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quarta-feira, 2 de março de 2022

COMENTÁRIO: O Brasil não pode virar a Ucrânia amanhã

Soldados ucranianos em meio à destruição durante confronto com a Rússia.

Por Jorge Serrão, Jovem Pan News, 28 de fevereiro de 2022.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 2 de março de 2022.

É fundamental iniciar um debate público sério sobre o emprego da energia nuclear, inclusive para fins militares na defesa do país; nação que não tem poder real de dissuasão fica sujeita à invasão.

Tempos esquisitos. Só se fala de “guerra”. A invasão da Ucrânia pela Rússia “rouba” a atenção. De repente, igual ao que aconteceu com a Covid, surgem “especialistas” por todos os lados. Muita bobagem veiculada na mídia tradicional e muita besteira circulando nas redes sociais. Sorte que algumas análises certeiras prevalecem. Uma delas, bem resumida, foi postada pelo General de Exército na reserva Maynard Marques de Santa Rosa, ex-Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (gestão Jair Bolsonaro):

“Estamos assistindo ao colapso da Ucrânia e à  impotência ocidental. A truculência russa mostra que o mundo mudou. Formam-se, no mínimo, dois blocos de poder: o Ocidente (em declínio) e o Euroasiático. O vácuo que surge é uma grande oportunidade para o Brasil.”

No alvo. Estrategistas têm obrigação de compreender a dimensão do verdadeiro conflito global em andamento. A real disputa hegemônica é entre a visão e prática da Economia Planificada (cujos expoentes são a China e a Rússia) versus a Economia de Mercado (Estados Unidos e países desenvolvidos da Europa). No meio dessa batalha global (ou globalitária), como ferramenta de ilusionismo, aparecem as disputas ideológicas. Tudo jogo de aparência para desviar a real razão da disputa de poder: a conquista e manutenção da hegemonia política/econômica. Nações que têm soberania plena (leia-se, bomba atômica) conseguem fazer qualquer ameaça ou bravata em tempos beligerantes. O resto assiste bestificado, sofre diretamente ou, pior, paga a conta dos conflitos e guerras intermináveis. A indústria bélica lucra descaradamente. O paradoxo: a economia entra em pleno emprego de fatores. Aí surgem as “oportunidades”.

Muitos conflitos e guerras vão estourar em diferentes partes do Planeta Terra. Os brasileiros precisam agir com cautela diante de uma grande corrida armamentista que começa a virar realidade. O Brasil precisa acordar para um debate sobre o emprego da energia nuclear. O assunto não pode ser tabu, por imposição dos globalistas ou por omissão da classe política brasileira. É relevante ressaltar que nenhum país sem “bomba atômica” está livre de sofrer “intervenções” (ou invasões) das nações com poder de ação e dissuasão nuclear. Vale recordar que, em 2021, a ONU liderou uma verdadeira cruzada contra a soberania do Brasil na Amazônia. Foi colocada em votação uma resolução internacional sobre a região – que seria, na prática, “internacionalizada”. Curiosamente, foi o poder de veto da Rússia no Conselho de Segurança que livrou o Brasil dessa investida globalista. Daí se consegue entender, agora, que o governo federal tenha declarado a “neutralidade” do Brasil no conflito Rússia x Ucrânia.


O Brasil não pode ser uma Ucrânia amanhã. Historicamente, temos problemas estruturais. O problema essencial é que não conseguimos formular um Projeto Estratégico de Nação. Parecemos um eterno Titanic, que uma hora vai afundar, mas que tem uma boia mágica que atrasa o desastre inevitável. Na realidade, somos uma rica colônia de exploração, mantida artificial e metodicamente na miséria dependente. Não podemos nos resumir ao papel de exportador de commodities [recursos primários]. Não merecemos sobreviver reféns ou sob controle de uma oligarquia feudal, promotora do regime do Crime Institucionalizado, se locupletando das benesses estatais (dinheiro dos pagadores de impostos). Felizmente, a maioria da população, que sempre se mostrou impotente, agora começa a esboçar ações e reações para conquistar soberania.

Por isso, é fundamental que todos compreendam que temos “guerras” a resolver aqui, no “Togaquistão”. Nosso inimigo local e real é a Cleptocracia, seu Mecanismo e sua Juristocracia. Tudo com influência direta do Narconegócio. No momento, alimentar polêmicas inúteis e equivocadas sobre o conflito da Ucrânia apenas nos tira do foco da nossa complexa briga interna. O voto certeiro será fundamental para o começo da recuperação do equilíbrio institucional no Brasil. Enquanto não houver recuperação do “poder-de-fogo” e identidade do cidadão, não tem solução. Povo sem voz, sem identidade, não tem vez. Ou cuidamos do nosso pedaço, com soberania, ou não temos nada de concreto. É Pátria Honesta e Soberana, ou seremos escravos globalitários. Pense nisso.

