segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

NORTHROP GRUMMAN RQ-4 GLOBAL HAWK - Um persistente espião sem tripulação.


Northrop Grumman RQ-4 Global Hawk
FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 629 km/h.
Velocidade de cruzeiro: 574 km/h.
Teto de serviço: 18300 m.
Alcance: 22780 km.
Motor: Um turbofan Rolls-Royce AE 3007H com 3800 kgf de empuxo.
Comprimento: 14,5 m.
Envergadura: 39,8 m.
Altura: 4,7 m.
Peso: 6781 Kg (vazio).

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) tem na missão de coleta de inteligência (espionagem, falando a grosso modo) uma de suas principais missões. É através de uma ampla capacidade de coleta de informações e dados de inteligência que o departamento de defesa poderá, junto com os comandantes das suas forças armadas, decidir estratégias para garantir uma maior segurança dos interesses dos Estados Unidos e de seus aliados.
Algumas aeronaves extraordinárias que marcaram a história da indústria aeroespacial norte americana e de sua força aérea são justamente projetos desenvolvidos especificamente para essa missão, a exemplo do Lockheed U-2, ainda em operação e o avião mais rápido da história (ainda com seu recorde de velocidade de mach 3,2 - cerca de 3500 km/h) o Lockheed SR-71 Blackbird, já aposentado.
O icônico Lockheed U-2 Dragon Lady, um projeto da década de 50 do século passado, ainda em serviço é um dos aviões que entraram para a história da engenharia aeroespacial norte americana.
Com a aposentadoria do Blackbird no final da década de 90 do século passado, o U-2 passou a ser o principal avião de reconhecimento e espionagem a serviço da USAF, junto com satélites espiões, cujas capacidades aprimoradas trouxeram muitas melhorias para esse tipo de equipamento. Ainda assim, havia necessidade de um novo avião que executasse as missões de inteligência, reconhecimento e vigilância (ISR), de preferencia de forma segura como o Blackbird executava suas missões (devido a alta velocidade ele era, praticamente, impossível de interceptar, situação que mudou com o desenvolvimento de mísseis como o S300 pela União Soviética). A tecnologia de aeronaves remotamente pilotadas ou sem piloto estava delineando o futuro de curto prazo e se tornou claro que o caminho a se seguir era o de uma aeronave sem tripulantes para a missão ISR.
Já aposentado, a aeronave de reconhecimento e espionagem Lockheed SR-71 Blackbird ainda é o detentor do recorde de velocidade máxima de uma aeronave que esteve em operação batendo nos 3500 km/h em alta altitude. 
A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) iniciou em 1995, o programa HAE UAV ACTD (High-Altitude Endurance Unmanned Aerial Vehicle Advanced Concept Technology Demonstration) ou Demonstrador de Tecnologia Conceitual de Veículo Aéreo Avançado de Alta Altitude e Resistencia) sendo que a Northrop Grumman apresentou o seu modelo RQ-4 Global Hawk para esse programa. O primeiro voo de Global Halwk se deu no ano de 1998, iniciando a bateria de testes de desenvolvimento que esse projeto passou. 
Com o advento dos ataques de 11 de setembro de 2001 contra alvos nos Estados Unidos continental perpetrados por terroristas do Al-Qaeda sob comando do saudita Osama Bin Laden, a urgência de uma resposta que estivesse à altura desses ataques forçou a USAF a enviar para o teatro de operações do Oriente Médio protótipos do Global Hawk ainda em desenvolvimento para poder executar as fundamentais coletas de dados de inteligência para permitir identificar alvos para as forças armadas norte americanas.
O primeiro voo do protótipo RQ-4 Global Hawk se deu na base de Edwards, no Estado da California, famosa por ser o palco de testes de novas aeronaves e tecnologias.
O Global Hawk é propulsado por um turbofan Rolls-Royce AE 3007H que fornece 3800 kgf de empuxo que é posicionado na parte de cima da fuselagem, oque, permite ocultar ou dificultar bastante que a visibilidade que um radar em terra poderia ter da entrada de ar do motor. Embora o modelo não seja uma aeronave "stealth", esse detalhe de desenho permite reduzir sua assinatura frente à radares posicionados no solo. Suas asas, extremamente longas, permitem a aeronave voar em altitudes maiores que 18000 metros (60000 pés) o que é mais alto do que a maioria dos aviões em uso atualmente conseguem. Ainda, por ser uma aeronave a reação, sua velocidade máxima supera os 600 km/h, o que representa um salto frente a outras aeronaves sem piloto movidas por motores turbo propulsor. Mas o que mais é "superlativo" dentro do aspecto de desempenho de voo deste moderno UAV é sua autonomia. São mais de 34 horas de funcionamento ininterrupto, capaz de um alcance de mais de 22 mil km. Essa capacidade justifica haver escalas de pilotos que operam remotamente a aeronave para que não sobrecarregue nenhum operador.
Propulsado por um motor turbofan Rolls-Royce AE 3007H, o Global Hawk é "grandinho" quando comparado com outros UAVs como o Reaper, já descrito aqui no WARFARE Blog.
A suíte de sensores é composta por um radar de abertura sintética (SAR) que faz a vigilância do solo podendo, dentro de 24 horas de operação sobre a área alvo, coletar dados de 40 mil milhas náuticas de terreno. Um sensor eletro-óptico opera em onda visível  de 0,4 a 0,8 mícron e na faixa infravermelha de 3,6 a 5 mícron. Os dados coletados pelos sensores são enviados para uma estação de terra desenvolvido pela Raytheon que integra todas as informações e as reenvia para os comandantes em campo.
As comunicações são feitas por links de dados via satélite de banda ku e por links de linha de visada (de menor alcance) em banda X e por links Satcom.
O Global Hawk está equipado com um sistema de contramedida eletrônica AN/ALE-50. este sistema lança uma isca rebocável que emite sinais que atraem mísseis guiados a radar, despistando de seu alvo (o Global Hawk) fazendo o míssil errar o alvo. O sistema é eficiente e foi bastante empregado em condição de combate real. 
O Global Hawk possui um radar de abertura sintética SAR para vigilância e busca de alvos de superfície.
Atualmente O Global Hawk é empregado pelos Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e pela OTAN (de forma compartilhada entre nações europeias da aliança. Embora seja uma aeronave relativamente nova, a Força Aérea dos Estados Unidos planeja aposentar suas aeronaves até 2030. No entanto não foi informado qual seria a aeronave ou projeto que substituirá o Global Hawk em suas importantes missões ISR, o que dá para se conjecturar que deve haver algum programa classificado para esse objetivo em andamento.
Além dos Estados Unidos, A OTAN adquiriu 5 unidades do Global Hawk através de uma aquisição compartilhada por alguns membros da aliança. A Coreia do Sul e o Japão são outros usuários.







segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

FOTO: Soldados americanos capturados na Batalha do Bulge

Soldados americanos são feitos prisioneiros por membros do Kampfgruppe Peiper em Stoumont durante a Batalha do Bulge, 19 de dezembro de 1944.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 19 de dezembro de 2022.

Soldados americanos do 119º Regimento de Infantaria são feitos prisioneiros por membros do Kampfgruppe Peiper em Stoumont durante a Batalha do Bulge, na Bélgica, em 19 de dezembro de 1944.

O soldado Waffen-SS à esquerda é o Sturmbannführer Josef Diefenthal. Ele e o Kampfgruppe Peiper executaram o massacre de Malmedy dois dias antes, em 17 de dezembro.

O ataque surpresa alemão pegou os americanos completamente de surpresa e os vários prisioneiros foram filmados e fotografados extensivamente pela propaganda alemã. Filas intermináveis de soldados americanos sendo conduzidos para campos de prisioneiros foram apresentadas ao povo alemã pela propaganda de Goebbels. Foi a maior rendição de tropas americanas da guerra na Europa Ocidental.

Prisioneiros de guerra americanos em 22 de dezembro de 1944.

Bibliografia recomendada:

A Batalha das Ardenas:
A cartada final de Hitler,
Sir Antony Beevor.

Leitura recomendada:

Presidente Biden pede proibição de "armas de assalto" em vigília da "violência armada" enquanto liberta traficante de armas internacional que vendeu para Al-Qaeda e Taliban


Por Dan Zimmerman, The Truth About Guns, 8 de dezembro de 2022.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 16 de dezembro de 2022.

A definição de chutzpah é assassinar seus pais e depois se colocar à mercê do tribunal porque você é órfão. Hoje, o presidente Joe Biden pode ter acabado de estabelecer uma nova definição padrão para "hipocrisia".

