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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

FOTO: As cobiçada asas paraquedistas

Rangers colocando o brevê americano nos indianos.
(Staff Sgt. Ryan Hohman, 1st SFG)

Os soldados do 1º Grupo de Forças Especiais (Aerotransportado), do 2º Batalhão, do 75º Regimento Ranger e do 3º Batalhão de Forças Especiais Paramilitares do Exército Indiano trocam asas de paraquedismo durante as cerimônias de encerramento do exercício Vajra Prahar, na Base Conjunta Lewis-McCord, Washington, no dia 11 de janeiro de 2020.

O Vajra Prahar é um exercício de treinamento conjunto combinado bilateral de intercâmbio que aprimora a capacidade das forças envolvidas para responder a uma ampla gama de contingências, incluindo planejamento de missão, assalto aéreo, táticas de pequenas unidades e incursão contra alvos.

FOTO: Operações conjuntas do GIGN, BOPE e CORE

Operador francês do GIGN, com o cronômetro na mão, observa do BOPE e CORE, em 25 de junho de 2015.

Operador francês do GIGN durante treinamento conjunto com operadores do BOPE e CORE, durante a simulação de uma operação de resgate de reféns no Rio de Janeiro, como parte do aparato de segurança durante as olimpíadas, 25 de junho de 2015.

FOTO: Sniper belga da SIE/ESI, anos 90

Sniper da SIE/ESI.

Atualmente DSU (Holandês: Directie van de speciale eenheden; Francês: Direction des unités spéciales), é uma unidade de operações especiais da polícia belga, contando com 540 operadores (50 na unidade de intervenção).

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper.
Martin Pegler.


European Counter-Terrorist Units 1972-2017.
Leigh Neville.

Leitura recomendada:

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

FOTO: Operador CQB da Heckler & Koch USA


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 29 de janeiro de 2020.

Foto famosíssima de um operador em uniforme CQB, trata-se, na verdade, de John T. Meyer Jr., o então vice-presidente de vendas e treinamento da Heckler & Koch USA, posando para uma foto promocional em 1992. A foto foi usada para promover o lançamento do HK USP no mercado americano em 1993, e mais tarde usada como arte da caixa do primeiro jogo Rainbow Six lançado em 21 de agosto de 1998.

Rainbow Six foi um sucesso internacional e a imagem como capa do jogo ficou muito mais famosa que a imagem promocional da HK. Segundo John Meyer, eles até enviaram instrutores para a Califórnia para captura de movimento quando o videogame foi desenvolvido, tendo seus movimentos sido usados para nos personagens no jogo.

Caixa original em português brasileiro.

Manual original em português brasileiro.

Trailer do jogo Rainbow Six (1998)


O jogo, acompanhado de um romance, tem missões no Brasil e um dos comandos da Rainbow é brasileiro - apesar do nome hispânico e biografia imprecisa. Ele é o único latino-americano no primeiro jogo.

Alejandro Noronha, Rainbow Six (1998).

Rainbow Six: Siege (2015)


Vários outros jogos da saga Rainbow Six foram produzidos, com o título atual Rainbow Six: Siege contando com mais de 50 milhões de jogadores em 2020. No jogo atual, a operadora brasileira Caveira é um dos personagens mais queridos pelos fãs.

Quando da contribuição de Meyer, o CQB (Close Quarters Battle/ Combate Aproximado em Compartimento) era pouco conhecido do público. Hoje é uma febre, e o Brasil possui tropas treinadas nessa especialização, como o GERR da Marinha.

Caveira no Rainbow Six: Siege (2015).

Bibliografia recomendada:

Rainbow Six.
Tom Clancy.

Leitura recomendada:

A Mentalidade da Pontaria de Combate, 28 de setembro de 2018.





FOTO: Contra-terrorismo clássico, 3 de setembro de 2020.

domingo, 26 de janeiro de 2020

FOTO: Spetsnaz no Afeganistão, 1986

Capitão Pavel Bekoev do 177º Destacamento Spetsnaz soviético com um M1 Garand capturado no Afeganistão, 1986. Seu companheiro tem um silenciador PBS1.

Versão colorizada no aqui.

Bibliografia recomendada:

Spetsnaz:
The inside story of the Soviet special forces.
Viktor Suvorov.

Leitura recomendada:




FOTO: Grupo Alfa no Afeganistão20 de março de 2020.

FOTO: Flâmula no Afeganistão30 de abril de 2020.

FOTO: Hinds afegãos26 de abril de 2020.

