"Ao Soldado Colombiano, o maior dos heróis, valente diante das adversidades e humilde na vitória. Honra - Disciplina - Coragem 1819" |
segunda-feira, 11 de outubro de 2021
FOTO: Monumento ao Soldado Colombiano
quarta-feira, 22 de setembro de 2021
A Venezuela acusou a Colômbia de intrusão em seu espaço aéreo com um drone Hermes
Venezuelan military says that yesterday a Colombian Hermes drone violated its airspace over Zulia state. #Venezuela #Colombia https://t.co/e111znGAdM
— CNW (@ConflictsW) September 21, 2021
Comunicado oficial da Força Armada Nacional Bolivariana
A Força Armada Nacional Bolivariana denuncia a flagrante violação do espaço aéreo venezuelano por uma aeronave remotamente tripulada (drone), tipo Hermes, pertencente à Força Aérea Colombiana, fato ocorrido ontem, segunda-feira, 20 de setembro, às 16:48 horário legal da Venezuela.
A referida aeronave foi detectada pelos sistemas de exploração do nosso Comando Integral de Defesa Aeroespacial, sobrevoando o território do município de Jesús María Semprúm, estado de Zulia, na Região de Informação de Vôo Maiquetía (FIR) nas coordenadas 09º04'50″N - 72º53'52″O, 64 milhas náuticas a noroeste do aeroporto “Francisco García de Hevia” localizado em La Fría, estado de Táchira, a 8 mil pés de altitude, velocidade de 90 nós e rumo 318, vindo da FIR de Bogotá sem a devida autorização de sobrevôo ou apresentar o plano correspondente para entrar na República Bolivariana da Venezuela.
Este acontecimento constitui uma gritante ameaça à segurança do país por se tratar de um sistema militar utilizado para missões de reconhecimento aéreo, que com toda certeza não foi involuntário ou acidental, já que coincide com a presença na Colômbia do Almirante Crayg Faller, chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, em sua segunda visita este ano ao território neo-granadino, supostamente para discutir assuntos de "cooperação em questões de segurança".
Sem dúvida, estamos dando claros indícios de um estratagema do império norte-americano e do governo colombiano, seu indigno e incondicional aliado na região, para construir alguns de seus conhecidos falsos positivos ou qualquer tipo de incidente que permita continuar gerando instabilidade , e de maneira particular, torpedear o processo de diálogo que está ocorrendo atualmente no México, em busca de soluções para os problemas do país, da paz e da unidade de todo o povo venezuelano.
Não cairemos nas repetidas e grosseiras provocações de uma oligarquia criminosa e do decadente império que a patrocina, que se tornaram um anacronismo sem a mínima credibilidade no contexto das nações. Mas em estrito cumprimento das diretrizes estratégicas ensinadas pelo cidadão Nicolás Maduro Moros, Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela, nosso Comandante-em-Chefe, permaneceremos vigilantes, monitorando constantemente todo o espaço geográfico venezuelano, a fim de garantir sua integridade , bem como nossa liberdade, soberania e independência.
Chávez vive... a Pátria continua!
Independência e Pátria Socialista... Vamos viver e vencer!
Independência ou nada!
Sempre leais... Nunca traidores!
Nasce o Sol da Venezuela no Essequibo!
Caracas, 21 de setembro de 2021
VLADIMIR PADRINO LÓPEZ
General-em-Chefe
O Comando Sul dos Estados Unidos (United States Southern Command, US SOUTHCOM) referido pelo comunicado venezuelano é o comando americano responsável pela América Latina. Seu quartel-general está localizado em Doral, na Flórida. O governo venezuelano frequentemente usa o fantasma do "imperialismo estadunidense" como ferramenta de união popular ao redor do regime. A Colômbia, além de um adversário tradicional de Caracas, é também o maior aliado americano no continente sul-americano, o que mata dois coelhos com uma cajadada só. Um dos exemplos dessa amizade é justamente que o governo colombiano condecorou o Comando Sul dos EUA com a Ordem de San Carlos, uma alta comenda por serviço excepcional à Colômbia.