Biden participou de algo chamado Vigília Nacional por Todas as Vítimas de Violência Armada ontem à noite (07/12) na Igreja Episcopal de São Marcos em Washington, DC. É um evento anual organizado pelo Newtown Action Alliance Fund, uma operação de defesa do controle de armas. Seja qual for seu propósito ostensivo, a vigília foi projetada para pressionar os legisladores a limitar ainda mais os direitos da Segunda Emenda dos americanos por meio da aprovação de leis de controle de armas mais restritivas.

O presidente Joe Biden pede outra proibição de "armas de assalto" na 10ª Vigília Nacional Anual para Todas as Vítimas de Violência Armada.
(Foto AP/Susan Walsh)

Biden se tornou o primeiro presidente a comparecer à vigília e, naturalmente, aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, pedir mais uma proibição de “armas de assalto” e um limite na capacidade dos carregadores usando todas as habilidades retóricas, precisão e domínio dos fatos pelas quais ele se tornou tão conhecido.

"Mesmo enquanto nosso trabalho continua para limitar o número de balas que podem estar em um cartucho, o tipo de arma que pode ser comprada e vendida, a tentativa de banir as armas de assalto – toda uma gama de coisas que são apenas senso comum. Apenas bom senso simples.

Mas, você sabe, nós fizemos isso antes. Você pode se lembrar. Nos anos 90, fizemos isso com a ajuda das próprias pessoas daqui, lideradas pelo presidente da Câmara Pelosi e muitos outros. E nós fizemos isso. E adivinha? Funcionou. A redução do número de assassinatos em massa violentos foi significativa. A vida de muita gente foi salva.

Você sabe - e podemos fazer isso de novo."

A presença de Biden trouxe elogios de todos os suspeitos de sempre.

Outra coisa realmente incrível é a incrível coincidência do The Washington Post publicar uma hagiografia de banho de língua do fantoche de meia favorito de Michael Bloomberg, Shannon Watts, esta manhã. Quais são as hipóteses disso?

Mas vamos voltar à nossa história. Hoje, a Casa Branca foi manchete, anunciando outra Grande Vitória™ para o governo. Eles chegaram a um acordo com os gângsteres que comandam a Rússia para libertar a jogadora da WNBA Brittney Griner. Griner, se você não está prestando atenção, foi condenada a nove anos de prisão por porte de drogas depois que ela “inadvertidamente” trouxe cartuchos de maconha com ela em uma viagem a Moscou em fevereiro.

O governo Biden prometeu “trabalhar incansavelmente” para tirá-la de lá. O que isso significa na prática é que eles pediram a ajuda da Arábia Saudita para intermediar um acordo para soltar a estrela do basquete.

Esta, é claro, é a mesma Arábia Saudita que Biden prometeu tornar um pária internacional durante sua campanha de 2020.

Do Daily Mail...

"O acordo foi negociado com Vladimir Putin, responsável pelo genocídio na Ucrânia – e com a ajuda do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, apenas 48 horas depois que os EUA retiraram um processo que o responsabilizava pelo assassinato do jornalista dissidente saudita Jamal Khashoggi."

Mais uma vez, apenas outra coincidência incrível.

Do que Biden abriu mão para libertar Griner? Ele concordou em libertar alguém chamado Viktor Bout, um dos piores humanos do mundo. Bout é (era) um traficante de armas russo apelidado de “mercador da morte”, que vendia armas para maus atores em todo o mundo, principalmente na África, bem como para o Talibã e a Al-Qaeda.

Segundo a AP...

"Bout cumpria uma sentença de 25 anos sob a acusação de conspirar para vender dezenas de milhões de dólares em armas que as autoridades americanas disseram que seriam usadas contra americanos. Biden emitiu uma concessão executiva de clemência para libertar o traficante de armas de uma prisão federal em Illinois para efetuar a troca de prisioneiros."

Enquanto isso, outro americano, Paul Whalen, um ex-fuzileiro naval, ainda está apodrecendo em uma colônia penal russa sob a acusação de espionagem. Seu caso aparentemente não era tão prioritário para a Casa Branca de Biden quanto libertar um proeminente jogador de basquete.

