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sábado, 20 de março de 2021

FOTO: Paraquedistas do SAS francês na Tunísia

Membros do "French Squadron SAS" (1er Compagnie de Chasseurs Parachutistes) durante a junção com as unidades avançadas dos 1º e 8º Exércitos na área de Gabes-Torzeur, na Tunísia, em 1º de fevereiro de 1943.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 20 de março de 2021.

Previamente uma companhia de paraquedistas franceses livres, o SAS francês foi uma das primeiras unidades "adquiridas" pelo Major Stirling durante a expansão inicial do SAS; dado que o Exército Britânico dava baixa prioridade para as operações especiais em um primeiro momento.

Esses grupos SAS operam em pequenas unidades de 5 homens sob um chefe de equipe, atuando por meio da surpresa e violência de choque, sumindo no deserto após caírem sobre vigias surpresos.

Ilustração do chefe de equipe, com binóculos, no livro The French Army 1939-45 (2) pelo saudoso mestre Mike Chappell. (Osprey Publishing) 

Durante os grandes raides de 12-13 de junho de 1942, lançados contra os aeródromos ítalo-germânicos no norte da África com o objetivo de aliviar a pressão sobre os comboios tentando abastecer a ilha de Malta, o SAS francês atacou 6 dos 8 alvos. O famoso paraquedista Aspirant André Zirnheld participou dessa operação no ataque ao aeródromo Berka III, destruindo 6 aeronaves inimigas no solo, e no ataque à via férrea de Benghazi-Derna (este na companhia do próprio Stirling).

Zirnheld morreria em ação no raide ao aeródromo de Sidi-Haneish em 27 de junho de 1942. No bolso do seu uniforme seria encontrado um poema escrito em 1938: A Oração do Paraquedista; hoje uma oração oficial dos paraquedistas franceses, portugueses e brasileiros.

Zirnheld e sua oração também foram citados parcialmente ou tiveram seu conteúdo editado para se adequar ao público-alvo. O próprio Zirnheld, praticamente desconhecido fora da França, foi adotado por nações aliadas que o confundem com um dos seus. Ele foi citado por paraquedistas britânicos e holandeses, e soldados do exército e fuzileiros navais americanos, fazendo dele uma espécie de "soldado desconhecido" móvel.

Uniformes e brevês paraquedistas franceses de 1939-1944.

Oração Paraquedista

Bibliografia recomendada:

Histoire des Parachutistes Français:
La guerre para de 1939 à 1979.
Henri Le Mire.

The French Army 1939-45 (2).
Ian Sumner e Français Vauvillier.

Leitura recomendada:

LIVRO: Task Force 32 - SAS francês no Afeganistão23 de fevereiro de 2020.

Lições da campanha do Marechal Leclerc no Saara 1940-4314 de fevereiro de 2021.

FOTO: Somua S 35 na Tunísia26 de março de 2020.

FOTO: O Tigre na Tunísia5 de julho de 2020.

FOTO: Comando francês com uma MG34 capturada22 de dezembro de 2020.

FOTO: Prisioneiros alemães na Itália26 de março de 2020.

FOTO: Fuzis SKS capturados1º de janeiro de 2021.

GALERIA: Fortes da Legião Estrangeira Francesa1º de março de 2021.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

FOTO: Fuzis SKS capturados

Foyer (cantina) da 1ª companhia do 2e RPC na Argélia, adornado com dois fuzis SKS capturados dos egípcios na crise de Suez de 1956.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de janeiro de 2020.

Os fuzis SKS egípcios capturados na operação de 1956 (Operação Mousquetaire) foram os primeiros exemplares do SKS capturados por forças ocidentais, e fotos mostram os paraquedistas franceses usando esses SKS com as baionetas caladas para controlar prisioneiros egípcios.

A placa tem os dizeres "Souviens toi.." (lembrem-se) com os nomes dos mortos da companhia na Guerra da Argélia. O Sargento Victor Bellon está marcado como morto no Porto Said, no Egito. O Sgt. Bellon saltou na Normandia em 1944 como parte do SAS francês.

