Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 7 de fevereiro de 2021.
Introdução de combate em zona urbana dos novos graduados do 54e RA (54e Régiment d'Artillerie/ 54º Regimento de Artilharia) sob o comando do Ten. Louis no campo de Garrigues em 5 de fevereiro de 2021.
O 54e RA é um regimento do Exército francês, estacionado em Hyères, especializado em artilharia anti-aérea com mísseis terra-ar Mistral. Ele é o herdeiro do 54e RAC (Régiment d’Artillerie de Campagne/ Regimento de Artilharia de Campanha) veterano da Primeira Guerra Mundial, destacando-se em Verdun em 1916 e 1917, em Malmaison em 1917 e no Flandres em 1918. Sua bandeira carrega em letras de ouro a inscrição:
VERDUN 1916
LA MALMAISON 1917
FLANDRES 1918
Em 19 de maio de 1925, o regimento desembarcou em Casablanca para participar das operações de pacificação no Marrocos durante a Guerra do Rif, nas regiões de Oued Leben, Hassi Medlon e Hassi Guenza até 11 de novembro do mesmo ano - retornando a Lyon em 17 de novembro de 1925 - sob a designação de 1924 de 54e RAD (Régiment d’Artillerie Divisionnaire/ Regimento de Artilharia Divisionária). O regimento foi reorganizado em 1926, para um grupo de canhões de 65mm (grupo de artilharia de montanha), dois grupos de 75mm e dois grupos de 155mm. Em 5 de maio de 1929, após ter sido gradualmente abastecido com soldados de origem argelina e depois marroquina, o regimento passou a se chamar 54e RANA (Régiment d’Artillerie nord-africaine/ Regimento de Artilharia Norte-Africano).
Em 31 de agosto de 1939, com a mobilização francesa de 1939, o regimento se multiplicou no 54º RANA e no 254º RANA (regimento de artilharia pesada, canhões de 155mm hipomóveis) e deu origem ao XI Grupo de Artilharia de Costa. Junto com o 254e RANA, fez parte da artilharia da 1er DINA (1re Division d’Infanterie nord-africaine/ 1ª Divisão de Infantaria Norte-Africana). Essa divisão seria destruída em 1940, com elementos fugindo para a Inglaterra. O regimento recriado lutaria pela França Livre na Tunísia, Itália, França e Alemanha; terminando a guerra em Friburgo na Brisgóvia.
Por suas raízes norte-africanas, o regimento usa a Cruz Xarifiana marroquina e a Meia-Lua muçulmana.
Artilheiro com a meia-lua no braço. |
O campo de Garrigues abriga um dos muitos CFIM (Centres de formation initiale des militaires du rang/ Centro de Treinamento de militares graduados). Os CFIM são responsáveis por garantir o treinamento geral inicial (formation générale initiale, FGI) com duração de 12 semanas para todos os EVI do Exército (engagés volontaires initiaux/ engajados voluntários iniciais). Essas 12 semanas são precedidas por uma semana de incorporação ao treinamento profissional e são seguidas por um período de "aclimatação" de volta ao regimento, incluindo uma semana de licença.
O CFIM não é um treinamento autônomo. Na medida do possível, é apoiado por um regimento da brigada beneficiária.
Existem dois tipos de enquadramento (supervisão) no CFIM:
- Enquadramento permanente (de cerca de vinte a 60 pessoas), atribuída ao CFIM, responsável pelo comando da organização, operação e treino especializado (ex: instrutor desportivo).
- Enquadramento rotativo: supervisão das seções de treinamento sob as ordens do comandante da unidade do enquadramento permanente.
Além do CFIM SMITer no campo de Garrigues:
- CFIM 2 BB em Valdahon;
- CFIM 7 BB em Verdun;
- CFIM 7 BB em Carpiagne;
- CFIM 3 BM à Angoulême;
- CFIM 11 BP em Caylus;
- CFIM 27 BIM em Gap;
- CFIM 9 BLBMA em Coëtquidan;
- CFIM 6 BLB em Fréjus;
- CFIM BR em Bitche;
- CFIM BLOG;
- CFIM no 1er BM/BTAC.
- CFIM ocasional: CFIM em St Maixent.
Bibliografia recomendada:
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