Bibliografia recomendada:

A Farsa Ianomami.
Carlos Alberto Lima Menna Barreto.

Leitura recomendada:

COMENTÁRIO: Pseudopotência, 1º de julho de 2020.

A geopolítica do Brasil entre potência e influência13 de janeiro de 2020.

sábado, 29 de janeiro de 2022

Tribunal da República Democrática do Congo condena 51 em julgamento por assassinato de especialistas da ONU em 2017

Capacetes azuis das Nações Unidas chegam à sua base em Rugari, a 50 quilômetros de Goma, no leste da República Democrática do Congo, em 28 de janeiro de 2022.
(© Glody Murhabazi, AFP)

Da France 24, 29 de janeiro de 2022.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 29 de janeiro de 2022.

Um tribunal militar da República Democrática do Congo (RDC) condenou neste sábado 51 pessoas à morte, várias à revelia, em um julgamento em massa pelo assassinato de dois especialistas da ONU em 2017, em uma região central conturbada.

A pena de morte é frequentemente pronunciada em casos de assassinato na RDC, mas é rotineiramente comutada para prisão perpétua desde que o país declarou uma moratória às execuções em 2003. Dezenas de pessoas estão sendo julgadas há mais de quatro anos por um assassinato que abalou diplomatas e a comunidade de ajuda social, embora questões-chave sobre o episódio permaneçam sem resposta.

Michael Sharp, um americano, e Zaida Catalan, uma sueco-chilena, desapareceram enquanto investigavam a violência na região de Kasai depois de serem contratados para fazê-lo pelas Nações Unidas.

Eles estavam investigando valas comuns ligadas a um conflito sangrento entre o governo e um grupo local. Seus corpos foram encontrados em uma vila em 28 de março de 2017, 16 dias depois de terem desaparecido. Catalan foi decapitada. A agitação na região de Kasai eclodiu em 2016, desencadeada pela morte de um chefe tradicional local, o Kamuina Nsapu, pelas forças de segurança. Cerca de 3.400 pessoas foram mortas e dezenas de milhares de pessoas fugiram de suas casas, antes que o conflito terminasse em meados de 2017.

Os promotores do tribunal militar de Kananga exigiram a pena de morte contra 51 dos 54 acusados, 22 dos quais estão foragidos e estão sendo julgados à revelia. A folha de acusação variou de "terrorismo" e "assassinato" a "participação em um movimento insurrecional" e "o ato de um crime de guerra por meio de mutilação".

De acordo com a versão oficial dos acontecimentos, milicianos pró-Kamuina Nsapu executaram a dupla em 12 de março de 2017, dia em que desapareceram. Mas em junho de 2017, um relatório entregue ao Conselho de Segurança da ONU descreveu os assassinatos como uma "configuração premeditada" na qual membros da segurança do Estado podem estar envolvidos.

Durante o julgamento, os promotores sugeriram que os milicianos haviam realizado os assassinatos para se vingar das Nações Unidas, que a seita acusou de não impedir ataques contra eles pelo exército. Se assim for, aqueles que supostamente ordenaram o ato não foram identificados ao longo da maratona de julgamentos.

Entre os principais acusados estava um coronel, Jean de Dieu Mambweni, que os promotores dizem ter conspirado com os milicianos, fornecendo-lhes munição. Ele negou as acusações e seus advogados dizem que o julgamento é uma armação. Mambweni estava entre os originalmente condenados à pena de morte, mas foi condenado a apenas 10 anos de prisão por "desobedecer ordens e não ajudar uma pessoa em perigo". Sua equipe de defesa disse que iria recorrer do veredicto.

Mais dois detidos foram absolvidos, incluindo um jornalista. O veredicto de sábado é passível de recurso no Supremo Tribunal Militar de Kinshasa, capital da RDC.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

FOTO: Desminagem da ONU no Camboja

Crianças cambojanas observam soldados franceses da ONU procurando minas por um arrozal, 28 de setembro de 1992.

Processo de remoção de minas ao redor de um arrozal por soldados do 17º Regimento de Engenharia Paraquedista (17e Régiment du Génie Parachutiste, 17e RGP) equipados com chinelos Matramines, 28 de setembro de 1992.

O processo de desminagem foi uma das funções principais da APRONUC (Autoridade Provisória das Nações Unidas no Camboja).

Uma seção MINEX do 17ºe RGP prossegue com a desminagem do templo Bathai-Srei, dezembro de 1992.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

GALERIA: Capacetes azuis chineses no Sudão do Sul


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 16 de julho de 2021.