Sargento Victor Bellon, morto ao chegar ao solo no salto de 5 de novembro de 1956.
Ele usa as asas francesas livres da época do exílio.

Paras franceses do 2e RPC (Régiment de Parachutistes Coloniaux), que saltaram no Porto Fouad, na região do Porto Said, inspecionam um fuzil SKS capturado dos egípcios, 1956.

Prisioneiros egípcios capturados pelo 2e RPC no Porto Fouad, novembro de 1956.

Noticiário inglês sobre a invasão do Porto Said em 1956


Bibliografia recomendada:

Histoire des Parachutistes Français:
La guerre para de 1939 à 1979.
Henri Le Mire.

Leitura recomendada:


FOTO: IS-3 no Egito de Nasser8 de novembro de 2020.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

FOTO: Assalto aeromóvel a um trem

Imagem rara mostrando operadores do JW GROM e SAS durante um assalto helitransportado em um trem, durante um exercício de treinamento conjunto, início da década de 1990.

Bibliografia recomendada:


Leitura recomendada:

domingo, 6 de dezembro de 2020

O 2º Esquadrão do SAS australiano foi dissolvido devido a problemas de disciplina


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 6 de dezembro de 2020.

O comandante do exército australiano dissolveu o 2º Esquadrão do Regimento SAS devido a problemas de disciplina.

O Chefe do Exército (Chief of Army), Tenente-General Rick Burr, removeu o 2º Esquadrão do Regimento do Serviço Aéreo Especial da Ordem de Batalha do Exército após a divulgação do inquérito do IGADF (Inspector-General of the Australian Defence Force) sobre crimes de guerra cometidos no Afeganistão.

Em um comunicado, o General Burr disse que crimes foram cometidos "em todo o Regimento", mas que havia um "nexo de atividades" no 2 Esquadrão. Ele também disse que a lacuna no sistema de numeração do esquadrão "lembrará as gerações futuras deste momento". “Como Chefe do Exército, esta não é uma decisão que tomei levianamente”, disse o Gal. Burr. "Os problemas no relatório de inquérito são tão chocantes que uma mensagem clara é necessária."

2º Esquadrão, SASR (Special Air Service Regiment), ao lado de combatentes afegãos.

Australian Defence Magazine publicou a declaração do General Burr, feita no dia 20 de novembro de 2020, na íntegra:

"Hoje estive em Perth, Austrália Ocidental, no Regimento de Serviço Aéreo Especial do Exército Australiano.

O Chefe da Força de Defesa, General Angus Campbell, AO, DSC, dirigiu ações específicas em resposta ao Inquérito. Alguns deles se aplicam a honras e prêmios individuais e coletivos.

Como Chefe do Exército, também dirigi a remoção do título: 2 Squadron, Special Air Service Regiment, da Ordem de Batalha do Exército Australiano.

Embora os incidentes delineados no Inquérito tenham ocorrido em todo o Regimento, o relatório deixou claro que havia um nexo de supostas atividades criminosas graves no 2º Esquadrão, Regimento do Serviço Aéreo Especial em um determinado momento. Esta alegada má conduta grave prejudicou seriamente nossa posição profissional.

Esta ação não reflete nenhum julgamento sobre os atuais membros do 2º Esquadrão, Regimento do Serviço Aéreo Especial, mas todos nós devemos aceitar os erros do passado.

Os atuais membros do esquadrão serão transferidos para outras subunidades do Regimento. Um plano de implementação deliberado será desenvolvido para apoiar isso.

Como Chefe do Exército, esta não é uma decisão que tomei levianamente.

Os problemas no relatório de inquérito são tão chocantes que é necessária uma mensagem clara.

É importante aprendermos com essa experiência e começar o processo de cura para que possamos nos concentrar no futuro. Isso nunca deve acontecer novamente, em qualquer lugar de nosso exército. Nossa profissão exige que sempre operemos de forma legal, ética e responsável. Mesmo nos ambientes mais complexos e desafiadores.

