quinta-feira, 5 de março de 2020

Contratada de defesa acusada de vazar segredos militares


Por Eric Tucker, Star and Stripes, 4 de março de 2020.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 5 de março de 2020.

WASHINGTON - Uma lingüista que trabalhava para as forças armadas dos EUA manteve uma lista de informantes secretos escondida sob um colchão em sua residência no Iraque, informou o Departamento de Justiça na quarta-feira, e compartilhou os nomes com um caso romântico: um libanês ligado ao grupo militante Hezbollah.

Mariam Taha Thompson, 61, compareceu no tribunal federal de Washington na quarta-feira para enfrentar acusações em um caso de espionagem que os investigadores disseram colocar em risco a vida de militares americanos e fontes confidenciais e representou uma violação significativa de informações secretas.

O caso criminal acusa Thompson, uma tradutora contratada, de dar ao libanês não-identificado os nomes de fontes do governo americano e as informações que eles forneceram. Esse esforço, segundo o governo, acelerou durante um período de seis semanas a partir do final de dezembro, quando ataques aéreos dos EUA atacaram forças apoiadas pelo Irã no Iraque e exacerbaram as relações entre os dois países, até o meio do mês passado.

O procurador-geral adjunto John Demers, principal autoridade de segurança nacional do Departamento de Justiça, chamou a suposta conduta de "uma desgraça, especialmente para alguém que trabalha como prestador de serviço nas forças armadas dos Estados Unidos. Essa traição de país e colegas será punida".

Thompson foi presa na semana passada na instalação militar em Erbil, Iraque, onde os promotores dizem que ela trabalhou como lingüista contratada. O Departamento de Defesa informou que estava ciente da prisão e estava cooperando com a investigação.

Após a prisão, segundo os promotores, Thompson reconheceu que ela havia transmitido informações secretas a um homem que ela estava interessada romanticamente, mas disse que não sabia que ele tinha alguma afiliação com o Hezbollah. Em vez disso, ela disse que achava que ele poderia estar ligado ao partido político de Amal, no Líbano, embora mais tarde tenha dito que considerava os grupos iguais.

"Não, eu não sei sobre o Hizbollah. Eu odeio o Hizbollah", disse Thompson a um agente, de acordo com um depoimento não-lacrado na quarta-feira. Ela descreveu os membros do grupo, que os EUA designaram como organização terrorista estrangeira, como "terroristas" e "como o polvo. Eles podem alcançar qualquer pessoa".

Thompson também disse ao agente que ela repassava informações classificadas memorizando-as, anotando-as e transmitindo-as por meio do recurso de vídeo de um aplicativo de mensagens seguras no celular. Uma captura de tela de um vídeo-chat que o FBI diz ter obtido mostrou Thompson exibindo ao libanês uma nota em árabe descrevendo a técnica que um informante havia usado para coletar informações, de acordo com a declaração.

A partir do final de dezembro, quando os ataques aéreos começaram, Thompson acessou repetidamente cerca de cinco dúzias de arquivos com informações sobre oito informantes do governo, disseram os promotores. Esses arquivos incluíam os nomes dos informantes, suas fotografias e os cabos detalhando as informações que as fontes forneceram ao governo dos EUA.

Os promotores disseram que, quando as autoridades revistaram seus aposentos, encontraram uma nota manuscrita em árabe escondida embaixo do colchão com informações sobre os sistemas de computadores do Departamento de Defesa e aviso sobre um alvo do Departamento de Defesa.

Original: https://www.stripes.com/news/us/defense-contractor-charged-with-giving-up-military-secrets-1.621271?fbclid=IwAR38RZqVWsdpMxmr0ao3kJU92uuyMcxXTqvEvFuNefXdN6czlakwh78VDBQ

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