"18 de fevereiro de 2020.

O regime do Irã planeja destruir a tumba de Ester e Mordechai?21 de fevereiro de 2020.

Israel provavelmente enfrentará guerra em 2020, alerta think tank1º de março de 2020.

GALERIA: A Uzi iraniana3 de março de 2020.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

A influência iraniana na América Latina

Soldados do Exército da República Islâmica do Irã marchando em frente aos comandantes de mais alto escalão das Forças Armadas da República Islâmica do Irã durante o desfile da Semana da Defesa Sagrada, 22 de setembro de 2011. (Reza Dehshiri)

Pelo Sergeant Major Jorge A. Rivera, Army University Press, 19 de julho de 2019.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 15 de setembro de 2020.

“Este artigo foi influenciado pelo Livro de Trabalho de Metodologia de Avaliação de Vulnerabilidade do Asymmetric Warfare Group (Grupo de Guerra Assimétrica) e o livro Iran's Strategic Penetration of Latin America (A Penetração Estratégica do Irã na América Latina), editado por Joseph Humire e Alan Berman.”

- Sgt. Maj. Jorge A. Rivera, NCO Journal.

Quando os líderes e planejadores do Exército dos EUA enfrentam problemas mal-estruturados em ambientes operacionais ambíguos e complexos, eles usam um processo denominado Metodologia de Projeto do Exército (Army Design Methodology, ADM). De acordo com a Publicação de Técnicas do Exército 5-0.1: Metodologia de Projeto do Exército:

"A metodologia de projeto do Exército é uma metodologia para aplicar o pensamento crítico e criativo para compreender, visualizar e descrever problemas e abordagens desconhecidos para resolvê-los (ADP 5-0). Ao definir primeiro um ambiente operacional e os problemas associados, o ADM permite que os comandantes e os estados-maiores pensem a situação em profundidade." (Departamento do Exército, 2015, p. 1-3)

Enquadrando o Ambiente Operacional

A análise do ambiente operacional se concentrará no TBA (Tri-Border Area, Tríplice Fronteira), onde o alcance do Irã é o mais significativo. Esta região consiste na Argentina, Paraguai e Brasil.

A Área da Tríplice Fronteira (TBA). À esquerda está o Paraguai. À direita está o Brasil. E no fundo está a Argentina. Foto tirada em 6 de janeiro de 2011. (Phillip Capper/NCO Journal)

Variáveis Políticas

O TBA, com suas fronteiras abertas e infraestrutura de conexão, tornou-se um leito quente do comércio ilícito (Neumann & Page, 2018). A BBC News relata: "A área atrai turistas de todo o mundo, que viajam para ver as cachoeiras e a exuberante floresta tropical. Mas também tem a reputação de ser um centro de contrabando e tráfico de drogas em grande escala" ("Tesoureiro do Hezbollah Barakat preso", 2018, parágrafo 6). Também deve ser observado que o Hezbollah, de acordo com o jornalista Ian Talley do The Wall Street Journal, é uma "milícia libanesa apoiada pelo Irã designada como um grupo terrorista pelos EUA" (Talley, 2018, parágrafo 1). Matthew Levitt (ex-funcionário do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e especialista no Hezbollah) em sua entrevista ao The Washington Institute disse que as ações do Irã e do Hezbollah estão no radar dos EUA desde 1994 com o atentado à bomba de um importante centro comunitário judaico na Argentina chamado Associação Mútua Israelita-Argentina (Asociación Mutual Israelita Argentina, AMIA) (Levitt, 2016). E em 15 de outubro de 2018, o Departamento de Justiça dos EUA designou o Hezbollah como uma das principais organizações criminosas transnacionais ("Sessões do Procurador-Geral", 2018).

Paraguai

A corrupção sistêmica e o estado de direito limitado no Paraguai permitem que os cartéis de drogas mantenham o poder irrestrito. O Paraguai é frequentemente descrito como um paraíso fiscal, que é definido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Organisation de coopération et de développement économiques, OCDE) como tendo "Nenhum ou apenas impostos nominais; falta de troca efetiva de informações; falta de transparência na operação do legislativo, jurídico ou disposições administrativas"(Glossário de Termos Fiscais, sd, parágrafo 27). Ser um paraíso fiscal torna o Paraguai muito lucrativo para os cartéis de drogas que fazem lavagem de dinheiro (Ottolenghi, 2019). De acordo com o Projeto Contra-Extremismo (Counter Extremism Project), o Hezbollah arrecada cerca de 200 milhões de dólares por ano através do TBA e os transfere/lava através do Paraguai por causa de suas leis tributárias suaves. ("Paraguai", sd)

Brasil

Também localizado na TBA, e como o Paraguai, o governo brasileiro luta contra a influência do Hezbollah. No Business Insider, o jornalista investigativo brasileiro Leonardo Coutinho informou o Comitê de Relações Exteriores da Câmara e disse: "Investigações oficiais conduzidas por autoridades argentinas, americanas e brasileiras revelaram como o Brasil figura na intrincada rede criada para exportar a revolução islâmica do Irã para o ocidente"(Lopez, 2015, para. 8).