As gerações futuras serão lembradas deste momento em nossa história militar pela lacuna em nosso sistema de numeração de esquadrões.

À medida que continuo a analisar as extensas descobertas, tenha certeza de que, onde houver evidência de má conduta, as pessoas serão responsabilizadas. Isso pode ser por meio de ação disciplinar ou administrativa.

Uma reforma significativa está em andamento no Comando de Operações Especiais e de forma mais ampla em nosso Exército nos últimos cinco anos. Um progresso importante foi feito e este trabalho continua.

Essas reformas receberão um foco, ênfase e urgência aumentados com base nas conclusões e recomendações do relatório do Inquérito.

Vou acelerar os planos existentes de mobilidade da força de trabalho para o pessoal do Comando de Operações Especiais. Espera-se que indivíduos dentro do Comando de Operações Especiais recebam postagens fora do Comando. Isso permitirá descanso, regeneração, ampliação de perspectivas e compartilhamento de conhecimentos e habilidades em todo o Exército. Isso traz benefícios individuais e coletivos para toda a Força de Defesa Australiana. A supervisão de postagem independente para o Comando garantirá que a força de trabalho e a estratégia estejam alinhadas.

Continuaremos a fortalecer os fundamentos de governança, garantia e responsabilidade. Isso inclui reforçar a importância da cultura, liderança, responsabilidade, ética e nossos valores por meio da iniciativa do Bom Soldado do Exército (Army’s Good Soldiering initiative).

O Centro de Liderança do Exército Australiano será o centro de nosso treinamento e de como nos conduzimos como líderes éticos, capazes e eficazes em todos os níveis do nosso Exército.

Hoje começamos um novo capítulo e nos comprometemos a restaurar a confiança da nação que juramos defender. Um símbolo desta renovação contínua é o desfile de boinas de amanhã para novos membros do Regimento do Serviço Aéreo Especial e o desfile de boinas recente para o 2º Regimento Comando.

Estou confiante de que, como resultado dessa experiência, emergiremos um Exército mais forte, capaz e eficaz.

Gostaria de agradecer às famílias, entes queridos e aqueles que apoiaram nosso Exército durante este momento desafiador. Eu encorajo fortemente qualquer pessoa que necessite de auxílio de bem-estar social a acessar os serviços disponíveis.

Elogio aqueles que tiveram a coragem de fornecer informações ao Inquérito.

Nosso povo, do passado e do presente, fez contribuições extraordinárias para a defesa da Austrália. Continuo inspirado pela esmagadora maioria de homens e mulheres profissionais que servem em nosso Exército. Nosso pessoal deve continuar a se orgulhar de seus serviços e saber que seu compromisso é valorizado.

Este é um momento desafiador para todos nós. Nosso Exército deve aprender, melhorar, apoiar uns aos outros e juntos vamos superar isso.

Continuamos, um Exército da nação, um Exército da comunidade, somos o Exército da Austrália."

Essa decisão vem na rabeira de vários problemas com unidades de operações especiais da OTAN, incluindo o KSK alemão, a Força de Serviços Especiais canadense e os SEALs americanos, além de um grupo de ex-boinas verdes americanos que foram capturados numa aventura quixotesca na Venezuela.

Bibliografia recomendada:



Leitura recomendada:

COMENTÁRIO: As Forças Especiais ainda são especiais?6 de setembro de 2020.



quinta-feira, 16 de abril de 2020

Quando o suprimento padrão não era suficiente: a variante australiana "Bitch" do SLR

Helicóptero da Real Força Aérea Australiana desembarcando dois operadores do Regimento SAS no Vietnã, 1969. (Australian Associated Press/AAP)

Por Miles, The Firearms Blog, 16 de outubro de 2018.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 16 de abril de 2020.