O presidente Joe Biden abraça a sobrevivente de Sandy Hook, Jackie Hegarty, antes de falar durante um evento em Washington, quarta-feira, 7 de dezembro de 2022, com sobreviventes e famílias impactadas pela violência armada para a 10ª Vigília Nacional Anual para Todas as Vítimas de Violência Armada.
(Foto AP/Susan Walsh)

Então, vamos resumir, certo? O presidente fez uma demonstração de sua presença em uma vigília de “violência armada” na noite passada, encharcada de política. Ele demonstrou ostensivamente a simpatia, o cuidado e a preocupação que sente pelos sobreviventes da violência armada, enquanto usava o evento para pedir, mais uma vez, a proibição de algumas das armas de fogo de propriedade civil mais populares do país. Ele deseja muito proibir mais uma vez uma classe de armas que são usadas em uma pequena fração dos crimes cometidos neste país, apesar do fato de que a mesma proibição trinta anos atrás foi um fracasso total.

No entanto, enquanto Biden fazia seus comentários ontem à noite, demonizando armas de propriedade legal e citando as escrituras sobre a luz não ser superada pela escuridão, ele estava - naquele exato momento - libertando um traficante internacional de armas cujas atividades ajudaram a matar centenas de milhares de pessoas… americanos incluídos.

Dadas as armas que Bout vendeu para a Al-Qaeda e o Talibã, é bastante razoável supor que as armas que ele traficou para nossos inimigos mataram mais americanos do que todos os fuzis AR-15 e AK de propriedade legal na América.

Lembremos também que Biden moveu o céu e a terra para libertar uma mulher condenada por posse de maconha, enquanto sua própria Agência de Repressão às Drogas continua a listá-la como uma substância proibida da Tabela I, que pode e foi usada para tirar os direitos de armas dos americanos se eles entrarem em conflito com a lei aqui.

A futura ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi e o senador "Da Nang" Dick Blumenthal na 10ª Vigília Nacional Anual para Todas as Vítimas de Violência Armada.
(Foto AP/Susan Walsh)

O negócio da política e dos políticos - seja qual for o partido deles - é beijar bebês, deitar no toco da campanha e mijar na perna do público enquanto afirmam que está chovendo e depois prometem fazer algo sobre o clima por meio de legislação. Provavelmente existem instâncias mais abertamente cínicas e hipócritas de autoridades eleitas fazendo o que fazem, mas é difícil pensar em um que se aproxime do exemplo indutor de mordaça de Biden.


Leitura recomendada:

Biden tira o grupo terrorista marxista FARC da lista de terroristas e abre caminho para o Castrochavismo na Colômbia3 de julho de 2022.

domingo, 18 de dezembro de 2022

ARMSEL STRIKER PROTECTA. A pulverizadora em calibre 12!