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Almirante Crayg Faller e o distintivo do Comando Sul dos Estados Unidos. |
Com uma tal amizade aberta, o governo bolivariano pode simplesmente ocupar a mídia nacional (controlada pelo governo) com ataques aos colombianos, alegando que o governo de Bogotá está iniciando uma agressão imperialista retrógrada contra o progresso da revolução socialista bolivariana da Venezuela. Dessa forma, o governo bolivariano justifica a escassez de bens, o fracasso econômico do país, a violência e criminalidade etc.
O diálogo no México mencionado pelo comunicado é uma sessão de reuniões na Cidade do México incluindo a oposição venezuelana. Em agosto, o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, libertou Freddy Guevara, um líder da oposição que estava preso há mais de um mês, para que ele possa atuar como um negociador nas negociações políticas programadas para começar em setembro desse ano na capital mexicana. Um importante aliado de Juan Guaido, Guevara foi libertado na noite de domingo da sede da unidade de inteligência policial conhecida como Sebin em Caracas. Ele deve representar Guaido quando delegados do governo e da oposição se reunirem na Cidade do México.
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Freddy Guevara fala durante uma sessão da Assembleia Nacional em Caracas, em 19 de novembro de 2020. |
Os militares colombianos, por sua vez, lançaram uma nota dizendo que estavam operando na área, mas que seu drone operava dentro do espaço aéreo colombiano. Esse último incidente na fronteira entre os dois países aumenta a suspeita de que há uma base das FARC em Zula, e tanto a operação quanto a acusação venezuelana podem indicar que realmente há uma base narco-guerrilheira ali. Assim como no comunicado venezuelano, os colombianos também providenciaram as coordenadas da ação, dado que a região selvática é de difícil navegação de outra forma.
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Comunicado da Força Aérea Colombiana. |
Comunicado Nº 007
Em referência à declaração hoje emitida pelo Ministro da Defesa da Venezuela, a Força Aérea Colombiana está autorizada a informar ao público que, no exercício legítimo de suas funções, na segunda-feira, 20 de setembro de 2021, às 16:48 horas, realizou missão de reconhecimento aéreo com aeronave não-tripulada, sobrevoando o espaço aéreo colombiano na área do município de Tibú, Norte de Santander.
De fato, as coordenadas 09º04'50”N - 72º53'52”O referidas no comunicado venezuelano, correspondem ao território colombiano.
Autor
Imprensa da Força Aérea Colombiana
O recente incidente vem na rabeira de mais um outro escândalo venezuelano, com uma lista de oficiais da inteligência naval da Armada Bolivariana sendo vazada na internet dez dias atrás (12/09). Foram 262 arquivos pessoais da marinha e, conforme foi noticiado, era pessoal de contra-inteligência visando a Colômbia - o que novamente levou às acusações de costume.
Data de la inteligencia Naval del Regimen en manos del #TeamHPD pic.twitter.com/1Q6TfyG2Mm
— YO Er HDP ® (@ThePinguinHDP) September 12, 2021
262 archivos de personal de inteligencia del Regimen en manos del #TeamHDP pic.twitter.com/3Qb8GVgmR6
— YO Er HDP ® (@ThePinguinHDP) September 12, 2021
Em 17 de agosto desse ano, Jorge Nobrega, um empresário americano foi acusado de violações de sanções e lavagem de dinheiro por ajudar em reparos de aeronaves militares da Venezuela, de acordo com uma queixa apresentada ao Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul da Flórida. Nobrega, presidente-executivo da Achabal Technologies Inc, com sede em Miami, foi então preso e compareceu ao tribunal de Miami na semana seguinte. O regime adquiriu um vasto arsenal comprado da Rússia e da China, e vem tendo problemas em manter a frota funcionando. O Irã vem fornecendo petróleo, mas a China está tomando caminhos contrários aos interesses da indústria petrolífera da Venezuela.
Recentemente, o governo da Espanha repotencializou a frota de carros de combate AMX-30B2, de procedência francesa, apesar das sanções impostas a Caracas. Os tanques desfilaram na celebração da Batalha de Carabobo em 5 de julho desse ano.
A morte de um mito: O General en jefe Jacinto Perez Arcay
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O General-em-chefe Jacinto Perez Arcay sendo cumprimentado pelo presidente Nicolás Maduro. |
Entre os vários tropeços do regime, há também a ação do mero acaso: nesta segunda-feira, dia 20 de setembro de 2021, faleceu o General en jefe Jacinto Perez Arcay, um conselheiro de longa data do presidente Maduro. Este último repetiu o grito de Che Guevara na sua mensagem de despedida ao Gal. Perez Arcay - ¡Hasta la Victoria Siempre!