Embora o fuzil de serviço L1A1 SLR (FN FAL)* tenha servido fielmente o “Digger”** australiano por um período extremamente longo, os soldados de infantaria na Guerra do Vietnã perceberam que o fuzil poderia ser “ajustado” para se adequar ao combate no qual soldados tinham que lutar dia após dia. Passando por modificações de campo que seriam contrárias às regulamentações de qualquer lugar do mundo, as tropas fizeram isso de qualquer maneira porque se encaixavam em um requisito de campo necessário.

*Nota do Tradutor: SLR significa Self-Load Rifle, literalmente Fuzil Auto-Carregável, e é a versão Imperial do FAL medida em polegados, e o seletor de tiro contendo apenas duas opções ao invés das três contidas no FAL métrico: S para Safe (Seguro) e R para Repetition (Repetição, mas na verdade semi-automático).

**NT: Digger, cavador, é o apelido do soldado australiano.


O que aconteceu foi que um armeiro de nível de unidade pegaria um SLR padrão e cortaria o cano na altura da massa de mira. Em alguns casos, um quebra-chama em forma de cone poderia ter sido adicionado ao cano exposto e, com uma coronha reduzida, aparentemente seria o L1A1-F1. Em seguida, a armadilha do gatilho seria modificado para que a arma pudesse disparar apenas de forma totalmente automática. Um carregador L2A1 de 30 tiros seria montado na arma, além de às vezes uma empunhadura frontal e até um lança-granadas XM-148. Essencialmente, o que você tinha era um fuzil unicamente automático, que criava uma enorme bola de fogo na boca do cano sempre que um carregador era gasto. Ele foi chamado, "The Bitch"*.

*NT: The Bitch pode ser traduzido como "A Megera".

Lança-granadas XM148. (Alan W.)

Lança-granadas XM148. (Alan W.)

"O pessoal do Serviço Aéreo Especial da Austrália modificou seus fuzis, cortando o cano imediatamente em frente ao bloco de gás e montando um lança-granadas XM148 de 40mm fornecido pelos EUA. Eles também limavam os seletores de tiro em seus fuzis SLR para torná-los totalmente automáticos. Essa versão automática modificada foi chamada oficialmente de "The Bitch", porque o movimento de torção do ferrolho e o peso leve do cano tornavam praticamente impossível segurar a arma no alvo. Por fim, a Austrália produziu uma versão encurtada para a guerra na selva denominada L1A1-F1. O F1 usou a menor coronha disponível e um quebra-chama encurtado, reduzindo o comprimento total do fuzil em 2,75 polegadas (6,9cm)."

Inovação e Improvisação: "A "bitch" era um SLR automático que foi construída por um dos armeiros e fazia o barulho de uma metralhadora .50... Ela era ótima porque o inimigo pensava que eles foram atingidos por uma companhia de petrechos pesados... não uma pequena patrulha". - Trooper Michael Malone, Special Air Service Regiment. (Museu Memorial de Guerra Australiano)

Museu Memorial de Guerra Australiano.

Além disso, também temos essas fotografias postadas no fórum The FAL Files, em 2014, de uma empunhadura frontal que flutuava por aí na Austrália e foi comprada no Ebay. Realmente, esta é simplesmente uma empunhadura original que foi reaproveitada com uma haste que se encaixa no cano de um L1A1.

Esta imagem é alegadamente proveniente do final do envolvimento no Vietnã, mas a fonte original não é conhecida.




Estas são algumas imagens que circulam pela Internet e são compartilhadas entre vários sites que apresentam fuzis L1A1 em diferentes estágios de modificação. Observe que a empunhadura de acima é realmente inclinada em algumas das imagens.

Special Air Service Regiment (SASR).

