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terça-feira, 3 de novembro de 2020

GALERIA: Snipers no Forças Comando na República Dominicana

Um sniper de Belize mira durante o evento Sniper Stalker no Fuerzas Comando, na República Dominicana, em 17 de junho de 2010.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 2 de novembro de 2020.

Fuerzas Comando (Forças Comando) de 2010 ocorreu em Santo Domingo, na República Dominicana. O evento Sniper Stalker (Espreitador Sniper) inclui equipes formadas por atiradores e observadores em várias situações táticas como camuflagem, tiro à distância e tiro de oportunidade. As equipes concorrentes avançaram rastejando por uma área densamente coberta nos arredores da base militar da 1ª Brigada de Infantaria "16 de Agosto" do Exército Dominicano, em 17 de junho de 2010.

Sniper Stalker no Forças Comando 2010


No desafio, os snipers tiveram 2:30h para atravessar o campo de 1.200m sem serem detectados enquanto eram observados por juízes com binóculos de alta potência. Um sniper paraguaio foi entrevistado durante a competição (vídeo acima) e declarou:

"É muito difícil porque os juízes normalmente são snipers também, então eles sabem o que procurar e onde procurar, e o que eles estão procurando".

Além de deslocarem-se indetectáveis, as equipes também tiveram que disparar tiros de festim e identificar cartões de couro, plotados de vários locais pré-determinados. Para receber o número máximo de pontos neste evento, uma equipe de atiradores deve estar a 200 metros de cada alvo antes de disparar um tiro de festim. Cada alvo também tinha uma letra que precisa ser identificada corretamente por cada equipe para receber pontos extras.

Snipers zeram suas miras durante um evento de validação da equipes snipers dois dias antes, em 15 de junho.

Sniper paraguaio olhando por sua luneta, 15 de junho.

O evento Sniper Stalker foi apenas um dos vários eventos que compõem a Competição de Operações Especiais Fuerzas Comando, valendo 100 pontos da pontuação geral. O Fuerzas Comando 2010 contou com a participação de 20 países: Argentina, Bahamas, Belize, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Jamaica, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Estados Unidos e Uruguai.

Patrocinada pelo Comando Sul americano (USSOUTHCOM), um dos principais objetivos da competição é promover a parceria entre países da América do Norte, América Central, América do Sul e Caribe.

Dois atiradores jamaicanos escondidos observam seu alvo.

Duplas jamaicana e belizenha em trajes ghillie.

Sniper panamenho.

Sniper chileno treinando a pontaria enquanto aguarda a sua vez.

Um juiz observador se comunica com as equipes manobrando no terreno. 

Um sniper não-identificado completamente dissimulado no terreno.

Sniper busca seus alvos enquanto está virtualmente invisível.

Sniper argentino completamente mascarado.

O Fuerzas Comando 2010 terminou em 24 de junho com a vitória do Grupo Especial de Operaciones (GEO) do Equador, com 1.386 pontos, seguido pela Argentina (1.334 pontos), Estados Unidos (1.330 pontos), Colômbia (1.307), Chile (1.273) e Peru (1.243).

A competição encerrou com um salto de amizade e uma cerimônia.

A cena do sniper Ding Chavez no filme

Perigo Real e Imediato (1994) 


Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper.
Martin Pegler.


Leitura recomendada:



FOTO: Sniper do FORAD no CENZUB, 23 de janeiro de 2020.

FOTO: Posto sniper na Chechênia15 de outubro de 2020.

FOTO: Sniper na chuva, 16 de setembro de 2020.

sábado, 31 de outubro de 2020

SNIPEX ALLIGATOR. O fuzil anti-material ucraniano Alligator: Reencarnação do PTRS

Imagens promocionais da Snipex.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 30 de outubro de 2020.

Deve-se notar que o interesse por fuzis anti-materiais está de volta em muitos países. A Ucrânia não é exceção. A empresa local Snipex encanta o público pelo segundo ano consecutivo com novidades de grande calibre de sua autoria. No ano passado, os engenheiros da empresa apresentaram o fuzil anti-material T-Rex, que foi o herdeiro direto do famoso PTR de meados do século 20. Um fuzil calibrado em 14,5x114 mm poderia corretamente ser chamado de sucessor dos fuzis anti-tanque Dragunov (PTRD) e Simonov (PTRS). Em 2020, a empresa lançou outra novidade do mesmo calibre - o fuzil de grande calibre Alligator.


Fuzis de precisão de grande calibre de Kharkov

A empresa e a marca Snipex surgiram recentemente, aconteceu em 2014. Organizacionalmente, a Snipex faz parte de uma grande empresa XADO-Holding de Kharkov (ortografia estilizada XADO). Inicialmente, esta empresa se especializou na produção de óleos para motores, lubrificantes, aditivos para óleos e produtos químicos automotivos. O desenvolvimento e a produção de armas portáteis de grande calibre e alta precisão em Kharkov ocorreram há relativamente pouco tempo. Porém, nos últimos seis anos, os designers da empresa já apresentaram vários modelos de fuzis de precisão de grande calibre. O primeiro deles foram os modelos Snipex M75 e M100, calibrados em 12,7x108mm. O fuzil também pode ser apresentado no calibre 12.7x99mm NATO. O alcance de tiro efetivo declarado para os modelos Snipex M é de até 2300 metros, dependendo do comprimento do cano.

No entanto, o calibre suficientemente comum de 12,7 mm parecia ser insuficientemente poderoso para os projetistas de Kharkov. E já nos últimos dois anos, modelos de fuzis anti-material calibrados em 14,5x114mm têm sido apresentados no mercado. Algumas publicações de armas russas indicaram o alcance de tiro efetivo dos novos fuzis a 3.000 metros, mas o site oficial do fabricante fornece um valor muito mais modesto - 2.000 metros. Ao mesmo tempo, o alcance máximo de voo de uma bala de 14,5 mm é impressionante em qualquer caso: 7.000 metros.

Fuzil de amostragem T-Rex na exposição "Armas e Segurança", em Kiev, 2017.

O calibre escolhido pela empresa de Kharkov evoca associações diretas com os mais famosos fuzis anti-carro soviéticos da Segunda Guerra Mundial. O primeiro modelo do calibre "anti-tanque" foi o fuzil T-Rex, um modelo de demonstração que foi mostrado pela primeira vez em Kiev na exposição "Armas e Segurança" em 2017. Era um fuzil de precisão de grande calibre com ferrolho deslizante, de repetição e feito com o esquema bullpup, que garante mais equilíbrio para fuzis desse tipo. Uma característica distintiva deste fuzil anti-material é o fato de ter sido originalmente desenvolvido levando em consideração os requisitos de armas para o tiro de alta precisão e sniping.

Fuzis anti-carro PTRS-41 (em cima) e PTRD-41 (em baixo).

O próximo estágio dos fuzis com a marca Snipex foi o fuzil de atirador de grande calibre Alligator, no qual todas as ideias incorporadas no modelo T-Rex receberam algum desenvolvimento. A principal diferença entre o Alligator e seu antecessor é a transição para várias cargas. Este modelo de armas portáteis recebeu um carregador projetado para cinco tiros.

Conforme dito pelo fabricante:

"Como todos os modelos de armas anti-materiais, os fuzis Kharkov são projetados para derrotar a mão-de-obra, bem como o equipamento inimigos. Com a ajuda deles, você pode atingir alvos fixos e móveis com eficácia, incluindo alvos com blindagem leve. O calibre de 14,5 mm contribui para isso. Essas armas podem representar um sério perigo para todos os equipamentos sobre rodas do exército, bem como para veículos blindados de transporte de pessoal e veículos de combate de infantaria clássicos soviéticos."

Catálogo da Snipex.

Características

O Alligator é um fuzil ferrolhado para maior precisão, alimentado por um carregador tipo cofre destacável, e tem uma cadência de tiro maior que àquela do T-Rex, seu antecessor. Como todo fuzil anti-material, o Alligator tem um freio de boca para conter o forte recuo do alto calibre.

O receptor (caixa da culatra) do Alligator é feito de aço e as alças do ferrolho são cromadas. O trilho Picatinny na parte superior do receptor tem um ângulo de 50 MOA (Minute of Angle/ Minuto de Ângulo). O fuzil está equipado com um poderoso cano flutuante cromado, com 1,20 m (47″) de comprimento (comprimento total de arma de 2 m)O cano da arma possui 8 ranhuras/raias com passo de 419 mm.


Como uma das partes que reduz o poderoso recuo, o cano se move para trás após o disparo e, juntamente com o dispositivo apropriado da boca do cano e a placa de borracha da soleira da coronha, contribuem para aliviar as poderosas forças que atuam sobre o atirador.