Qué dolor y tristeza siente mi corazón de Bolivariano por la sensible partida física del G/J Jacinto Pérez Arcay. Insigne soldado de la Patria, maestro del Comandante Chávez y de varias generaciones de militares. Mi abrazo a sus familiares y a la FANB. ¡Hasta la Victoria Siempre! pic.twitter.com/ixIic9Sah5
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) September 20, 2021
🙏🏽Nuestra Oración para el GJ Bolivariano Jacinto Pérez Arcay, Militar Intelectual Venezolano, Maestro de Varias Generaciones, quien fue diagnosticado con #COVID19 de Seguro superará esta Batalla. #26Feb extendemos saludos al GD José Pérez Malave, Hijo y General de La República🇻🇪 pic.twitter.com/p7s6dYDbjB
— Daniel Quintero 🆗 (@dquinterotv10) February 26, 2021
Con profundo pesar informamos la partida del GJ Jacinto Pérez Arcay. Baluarte dlos valores y principios de Simón Bolívar. Fue una escuela para todos: de historia patria viva y soberanía! Extendemos nuestras condolencias a sus familiares y a nuestra honorable FANB! Vuele alto Gral pic.twitter.com/dX7rvXrcbN
— Delcy Rodríguez (@delcyrodriguezv) September 20, 2021
Com 86 anos, o velho general era o militar da ativa com maior antiguidade na FANB, e sua convalescência foi um evento nacional na Venezuela. Outros generais famosos também morreram de COVID-19, como o General Pacepa, famoso por seus escritos sobre a espionagem soviética e romena, e o General Lam Quang Thi, famoso por seus escritos sobre a Guerra da Indochina e sobre o Exército da República do Vietnã (Vietnã do Sul).
No sistema venezuelano, os oficiais-generais do exército são General en jefe (G/J, 4 estrelas), Mayor general (M/G, 3 estrelas), General de division (G/D, 2 estrelas) e General de brigada (G/B, 1 estrela). O General-em-Chefe Jacinto Perez Arcay foi velado em uma procissão fúnebre, carregado por cadetes em uniformes tradicionais, incluindo o famoso Pickelhaube prussiano.
Pronto, en @ActualidadRT, entrevista especial con el General Jacinto Pérez Arcay, maestro del Comandante Chávez. pic.twitter.com/X65QGh2Bpk
— Érika Ortega Sanoja (@ErikaOSanoja) May 19, 2016
Na entrevista, o velho general defende o socialismo cristão e menciona as figuras históricas venezuelanas Simón Bolívar e General Marcos Pérez Jiménez, além de elogiar o ex-ditador Coronel Hugo Chavez - de quem o General Arcay também foi mentor: “Amei Hugo Chávez como um filho e sinto que, em termos geopolíticos, sou o primeiro responsável por sua vida e sua morte” (5:32).
Em 15 de fevereiro de 2012, foi promovido por Chávez de General de Divisão do Exército a Major-General da FANB. Ele foi considerado um assessor de Chávez em questões históricas, políticas e militares. Em 2016 foi premiado com a distinção "El Gran Cordón de Caracas", e foi Chefe do Estado-Maior Geral do Comandante-em-Chefe da FANB, o mais alto general venezuelano, designado como tal pelo Presidente Nicolás Maduro em 11 de julho de 2019.
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Exemplar do livro "La Guerra Federal" com dedicatória do G/J Arcay a José Sant Roz, autor do livro "Bolívar y Santander - dos visiones contrapuestas". |
O General Jacinto Perez Arcay escreveu os livros El Fuego Sagrado, Bolívar hoy (O Fogo Sagrado, Bolívar hoje, 1974), La Guerra Federal: Consecuencias (A Guerra Federal: Consequências, 1974) e Hugo Chávez, alma de la revolución en Cristo y en Bolívar (Hugo Chávez, alma da revolução em Cristo e em Bolívar, 2013).
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Funeral na Academia Militar. |
Os ritos fúnebres foram televisionados para todo o país em sua integralidade pelos canais estatais venezuelanos, ocorridos na Academia Militar em meio aos cadetes e ao presidente Maduro.