A fotografia acima vem de outra descrição das modificações, mas é de uma página do Facebook chamada All Things Military

"Quando desdobrados, os Troopers do SAS estavam armados com fuzis L1A1 fabricados pela RSAF em Lithgow, que são comparáveis em tamanho ao fuzil M14 americano e não são adequados para operações na selva…

Para superar isso, esses fuzis foram modificados em campo, geralmente a partir de fuzis-metralhadores L2A1 de cano pesado, com seus canos cortados imediatamente em frente ao bloco de gás e, freqüentemente, com os bipés L2A1 removidos e um lança-granadas XM148 de 40mm montado abaixo do cano. Os lança-granadas XM148 de 40mm foram obtidos das forças americanas. Para o L1A1, a falta de opção totalmente automática resultou na conversão não-oficial do L1A1 para capacidade totalmente automática, mediante simples preenchimento do seletor de tiro ou pela inserção de um 'corpo estranho' para bloquear a armadilha do gatilho.

Eles normalmente seriam equipados com carregadores de 30 tiros, tanto a versão reta feita especificamente para o L2A1 quanto a ligeiramente curva usada na conversão L4 Bren. (Como esse carregador foi projetado para alimentar para baixo, muitas vezes havia uma mola extra inserida para ajudar a alimentar para cima corretamente).

Os canos eram cortados para facilitar o manuseio no mato e para aumentar a assinatura do som e da chama quando a arma era disparada. Quando um contato era iniciado, a patrulha típica de 5 homens do SASR disparava grandes quantidades de fogo, o som e a chama dos canos cortados aumentando o efeito de 'choque e pavor', desorientando o VC ou o NVA e dando-lhes a impressão de que eles estavam em contato com uma força muito maior.

Para os Troopers, este L1A1 modificado era simplesmente chamado de "The Bitch"..."


Imagem do Memorial de Guerra Australiano em Camberra.

Observe a grande variedade de modificações em todos esses fuzis, não apenas nos L1A1. Mas particularmente predominantes são as empunhaduras frontais ligadas às coronhas.


Ainda outra referência de um resumo de um livro (Sleeping With Your Ears Open-Patrolling With The Australian SASDormindo com os ouvidos abertos - patrulhando com o SAS australiano) sobre o SASR durante a Guerra do Vietnã pode ser encontrada aqui -

"Alguns comentários feitos sobre o SLR (ou L1A1) foram bastante esclarecedores. Uma questão comum era que eles teriam seus armeiros de esquadrão reinstalando o ferrolho mantido aberto e convertendo-os em modo totalmente automático. Eles também gostavam de encurtar o cano e remover o quebra-chama. O raciocínio deles era que, como a maioria de suas patrulhas era para fins de reconhecimento, eles tentavam evitar o contato com as forças inimigas, especialmente porque geralmente operavam apenas como uma patrulha de quatro ou cinco homens. No caso de serem "esbarrados", para usar seu termo, eles abririam fogo totalmente automático, esvaziariam um carregador e tentariam romper o contato enquanto o inimigo ainda estava atordoado. A combinação de fogo totalmente automático, grandes chamas na boca do cano e relatos de abafamento de ouvidos muitas vezes fazia o inimigo pensar que havia tropeçado em um pelotão completo ou possivelmente uma companhia. Um homem fez o comentário de que, sem o quebra-chama, a chama da boca do cano cauterizaria a ferida a 15 polegadas (38cm)."

A razão para toda essa engenhoca era que os Diggers forneceriam aos homens-ponto esse fuzil modificado, de modo que, quando uma patrulha entrasse em contato na cerrada selva vietnamita, se esse homem ainda não tivesse sido morto, seu trabalho era disparar o seu carregador inteiro da sua "Bitch", levando assim os vietcongues a pensarem que a patrulha australiana tinha muito mais poder de fogo ou pelo menos mais soldados do que o inicialmente plotado.

On Patrol with the SAS: Sleeping with your ears open,
Gary McKay.

Absurdo talvez? Ao visitar o Museu Memorial de Guerra Australiano em Camberra e o Museu de Armas Portáteis de Lithgow em Lithgow, temos pelo menos dois depoimentos separados de veteranos australianos falando sobre as modificações em detalhes. E, aparentemente, a partir desses relatos, a “Bitch” realmente funcionou, e fez uma diferença tangível no campo de batalha para os soldados que a usavam.

