Mostrando postagens com marcador Exército Russo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Exército Russo. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 20 de março de 2020

FOTO: Grupo Alfa no Afeganistão

Comandos do Grupo Alfa da KGB no Afeganistão com capacetes de titânio suíços PSH-77, anos 80.

Bibliografia recomendada:

Spetsnaz:
The inside story of the Soviet special forces.
Viktor Suvorov.

Leitura recomendada:




FOTO: Spetsnaz no Afeganistão, 1986, 26 de janeiro de 2020.

FOTO: Flâmula no Afeganistão30 de abril de 2020.

FOTO: Hinds afegãos26 de abril de 2020.

FOTO: T-62M no Passo de Salang, 28 de janeiro de 2020.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

FOTO: Conselheiros soviéticos em Angola

"Na 'Estrada da Morte' entre Menongue e Cuito-Cuanavale", legenda original da foto mostrando dois conselheiros militares soviéticos em Angola, 1988.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 24 de fevereiro de 2020.

À esquerda está o tradutor militar Alexander Shishov, ao lado de Davydovsky Anatoly Pavlovich, assessor do chefe do departamento político (comissário político), da 13ª Brigada de Assalto Aerotransportada Separada (13 otdel'naya desantno shturmovaya brigada13 DShbr) de Magdagachi, durante a grande Batalha de Cuito Cuanavale.

Ocorrida entre 14 de agosto de 1987 e 23 de março de 1988, a Batalha de Cuito Cuanavale foi a maior batalha ocorrida na África desde a Segunda Guerra Mundial.

A função dos conselheiros soviéticos era treinar e aconselhar as forças comunistas do MPLA, do treinamento básico, utilização dos equipamentos até o planejamento das operações. Eles estão vestindo o padrão de camuflagem cubano, usado pelos 50 mil cubanos em Angola e pelos soldados angolanos.

Bibliografia recomendada:


LIVRO: Batalha Histórica de Quifangondo, de Serguei Kolomnin30 de setembro de 2020.

FOTO: Conselheiro militar soviético em Cuito Cuanavale
12 de janeiro de 2021

Operação Quartzo - Rodésia 198028 de janeiro de 2020.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Síria: forças americanas bloqueiam comboios russos que se dirigem para os campos de petróleo na zona curda


Por Laurent Lagneau, Zone Militaire OPEX360, 5 de fevereiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 6 de fevereiro de 2020.

Em outubro passado, depois de anunciar a retirada das forças americanas do nordeste da Síria, deixando a Turquia livre para lançar uma ofensiva contra a milícia curda síria [YPG] a fim de estabelecer uma zona de segurança, o presidente Trump havia explicado que pretendia impedir o acesso aos locais de petróleo e gás localizados na zona curda ao Estado Islâmico [EI ou Daesh], mas também às tropas sírias e russas.

As forças americanas manterão o "controle dos campos de petróleo" porque "fornecem uma fonte essencial de financiamento às Forças Democráticas da Síria [FDS, cujo YPG constitui o principal corpo de tropas, nota], o que lhes permite proteger os campos de prisioneiros do EI e de conduzir operações, explicou Mark Esper, o chefe do Pentágono, na época.

Além disso, os Estados Unidos transferiram cerca de 500 soldados nas regiões de Deir ez-Zor e Hassaké, enquanto, ao mesmo tempo, e após um acordo concluído em Sochi por Moscou e Ancara, a fim de pôr um fim à operação turca, as tropas russas tomaram posse das bases abandonadas pela coalizão anti-jihadista [e, portanto, pelas forças americanas] no nordeste da Síria. E isso, a fim de realizar patrulhas conjuntas com seus homólogos turcos nas proximidades da zona de segurança que este acabara de estabelecer com seus auxiliares sírios.

Só que o que tinha que acontecer acabou acontecendo. Assim, foi relatado por jornalistas presentes no local, bem como pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos [OSDH], que as patrulhas russas tentaram, em várias ocasiões, entrar na zona curda, o que forçou as forças americanas a intervirem para impedi-los. Isso às vezes deu origem a tensões.

Em 31 de janeiro, soldados americanos bloquearam uma patrulha russa em direção à fronteira iraquiana. O incidente ocorreu entre as cidades de Tall Tamer e al-Malikiyah [ou Dayrik] na província de Hassaké na rodovia M4, que se tornou uma "linha divisória" entre os dois campos.

Vários incidentes desse tipo, nos quais soldados americanos forçaram as patrulhas russas a voltarem, foram relatados como ocorrendo nos dias anteriores.