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Milicianos bolivarianos com o fuzil FAL. O grande número de paramilitares é uma forma de engajar a população na luta ideológica. |
Selva de Aço: A História do AK-103 Venezuelano, 13 de fevereiro de 2021.
Os Mercenários e o Ditador: Ex-Boinas Verdes americanos são condenados por golpe fracassado quixotesco na Venezuela, 9 de agosto de 2020.
O regime da Venezuela enche seus bolsos com dinheiro do narcotráfico, 24 de fevereiro de 2021.
FOTO: Sniper com baioneta calada, 9 de dezembro de 2020.
FOTO: O jovem cadete Hugo Chavez, 27 de março de 2020.
FOTO: Paraquedistas venezuelanos marchando com a sub Hotchkiss, 14 de fevereiro de 2021.
FOTO: Rara submetralhadora tcheca na Venezuela, 28 de março de 2021.
A China acabou de soar a sentença de morte para a indústria petrolífera da Venezuela?, 19 de junho de 2021.
sábado, 10 de julho de 2021
O PM provisório do Haiti confirma pedido de tropas dos EUA para o país
O juiz investigativo Clément Noël disse ao jornal francês Le Nouvelliste que os haitianos-americanos presos, James Solages e Joseph Vincent, disseram que os agressores planejavam inicialmente prender Moïse, não matá-lo. Noël disse que Solages e Vincent estavam atuando como tradutores para os agressores.
Joseph assumiu a liderança com o apoio da polícia e dos militares e declarou um "estado de sítio" de duas semanas. Port-au-Prince já está em estado de alerta em meio ao crescente poder das gangues que deslocaram mais de 14.700 pessoas só no mês passado enquanto incendiavam e saqueavam casas em uma luta por território.
A esposa de um ex-soldado colombiano sob custódia disse que ele foi recrutado por uma empresa de segurança para viajar à República Dominicana no mês passado.
Uribe está sendo investigado por seu suposto papel em execuções extrajudiciais cometidas pelo Exército Colombiano treinado pelos EUA há mais de uma década. Os registros do tribunal colombiano mostram que ele e outro soldado foram acusados de matar um civil em 2008, que mais tarde eles tentaram apresentar como um criminoso morto em combate.
O Departamento de Relações Exteriores do Canadá divulgou um comunicado que não se referia a Solages pelo nome, mas disse que um dos homens detidos por seu suposto papel no assassinato havia sido "temporariamente empregado como guarda-costas de reserva" em sua embaixada por um contratante privado.
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Violência e Pacificação no Caribe. Coronel Fernando Velôzo Gomes Pedrosa. |
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A república negra: Histórias de um repórter sobre as tropas brasileiras no Haiti. Luis Kawaguti. |
Leitura recomendada:
sexta-feira, 11 de setembro de 2020
GALERIA: Operação anti-mineração das forças especiais colombianas
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 11 de setembro de 2020.
Em 11 de maio de 2015, a Colômbia enviou 600 soldados das forças especiais para um ataque maciço, com helicópteros Black Hawk, a minas ilegais da floresta amazônica. A mineração ilegal fornece às narco-guerrilhas ganhos de até US$ 76 milhões (acima de 402 milhões de reais) por ano e danifica gravemente os ecossistemas em áreas protegidas.
A operação foi uma resposta aos rebeldes marxistas quando estes publicaram um vídeo brandindo a perna decepada de um soldado que foi mutilado por uma mina terrestre. As forças especiais varreram uma área de mais de 700 quilômetros quadrados de selva, prendendo dezenas de pessoas.
Enquanto o governo colombiano lançava um ataque maciço à atividade ilegal de mineração que financiava grupos rebeldes no país - 600 soldados da força especial apoiados por helicópteros Black Hawk e barcos infláveis atacaram de súbito uma mina de ouro ilegal. A operação, uma repressão aos grupos guerrilheiros de esquerda, prendeu 59 pessoas, incluindo 12 membros do maior grupo rebelde do país, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
O Ministério da Defesa disse que a atividade de mineração na região da floresta tropical gera mais de mais de 6 milhões de dólares por mês para os rebeldes, e que a operação militar foi o maior golpe contra o comércio ilegal em uma década. Os rebeldes operavam minas em cinco províncias orientais subdesenvolvidas, onde metais como tungstênio, ouro e coltan são extraídos. As atividades de mineração ocorrem principalmente em áreas de preservação ambiental como charnecas, rios e florestas - e são conhecidas por causar poluição aos ecossistemas, perda de habitats de animais e deslocamento de comunidades nativas. As minas visadas durante a incursão, denominada Operação Anostomus, estavam localizadas nas selvas dos departamentos de Guainia e Vichada, na Reserva Natural Puinawai.