FOTO: T-62M no Passo de Salang, 28 de janeiro de 2020.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Comandos Navais franceses com fuzis CETME

Wolfgang Riess, um dos Comandos que usou estes CETMEs – mais tarde ele foi trabalhar como técnico de armas da H&K. Esta história vem de suas anotações.

Por Ian McCollum, Forgotten Weapons, 1º de junho de 2016.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 2017.

Eu estava lendo sobre os primeiros fuzis com retardo do recuo por roletes (no livro requintadamente técnico e detalhado de Blake Stevens (Full Circle: A Treatise on Roller Locking/ Círculo Completo: Um Tratado sobre Trancamento por Roletes) e me deparei com essa história muito legal, que eu queria compartilhar…

A Espanha adotou formalmente o CETME Modelo B em 1958. Era mecanicamente praticamente a mesma arma que conhecemos hoje como o CETME-C ou G3, mas que ainda calibrado para o cartucho 7,62 NATO-CETME. Esta foi uma resposta espanhola aos requisitos de cartuchos da OTAN – era dimensionalmente idêntica 7,62 mm OTAN, mas disparou um projétil de 125 grãos a 2300 fps, em vez dos 143gr a 2790fps do padrão da OTAN. Os espanhóis viram que o cartucho padrão era muito potente para ser eficaz em um fuzil de tiro seletivo, e a carga reduzida foi desenvolvida para reduzir o recuo a um nível manejável. Isso foi feito apenas por alguns anos, até que eles se renderam e adotaram o Modelo C em 1964 usando munição padrão. O CETME-B ainda usaria a munição da OTAN, mas ela foi dura com as armas.

De qualquer forma, os franceses estavam ocupados lutando contra os rebeldes argelinos neste momento, e em março de 1961 um cargueiro dinamarquês chamado Margot Hansen foi visto por um avião de patrulha marítima francesa e parou na costa da Argélia. Durante a abordagem e inspeção, descobriu-se que o navio carregava 200 novos fuzis CETME-B e munição para eles, destinados (ilegalmente) aos grupos rebeldes da ANL e da FLN. As armas foram confiscadas, é claro, e colocadas em depósito no depósito naval francês em Mers El Kebir. Este depósito também possuía outras armas apreendidas, principalmente de origem alemã da Segunda Guerra Mundial – Kar 98k Mausers e fuzis de assalto StG-44. Quando os 200 CETMEs chegaram, rapidamente chamaram a atenção dos Comandos Navais Franceses que estavam estacionados no porto.

Os franceses na época usavam fuzis MAS 49/56, apenas semiautomáticos e com carregadores de 10 tiros. O poder de fogo automático suplementar era fornecido pelos fuzis-metralhadores Châtellerault 24/29, que possuíam carregadores tipo cofre de 20 tiros (que ocasionalmente eram adaptadas a fuzis 49/56, mas essa é uma história diferente). Os Comandos Navais estavam muito interessados nesse novo fuzil, que parecia oferecer as capacidades de seus fuzis e FMs em um único pacote leve. Como eram uma unidade da Marinha Francesa e as armas foram apreendidas pela Marinha e armazenadas em um depósito da Marinha, os Comandos puderam requisitar as armas e munição apreendidas para seu próprio uso sem muita dificuldade.

Comandos Navais franceses testam seus fuzis CETME-B no Djibuti.

O único obstáculo que surgiu foi quando alguém notou que todos os fuzis estavam faltando os percussores. Por quê? Ninguém sabe ao certo, mas muito provavelmente porque os contrabandistas estavam planejando retê-los por segurança ou por um pagamento adicional. Também é possível que toda a configuração do contrabando fosse na verdade uma operação falsa que estava sendo executada pelo SDECE (Inteligência do Exército Francês), mas quaisquer registros que pudessem confirmar isso há muito tempo foram destruídos. De qualquer forma, os Navais não permitiram que uma questão menor, como percussores, os detivesse, e os operadores de máquinas dos depósitos fabricaram por engenharia reversa o projeto e fabricaram um grande número de substitutos. Eles nunca conseguiram acertar o material e o tratamento de calor, e seus percussores aparentemente tinham uma tendência de quebrar com frequência – então os Navais carregavam um monte de peças sobressalentes sempre que usavam as armas.