O OSDH, que possui uma vasta rede de informantes em campo, a priori documentou um deles. Em 29 de janeiro, as forças americanas teriam bloqueado um comboio russo perto da vila de al-Kharita, no caminho para Hassaké, capital regional. Isso teria dado origem a "altercações verbais".

Três dias antes, o avanço de veículos militares russos no campo de petróleo de Rumeylan [no nordeste de Hassaké] foi supostamente interrompido por uma patrulha americana.

"Soldados americanos interceptam patrulha russa tentando chegar ao campo petrolífero de Rumilan. Parece que o veículo russo bateu no veículo blindado americano."

"Essas ações fazem parte das tentativas norte-americanas de minar o papel da Rússia no nordeste da Síria e de impedir que os russos usem a rodovia M4 na região, exceto quando se dirigem às áreas fronteiriças com a Turquia", afirmou o OSDH.

O último incidente ocorreu em 4 de fevereiro. O mesmo cenário ocorreu nas proximidades da vila de Karki Laki, a leste de Qamichli. Lá, uma patrulha americana interceptou um comboio russo, que tentava alcançar al-Malikiyah novamente.

Paralelamente a esses incidentes, a tensão entre Ancara e Damasco aumentou, enquanto as forças turcas e sírias trocaram tiros mortíferos em 3 de fevereiro na região de Idleb, apesar de seu status de "zona de desescalada".

Parcialmente fora de Damasco, a província abriga várias organizações jihadistas, incluindo Hayat Tahrir Al-Cham [HTS], bem como grupos rebeldes sírios apoiados por Ancara, que instalou 12 "postos de observação" lá.

Há vários meses, as forças do governo sírio, com o apoio da força aérea russa, assumiram várias localidades que até então estavam além de seu controle. Isso criou na Turquia um influxo de refugiados em seu território.

"A Turquia não permitirá que as forças sírias avancem na região de Idleb", alertou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em 4 de fevereiro, antes de afirmar que Ancara levantaria a questão com Moscou "sem raiva".

"Eu disse ao meu homólogo [russo] Sergei Lavrov que o regime está realizando ataques provocativos contra nossos postos de observação em torno de Idleb, que iremos revidar se continuarem e que eles [os russos] devem igualmente parar o regime o mais rápido possível ", disse Mevlüt Cavusoglu, ministro das Relações Exteriores da Turquia, no mesmo dia. "Também não aceitamos a desculpa de que 'não podemos controlar totalmente o regime '", acrescentou.

Neste impasse com Damasco [e Moscou], Ancara pode contar com o apoio de... Washington. “Os Estados Unidos condenam mais uma vez a agressão contínua, injustificável e cruel do povo de Idleb […] Apoiamos nosso aliado da Otan, a Turquia, depois do ataque, que causou a morte de vários funcionários turcos designados para um posto de observação usado para coordenação e remoção da desescalada e apóiam totalmente as reações justificadas de autodefesa da Turquia”, disse Mike Pompeo, chefe da diplomacia americana, via comunicado.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

COMENTÁRIO: Putin como Líder Supremo da Rússia


Por Éder Fonseca, 1º de fevereiro de 2020.

Ao final de seu atual mandato, em 2024, Vladimir Putin terá somado vinte e quatro anos no comando da Rússia, só perdendo para Josef Stálin em quantidade de tempo no liderança deste país.

Hoje, sua popularidade é superior a 50% do eleitorado russo, e isso não segundo alguma pesquisa de confiabilidade duvidosa, mas de pesquisadores ocidentais ligados ao mercado financeiro (Bloomberg).

É muita coisa, sobretudo considerando os 20 anos do mandatário em serviço. Em qualquer país ocidental, por melhor que fosse o seu desempenho, tal resiliência seria inimaginável.


O que explica esse fenômeno aparentemente estranho é o ethos nacional russo, que é o de um império secular personificado na figura de um líder forte, capaz de manter aquela colcha de retalhos étnica coesa.

Os russos sempre estarão à procura de um Czar, e nem a revolução bolchevique foi capaz de quebrar essa lógica, porque quebrar tal lógica equivaleria a destruir sua 'raison d'être'*. O Czar é a Rússia e a Rússia é o Czar, não importando se este é descendente de uma linhagem nobre, um líder soviético ou um presidente constitucional.

*Nota do Warfare: Razão de ser, o seu propósito mais importante.


A mentalidade liberal-democrata atualmente hegemônica no ocidente é incapaz de realizar tais aspectos constitutivos de uma Nação. É uma ideologia internacionalista por natureza, que tende ao desdém da cosmovisão dos povos, sua religião predominante, sua composição étnica, etc.