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A Reserva Natural Puinawai, onde ocorreu a operação. (Daily Mail) |
O então presidente colombiano, Juan Manuel Santos (2010-2018), ordenou a repressão depois de expressar repulsa aos relatos de que o Exército de Libertação Nacional (ELN), outra facção rebelde marxista-leninista, instalou uma mina anti-pessoal em um parque infantil no noroeste da Colômbia, explodindo as duas pernas de um soldado. Falando durante uma visita ao México, Santos disse que colocar minas terrestres "já é um ato selvagem", mas "mostrar uma perna como um troféu ao lado de um colégio, é um ato bárbaro que beira à loucura". Santos então ordenou às forças armadas “que intensifiquem (a ofensiva) contra o ELN” e “redobrem os esforços contra esta organização criminosa”.
Embora o governo tenha mantido negociações de paz com as FARC desde 2012, ele ainda não havia iniciado nenhum diálogo com o ELN. Apesar de sua postura firme, Santos reiterou sua disposição de iniciar negociações de paz com o grupo, dizendo que o "ELN é parte desta guerra, parte deste conflito, e seria ideal para nós chegarmos a um acordo com os dois grupos (rebeldes)", disse ele ao canal mexicano Televisa.
Em 4 de setembro de 2017, o ELN e o atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciaram uma trégua que começaria em 1º de outubro e duraria pelo menos até 12 de janeiro de 2018.
Em 17 de janeiro de 2019, o ELN explodiu um carro-bomba na Academia Nacional de Polícia General Santander em Bogotá, Colômbia. O caminhão detonou e matou 21 pessoas, incluindo o perpetrador, e feriu outras 68. Foi o ataque mais mortal à capital colombiana desde o atentado ao Clube El Nogal em 2003 e o primeiro ataque à capital desde o atentado ao Centro Andino em 2017. O ELN aceitou a responsabilidade pelo ataque e o justificou como uma resposta aos bombardeios feitos pelo governo colombiano durante o cessar-fogo unilateral. Como resultado do bombardeio, o presidente Iván Duque Márquez anunciou no dia seguinte, 18 de janeiro, que o diálogo de paz entre o Governo da Colômbia e o ELN estava oficialmente suspenso.
A força atual do ELN gira em torno de 2.500 guerrilheiros.
Vídeo recomendado:
Bibliografia recomendada:
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Da Guerra à Pacificação: A escolha colombiana. Ricardo Vélez Rodriguez. |
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Counterinsurgency in Modern Warfare. Daniel Marston e Carter Malkasian. |
Leitura recomendada:
Estupro, esterilização forçada e abortos fracassados: as escravas sexuais dos guerrilheiros das FARC na Colômbia, 5 de junho de 2020.
O Elemento Humano: Quando engenhocas se tornam estratégia, 25 de agosto de 2019.
"A tortura se justifica quando pode evitar a morte de inocentes", 27 de março de 2020.
Dez milhões de dólares por miliciano: A crise do modelo ocidental de guerra limitada de alta tecnologia, 23 de julho de 2020.
VÍDEO: "Dispensamos opinião de estrangeiros sobre a Amazônia" - General Heleno, 3 de setembro de 2020.
Legionários e gendarmes destruíram um grande acampamento de garimpeiros ilegais na Guiana, 7 de abril de 2020.
sexta-feira, 5 de junho de 2020
Estupro, esterilização forçada e abortos fracassados: as escravas sexuais dos guerrilheiros das FARC na Colômbia
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O tribunal de crimes de guerra da Colômbia deve ouvir testemunhos sobre o recrutamento ilegal de jovens pelas FARC. (AFP) |
*Nota do Tradutor: Essa prática também era comum nas guerrilhas esquerdistas brasileiras. A halterofilista Marília Coutinho foi estuprada pelos colegas militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) aos 15 anos por "solidariedade revolucionária"; um trauma que a levou ao halterofilismo.