Outro obstáculo que surgiu foi que a munição apreendida acabou por ser um lixo. Ela foi feita apressadamente a partir de componentes enviados para serem sucateados, e dimensões como o comprimento total variaram substancialmente. Alguns cartuchos não tinham os furos das espoletas. As bases das espoletas variaram significativamente, e foram misturadas dentro de caixas. Os homens conseguiram obter munição de 7,62 mm fabricada na França e acabaram usando os fuzis CETME-B em operações de combate até fins de 1978. Um histórico bem-sucedido para um lote de fuzis espanhóis, por fim usado por décadas contra os próprios grupos que se destinava a ajudar!

Um grupo de comandos franceses relaxantdo durante sua campanha na Argélia. Dois estão armados com submetralhadoras MAT-49 e dois com fuzis CETME-B apreendidos.

Como as armas conseguiram sair do controle espanhol? Esta é uma boa pergunta. Elas teriam sido os armas de uso militar de primeira linha na época, não sendo as armas excedentes ou deixadas sem vigilância. No entanto, a CETME estava trabalhando ativamente com empresas holandesas e alemãs e organizações militares na época, e os carregamentos de fuzis poderiam ter sido legitimamente destinados a qualquer um desses países. Blake Stevens sugere que uma possibilidade para a fonte é que tal carregamento tenha sido desviado por um homem como o notório contrabandista de armas alemão Otto the Strange (Otto, o Estranho) – embora isso possa ser apenas especulação.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Invasão Spetsnaz em um orfanato russo


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 18 de janeiro de 2020.

Forças Especiais russas, Spetsnaz, tomaram de assalto um dos orfanatos da Rússia para... desejar às crianças um feliz natal, distribuir presentes e até mesmo participar de cantigas natalinas com as crianças. As fotos são do Ministério do Interior da Federação Russa.

Uma unidade policial local no Distrito Autônomo de Yamalo-Nenets compartilhou fotos do evento: cinco operadores Spetsnaz caminhando pelo orfanato de uniforme completo, usando máscaras, coletes à prova de balas e chapéus de Papai Noel interagiram com as crianças e aparecem uma uma roda de ciranda em uma das fotos.



O Natal russo é comemorado segundo o calendário Juliano da Igreja Ortodoxa Russa no dia 25 de dezembro que, no calendário Gregoriano, cai no dia 7 de janeiro - data da publicação das fotos no Twitter. 

Os usuários de modo geral aplaudiram a iniciativa, mas alguns condenaram a ideia de comandos fardados "assustando" crianças. No entanto, as fotos mostram os órfãos muito confortáveis perto dos Spetsnaz, mas ainda assim as fotos foram apagadas do Twitter no dia 15 de janeiro; estando disponíveis em artigos de notícias na internet.







FOTO: Commandos do GIGN em intervenção rural

Comandos do GIGN durante o assalto em Dammartin-en-Goële, 9 de janeiro de 2015.
Durante esse assalto, os irmãos Kouachi foram mortos. Dias antes, esses terroristas islâmicos mataram 12 pessoas no jornal satírico Charlie Hebdo.


domingo, 5 de janeiro de 2020

Por que a equipe comando do Grupo Alfa da Rússia é verdadeiramente assustadora

Operadores do Grupo Alfa.

Por Darien Cavanaugh, Special Ops Magazine, 17 de março de 2019.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 02 de janeiro de 2020.

A Rússia e a milícia islâmica libanesa Hezbollah tornaram-se aliados próximos na guerra civil na Síria, com os dois apoiando o regime do presidente sírio Bashar al-Assad no conflito. O relacionamento deles nem sempre foi tão amigável. Quando membros do Hezbollah seqüestraram quatro diplomatas russos em 1985, matando um deles, a Rússia enviou o Grupo Alfa da KGB para lidar com a situação.

O Grupo Alfa é parte rede de espiões, equipe de contraterrorismo e equipe de comandos de propósito geral - e totalmente aterrorizante.

Primeiro ganhou notoriedade por liderar o ataque ao palácio presidencial de Cabul durante as fases iniciais da invasão russa do Afeganistão em 1979. Ao longo das décadas de 1980 e 1990, seus membros participaram de várias derrubadas notórias de terroristas, insurgentes e seqüestradores.

Quando a KGB e partes das forças armadas soviéticas tentaram um golpe em 1990, os membros do Grupo Alfa foram encarregados de tomar o parlamento em Moscou e neutralizar o então presidente Boris Yeltsin.

O Grupo Alfa sobreviveu ao colapso da União Soviética e atualmente opera sob os auspícios do FSB, o sucessor do KGB. No entanto, seu confronto com o Hezbollah durante a crise dos reféns no Líbano continua sendo uma das operações mais discutidas e surpreendentemente brutais.

A KGB criou o Grupo Alfa - ou Spetsgruppa A - em 1974, em resposta aos ataques do Setembro Negro nas Olimpíadas de Munique, dois anos antes.

Oito terroristas ligados à Frente de Libertação da Palestina se infiltraram na Vila Olímpica, mataram dois atletas israelenses e fizeram vários outros reféns. A polícia da Alemanha Ocidental fracassou numa tentativa de resgate no aeroporto da OTAN horas depois. Outros nove israelenses morreram lá, junto com cinco dos terroristas e um policial alemão ocidental.

O Grupo Alfa formou-se na seqüência do fiasco. Mas o grupo rapidamente assumiu um papel mais amplo do que o mero contraterrorismo.

Comandos do Grupo Alfa da KGB no Afeganistão com capacetes de titânio suíços PSH-77, anos 80.

Quando a União Soviética invadiu o Afeganistão em 1979, o Grupo Alfa e o Grupo Zênite da KGB, outra unidade de forças especiais, lideraram um contingente de 700 soldados no ataque ao Palácio Tajbeg em Cabul*, de acordo com David Cox em seu livro Close Protection: The Politics of Guarding Russia's Rulers (Proteção Aproximada: A política de guardar os governantes da Rússia).

*Nota do Tradutor: O Alfa participou da Operação Tempestade-333 (quando os destacamentos Alfa e Zênite apoiaram o 154º Destacamento Independente das Spetsnaz - conhecido como "Batalhão Muçulmano" - do GRU em uma missão para derrubar e matar o presidente afegão Hafizullah Amin, em seu palácio de Tajbeg em Cabul.

Os comandos entraram no país sob os auspícios da proteção da embaixada russa. O ataque ao palácio de Tajbeg em 27 de dezembro de 1979 foi a primeira fase da invasão soviética. O presidente afegão Hafizullah Amin estava dando uma festa no palácio naquela noite. Inúmeros convidados civis e residentes do palácio, incluindo mulheres e crianças, estavam presentes quando o ataque começou.

Um membro das forças especiais que participou do ataque disse à BBC em 2009 que os oficiais encarregados ordenaram que os soldados matassem todos no edifício.

(1) Operador do “Batalhão Muçulmano”; Operação “Tempestade-333”, Cabul, 1979. (2) Operador do 411º Destacamento, Vale de Panjishir, 1985. (3) Sargento, 173° Destacamento, província de Kandahar, 1987. (4) Medalha afegã por bravura.
(Ilustração de Johnny Shumate / Osprey Publishing)

"Eu era um soldado soviético", lembra Rustam Tursunkulov. “Fomos treinados para aceitar ordens sem questionar. Eu estava nas forças especiais - é o pior trabalho.”

Uma afegã chamado Najiba estava dentro do palácio quando os soviéticos chegaram. Ela tinha apenas 11 anos na época. "As coisas que vi", disse Najiba à BBC. “Meu Deus - pessoas no chão. Eu vi uma pessoa... como uma cena de um filme de pesadelo. Cadáveres. Muitos."

"Por favor, tente entender que, quando há uma batalha, é difícil saber que há crianças lá", explicou Tursunkulov. "Em qualquer exército, deve haver alguém que faça as tarefas mais severas e terríveis. Infelizmente, não são soldados, mas políticos que fazem guerras."

O Palácio Tajbeg como quartel-general do 40º Exército Soviético em 1987.

O filho de 11 anos de Amin foi morto no ataque ao palácio, e o próprio Amin morreu durante a ação ou logo depois - talvez executado. Segundo Tursunkulov, os corpos de todos os mortos no palácio foram embrulhados em tapetes e enterrados nas proximidades sem cerimônia.

O Grupo Alfa continuou a liderar os esforços da KGB em contraterrorismo e contrainteligência doméstica até os anos 80. A unidade mirou agentes e operadores da CIA, e liderou a operação contra os seqüestradores do vôo 6833 da Aeroflot em Tbilisi, na Geórgia, em 1983. Eles mataram três dos seqüestradores e capturaram o restante, mas perderam cinco reféns.

Foi o envolvimento do grupo em uma crise de reféns em 1985 no Líbano que deu ao Grupo Alfa uma reputação internacional como uma unidade contra-terror cruel - mas eficaz.

Em 20 de setembro de 1985, a Organização de Libertação Islâmica, parte do Hezbollah, sequestrou quatro diplomatas russos em Beirute. Uma mensagem dos terroristas "alertou que os quatro prisioneiros soviéticos seriam executados, um a um, a menos que Moscou pressionasse milicianos pró-Síria a cessar o bombardeio de artilharia de posições mantidas pelas milícias fundamentalistas pró-Irã na cidade portuária de Trípoli, no norte do Líbano", de acordo com relatório contemporâneo de Jack McKinney, do Daily News da Filadélfia.

Moscou inicialmente tentou abrir canais de comunicação na esperança de negociar a libertação de reféns. Mas depois que os captores executaram um dos russos, Moscou enviou o Grupo Alfa.

Os reféns restantes foram libertados dentro de algumas semanas, o que surpreendeu os jornalistas, considerando que muitos reféns tomados no Líbano foram mantidos por meses ou até anos.

O General de Brigada Ghazi Kanaan, que era o chefe de inteligência das forças sírias no Líbano na época, foi originalmente creditado por orquestrar a libertação dos russos. Esse relato foi divulgado para jornalistas de outros países.

"Jornalistas ocidentais relataram que os seqüestradores foram forçados a libertar os reféns porque uma busca bloco-a-bloco por milicianos pró-Síria estava chegando perto deles", escreveu McKinney.

No entanto, de acordo com fontes israelenses citadas no Daily News, foi na verdade a KGB que negociou a libertação. E no livro Hezbollah: The Global Footprint of Lebanon's Party of God*, Matthew Levitt esclarece que não eram apenas seus agentes KGB comuns. Era o Grupo Alfa.

*NT: o título em português ficaria Hezbollah: A pegada global do Partido de Deus no Líbano.

"Em uma recontagem", escreve Levitt, "a KGB sequestrou um parente do chefe da organização que tomava reféns, cortou a orelha do parente e o enviou para sua família. Em outro, a unidade Alfa sequestrou um dos irmãos do seqüestrador e enviou dois dedos para sua família, em envelopes separados.

“Ainda outra versão tem os agentes soviéticos sequestrando uma dúzia de xiitas, um dos quais era parente de um líder do Hezbollah. O parente foi castrado e baleado na cabeça, seus testículos enfiados na boca e seu corpo enviado ao Hezbollah com uma carta prometendo um destino semelhante para os outros 11 cativos xiitas, se os três reféns soviéticos não fossem libertados.”

Embora os detalhes das várias "recontagens" sejam diferentes, o efeito é praticamente o mesmo. Dado o fato do Grupo Alfa ter sido despachado para Beirute, e de que os reféns foram libertados tão rapidamente quando outros países, incluindo os Estados Unidos, falharam em facilitar respostas tão prontas dos seqüestradores no Líbano, parece razoável que fosse o Grupo Alfa, em vez de uma busca síria que levou à liberação rápida.

Operadores do Grupo Alfa em treinamento de CQB, o distintivo da unidade é visível.

A Rússia tem uma política de longa data de atacar membros da família de terroristas. Os relatórios das ações alegadas do Grupo Alfa em Beirute são consistentes com essa tradição.

A saga de Beirute é sem dúvida a mais sensacional das operações do Grupo Alfa. Mas a unidade continuou a desempenhar um papel proeminente nos esforços militares, de inteligência e contraterrorismo soviéticos e russos.

Um destacamento lituano do Grupo Alfa tentou reprimir o movimento de secessão no país em janeiro de 1991, matando 14 civis e ferindo centenas mais quando eles tomaram a torre de televisão de Vilnius.

Mais tarde, no mesmo ano, comandos do Grupo Alfa assaltaram o parlamento russo durante um golpe contra o presidente soviético Mikhail Gorbachov. Eles foram instruídos a capturar o presidente da Federação Russa Boris Yeltsin - ou matá-lo, caso parecesse que ele poderia escapar.
Vinte comandos do Grupo Alfa recusaram a ordem, adiando a missão por tempo suficiente para o golpe entrar em colapso.

Operadores do Grupo Alfa durante o cerco ao parlamento russo, em agosto de 1991.

Mais recentemente, a unidade de contraterrorismo esteve envolvida no fim da crise dos reféns na escola de Beslan, na Ossétia do Norte, em 2004. Durante a batalha entre o Grupo Alfa e dezenas de terroristas, 330 pessoas morreram, incluindo 186 crianças.

Os comandos do Grupo Alfa foram criticados pelo uso imprudente de força excessiva em Beslan, observa Glenn Peter Hastedt em Spies, Wiretaps and Secret Operations. O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu seus operadores especiais, dizendo que eles não planejavam invadir a escola e o fizeram apenas depois de relatos de que os terroristas começaram a executar as crianças do lado de dentro.

Também houve relatos do Grupo Alfa lutando na guerra civil na Ucrânia.

Texto postado no Special Ops Magazine pelo membro Eric SOF, ele foi inicialmente postado por Darien Cavanaugh no site War is Boring em 2016.

sábado, 4 de janeiro de 2020

É por isso que as Forças Especiais do Irã ainda usam boinas verdes


Por Eric SOF, Spec Ops Magazine, 9 de setembro de 2018.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 3 de janeiro de 2020.

Ao olhar para a 65ª Brigada de Forças Especiais Aerotransportadas do Irã, você pode notar algumas semelhanças impressionantes - as divisas amarelas dos graduados parecem muito com as divisas amarelas do antigo uniforme verde do Exército, por exemplo. Antes da Revolução Iraniana, as insígnias de suas unidades pareciam muito com o brasão De Oppresso Liber, que simboliza as Forças Especiais do Exército dos Estados Unidos.

A boina verde distintiva usada pelos iranianos pode não ter a mesma tonalidade de verde usada pelas Forças Especiais do Exército dos EUA de hoje, mas os operadores especiais iranianos vestem verde por um motivo - eles foram treinados pelos americanos.

Boinas verdes americanos no Irã do Xá


Na década de 1960, os Estados Unidos enviaram ao Irã quatro destacamentos operacionais de operadores das Forças Especiais do Exército para treinar as forças militares imperiais do Xá. As Equipes de Treinamento Móvel (Mobile Training Teams) passaram dois anos como Grupo Consultivo de Assistência Militar no Irã (Military Assistance Advisory Group Iran). Antes que eles pudessem chegar ao Irã, os soldados tiveram que passar no curso de Oficial de Forças Especiais (Special Forces Officer) em Fort Bragg, e então aprenderem farsi no Instituto de Idiomas de Defesa (Defense Language Institute) de Monterey, na Califórnia. Só então eles seriam enviados ao Irã para treinar as Forças Especiais Iranianas.

Faz muito tempo que a 65ª foi parte das Forças Especiais Imperiais Iranianas. Agora chamada 65ª Brigada NOHED (que é apenas um acrônimo farsi para "forças especiais aerotransportadas"), a missão da unidade é muito semelhante àquelas para as quais as Forças Especiais dos EUA os treinaram na década de 1960. Eles realizam resgate de reféns, operações psicológicas, guerra irregular e treinam para missões de combate ao terrorismo dentro e fora da República Islâmica.

Brevê iraniano ao lado do americano.

Dentro das forças armadas iranianas, a unidade é conhecida como "fantasmas poderosos". O apelido deriva de uma missão dada à 65ª em meados dos anos 90. Eles foram encarregados de tomar edifícios em torno de Teerã das forças armadas regulares - e conseguiram fazê-lo em menos de duas horas.

Desde o seu confronto inicial com as Forças Especiais dos EUA, a 65ª Brigada de Forças Especiais Aerotransportadas do Irã sobreviveu à Revolução Iraniana de 1979, então eles sobreviveram à brutal Guerra Irã-Iraque na década de 1980, e agora aconselham o Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana enquanto lutam pelo regime de Assad dominado pelo Irã na Síria contra uma rebelião fraturada.

Membros do NOHED operando uma metralhadora nas terras altas do Curdistão iraniano durante a Guerra Irã-Iraque dos anos 80. (Foto: Wiki)

O legado do treinamento duro, mas completo, com os boinas verdes americanos continua no Irã. O treinamento atual inclui resistência e sobrevivência em guerra no deserto, na selva e nas montanhas, entre outras escolas, como o treinamento de pára-quedas e queda livre, assim como seus antigos aliados americanos ensinaram há muito tempo.

Nota do Tradutor: Em 1953, 10 oficiais do Exército Imperial Iraniano foram enviados à França para treinamento paraquedista. Retornando ao Irã, eles estabeleceram a Unidade Paraquedista (واحد چتربازی) em 1955, que evoluiu para o Batalhão Paraquedista (گردان چتربازی) em 1959. Por essa razão, a boina iraniana é usada “à francesa”, tal qual no Brasil, com o distintivo no lado direito.