Tal desdém encontra-se personificado na atuação das entidades supra-nacionais, mormente a ONU, sempre partindo do princípio de que a 'democracia liberal' é o melhor modelo de governo, aplicável a todos os povos em quaisquer circunstâncias. Um valor absoluto, incriticável.

Se há algo no mundo que merece ser chamado de imperialismo hoje, é isso. E as consequências dessa abordagem são em muitos casos desastrosas, basta ver no que resultou a tal 'Primavera Árabe'.

Fuzileiros navais russos na Criméia, ponto alto da popularidade de Putin.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Paraquedistas: a arma secreta da Rússia em uma invasão no Báltico


Por Karol Ulc, The National Interest, 22 de janeiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 26 de janeiro de 2020.

É para isso que o ocidente deve se preparar?

Ponto-Chave: A Rússia poderia absorver os estados bálticos em questão de dias.

Em fevereiro de 2016, a influente RAND Corporation - um think tank* estreitamente alinhado com a Força Aérea dos EUA - publicou um documento no qual advertia que uma invasão russa dos Estados Bálticos poderia chegar às capitais da Letônia e Estônia em menos de três dias, mesmo com uma semana de aviso.

Nota do Tradutor: Um "think tank" é um corpo de especialistas suprindo conselhos e ideias sobre problemas especifícos, como política ou economia.

Demonstração de sambo da VDV.

Mas isso poderia subestimar a rapidez com que a Rússia poderia invadir a região, caso o Kremlin enviasse a maior parte de suas forças aéreas e aproveitasse o elemento surpresa. É possível que uma vitória russa possa ocorrer dentro de horas, não dias.

Como se desenrolaria tal invasão? Uma barragem de mísseis e ataques aéreos ao amanhecer, aleijando as defesas dos Estados Bálticos, precederiam uma operação aerotransportada em larga escala apoiada por uma invasão terrestre em pequena escala na Lituânia a partir do enclave da Rússia em Kaliningrado.

Antes que a aliança pudesse entender - e muito menos reagir - ao que estava acontecendo, terminaria.

Impossível? Vamos dar uma olhada nas cifras.

Paraquedistas da 83ª Brigada Aerotransportada se preparando para exercícios de salto em 2017.

A Estônia possui 5.300 tropas terrestres em serviço ativo em 2016, de acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. A Letônia possui 4.450 tropas terrestres ativas e a Lituânia possui 6.000, o que dá aos Estados Bálticos um total de 15.750 soldados.

Certamente, esses números não incluem pessoal da marinha e da força aérea, que são relativamente pequenos em tamanho. Também não conta reservistas, forças paramilitares e tropas aliadas da OTAN que circulam regularmente pela região. A Estônia pode convocar 12.000 membros paramilitares da Liga de Defesa da Estônia, e a Lituânia possui 11.300 combatentes da milícia, segundo o IISS*.

*Nota do Tradutor: International Institute for Strategic Studies (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos), um think tank britânico.

No entanto, é improvável que todas essas tropas estejam disponíveis de uma só vez, e o mesmo vale para reservistas. Também não podemos assumir que todas as forças terrestres ativas dos Estados Bálticos estarão disponíveis durante um ataque surpresa - devido à provável interrupção da capacidade de comunicação dos governos bálticos durante as horas iniciais de um conflito.

As Tropas Aerotransportadas Russas* sozinhas consistem em quatro divisões e seis brigadas/regimentos, totalizando mais de 45.000 homens. Esses soldados estão melhor equipados e treinados do que seus possíveis oponentes e poderão contar com a superioridade aérea russa por pelo menos vários dias.

*Nota do Tradutor: As Tropas Aerotransportadas Russas (VDV) são uma Força separada dentro das forças armadas russas. Criadas na década de 1930 como parte da Força Aérea Vermelha (VVS), a VDV terminou se manteve como a maior força paraquedista do mundo por toda a Guerra Fria. As forças aerotransportadas russas são bem conhecidas por sua mobilidade, utilizando uma grande quantidade de veículos projetados especificamente para o aerotransporte; portanto, são totalmente mecanizadas e tradicionalmente possuem um maior complemento de armamento pesado do que a maioria das forças aerotransportadas contemporâneas. O dia 2 de agosto é o Dia do Paraquedista na Rússia; conhecido como 'Dia D', é um feriado nacional.


No entanto, a Rússia não é capaz de enviar toda essa força de uma só vez, mesmo que quisesse. O gargalo é a aviação de transporte. Um estudo realizado pela autora sobre as aeronaves de transporte ativas da Rússia, suas capacidades de transporte e taxas de disponibilidade revela que, em teoria, as forças armadas russas - quando trabalham na capacidade máxima - podem mover metade de seus paraquedistas... na melhor das hipóteses.

