segunda-feira, 9 de novembro de 2020

FOTO: Prisioneiros americanos no rio Yalu

 

Soldado chinês do "Exército Popular de Voluntários" escoltando prisioneiros americanos após a campanha do rio Yalu, dezembro de 1950.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 9 de novembro de 2020.

Pyongyang, capital da Coréia do Norte, foi capturada pelas forças da ONU em 19 de outubro de 1950. No mesmo dia, o Exército Popular de Voluntários (PVA) cruzou formalmente o rio Yalu (rio Amarelo) sob estrito sigilo.

O ataque inicial chinês começou em 25 de outubro de 1950, sob o comando de Peng Dehuai com 270.000 soldados do PVA. O ataque pegou as tropas da ONU de surpresa e, com grande habilidade e notável capacidade de camuflagem, escondeu sua força numérica antes e após o primeiro confronto com a ONU. Após esses combates iniciais, os chineses retiraram-se para as montanhas. As forças da ONU interpretaram esta retirada como uma demonstração de fraqueza, raciocinando que esse ataque inicial era tudo o que as forças chinesas eram capazes de empreender.

Em 25 de novembro de 1950, na Segunda Fase Ofensiva (ou campanha), o PVA atacou novamente ao longo de toda a frente coreana. No oeste, na Batalha do Rio Ch'ongch'on, o PVA ultrapassou várias divisões da ONU e desferiu um golpe extremamente pesado no flanco das forças restantes da ONU, dizimando a 2ª Divisão de Infantaria no processo. A retirada resultante da ONU da Coréia do Norte foi a mais longa retirada de uma unidade americana na história. No leste, na Batalha do Reservatório de Chosin, a Força-Tarefa Faith - uma unidade de 3.000 homens da 7ª Divisão de Infantaria - foi cercada pelas 80ª e 81ª Divisões do PVA. A Força-Tarefa Faith conseguiu infligir pesadas baixas às divisões chinesas, mas no final foi destruída com 2.000 homens mortos ou capturados, e perdendo todos os veículos e a maioria dos outros equipamentos. A destruição da Força-Tarefa Faith foi considerada pelo PVA como seu maior sucesso em toda a Guerra da Coréia.

A 1ª Divisão de Fuzileiros Navais se saiu melhor; embora cercados e forçados a recuar, eles infligiram pesadas baixas ao PVA, que cometeu seis divisões tentando destruir os fuzileiros navais americanos. Embora o PVA tenha sido capaz de recapturar grande parte da Coréia do Norte durante a Campanha da Segunda Fase, 40% do PVA se tornou "combat ineffective" (incapacitado para combate) - uma perda da qual eles não puderam se recuperar até o início da Ofensiva de Primavera chinesa, em abril de 1951.

As forças da ONU no nordeste da Coréia se retiraram para formar um perímetro defensivo em torno da cidade portuária de Hungnam, onde uma evacuação foi realizada no final de dezembro de 1950. Aproximadamente 100.000 militares e material da ONU, além de outros 100.000 civis norte-coreanos, foram evacuados em uma variedade de navios mercantes e de transporte militar. Durante o desesperado recuo, o comandante do Oitavo Exército americano, General Walton Walker, morreu em um acidente de jipe em 23 de dezembro de 1950. Ele foi substituído pelo Tenente General Matthew Ridgway, que liderou tropas aerotransportadas na Segunda Guerra Mundial.

As forças do PVA usaram ataques rápidos nos flancos e na retaguarda, além da infiltração atrás das linhas da ONU para dar a aparência de vastas hordas. Isso, é claro, foi aumentado pela tática chinesa de maximizar suas forças para o ataque, garantindo uma grande superioridade numérica local sobre seu oponente. As vitórias iniciais do PVA foram um grande estímulo para o moral do PVA e a primeira vitória chinesa sobre o Ocidente nos tempos modernos desde o Cerco do Forte Zeelandia (1661-1662).

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Bibliografia recomendada:

A Guerra da Coréia: Nem Vencedores, Nem Vencidos.
Stanley Sandler.

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