Seção de fotos publicadas pelo jornal estatal People's Daily Online (Diário do Povo Online) em 7 de outubro de 2015. Nessa época, a equipe de patrulha armada de longa distância de um batalhão de infantaria das forças de manutenção da paz chinesas no Sudão do Sul encontrou recentemente vários conflitos armados intensos em torno de sua base operacional temporária, localizada nas profundezas das florestas do estado Equatorial Ocidental.

No início do quarto dia estacionado na base operacional temporária, tiros foram ouvidos a sudeste da base, com tiros traçantes voando sobre as copas das árvores. De acordo com os soldados nos postos avançados, dezenas de militantes locais armados lançaram um ataque feroz contra as tropas do governo do Sudão do Sul estacionadas nas proximidades. O acampamento das tropas do governo ficava a apenas 500 metros das forças de manutenção da paz chinesas. Diante dessa situação inesperada, os soldados pacificadores chineses correram para seus postos de batalha nas instalações de defesa e veículos blindados existentes.




Após cerca de 3 horas de combate intenso entre os militantes e as tropas do governo, os militantes não-identificados se deslocaram para a apenas 10 metros da base dos soldados pacificadores. Para evitar o envolvimento em combates diretos, os capacetes azuis alertaram os militantes por meio de alto-falantes, dizendo para cessarem o fogo. Chocados com a intervenção das forças de paz, a batalha gradualmente parou. No entanto, tiros esporádicos e helicópteros de ataque pairando no alto lembraram aos mantenedores da paz que a luta ainda não havia acabado.

"Esta foi a segunda vez que encontramos tais conflitos e não recebemos nenhuma notificação sobre a situação. Continuaremos enfrentando graves ameaças à segurança nos próximos dias", disse então Liu Yong, o vice-comandante do batalhão.






Os soldados são armados com equipamento padrão chinês, como o fuzil bullpup QBZ-95, e coberturas azuis da ONU nos capacetes.

A China tem constantemente se envolvido na África, participando cada vez mais em missões de paz para apoiar a constante "invasão" chinesa do continente, já avaliada como neo-colonialismo por parte de Pequim. A China vem fazendo empréstimos e investimentos generosos no continente africano, colocando governos locais na posição de vassalos chineses e expandindo ainda mais a Iniciativa do Cinturão e Rota. A China também contribuiu unidades policiais à MINUSTAH no Haiti.

Iniciativa do Cinturão e Rota.

Treinamento de fogo real dos pacificadores chineses no Mali


O cinema chinês já inclui o ambiente africano em seus filmes de ação, como Peacekeeping Force (Força Pacificadora, 2018). O filme chinês de maior bilheteria até hoje, Wolf Warrior II (Lobo Guerreiro 2, 2017), é a estória de um herói chinês na África enfrentando guerrilheiros africanos e mercenários europeus, com a mensagem de que o governo chinês protegerá seus cidadãos onde quer que seja; essa afirmação aparece escrita sobre um passaporte chinês no final do filme, antes dos créditos.

O herói Leng Feng (Jing Wu) agitando a bandeira chinesa na cena final do filme.
Jing Wu, o lobo guerreiro, e a co-estrela Celina Jade durante uma das muitas conferências de promoção do filme com um passaporte chinês decorativo.

Trailer de Wolf Warrior II


Bibliografia recomendada:

Psychology of the Peacekeeper:
Lessons from the field.

Leitura recomendada:







GALERIA: Pacificadores suecos no Congo, 28 de fevereiro de 2021.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Capacetes Azuis Marroquinos: valores e compromissos


Por Abderrahmane Mekkaoui, Theatrum Belli, 17 de dezembro de 2014.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 1º de julho de 2020.

A política da manutenção da paz

No âmbito de acordos ou alianças bilaterais ou multilaterais, o Reino do Marrocos frequentemente convocou seu exército para instaurar a segurança e a estabilidade ou manter a paz, como o envio de seus contingentes ao Egito em 1967, nas colinas de Golã, em 1973, durante conflitos no Oriente Médio em 1977, ou mesmo no Zaire (República Democrática do Congo) para a proteção do regime de Mobutu, então ameaçado em plena guerra fria pelas forças angolanas e cubanas.


Na Península Arábica, o Marrocos instalou 2.000 soldados e policiais desde 1986 nos Emirados Árabes Unidos para estabelecer a paz na região, e 1.500 soldados na Arábia Saudita durante a Primeira Guerra do Kuwait (Guerra do Golfo, 1991) sob acordos bilaterais.

O Marrocos está hoje participando de operações de manutenção da paz em várias zonas de conflito ao redor do mundo: Congo*, Costa do Marfim, Bósnia e Herzegovina, Haiti, Síria e na República Centro-Africana.

*A medalha da Missão das Nações Unidas para a Estabilização na República Democrática do Congo (MONUSCO) foi concedida em março de 2014 às forças de paz marroquinas destacadas em Dungu (província oriental da RDC) por sua abnegação e devoção.