A Rússia normalmente depende de aviões de transporte Ilyushin Il-76 de quatro motores para lançar seus paraquedistas de boina azul durante exercícios de treinamento. No entanto, não podemos excluir a possibilidade de tropas aerotransportadas russas voarem em batalha a bordo de outros tipos de aeronaves - pelo menos em direção a aeródromos capturados.

Aviões Ilyushin Il-76 embarcando paraquedistas.

O que não significa que a Rússia realizará uma operação aerotransportada dessa maneira caso vá à guerra. Mas é dentro do campo das possibilidades que a Rússia poderia, pelo menos, atacar com uma força aerotransportada de cerca de 10.000 homens, caso desdobre quase toda a sua frota de 91 aeronaves Il-76.

O Exército Russo seria operacionalmente capaz de conduzir uma operação aerotransportada tão grande? Bem, suas forças aerotransportadas certamente treinam para fazer exatamente isso.


Em um exercício de outubro de 2015, a Rússia levou 10.000 paraquedistas no Distrito Militar Central a um estado de prontidão para combate dentro de 24 horas antes de transportá-los pelo ar. Em 2016, a Rússia realizou nada menos que 18 grandes exercícios que incluíam ou eram exclusivamente conduzidos pelas forças aerotransportadas.

O maior exercício aerotransportado de 2016 envolveu mais de 30.000 soldados do Distrito Militar Ocidental da Rússia entre 22 e 24 de março. O exercício incluiu 3.800 veículos militares e mais de 100 helicópteros de ataque e aviões de guerra. No entanto, nem todos os soldados deste exercício foram aero-lançados.

Além disso, o enclave de Kaliningrado possui uma presença militar formidável composta por duas brigadas de fuzileiros motorizados e uma única brigada de infantaria naval - um total de cerca de 14.000 soldados apoiados por uma brigada de artilharia. Se o Kremlin reforçar ainda mais suas forças, poderá convocar pelo menos mais 14 batalhões do Distrito Militar Ocidental da Rússia - incluindo quatro batalhões de tanques.

Mesmo que não incluíssemos baixas causadas pelos ataques preliminares, o Exército Russo começaria o conflito com uma enorme vantagem numérica em termos de soldados e qualidade dos equipamentos, enquanto operando com superioridade aérea.

A superioridade aérea russa é crucial para um ataque surpresa bem-sucedido - mas a vantagem do Kremlin aqui é praticamente garantida no curto prazo. Caso a Suécia e a Finlândia se mantiverem neutras, e nenhum dos dois são membros da OTAN, o acesso da aliança ocidental ao espaço aéreo sobre os Bálticos seria severamente limitado nas primeiras horas, senão dias, após o início de uma invasão.

Lançamento de blindados, 2012.

Independentemente disso, o fator decisivo seria a surpresa e a eficácia dos ataques preliminares, que, se bem-sucedidos, poderiam lançar as forças regulares dos Estados Bálticos em desordem.

Para dar um exemplo, a guarnição do Batalhão de Infantaria Kuperjanov da Estônia, localizada em Võru, fica a apenas 80 quilômetros da base russa em Pskov. O alcance dos foguetes 9M528 disparados do BM-30 Smerch é de 88,5km.


O estudo da RAND também assumiu que a Suécia permitiria à OTAN usar seu território como base para os aviões de combate da aliança. Tal medida colocaria instantaneamente a Suécia sob a ameaça de retaliação, incluindo a opção nuclear. A aliança não deve tomar a cooperação sueca como garantida.

A apreensão do elemento surpresa pela Rússia também seria crítica para impedir que os Estados Bálticos mobilizassem seus paramilitares e reservas. E com as defesas destruídas, as vias de comunicação e a infraestrutura chave derrubadas ou sob controle russo, os governos da região estariam sob uma tremenda pressão para se render - potencialmente poucas horas após os primeiros mísseis e paraquedistas pousarem em solo báltico.

E a Polônia? Se durante as primeiras horas de uma operação a Rússia não atacasse o território polonês, Varsóvia deveria cumprir suas responsabilidades sob a Carta da OTAN? Deveria lançar um contra-ataque por conta própria?


A Polônia deveria atacar Kaliningrado e enfrentar a possibilidade de um ataque russo à sua infraestrutura? Ou talvez até um ataque nuclear? Tais medidas também levariam a uma parada do petróleo e gás russos, dos quais a Polônia é muito dependente.