Miles é um Fuzileiro Naval de Infantaria, interessado especificamente na história, desenvolvimento e uso de armas portáteis na região do Oriente Médio e África do Norte (Middle East and North Africa, MENA), e na Ásia Central. Ele é o administrador do site Silah Report, um site dedicado a analisar a história e as notícias sobre armas portáteis do MENA e da Ásia Central.

Leitura recomendada:

Tiro em Cobertura Rodesiano15 de abril de 2020.

FN FAL: “O Braço Direito do Mundo Livre”14 de janeiro de 2020.

Um breve comentário sobre o FN FAL21 de fevereiro de 2020.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

LIVRO: Task Force 32 - SAS francês no Afeganistão

Task Force 32: SAS en Afghanistan, do SAS Calvin Gautier.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 23 de fevereiro de 2020.

O livro Task Force 32: SAS en Afghanistan, escrito pelo operador SAS Calvin Gautier do 1er RPIMa (1er Régiment de Parachutistes d'Infanterie de Marine, das forças especiais francesas). Com 20 anos de serviço no exército, Gautier leva o leitor por um tour de 4 meses no Afeganistão dentro de 280 páginas, com um texto auxiliado por 64 fotos coloridas. O livro é prefaciado pelo General Jacques Rosier, uma lenda na comunidade francesa das forças especiais. O livro custa 25 euros e pode ser adquirido direto no site dedicado: http://www.taskforce-32-sas.com.

O 1er RPIMa tem o lema "Qui Ose Gagne" (Quem Ousa Vence).

O 1er RPIMa traça linhagem dos comandos SAS franceses na Segunda Guerra Mundial, que começaram como companhias e se elevaram a dois regimentos (3º e 4º) na Brigada SAS (os 1º e 2º eram britânicos, e o 5º era belga), lutando nas areias da África até a vitória final na Alemanha. Por seus feitos no Dia D, os regimentos SAS franceses receberam as boinas vermelhas-bordô do rei George, da Grã-Bretanha. Com a vitória sobre a Alemanha e o Japão em 1945, o SAS francês foi imediatamente comprometido na Indochina, onde, além das operações de salto contínuas, montou uma escola de paraquedismo em Tan Son Nhut, que serviu aos paraquedistas franceses (até 1954) e vietnamitas (até 1975), contribuindo com a enorme expansão paraquedista francesa durante o século XX, sendo a segunda maior força paraquedista da OTAN até hoje.

O lema do SAS "Who Dares Wins" é presente até hoje no 1er RPIMa:

Qui Ose Gagne!

O livro foi publicado na França em dezembro de 2014, o que levou a uma série de postagens nas redes sociais com leitores das mas diversas unidades francesas e européias.

Membros do "French Squadron SAS" (1er Compagnie de Chasseurs Parachutistes) durante a junção com as unidades avançadas dos 1º e 8º Exércitos na área de Gabes-Torzeur, na Tunísia, em 1º de fevereiro de 1943.



A estátua da esquerda é Saint Michel (Arcanjo Miguel), o comandante dos exércitos celestes e patrono dos paraquedistas franceses. O distintivo do dragão com adaga é o distintivo do 1er RPIMa desde a Guerra da Indochina.

No quadro, o General Marcel Bigeard, o mais famoso paraquedista militar francês.


Presente no pré-salto.

Presente no Grupo de Cães.



No famoso 2e REP da Legião Estrangeira Francesa.


Um leitor da Brigada Paraquedista Folgore, do Exército Italiano.

Um leitor do famoso GIGN francês.

Seja na neve.

Seja na praia.

Seja no bar.

Até mesmo modelistas.

Ou pessoal médico.

Da neutra Suíça.

Aos conselheiros dos Comandos Afegãos.

Um mapa de Cabul no 1er RCP.

No CC Leclerc.

Qui Ose Gagne!