O Snipex Alligator também é equipado com um bipé dobrável, ajustável em quatro posições, e um monopé ajustável montado na parte inferior da coronha. A arma também possui uma alça de transporte, cuja posição pode ser ajustada para garantir o equilíbrio adequado da arma quando transportada com ou sem silenciador. O peso total do fuzil descarregado é de 22,5 kg, o mesmo peso do modelo anterior T-Rex.

Para facilitar o transporte desta arma gigante, o cano pode ser destacado rapidamente, o que permite que seja armazenado em uma maleta de transporte relativamente compacta.


Carregador tipo cofre destacável de 5 tiros.

Outras características do fuzil sniper incluem um acabamento Cerakote e uma almofada de bochecha ajustável que pode ser montada à esquerda ou à direita da coronha, dependendo das preferências do atirador. A Snipex também desenvolveu anéis de montagem especiais para miras ópticas de 35 mm, projetados para resistirem ao poderoso recuo de um cartucho de 14,5x114 mm.


FICHA TÉCNICA
Calibre: 14,5x114mm.
Operação: Ação por ferrolho.
Comprimento: 2m;
Comprimento do cano: 1200mm (47,24pol)
Capacidade:  Carregador com 5 munições.
Mira: Luneta Snipex SN100C 5-30x56, mas aceita modelos diversos.
Peso: 22,5kg (padrão)
Velocidade inicial do projétil: 1000m/seg (boca do cano)
Alcance efetivo: 2000 metros.

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper.
Martin Pegler.

Leitura recomendada:




quinta-feira, 15 de outubro de 2020

FOTO: Sniper vietnamita durante a Operação Mouette

Sniper vietnamita de um dos batalhões paraquedistas da União Francesa durante a Operação Mouette, 4 de outubro de 1953.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog15 de outubro de 2020.

Na Indochina Francesa, um paraquedista vietnamita está em posição de observação e tiro na zona de Phu Nho Quan, à beira do Delta do Rio Vermelho, durante a Operação Mouette (Gaivota) em 4 de outubro de 1953. Nesta época, a União Francesa e o Viet Minh se digladiavam pelo controle do fértil Viet Bac na região do Tonquim, o norte do Vietnã.

Ele está armado com um fuzil semiautomático MAS 49 com luneta APX L806, comum aos atiradores de elite franceses da época. Essa luneta seria usado até o fim da Guerra da Argélia e além. O fuzil semiautomático é particularmente bom em ambientes fechados como a selva, permitindo tiros em sequência contra alvos que se expõe por apenas alguns poucos segundos.

Vídeo recomendado:


Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper.
Martin Pegler.

Leitura recomendada:

GALERIA: Operação Brochet no Tonquim3 de outubro de 2020.

FOTO: Posto sniper na Chechênia15 de outubro de 2020.

FOTO: Sniper na chuva16 de setembro de 2020.

FOTO: Sniper belga da SIE/ESI, anos 9030 de janeiro de 2020.

FOTO: Snipers irlandeses em manobras1º de fevereiro de 2020.

FOTO: Sniper do FORAD no CENZUB23 de janeiro de 2020.

FOTO: Sniper separatista na Ucrânia16 de maio de 2020.

FOTO: Posto sniper na Chechênia

Uma dupla sniper russa do MVD em um posto na Chechênia.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 15 de outubro de 2020.

O atirador usa um fuzil de precisão SV-98 (Snaiperskaya Vintovka Model' 1998 / Fuzil Sniper Modelo 1998) com silenciador enquanto o observador tem um fuzil de assalto OTs-14 Groza ("Tempestade"), em 7,62x39mm.

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper,
Martin Pegler.

Leitura recomendada:

FOTO: Gorka do FSB1º de maio de 2020.


A intervenção russa em Ichkeria, 16 de agosto de 2020.




GALERIA: Fuzileiros navais russos emboscados na Chechênia, 4 de fevereiro de 2020.

domingo, 16 de agosto de 2020

FOTO: PSG-1 em Sirinagar

Policial militar indiano da Força Policial da Reserva Central (Central Reserve Police Force, CRPF) armado com um fuzil de precisão HK PSG-1 em Sirinagar, na Índia.

Com 246 batalhões e vários outros estabelecimentos, a CRPF é considerada a maior força paramilitar da Índia e tem uma força de mais de 300.000 homens.

Bibliografia recomendada:



Leitura recomendada:



terça-feira, 21 de julho de 2020

GALERIA: Fuzis anti-material Zastava M93 modificados dos curdos peshmerga


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 21 de julho de 2020.