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Yamile Noscue, ex-combatente das FARC e sobrevivente de aborto forçado. |
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Victoria Sandino, ex-comandante da guerrilha e agora senadora das FARC. |
*NT: Por recomendação do ex-presidente do Brasil, Luís Inácio "Lula" da Silva, em 28 de abril de 2009.
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O líder das FARC, Rodrigo Londoño - ou 'Timochenko' - pediu desculpas recentemente pelo sofrimento sofrido pelos jovens - mas não reconheceu o abuso que ocorreu nas fileiras da guerrilha. |
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Quase 17.000 crianças soldados foram roubadas de sua juventude no sangrento conflito civil que durou mais de 50 anos. (AFP) |
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Uma Equipe Zebra com dois guerrilheiros capturados no Araguaia. Os "zebras" eram militares e mateiros atuando descaracterizados em missões de contra-guerrilha. |
'Nessas mais de três décadas, as suspeitas recaem principalmente sobre dois ex-guerrilheiros, Pedro Albuquerque Neto e Lúcia Regina de Souza Martins. Eles desertaram em 1971, antes da chegada dos militares. Em seu relatório, o comandante Ângelo Arroyo aponta na direção de Pedro sua "verdade":"O Exército soube da nossa posição através de denúncia do traidor Pedro Albuquerque que, meses atrás, havia fugido, com sua mulher [Tereza Cristina, grávida], do Destacamento C. O casal tinha concordado plenamente com as tarefas que iam realizar e com as condições difíceis que iam enfrentar. No entanto, logo depois de sua chegada ao Destacamento C, a mulher de Pedro Albuquerque começou a dizer que não tinha condições para permanecer na tarefa e acabou convencendo o marido a fugir. (...) Em março de 72, sabe-se que Pedro Albuquerque havia sido preso no Ceará e, em seguida, começou a pesquisa policial na zona."De saída, vemos, o PC do B condenou Pedro como traidor. Ele desertou com a mulher em agosto de 1971. A partir do início dos anos 1980, o partido mudaria de posição; inocentou Pedro e passou a apontar outra guerrilheira, Lúcia Regina, como a "verdadeira" traidora. A principal suspeita a recair sobre Regina era o fato de ter desertado a fim de retornar para a casa dos pais em São Paulo, em dezembro de 1971, pouco antes da chegada dos militares à região.A suspeita se acentuou ao circular dentro do partido a informação de que o pai de Lúcia seria oficial aposentado do Exército. Principal acusadora: Elza Monerat, dirigente da guerrilha.Em 2002, depois de 30 anos de silêncio, Lúcia Regina concedeu entrevista a quatro estudantes de Jornalismo. Sua "verdade" era outra. Negou que tenha entregado a guerrilha aos militares ao desertar. Na "verdade", conta ela, seu interrogatório só teria acontecido em 1975, depois de exterminada a guerrilha; aí, sim, contou o que sabia. E por que Regina desertou? Porque, conforme explicou aos estudantes, os comandantes a obrigaram a praticar aborto, já que, naquela situação, as regras da guerrilha não permitiam gravidez. Ela contraiu forte infecção. Corria perigo de vida e a dirigente Elza Monerat levou-a até um hospital em Anápolis (GO). Assim que Elza se retirou, Regina fugiu para a casa dos pais em São Paulo. Recusou-se a voltar para a guerrilha e nunca mais falou com membro algum da direção do PC do B.'O caso foi reconfirmado por Studart durante uma entrevista sobre o livro seguinte, Borboletas e Lobisomens (2018), onde é registrado que o livro "[r]evela ainda o caso de uma outra guerrilheira: em plena selva e no meio das ações, ela engravidou e foi obrigada pela guerrilha a abortar. Para completar, há relatos que mostram guerrilheiras sendo obrigadas a fazer sexo com até cinco “companheiros”, para aliviar a tensão da turma."
"Pedro Albuquerque, ele fugiu porque os bandidos exigiram que ele fizesse um aborto em sua mulher, que estava grávida. Eles não se conformaram com a ordem, principalmente porque outra guerrilheira grávida tinha sido mandada para São Paulo para ter o filho nas mordomias daquela cidade. Ela era casada com o filho do chefe militar da guerrilha, Maurício Grabois."