Um dia, ou três, de hesitação seria tudo o que a Rússia precisa para trazer suas unidades regulares do exército para as capitais do Báltico e solidificar sua presença.

A OTAN poderia evitar esse desastre? Sim - através da dissuasão. A capacidade da aliança de retaliar e ter vontade política para fazê-lo é essencial para forçar a Rússia a pesar qualquer ação agressiva com muito cuidado.

O cenário apresentado é puramente ficcional? Esperançosamente.

É improvável que a Rússia empreenda uma ação militar direta e agressiva contra um Estado membro da OTAN. No entanto, como os eventos dos últimos anos provam, mesmo os cenários mais improváveis podem se tornar realidade.

Bibliografia recomendada:

sábado, 25 de janeiro de 2020

Tensões crescem entre forças americanas e russas no nordeste da Síria

Helicópteros Blackhawk estacionados em uma base militar dos EUA em local não revelado no leste da Síria, segunda-feira, 11 de novembro de 2019.

Por Sirwan Kajjo, Voa News, 21 de janeiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 25 de janeiro de 2020.

WASHINGTON - Uma patrulha militar americana impediu um comboio militar russo de usar uma estrada principal no nordeste da Síria, em meio a crescentes tensões entre os dois lados, disseram relatórios locais.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um monitor de guerra que tem pesquisadores no país, informou na terça-feira que as forças americanas não permitiram que veículos militares russos usassem uma estrada principal entre duas cidades curdas no nordeste da Síria.

O comboio russo estava tentando chegar a uma passagem de fronteira entre a Síria e o Iraque que está sob o controle das Forças Democráticas Sírias (SDF), apoiadas pelos EUA, acrescentou o Observatório.

Depois que as forças armadas turcas e as milícias aliadas da Síria lançaram uma ofensiva contra combatentes do SDF em outubro de 2019, a Rússia, um firme defensor do regime do presidente sírio Bashar al-Assad, interveio para aumentar sua presença militar no nordeste da Síria, após uma decisão dos EUA de retirar tropas de partes da área de fronteira entre a Síria e a Turquia.

Após pressão crescente do Congresso americano e aliados estrangeiros dos EUA, o presidente Donald Trump decidiu manter cerca de 500 tropas americanas na área para proteger os campos de petróleo da região e impedir que as tropas do Estado Islâmico e do regime sírio os acessassem.

Agora, tanto os EUA quanto a Rússia têm postos militares em toda a região.

Patrulha turca e russa é vista perto da cidade de Darbasiyah, Síria, em 1º de novembro de 2019.
Tensões crescentes

O incidente na terça-feira é parte de uma série de incidentes semelhantes que ocorreram nos últimos dias entre as duas potências sobre a sua presença na Síria, disseram fontes locais. 

"Este é o terceiro incidente que ocorreu dentro de uma semana", disse Nishan Mohammad, um repórter local que disse ter testemunhado outro impasse recente entre tropas americanas e russas no nordeste da Síria.

"Eu estava lá no fim de semana passado, quando soldados americanos pararam veículos militares russos e os forçaram a voltar para sua base", disse ele à VOA em uma entrevista por telefone na terça-feira.

Parece que os EUA querem limitar a presença russa em certas partes do nordeste da Síria, acrescentou Mohammad.

Contactados pela VOA, os funcionários da SDF se recusaram a comentar o assunto, citando a sensibilidade do assunto. 

Autoridades dos EUA e da Rússia não reagiram imediatamente a esse desenvolvimento.

Reafirmando a autoridade de Assad

O nordeste da Síria está sob o controle das forças curdas desde 2012, depois que as tropas do regime sírio se retiraram para se concentrar no combate às forças rebeldes em outros lugares do país devastado pela guerra.

Agora que as tropas sírias estão no controle da maior parte do território antigamente controlado pelos rebeldes, especialistas afirmam que os recentes movimentos da Rússia no nordeste da Síria são uma tentativa de reafirmar a autoridade do governo sírio naquela região".

O objetivo claro da Rússia é restabelecer a autoridade do regime (sírio) na região curda”, disse Radwan Badini, especialista em Síria que ensina jornalismo e política na Universidade de Salahaddin, em Irbil, no Curdistão iraquiano.

Ele disse à VOA que tais provocações da Rússia não renderão nenhum resultado a favor de Moscou, já que o nordeste da Síria é de importância estratégica para os EUA em sua guerra contínua contra o Estado Islâmico.

"Os americanos não desistirão desta parte da Síria", disse Badini, observando que "além de seus campos de petróleo, o nordeste da Síria representa uma profundidade estratégica para os EUA e seus aliados continuarem seus esforços de contraterrorismo no leste da Síria".