O New York Times informa que em maio de 2013, o promotor argentino assassinado Alberto Nisman divulgou uma acusação "delineando como o Irã havia penetrado não apenas na Argentina, mas também no Brasil, Uruguai, Chile, Guiana, Paraguai, Trinidad e Tobago e Suriname, e como usou mesquitas, organizações de serviço social e suas próprias embaixadas para radicalizar e recrutar terroristas"(Dubowitz & Dershowitz, 2017, para. 12).

Argentina

Como os outros dois países da TBA, os sistemas político, judicial e econômico da Argentina promovem vulnerabilidades ao financiamento do terrorismo por meio da corrupção institucionalizada, evasão fiscal e lavagem de dinheiro. De acordo com o The New York Times, até a ex-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, esteve envolvida em negociações duvidosas durante seus dois mandatos presidenciais e atualmente está sendo julgada por aceitar subornos de empresas de construção em troca de contratos governamentais lucrativos (Londoño & Politi, 2019 ; Misculin, 2019).

Para ilustrar melhor o clima político na Argentina, o Centro para Políticas de Segurança (Center for Security Policy) declara:

"O Irã tem enviado ajuda financeira abertamente a organizações muçulmanas para influenciar a sociedade argentina. Yussef Khalil, pessoa interessada no assassinato de Alberto Nisman, declarou que Mohsen Rabbani, o mentor do atentado à AMIA de 1994 em Buenos Aires, tem enviado dinheiro para a Argentina para continuar a disseminar o islamismo xiita iraniano - assim como a ideologia revolucionária islâmica." ("O papel da América Latina em armar o Irã", 2015, parágrafo 9)

Variáveis Militares

Uma bandeira do Hezbollah hasteada sobre uma peça de artilharia abandonada no terreno da antiga prisão ESL (Exército do Sul do Líbano), em 2 de janeiro de 2007. (Paul Keller)

Recentemente, as forças de segurança da Argentina, Brasil e Paraguai começaram a realizar esforços individuais e cooperativos para conter as atividades ilícitas do crime organizado e de grupos terroristas na TBA. Por exemplo, o Grupo de Ação Financeira da América Latina (GAFILAT) inclui as três nações da TBA, bem como todos os países latino-americanos, em um esforço para combater o financiamento do terrorismo e a lavagem de dinheiro ("Força-Tarefa de Ação Financeira da América Latina", sd).

Com a prisão em 2018 do financista do Hezbollah, Assad Ahmad Barakat, todos os três países da TBA mostraram que agora estão trabalhando juntos para limpar esta região. Promotores paraguaios ordenaram a prisão de Barakat, a Unidade de Inteligência Financeira da Argentina congelou os ativos de 14 libaneses ligados ao Hezbollah e a polícia brasileira realizou a prisão de Barakat (Ottolenghi, 2018; "Tesoureiro do Hezbollah", 2018).

Variáveis Econômicas

Edward Luttwak, do Grupo de Estudos de Segurança Nacional do Pentágono, afirma que a TBA é a base mais importante do Hezbollah fora do Líbano ("Hezbollah", 2018). Ilan Berman, vice-presidente sênior do Conselho de Política Externa Americana (American Foreign Policy Council) em DC e consultor da Agência Central de Inteligência (Central Intelligence Agency, CIA), escreve: "A América Latina há muito funciona como um teatro de apoio para o Irã e seus representantes, com dinheiro gerado por meio de atividades no mercado cinza e negro devolvidas para beneficiar o regime iraniano ou seus grupos afiliados”(Berman, 2014, pg. 4).

Em 2018, o presidente do Instituto Brasileiro de Ética na Concorrência (ETCO, organização fiscalizadora dos negócios e da ética), Edson Vismona, estimou que a TBA gere cerca de US$ 43 bilhões por ano por meios legais e ilegais, com grande parte disso indo para organizações criminosas e terroristas (Quiroga, 2018). O preocupante é que não é apenas o Hezbollah colhendo lucros e utilizando táticas de lavagem de dinheiro. Al-Qaeda, Hamas, o Estado Islâmico e outras organizações criminosas e terroristas também têm células na TBA (Brancoli, 2019).

Variáveis Sociais

Atualmente, estima-se que cerca de 90% dos árabes na TBA são descendentes de libaneses. Acredita-se que a população árabe cresceu na TBA em duas ondas. Primeiro na década de 1950 após a Guerra Árabe-Israelense, e então na década de 1980 durante a Guerra Civil Libanesa (Neumann & Page, 2018, pg. 56).