Protecta 12
FICHA TÉCNICA
Tipo: Espingarda de combate.
Miras: Miras de aço fixas e possibilidade de emprego de miras red dot ou holográficas.
Peso: 4,2 Kg (com carregador vazio).
Sistema de operação: Dupla ação (Protecta) com carregador rotativo em tambor tipo "revolver".
Calibre: 12.
Comprimento Total: 79,2 cm (com coronha estendida).
Comprimento do Cano: 12 polegadas (Existe versões com canos de 18,5- 14 e 7,5 polegadas) .
Capacidade: 12 Cartuchos.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior.
Mais uma vez eu trago para as paginas do WARFARE Blog uma espingarda em calibre 12 que pode ser considerada exótica quando comparada com as inúmeras espingardas de repetição por ação de bomba (pump action) ou semiautomáticas com carregador em tubo. A enfocada deste artigo é a Striker (nome original do armamento) que foi projetado em 1980, por um cidadão do Zimbábue de nome Hilton Walker e que, emigrou para a África do Sul, onde terminou de desenvolver e produziu esta espingarda de combate. A ideia foi a de fabricar uma espingarda de capacidade maior que os tradicionais 6 ou 7 tiros das espingardas comuns e permitir, ainda, um funcionamento de disparo rápido. Assim, a Striker recebeu um tambor com 12 câmaras rotativas acionada por uma ação de mola como um relógio de corda, O resultado foi uma espingarda que dispara rapidamente, porém, sua recarga é extremamente demorada pois nos primeiros exemplares da Striker, cada câmara usada deveria ter o cartucho deflagrado removido com uma haste, um a um.
Isso demonstrou ser um problema sério para um operador em combate, situação onde o tempo é muito valioso.
Inicialmente, a Striker usava um tambor com uma mola de torção como um relógio que movimentava 12 câmaras dentro do tambor. A recarga deste sistema exigia que cada câmara fosse esvaziada individualmente após 12 disparos. Essa característica se mostrou problemática pela lentidão em recarregar.
Após alguns anos, já no final da década de 80, Hilton inseriu alguns aperfeiçoamentos em seu projeto substituindo o sistema de mola no tambor por um sistema de funcionamento manual, operado por um gatilho que funciona em dupla ação somente (DAO). Além disso, inseriu um sistema de extração de cartuchos semiautomático que ajuda a reduzir o tempo de recarga. É interessante notar que esse sistema permite extrair, automaticamente 11 de 12 cartuchos de forma que o ultimo cartucho disparado precisa ser extraído manualmente com ajuda de uma vareta extratora junto ao cano. Essa versão modernizada passou a ser chamada de "Protecta" no mercado de armas e ainda é fabricada pela Reutech Defense Industries da África do Sul.
Com os aperfeiçoamentos que foram incorporados ao projeto da Striker, gerando a Protecta, essa espingarda melhorou muito em relação a sua recarga e confiabilidade.
A Protecta possui uma coronha que pode ser dobrada para cima, sendo uma peça bastante rustica, como a arma toda, de uma forma geral. Existem 4 comprimentos de canos para essa espingarda: 7,5 polegadas (versão mais compacta), 12 pol (versão padrão), 14 pol e a maior com 18,5 pol.
A recarga da espingarda se dá por uma abertura na parte de trás do tambor no lado direito e é feito através de um botão na parte de trás, superior, da espingarda que permite girar cada câmara para expô-la na abertura do lado direito. Embora não seja um sistema muito pratico, ainda é melhor do que as primeiras Striker. 
As espingardas Protecta possuem um sistema de miras de ferro, porém pode ser instalado na parte superior, miras reflex e red dot.
Na lateral direita, logo acima da empunhadura pode ser ver a canaleta para facilitar a ejeção e o carregamento da Protecta.
No aquecido mercado norte americano de armas de fogo, a Striker não pode ser adquirida de forma normal como uma pistola ou um fuzil. Lá, a Striker tem uma classificação de "dispositivo destrutivo", exigindo uma licença especial para poder adquirir ela. Inclusive, nesse mercado, uma empresa chamada Sentinel, produziu sob licença essas espingardas, mas mantendo o nome Striker 12.
Embora a Striker tenha sido uma solução para entregar uma espingarda com maior poder de fogo por sua agilidade de disparo e com muito maior capacidade, ainda sim, as modernas espingardas semiautomáticas como os modelos da Beretta, Benelli ou da russa Saiga 12, tem um funcionamento mais rápido e que caiu no gosto dos operadores policiais e militares de muitos países não deixando muita margem para a Striker no mercado de armas de fogo táticas. 
O uso de um tambor para munição remete a clássica submetralhadora Thopson em calibre 45 ACP.

 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Bala de funda grega do período hasmoneu encontrada em Yavne revela caso de guerra psicológica antiga


Por Ofer Aderet, Haaretz, 8 de dezembro de 2022.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 12 de dezembro de 2012.

A bala foi inscrita com o slogan "Vitória de Hércules e Hauronas", mostrando que brasonar a munição com palavras ameaçadoras não é uma prática unicamente moderna. Os arqueólogos dizem que "não é impossível" que tenha sido usado no conflito entre os gregos e os hasmoneus.

A palavra vitória (nikh, niquê) na antiga bala escavada em Yavne.
(Dafna Gazit/Autoridade de Antiguidades de Israel)

A Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) revelou na quinta-feira (08/12) uma bala de chumbo do período helenístico, com uma inscrição grega prometendo vitória na batalha.

A bala de 2.200 anos tem 4,4 centímetros de comprimento. Foi escavada em Yavne e contém a inscrição “Vitória de Héracles e Hauronas”, demonstrando que a prática de munição brasonada contendo slogans e ameaças destinadas a um inimigo não é uma prática exclusivamente moderna.

“Não é impossível que a bala esteja relacionada ao conflito entre os gregos e os asmoneus”, disseram Pablo Betzer e o Dr. Daniel Varga, diretores da escavação em nome da Autoridade de Antiguidades de Israel, em comunicado.