O comandante da MONUSCO, General-de-Divisão Elias Rodrigues Martins Filho, condecorando 300 militares do contingente marroquino em Kananga, 8 de junho de 2019.

Sistema de comando político e militar das forças de manutenção da paz

Pacificadores marroquinos servindo com a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (UN Multidimensional Integrated Stabilization Mission in the Central African Republic, MINUSCA) em Bangui, sendo desdobrados em Bambari, 15 de junho de 2014.

O Marrocos se inscreveu desde a sua independência em vários acordos internacionais a favor da paz. Este compromisso com a paz é parte integrante da constituição marroquina.

Politicamente, o Marrocos é considerado uma monarquia constitucionalmente social e democrática cujo Rei do Marrocos é o "Chefe Supremo das Forças Armadas Reais e Chefe do Estado-Maior".


No nível militar, as forças armadas reais, criadas em 1956, após o final do protetorado francês, representam a força de ataque que experimentou um desenvolvimento acelerado graças às grandes reformas do rei Mohamed VI, que estabeleceu o objetivo de modernização, desenvolvimento e a renovação de todas as forças armadas reais. Foi um grande projeto de mudança de estruturas, táticas e mentalidades a montante e a jusante, que as FAR experimentaram. O rei Mohamed VI também tinha uma intenção particular de melhorar a situação social de soldados, praças graduados e oficiais marroquinos.

O compromisso internacional do Reino do Marrocos para a manutenção da paz no mundo


O Marrocos sempre respondeu a pedidos internacionais de manutenção da paz em todo o mundo. A África é o continente onde o Marrocos tem sido mais ativo; citemos, por exemplo, a missão da ONU na República do Congo (ONUC) entre 1960 e 1964, e a missão na Somália (UNISOM 1) entre 1992 e 1993, durante a qual os batalhões marroquinos (cerca de 1.000 soldados e 60 policiais) assumiu a responsabilidade de monitorar o cessar-fogo, garantir o fluxo da ajuda e garantir a proteção dos funcionários e instituições das Nações Unidas.

Por outro lado, o Marrocos participou da constituição da UNITAF em 1990, integrando nela 1.430 soldados. Em março de 1993, vários soldados marroquinos e paquistaneses morreram durante a segunda missão da ONU na Somália (UNISOM 2), dando assim suas vidas a um país árabe-muçulmano.

Funeral do Soldado de 1ª Classe Saad Zghari, morte na República Centro Africana em 31 de maio de 2019. Ele foi condecorado postumamente com a Medalha Dag Hammarskjöld, a mais alta condecoração da ONU, no dia 1º de junho de 2020.

Na República Democrática do Congo novamente e desde 1999, 750 soldados, 4 oficiais e 4 policiais participaram da missão da ONU "MONUC". O Marrocos também criou um hospital moderno e equipado, composto por 51 médicos militares.

No que diz respeito à Costa do Marfim, o Marrocos participou da missão da ONU "ONUC", decidida pelo Conselho de Segurança em 2004 para a manutenção da paz e da estabilidade. A participação dos contingentes marroquinos foi muito apreciada. Para esse fim, eles foram homenageados duas vezes pelas Nações Unidas e receberam o medalhão de manutenção da paz durante esta missão. Segundo vários relatórios da ONU, as forças de paz marroquinas são descritas como dotadas de coragem, dedicação e altruísmo durante sua missão, enquanto cooperam com forças locais e estrangeiras.

O Marrocos participou de outras missões organizadas pela ONU, como a missão "UNAVEM I" em Angola, entre 1989 e 1999, durante a qual o Marrocos enviou 15 soldados e 11 policiais para monitorar e coordenar as ações dos vários atores no terreno de operações.

Técnica marroquina armada com uma MG3 na República Centro-Africana, 2014.

Na Ásia, a missão "UNTAC" no Camboja, entre 1992 e 1993, mobilizou 100 policiais civis marroquinos.

Na América Central, no Haiti, o Marrocos participou com a Espanha na operação de manutenção da paz.

Mais recentemente, na África Central, as forças marroquinas, coordenando a proteção da capital Bangui com as forças francesas, foram bem recebidas pelas comunidades cristã e muçulmana.

Um soldado marroquino aguardando o comboio para Bambari, na República Centro-Africana, em 14 de junho de 2014.

Outras iniciativas marroquinas demonstram o nível de compromisso e a implicação do Marrocos no sucesso das operações e missões de manutenção da paz, como sua participação na estabilidade da situação na Bósnia, através da missão "SFOR" da OTAN. Tanto que, no Kosovo, o Marrocos construiu um hospital civil para aliviar o sofrimento da população do país.

Na escala árabe, as forças de paz marroquinas estão presentes na guerra civil síria e seguem de perto os eventos políticos e militares.

Em resumo, devemos prestar homenagem aos valores humanos e habilidades profissionais das forças de paz marroquinas que provaram através de sua participação ativa e bem-sucedida em todas as missões que lhes foram atribuídas pelas Nações Unidas na Ásia, Europa ou África.

Por fim, deve-se notar que o Reino do Marrocos possui um batalhão treinado em técnicas de intervenção rápida e que pode participar a qualquer momento de qualquer operação humanitária definida ou outra para a manutenção da paz.

Abderrahmane Mekkaoui é especialista em assuntos estratégicos e militares, e é professor da Universidade de Casablanca, no Marrocos.

Bibliografia recomendada:





Leitura recomendada:

Manutenção da paz da ONU feita pela China no Mali: estratégias e riscos14 de março de 2020.

sábado, 14 de março de 2020

Manutenção da paz da ONU feita pela China no Mali: estratégias e riscos


Por Marc Lanteigne, Oxford Research Group, 15 de maio de 2019.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 14 de março de 2020.

A manutenção da paz da China no Mali representa outro exemplo da crescente disposição do país de enviar pessoal para uma zona de conflito ativa e uma mudança no pensamento estratégico chinês.

Uma das mudanças menos proeminentes no pensamento de segurança da China nas duas últimas décadas foi a maior disposição do país para se envolver e participar das Operações de Manutenção da Paz das Nações Unidas (United Nations Peacekeeping OperationsUNPKO) em partes do mundo muito além da região Ásia-Pacífico. Em março deste ano, a China havia enviado 2.513 soldados pacificadores para missões da ONU no exterior, incluindo a República Democrática do Congo (RDC), Líbano, Sudão do Sul e Sudão. Nas duas décadas, Pequim esteve mais disposta a enviar pessoal de manutenção da paz para regiões onde o combate continua em andamento, com um exemplo importante sendo a Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS). A contribuição de manutenção da paz da China para as operações da ONU no Mali representa não apenas outro exemplo da crescente disposição da China de enviar pessoal para uma zona de conflito ativa, mas também um afastamento do pensamento chinês anterior sobre a escolha de missões para se envolver. Também reflete o crescente reconhecimento da China de que os conflitos civis podem ter efeitos regionais e internacionais, especialmente quando a África se torna uma parte crítica dos interesses comerciais inter-regionais expandidos de Pequim.

UNIMISS.

A China começou a expandir seus interesses no envolvimento em UNPKO no final dos anos 90. Mas a participação do país na Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas no Mali (MINUSMA) desde 2013 marcou a primeira vez que forças de combate chinesas foram destacadas como parte integrante de uma missão da ONU. Em 2012, um pequeno pelotão de tropas chinesas foi enviado ao Sudão do Sul, mas seu papel era especificamente proteger outros funcionários chineses no país. Por outro lado, o destacamento militar enviado ao Mali, originalmente com 170 soldados, representou as primeiras verdadeiras forças de combate a serem integradas em uma missão da ONU, dado seu papel consideravelmente mais amplo na proteção de funcionários chineses e não-chineses.

Até a missão no Mali, a China havia demonstrado preferência pelo fornecimento de pessoal não-militar - incluindo policiais civis, engenheiros e equipes médicas - para missões das Nações Unidas. Além disso, ao contrário de outras partes da África onde a China tem interesses significativos em diplomacia de recursos, incluindo RDC e Sudão/ Sudão do Sul, os vínculos econômicos bilaterais entre China e Mali permanecem relativamente modestos na melhor das hipóteses, relatados como totalizando US$ 405 milhões em 2017. No entanto, o compromisso contínuo de Pequim com a MINUSMA procurou demonstrar que o envolvimento da China com a África foi além do campo econômico.

Antecedentes: os desafios contínuos de segurança do Mali

O Mali, juntamente com muitos outros estados vizinhos na região do Sahel, no norte da África, ficou enredado nos tremores secundários da guerra civil da Líbia em 2011. Isso resultou na derrubada do antigo líder Muammar Kadafi, no fraturamento do país e na rápida re-ignição das hostilidades que continuam até hoje. As frágeis estruturas de segurança do Mali afundaram sob o influxo de armas e extremismo político emanado do conflito na Líbia, resultando primeiramente em uma tentativa abortada por separatistas do norte de criar um estado separado de Azawad em 2012, e depois em ataques regulares de organizações fundamentalistas armadas, incluindo facções apoiadas pela Al-Qaeda e mais tarde pelo Estado Islâmico (EI/ISIS).

Combate de rua na Líbia.

Em março de 2012, um golpe militar resultou na remoção do presidente do Mali, Amadou Toumani, e governos subseqüentes, incluindo o atual governo de Ibrahim Boubacar Keïta, continuam lutando para impedir que o país se torne um estado em colapso. A França, antiga potência colonial no Mali entre o século XIX e a independência em 1960, assumiu a liderança no lançamento da Opération Serval em janeiro de 2013 para expulsar as forças extremistas islâmicas do norte do Mali, seguida pela Opération Barkhane em agosto de 2014 que incorporou campanhas de contra-insurgência francesas em toda a região do Sahel, ligando a missão do Mali às do Burkina Faso, Chade, Mauritânia e Níger, ao quinteto de estados também conhecidos como 'G5 Sahel'.

Soldados malinense e francês na Operação Serval, 2013.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas concordou em criar a MINUSMA em abril de 2013, de acordo com as disposições do capítulo VI da Carta da ONU e com a bênção do governo do Mali. Desde então, a operação foi referida como a "missão da ONU mais perigosa do mundo". O mandato da ONU no país tem sido ajudar a proteger e estabilizar o país à luz da situação de segurança erodida, bem como promover um sistema democrático durável no país e defender as bases de um acordo de paz instável de 2015. Em março de 2019, havia pouco mais de 16.400 funcionários da ONU no total ligados à missão MINUSMA.


A China decidiu, em meados de 2013, fornecer pessoal de manutenção da paz para a missão. O primeiro destacamento, que chegou em dezembro daquele ano, era uma força avançada de 135 pessoas, incluindo forças de combate do então Comando Militar Regional de Shenyang do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA). A sexta força de manutenção da paz chinesa foi criada no Mali em maio de 2018, com todos os seus 395 membros sendo premiados com as Medalhas de Honra da Paz da ONU em março deste ano. Um sétimo destacamento está previsto para chegar ao Mali em meados deste ano. Além da própria MINUSMA, Pequim também tem sido um forte defensor do apoio financeiro internacional à iniciativa pós-2017 das forças conjuntas do G5 Sahel, criada pelas cinco nações do Sahel para compartilhar informações e apoio ao combate ao terrorismo e promover a estabilidade regional.

Por que as forças de paz chinesas foram ao Mali?


Havia várias razões por trás da decisão de Pequim de concordar em enviar forças de paz ao Mali, apesar dos muitos perigos envolvidos. A primeira razão diz respeito ao desejo da China de mostrar aos governos africanos que o envolvimento de Pequim no continente é, agora, verdadeiramente sobre preocupações mais amplas do que os interesses econômicos da China nas matérias-primas da África. Por exemplo, a abertura de uma base logística chinesa em Djibouti, em 2017, foi um forte sinal de que a África estava considerando mais proeminentemente as políticas de segurança inter-regionais chinesas. Como um livro recente sobre estudos sino-africanos explicou, a expansão do envolvimento da segurança chinesa na África agora está sendo afetada pelas ambições de Pequim de ser visto globalmente como uma 'grande potência responsável', bem como pela constatação pelo governo chinês de que seus tradicionais pontos de vista sobre a não-interferência em conflitos civis estavam se tornando incompatíveis com os conflitos civis modernos, tal como o caso do Mali.

Iniciativa do Cinturão e Rota.

Em segundo lugar, e de forma relacionada, os interesses comerciais expandidos da China na África, incluindo a Iniciativa do Cinturão e Rota (Belt and Road InitiativeBRI), resultaram em apelos a uma maior proteção dos ativos e cidadãos chineses no exterior. Na última década, a China intensificou suas atividades de mediação de disputas, incluindo trabalhos em muitos países que agora fazem parte do BRI. Também buscou garantir aos chineses no estrangeiro, incluindo aqueles que trabalham em partes da África propensas a conflitos, que Pequim está procurando protegê-los melhor. O perigo para os cidadãos chineses baseados em zonas de combate foi bem ilustrado no Mali nos últimos anos. Três empresários chineses foram vítimas de um ataque em um hotel por insurgentes na capital do Mali, Bamako, em novembro de 2015, com outro cidadão chinês morto em um resort próximo em junho de 2017. Como os conflitos no Mali são sintomáticos de um conjunto maior de ameaças à segurança emanando de toda a região do Sahel, o envolvimento da China na MINUSMA, bem como em outras missões africanas de manutenção da paz, ajuda a destacar os compromissos de segurança regional do país na região.

Nota do Tradutor: O cinema chinês já inclui o ambiente africano em seus filmes de ação, como Peacekeeping Force (Força Pacificadora, 2018). O filme chinês de maior bilheteria até hoje, Wolf Warrior II (Lobo Guerreiro 2, 2017), é a estória de um herói chinês na África enfrentando guerrilheiros africanos e mercenários europeus, com a mensagem de que o governo chinês protegerá seus cidadãos onde quer que seja (essa afirmação aparece escrita sobre um passaporte chinês no final do filme, antes dos créditos).


As operações no Mali também proporcionaram uma oportunidade para mais educação e treinamento em operações fora-de-área, tanto para setores civis quanto militares do aparato de segurança da China, especialmente dentro da rubrica de 'operações militares além da guerra' (Military Operations Other Than War, MOOTW) e cooperação expandida com outras forças de manutenção da paz. No entanto, os perigos de operar em um país onde frequentemente há pouca paz para manter, foram levados para casa pela morte, em junho de 2016, de um sargento do PLA causado por um explosivo plantado perto da base da MINUSMA em Gao, no centro do Mali. Quatro outros soldados pacificadores chineses ficaram feridos nesse incidente.

Os lados econômicos do engajamento no Mali

Finalmente, embora seja improvável que o comércio bilateral entre a China e o Mali seja igual ao dos principais parceiros comerciais de Pequim, como Angola, Nigéria e África do Sul; o Mali, no entanto, entrou na consideração de Pequim sobre a expansão geral do comércio no continente. Em 2017, o governo do Mali manifestou sua disposição de se alinhar com o BRI, com planos anunciados em 2015 para a renovação de uma ligação ferroviária entre o Mali e o vizinho Senegal, bem como planos para a construção de uma ferrovia entre Bamako e a capital guineense de Conakry apresentada no ano anterior.


A diplomacia econômica continua sendo a pedra angular da diplomacia chinesa na África, com o comércio sino-africano atingindo mais de US$ 204 bilhões em 2018. No mais recente Fórum de Cooperação China-África (Forum on China–Africa Cooperation, FOCAC), em setembro do ano passado, o presidente chinês Xi Jinping anunciou novas iniciativas econômicas para o continente, incluindo cooperação mais estreita nas áreas de conectividade, projetos “verdes”, saúde, indústria, infraestrutura e paz e segurança. A África também foi sujeita a um renascimento da competição diplomática entre China e Taiwan nos últimos três anos. Com o Burkina Faso reconhecendo oficialmente a República Popular em maio de 2018, todos os governos africanos agora reconhecem Pequim. A exceção solitária é Eswatini (Suazilândia). Assim, a participação contínua na manutenção da paz no Mali continua sendo um componente importante da diplomacia africana da China em nível regional, demonstrando que a China deseja ser um "parceiro geral" para o continente, à medida que os compromissos econômicos de Pequim continuam a se aprofundar.


No início deste ano, a MINUSMA estava sob uma pressão muito maior, já que o Canadá e a Holanda estavam se preparando para retirar seu pessoal do Mali, enquanto o apoio dos EUA à operação se tornou cada vez mais hesitante devido à escalada da violência e ameaças à região do Sahel em geral. Existe, portanto, a forte possibilidade da China desempenhar um papel ainda mais ampliado nas operações de manutenção da paz da ONU, e talvez até na construção da paz no Mali, pois a situação de segurança continua sendo tênue, na melhor das hipóteses.

Marc Lanteigne é professor associado de ciência política na UiT: Universidade do Ártico da Noruega, Tromsø.

Bibliografia recomendada:





Leitura recomendada:



Capacetes Azuis Marroquinos: valores e compromissos1º de julho de 2020.

Como a China viu a intervenção da França no Mali: Uma análise


Por Yun Sun, Brookings Institution, 23 de janeiro de 2013.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 03 de dezembro de 2019.

A resposta da China à decisão da França de enviar tropas para lutar contra extremistas islâmicos no Mali é no máximo morna e reservada. Na declaração oficial do Ministério das Relações Exteriores da China, o governo apenas "observou" o envio de tropas por "países e organizações regionais" sem qualquer compromisso explícito de apoiar a missão no estágio atual. Isso levantou uma ampla especulação no Ocidente de que a China está “pegando carona” de novo em uma missão liderada pelo Ocidente para estabilizar um país infestado de ameaças terroristas. Entre o debate, é importante que a comunidade internacional esclareça e compreenda as perspectivas da China.

A China se opõe fortemente a ser descrita como um "caroneira". Antes de tudo, na experiência da China, a intervenção estrangeira nem sempre leva a mais estabilidade ou melhor proteção dos interesses chineses no terreno. No caso da Líbia, a China viu o Reino Unido e a França “abusarem” da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSCR) de 1973 para lançar intervenções militares além do escopo original do seu mandato. A intervenção levou a mais caos, que combinado com a mudança de regime custou à China US$ 20 bilhões de seus investimentos na Líbia. Desde então, a China tem sido particularmente cautelosa ao concordar com qualquer resolução do Conselho de Segurança da ONU que autorize uma intervenção militar. Isso é parte da razão fundamental pela qual a China lançou três vetos de projetos de resolução do Conselho de Segurança para autorizar a intervenção militar na Síria.

O exemplo da China "pegando carona" mais citado é a guerra no Afeganistão. Muitos vêem a China, como uma grande superpotência, não carregando seu peso e desfrutando injustamente dos benefícios da segurança contra o terrorismo, enquanto os EUA e outros países continuam lutando contra o Talibã no Afeganistão. No entanto, a visão da China é que a guerra no Afeganistão dificilmente foi motivada pela intenção dos EUA de protegerem a China e outros países da região. Em vez disso, Pequim vê a guerra dos EUA no Afeganistão como um avanço da influência geoestratégica americana - uma que criou grande instabilidade no Afeganistão e na região do sul da Ásia. Além disso, Pequim argumenta que os pontos fortes da China no Afeganistão estão na reconstrução pós-conflito em áreas como desenvolvimento de infraestrutura e investimento econômico. E esse papel da China foi reconhecido e bem-vindo pelos Estados Unidos.

Soldado malinense fala com legionários do 2e REP em Ménaka, no Mali, em 2019.

A resposta morna da China à intervenção francesa no Mali também se origina de sua preocupação com um possível abuso do mandato da ONU, como o que aconteceu na Líbia. Na visão de Pequim, qualquer intervenção internacional legítima deve ser baseada em um mandato da ONU. No caso do Mali, embora a França tenha obtido o apoio dos membros do Conselho de Segurança da ONU para a intervenção, sua missão é invariavelmente diferente da Missão de Suporte Internacional liderada por africanos no Mali (International Support Mission in Mali, AFISMA), estipulada pela UNSCR 2085 com a qual a China concordou. De fato, a China espera que a França se retire em breve e entregue a responsabilidade militar à missão liderada pelos africanos.

Outros analistas chineses atribuíram ainda a intervenção da França ao desejo de Hollande de impulsionar sua imagem e popularidade em casa, devido ao fracasso de suas políticas econômicas domésticas.

A China vê a motivação da França para intervir no Mali como dificilmente altruísta. Li Zhibiao, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, destaca uma suspeita de que a França esteja explorando o papel cada vez menor de Washington na África para expandir sua própria influência. Outros analistas chineses atribuíram ainda a intervenção da França ao desejo de Hollande de aumentar sua imagem e popularidade em casa, devido ao fracasso de suas políticas econômicas domésticas. Além disso, a China também vê dois pesos e duas medidas na decisão da França de enviar tropas, uma vez que desconsiderou um pedido semelhante de assistência militar da República Centro-Africana. Como argumenta um famoso analista da África, "a ação da França na África é motivada por seus próprios interesses e preferências" e, portanto, não é tão gloriosa quanto parece.


A China não está particularmente otimista com o resultado da intervenção francesa no Mali. Muitos legisladores e analistas chineses acreditam que o Mali se tornará o "Afeganistão" da França, arrastando a França para um conflito prolongado. Igualmente preocupante é a possível retaliação dos jihadistas contra a França e outros países vizinhos, manifestada na crise dos reféns na Argélia, onde militantes ligados à Al Qaeda sequestraram quase 200 reféns para exigir a suspensão dos ataques franceses e a libertação de militantes. Embora a crise dos reféns tenha sido resolvida, o medo de futuros ataques cresce drasticamente.

O que mais preocupa a China com a intervenção francesa no Mali é que ela pode "fornecer um precedente para a legitimação do 'neo-intervencionismo' na África". He Wenping, um dos principais especialistas chineses em África, ressalta que, embora a França apóie a bandeira de “combater o terrorismo” na sua decisão de intervir no Mali, nem todos os grupos locais de oposição no Mali são realmente terroristas. A China vê isso como particularmente alarmante porque legitima o “combate ao terrorismo” como justificativa para a intervenção estrangeira em uma guerra civil de um país soberano. Para Pequim, o precedente é um desafio perigoso ao seu princípio de não interferência, a base da política externa da China.

Nota do Tradutor: O título original é "Como a China vê a intervenção da França no Mali: Uma análise". 

Yun Sun é um membro sênior e codiretora do Programa do Leste Asiático e diretora do Programa da China no Stimson Center. Sua experiência é em política externa chinesa, relações EUA-China e relações da China com países vizinhos e regimes autoritários.

Post script: As missões de paz da ONU dos chineses


Como fica evidente no texto, a China errou de forma grosseira em sua análise da intervenção francesa. Não apenas isso, a França conseguiu iniciar uma missão da ONU no Mali, afastando a idéia de "invasão neo-colonialista".

Para não perder influência, a China integrou a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (Mission multidimensionnelle intégrée des Nations unies pour la stabilisation au Mali, MINUSMA); a primeira vez que forças de combate chinesas foram destacadas como parte integrante de uma missão da ONU.