O autor e especialista em segurança global Joseph Humire explica "No nível tático, o Irã usa sua penetração cultural para obter acesso a indivíduos proeminentes dentro das comunidades islâmicas e indígenas em toda a região" (Humire, 2014, pg. 96).

Cultura e centros culturais são um nível de entrada lógico de uma perspectiva de base, guerra não-convencional e subversão. As redes construídas em centros culturais podem estabelecer empresas de fachada, redes de inteligência e apoio eleitoral (Humire, 2014).

Variáveis de Informação

Não há método melhor para penetrar na cultura e na sociedade do que o controle e a manipulação de informações (Departamento do Exército, 2018). O Irã investiu significativamente na divulgação pública em todo a TBA e lançou canais de televisão em espanhol e inglês.

A HispanTV é um meio de comunicação iraniano que lançou seu website em 2010 e seu sinal de TV em 2011. Sua missão é "Trabalhar sob o forte compromisso como meio de comunicação para promover a aproximação entre os povos do Irã, os hispano-americanos e aqueles do Oriente Médio, considerando também a necessidade de criar uma maior proximidade entre todos os povos da América Latina” (“Nós”, sd, parágrafo 3).

De acordo com a Liga Anti-Difamação (Anti-Defamation League, ADL), líder global na luta contra a retórica do ódio e crimes de ódio, "Aumentar sua influência na América Latina tem sido uma forte característica da política externa do governo iraniano na última década, e a HispanTV serve como um plataforma para divulgar as teorias da conspiração de Teerã, negação do Holocausto e anti-semitismo" ("A HispanTV do Irã", 2013, parágrafo 5). O artigo da ADL continua a documentar várias publicações anti-semitas que a HispanTV publicou e afirma que o YouTube desativou o recurso de transmissão ao vivo da HispanTV devido ao material anti-semita que estava transmitindo em 2013.

A PressTV é outro canal de notícias de TV patrocinado pelo Irã. A PressTV entrega a mensagem iraniana sob o disfarce de diversidade e unidade para um público de língua inglesa. É fácil reconhecer que as culturas do Irã e da América Latina são bastante diferentes, mas "as sementes dessa relação intercultural improvável há muito foram plantadas quando Fidel Castro e Muammar Kadafi fundaram o Al-Mathada, um aparato de propaganda conjunto projetado para coordenar mensagens anti-americanas em ambos os hemisférios "(Perdue, 2014, pg. 13).

Estado Atual do Ambiente Operacional

Operadores especiais do exército brasileiro fazem fila para mostrar alguns de seus equipamentos e capacidades durante uma demonstração para representantes do Exército dos EUA em Goiânia, Brasil, 25 de julho de 2017. (Tenente-Coronel Carol McClelland/ Exército Sul dos EUA)

Há uma crescente população muçulmana, não apenas na TBA, mas em toda a América Latina. O Relatório de Liberdade Religiosa Internacional de 2015 do Departamento de Estado dos EUA estimou que quase três milhões de muçulmanos residiam na América Latina e no Caribe em 2015. Isso representa um aumento de 23% em um período de cinco anos (Mora, 2016). Isso significa que a população muçulmana continuará crescendo no futuro e a cultura latino-americana será influenciada pelo Oriente Médio.

"A penetração do Irã na América Latina é de importância estratégica para a República Islâmica, uma vez que tenta construir aliados diplomáticos, lavar dinheiro sancionado e posicionar seus Guardas Revolucionários e representantes terroristas para atacar alvos ocidentais" (Hirst, 2014, pg. 21).

Estado-Final Desejado do Ambiente Operacional

O estado-final desejado é aquele em que os Estados Unidos têm permissão para participar. Uma parceria cooperativa de segurança de fortes democracias regionais para garantir a segurança e estabilidade em toda a região é essencial para promover as condições necessárias para o crescimento econômico. Para enfrentar os principais desafios de pobreza e desigualdade, eficácia do governo, corrupção, crime e terrorismo, os Estados Unidos devem ajudar a formar uma força-tarefa conjunta na qual sejam usados vários departamentos de cada país. Isso exigirá uma "integração contínua de vários elementos do poder nacional - diplomacia, informação, economia, finanças, inteligência, aplicação da lei e forças armadas" (Mattis, 2018, pg. 4).

Enquadrando o Problema

“O enquadramento de problemas identifica aquelas questões que impedem o comando de atingir seu estado-final desejado” (Departamento do Exército, 2015, pg. 4-4).