Betzer disse que balas como essas “fornecem evidências concretas de que uma grande batalha ocorreu aqui durante esse período”. Yavne era um aliado dos gregos na época da rebelião hasmoneana no segundo século aC contra o domínio do Império Selêucida governado por Antíoco IV Epifânio e, portanto, um alvo natural para os rebeldes judeus.

O local em Yavne onde a bala foi encontrada.
(Asaf Peretz/Autoridade de Antiguidades de Israel)

A bala deveria ser lançada de uma espécie de estilingue. Foi descoberta no ano passado durante escavações conduzidas pelo IAA em Yavne, que na época greco-romana era conhecida como Jamnia. O uso do nome Héracles (em romano Hércules), filho de Zeus, implica que a inscrição pretendia ser uma mensagem de vitória. Hauronas – que no Oriente Médio era chamado de Horon ou Hauron, e entre outras coisas, é a origem do nome do assentamento de Beit Horon na Cisjordânia – é um deus cananeu.

Hauronas pode ser uma fonte de dano ou benefício, então invocar seu nome poderia ter sido usado para causar ou prevenir danos. Entre outras coisas, foram encontradas inscrições convidando-o a esmagar as cabeças dos inimigos do rei. Ele também está associado à proteção contra picadas de cobra e acredita-se que tenha poderes mágicos.

“O par de deuses Hauronas e Héracles foram considerados os patronos divinos de Yavne durante o período helenístico”, diz a professora Yulia Ustinova, da Universidade Ben-Gurion do Negev, que decifrou a inscrição. “O anúncio da vitória iminente de Héracles e Hauronas não foi um chamado dirigido às divindades, mas uma ameaça dirigida aos adversários.” Ela o chamou de "um achado extremamente raro".

A inscrição em uma bala de estilingue é a primeira evidência arqueológica encontrada no local em Yavne dos dois guardiões da cidade, disse ela, acrescentando que até agora, o par era conhecido apenas por uma inscrição encontrada na ilha grega de Delos.

Os nomes de duas divindades inscritos em uma antiga bala grega encontrada em Yavne.
(Dafna Gazit/Autoridade de Antiguidades de Israel)

“Balas de funda de chumbo são conhecidas no mundo antigo a partir do século V aC, mas em Israel poucas balas de funda individuais foram encontradas contendo inscrições. As inscrições transmitem um grito de guerra unificador para os guerreiros com o objetivo de levantar seus ânimos, assustar o inimigo, ou uma chamada destinada a energizar magicamente a própria bala de estilingue”, disse Ustinova.

Em Israel, foram encontradas balas com inscrições do século II aC em Tel Tanninim, perto de Cesaréia, e em Dor, perto de Zichron Yaakov. A bala de Dor contém a inscrição “vitória de Trifão”, uma referência a um governante selêucida.

A escavação arqueológica em Yavne, onde a bala foi escavada.
(Emil Aljem/Autoridade de Antiguidades de Israel)

O costume de inscrever mensagens ou slogans nas munições sobreviveu até hoje. Durante a Segunda Guerra Mundial, as tropas americanas pintaram “Feliz feriado, Hitler” em bombas lançadas sobre alvos alemães na época da Páscoa. Em 2001, após o ataque ao World Trade Center, as tropas americanas colocaram mensagens em bombas destinadas a Osama Bin Laden. Em 2015, apareceram nas redes sociais imagens de bombas que soldados franceses dispararam contra alvos do Estado Islâmico na Síria com a inscrição “De Paris com amor”. Um ano depois, Israel recebeu uma mensagem desse tipo quando Teerã lançou mísseis balísticos com a inscrição “Israel deve ser destruído” escrita em hebraico. “Só podemos imaginar o que aquele guerreiro que segurava a bala de estilingue há 2.200 anos pensou e sentiu, enquanto se apegava à esperança da salvação divina”, disse Eli Escusido, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel.

A história completa da bala de funda será apresentada na próxima terça-feira (13/12) em um seminário sobre “Yavne e seus segredos”, a ser realizado no Yavne Culture Hall e aberto ao público gratuitamente.

"A cobra está fumando...".
(Colorização de Marina Amaral)

Bibliografia recomendada:

Hercules,
série Myths and Legends,
Fred van Lente.