O Zastava M93 Black Arrow é um fuzil anti-material calibrado em .50 BMG (12,7x99mm OTAN) ou no cartucho russo .50 DSHK (12,7x108mm), fabricado pelo arsenal sérvio Zastava. Ele foi projetado em 1993, logo após o esfacelamento da Iugoslávia, e entrou em produção em 1998. O objetivo principal desse fuzil é o engajamento de longo alcance e, por esse motivo, é fornecido apenas com uma mira óptica, incluída no conjunto do fuzil (ampliação de 8x com a distância ajustável até 1.800m). Sua montagem também aceita miras de outros fabricantes.


Os M93 em uso pelos curdos peshmerga ("aqueles que enfrentam a morte") são mais provavelmente calibrados em 12,7x108mm devido ao amplo suprimento de munição russa na área de operações. Sabe-se que as forças curdas usam o M93 há algum tempo em sua luta contra o Estado Islâmico (EI/ISIS), mas esse desenvolvimento recente mostra um Zastava M93 específico que foi modificado com um trilho picatinny elevado e a coronha Fab Defense SSR25 com um apoio da bochecha elevada para acomodar a montagem de uma luneta mais alta.

Coronha Fab Defense SSR-25.

A luneta não é identificada neste momento (as lunetas antigas são as Zrak-Teslicmas de 8x56), parece ter um ajuste de paralaxe e um retículo iluminado, além de torres muito altas que se adequam aos ajustes de longo alcance do cartucho. É possivelmente russo devido à presença de várias lunetas russas baratas que apareceram em toda a região. A luneta também é completamente diferente de outras lunetas em uso nos M93 não-modificados em uso em outros lugares com os curdos, identificados por uma tampa laranja na torre de ajuste do vento.






À primeira vista, parece que o trilho saiu de um Remington X2010, mas realmente não se encaixa no perfil. Inicialmente, uma outra possibilidade foi considerada do fuzil ser uma cópia modificada do Aspar Arms M93 produzido na Armênia, mas a direção da alça de transporte não corresponde àquela do fuzil da Aspar Arms. A presença dessas modificações parece ser feita profissionalmente. Se as modificações foram ou não feitas pelos curdos ou em outros lugares permanece sem resposta.

Aspar Arms M93.

A utilização de fuzis anti-material não é estranha aos curdos, com os fuzis Zagros (12,7mm) e Shei (14,5mm).


Bibliografia recomendada:

Sniper Rifles: From the 19th to the 21st century.
Martin Pegler.

Out of Nowhere: A History of the Military Sniper.
Martin Pegler.

Estado Islâmico: Desvendando o exército do terror.
Michael Weiss e Hassan Hassan.

Leitura recomendada:


quinta-feira, 11 de junho de 2020

Fuzis sniper chineses têm uma história conturbada


Por Charlie Gao, War is Boring, 4 de junho de 2018.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 11 de junho de 2020.

Começos difíceis estimularam melhorias.

Enquanto o Exército dos EUA se preocupa com a próxima geração de fuzis de precisão e táticas russas, a China também vem fazendo avanços significativos neste campo.


Na década de 1980, os chineses usavam praticamente o mesmo equipamento que a União Soviética. Atualmente, eles usam conjuntos de equipamentos bastante diferentes, incluindo alguns fuzis calibrados nos calibres da OTAN. O desenvolvimento divergente de fuzis de precisão chineses da mesma base é uma parábola interessante do desenvolvimento de armas portáteis sendo conduzido pela doutrina.

SVD capturado.

A União Soviética usou o SVD, um fuzil em 7,62x54R, operado a gás e de percussão curta, alimentado por um carregador de tipo cofre de 10 tiros, e com um alcance efetivo de cerca de 800 metros. A China fez seu próprio clone do SVD depois de capturar um exemplar durante a guerra sino-vietnamita chamado Tipo 79, mais tarde refinado no Tipo 85. Estes foram produzidos junto de cópias da mira soviética PSO-1 de 4x.

Aparentemente, a China tem problemas em copiar o SVD, pois suas indústrias de armas não eram muito maduras. O PSO-1 clonado não foi capaz de lidar com o recuo do cartucho 7,62x54R nas versões anteriores, e foram encontrados problemas com a metalurgia do percussor, o qual quebrava facilmente no Tipo 79. Segundo fontes da CPAF, isso foi consertado quando do Tipo 85.

Um oficial chinês com um fuzil Tipo 89.

O principal problema do Tipo 79 e do Tipo 85 era a falta de munição adequada para eles. A Rússia forneceu munição especial 7,62x54R juntamente com o SVD, com os cartuchos 7N1 e posterior 7N14. A China não desenvolveu uma tal versão e simplesmente forneceu munição de metralhadora com o Tipo 79 e o Tipo 85. Isso resultou em uma precisão inferior.

Por que a China não produziu uma munição de atirador de elite é incerto, mas talvez o uso limitado de 7,62x54R nas forças armadas chinesas, combinado com a movimentação do PLA em direção a um novo cartucho intermediário nos anos 80, tornasse o desenvolvimento de uma munição de atirador de elite adicional um fardo desnecessário.

A falta de integração de fuzis de atirador comum e de precisão também atrasou a necessidade de uma munição desse tipo. Os fuzis Tipo 79 e Tipo 85 não eram fornecidos amplamente entre as tropas regulares, apenas encontrando uso com tropas de operações especiais, unidades policiais e guardas de fronteira.

QBU-88 em configuração sniper.

Enquanto a Rússia continua a usar o SVD como o seu principal fuzil "sniper", a China desenvolveu uma substituição no QBU-88 na década de 1990, com o fuzil completando testes em 1996 e primeiro entrando em serviço com a guarnição de Hong Kong do PLA em 1997.

A verdadeira raiz do projeto estava no desenvolvimento do cartucho de 5,8 milímetros para metralhadoras. Foi desenvolvida uma munição de 5,8 milímetros que apresentava um desempenho melhor ou igual às munições de 7,62x54R existentes no inventário chinês; portanto, um fuzil especializado foi desenvolvido nesse calibre para fins de sniping.

Fuzil QBU-88/Tipo 88.

O QBU-88 ou Tipo 88 é um projeto relativamente moderno, utilizando o desenho bullpup para obter comprimento adicional do cano. Fontes chinesas afirmam que a penetração e a precisão são superiores ao Tipo 85. Técnicas modernas foram usadas para fabricar o Tipo 88, incluindo fresagem CNC e uso extensivo de polímero. Um novo processo de fosfatação foi usado para aplicar o acabamento preto ao metal.

O projeto em si tem alguns aspectos questionáveis.


O bipé é conectado diretamente ao cano, o que causa um deslocamento do ponto de impacto quando o bipé é usado. O registro de segurança também está em um local difícil de alcançar atrás do depósito do carregador, exigindo que o atirador mova sua mão de apoio sob o mesmo para ativar e desativar o registro de segurança - com um giro de 180 graus.

A maioria dos fuzis de precisão e de atirador comum ocidentais usam um gatilho de segurança de polegar ou de segurança de gatilho de alguma variedade, permitindo uma atuação mais rápida sem mover a mão da posição de tiro. Em uma atualização do aumento fixo de 4x do SVD, o QBU-88 utiliza uma luneta de aumento variável de 3-9x com um compensador de queda da bala integrado no retículo.


Embora o Tipo 88 e o Tipo 85 sejam os fuzis mais comuns em uso, também existem vários outros fuzis para tiro de precisão e propósitos especiais. Para fins anti-materiais, existem o AMR-2 e o QBU-10, sendo o AMR-2 um fuzil alimentado por um carregador de ação de ferrolho, e o QBU-10 sendo semi-automático. Também dignas de nota são as séries de fuzis CS/LR, os verdadeiros equivalentes chineses aos fuzis de precisão ocidentais, como o Remington 700 e o Steyr SSG69.

CS/LR4.

O CS/LR4 é o concorrente direto, sendo calibrado no mesmo cartucho de 7,62×51 milímetros OTAN. Ele foi desenvolvido a partir de modelos anteriores e parece ter muita influência dos fuzis ocidentais, desde a ação Mauser de trancamento frontal até à coronha com furo para o polegar. Eles não estão no mesmo padrão ou precisão dos fuzis ocidentais, com uma precisão declarada de 2,9 centímetros a 100 metros. Ele também possui um trilho Picatinny à frente da luneta, para que os usuários possam montar um dispositivo de visão noturna na frente da mira óptica.

O CS/LR3 é a mesma arma, calibrada no cartucho padrão de 5,8 milímetros usado pelas forças armadas. No entanto, os fuzis CS/LR têm sido mais utilizados em unidades policiais especiais, as quais precisam de maior precisão.

Charlie Gao estudou ciência política e da computação no Grinnell College e é um comentarista frequente em questões de defesa e segurança nacional.

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper,
Martin Pegler.

Leitura recomendada:




FOTO: Sniper do FORAD no CENZUB23 de janeiro de 2020.



Tiro em Cobertura Rodesiano15 de abril de 2020.