O problema na América Latina é melhor enquadrado pelo ex-comandante do Comando Sul Americano (U.S. Southern Command), Almirante Kurt W. Tidd, em sua Declaração de Postura de 2017 perante o Comitê dos Serviços Armados do 115º Congresso do Senado:

"Os fluxos ilícitos de bens e pessoas, e a violência e corrupção que esses fluxos alimentam em casa e no exterior, são manifestações visíveis de ameaças complexas adaptativas em rede. As redes de ameaças transregionais e transnacionais são agora a principal ameaça à segurança e estabilidade regional. Estas redes operam sem restrições de limites legais e geográficos, sem restrições de moralidade e alimentadas por enormes lucros." (Tidd, 2017, pg. 5)

Para atingir os objetivos das forças amigas, é importante que os planejadores identifiquem as capacidades adversas críticas.

Financiando o Esforço

Tanto o Irã quanto seus representantes (Hezbollah) estão usando a TBA para lavar dinheiro, adquirir suporte, controlar a infraestrutura e contornar as sanções e leis internacionais.

Manter um Ambiente Permissivo

A corrupção tem sido a chave para os criminosos manterem um ambiente permissivo, mantendo os legisladores pagos e no poder. Proporciona liberdade de manobra a criminosos e terroristas.

Construir e Manter Relacionamentos

O Irã investiu pesadamente em diplomacia e operações de informação de uma abordagem de cima para baixo. O Hezbollah tem raízes profundas na comunidade libanesa dentro da TBA e em toda a região.

Enquadrando a Solução

Esta seção usa uma abordagem operacional para descrever, em termos gerais, as ações que o governo dos Estados Unidos deve tomar para transformar as condições atuais no estado final desejado de uma parceria que diminuirá a corrupção e as atividades ilegais na TBA.

Diplomática

Recentemente, todos os três países da TBA elegeram líderes que priorizaram o crime e a corrupção (Ottolenghi & Stein, 2018). O objetivo, então, é que os novos governos e os EUA trabalhem juntos para manter a pressão sobre o Hezbollah e suas atividades ilegais na TBA, a fim de secar um de seus principais centros globais de arrecadação de fundos. Isso mostrará à região que os EUA estão trabalhando com os países para garantir a estabilidade de longo prazo na região.

Informação

Uma abordagem seria trazer de volta a Agência de Informações dos EUA (U.S. Information Agency, USIA). Esta solução é apoiada em escala global por James Clapper, ex-Diretor de Inteligência Nacional, com o objetivo de combater a informação e desinformação dos nossos adversários (Muñoz, 2017). Se a USIA pudesse operar na América Latina, ela ganharia a capacidade de conter as mensagens do Irã, especialmente por meio de suas estações de TV. Isso pode ser feito secretamente ou abertamente através dos meios de comunicação. Esta solução pode permitir aos EUA a capacidade de combater as mensagens anti-americanas em nível de base.

Militar

A cooperação em segurança deve continuar a melhorar. A abordagem, no entanto, deve incluir uma campanha de mensagens que coloque a colaboração como prioridade e remova qualquer dúvida de presença forçada.

Econômica

Em vez de se opor a alianças alternativas ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (North American Free Trade Agreement) ou Área de Livre Comércio das Américas (Free Trade Area of the Americas), alianças como Mercosul, ALBA e Aliança do Pacífico deveriam ser validadas. De acordo com o Conselho de Relações Exteriores, “as economias do Mercosul recentemente sinalizaram uma disposição para se abrir a outros mercados” (Felter, Renwick, & Chatzky, 2019, parágrafo 3). Essa pode ser a abertura que os EUA precisam não apenas unificar economicamente a TBA, mas a América Latina como um todo.

Conclusão

Está amplamente documentado que o Irã se infiltrou na América do Sul, especialmente em toda a TBA. Os EUA estão tomando medidas para combater o narco-terrorismo em toda a região, mas é imperativo que Paraguai, Argentina e Brasil trabalhem juntos para estabelecer uma solução de longo prazo para seus problemas de corrupção e crime.

O Sgt. Maj. Jorge A. Rivera é o praça conselheiro mais antigo para a Diretoria de Engenharia dentro da equipe do 1º Corpo do Exército dos EUA na Base Conjunta Lewis-McChord, Washington. Ele é graduado pela Universidade do Texas em El Paso.

Bibliografia recomendada:

A Guerra Irregular Moderna:
Em políticas de defesa e como fenômeno militar.
General Friedrich August von der Heydte.

Guerra Irregular:
Terrorismo, guerrilha e movimento de resistência ao longo da história.
Major FE Alessandro Visacro.

A Obsessão Antiamericana:
Causas e Inconseqüências.
Jean-François Revel,
da Academia Francesa.

Leitura recomendada:

O desafio estratégico do Irã e da Venezuela com as sanções, 13 de setembro de 2020.

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