Leitura recomendada:

sábado, 10 de dezembro de 2022

FOTO: Forças Especiais do novo emirado afegão

Forças Especiais do Ministério do Interior do Emirado Islâmico do Afeganistão, 2022.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 10 de dezembro de 2022.

Sob um céu incrivelmente limpo e estrelado, forças especiais afegãs portando equipamentos abandonados pelos americanos posam em grupo em algum lugar do Afeganistão em 2022. O símbolo no canto superior esquerdo identifica os operadores especiais como pertencentes ao Comando-Geral de Unidades Especiais da Polícia (General Command of Police Special Units, GCPSU), responsável pelas forças especiais policiais provinciais e nacionais.

A ironia da foto é que o GCPSU foi criado especificamente para combater a insurgência talibã. Já em fevereiro de 2022, o Talibã, vitorioso na guerra de duas décadas, anunciou que formaria um "grande exército" afegão reutilizando militares do antigo regime. Com a queda da República Islâmica do Afeganistão como um castelo de cartas, o Talibã herdou vastos estoques de equipamentos avaliados em mais de 7 bilhões de dólares quando tomou Cabul e proclamou o Emirado Islâmico do Afeganistão em 15 de agosto de 2021. Segundo o Talibã, eles tomaram posse de mais de 300.000 armas leves, 26.000 armas pesadas e cerca de 61.000 veículos militares. Mais importante que o material, é a mão-de-obra que está sendo incorporada de modo a preservar a estrutura das forças de segurança; como mostrado pela própria manutenção do comando-geral em questão.

O então Comandante do GCPSU afegão, Brigadeiro General Mir Ahmad "Azimi", em um palanque com o símbolo original do GCPSU, 26 de abril de 2019.

Insígnia atual do GCPSU,
com a cor branca da bandeira do Emirado Islâmico do Afeganistão.

O novo emirado afegão vem mostrando seu poderoso arsenal em vídeos publicados na internet, geralmente no Twitter, como uma demonstração de força. O desfile de um ano da vitória islâmica sobre a Coalização foi publicado na íntegra na internet, em setembro desse ano. Em um vídeo publicado ontem, 9 de dezembro, um comando do GCPSU totalmente equipado, armado com um antigo fuzil AKM, e uma bandeira branco do emirado, é entrevistado por uma repórter usando véu. O título do vídeo no Twitter é "
Uma mensagem de uma das forças de inteligência dos Emirados Islâmicos do Afeganistão para os hipócritas".

Leitura recomendada:

O Fiat-Ansaldo CV-35 no desfile da vitória do Talibã8 de setembro de 2022.

A primeira mulher piloto do Afeganistão agora está lutando para voar pelas forças armadas dos EUA, 6 de julho de 2022.

O Grupo Mercenário Wagner está recrutando comandos afegãos treinados pelos EUA para lutar na Ucrânia, diz seu ex-general3 de novembro de 2022.

Como e por que o Exército Afegão caiu tão rapidamente para o Talibã?17 de setembro de 2022.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

FOTO: Cerimônia de Sainte-Geneviève com o GIGN


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 6 dezembro de 2022.

Esta manhã, dia 6 de dezembro de 2002, ocorreu a cerimônia de Sainte-Geneviève, a padroeira dos gendarmes franceses. Esta celebração não acontecia desde 2019 por conta da pandemia. A foto foi tirada por Stéphane Bommert (@StephaneBommert).

Geneviève, nascida em Nanterre por volta de 420 e falecida em Paris entre 502 e 512, é uma santa francesa, padroeira da cidade de Paris, da diocese de Nanterre e dos gendarmes. A forma do latim Genovefa também é usada e deu o nome de “génovéfain” (religioso).


Os gendarmes na foto são os famosos "supergendarmes' do Grupo de Intervenção da Gendarmaria Nacional (Groupe d'intervention de la Gendarmerie nationale), o GIGN. Por seu caráter de forças especiais, os comandos estão cobrindo o rosto. Eles estão armados com fuzis FAMAS com baioneta, e usam suas condecorações e brevês. O militar em primeiro plano tem o brevê de sniper, com o fuzil FR F2 e um alvo sobrepostos.

Brevet tireur d'élite.

Bibliografia recomendada:

GIGN:
40 ans d'actions extraordinaires,
Roland Môntins.

GIGN:
Nous étions les premiers,
Christian Prouteau e Jean-Luc Riva.

Leitura recomendada: