Operação Dragão III
Dezembro de 1967, São Sebastião/SP.
Comandante da Força de Desembarque:
Contra-Almirante (FN) ROBERVAL Pizarro Marques
"Ainda no ano de 1966, foi realizada pelo 3º Distrito Naval, em Recife, uma operação anfíbia com a participação de unidades da FFE [Força de Fuzileiros da Esquadra]. Nesta operação, denominada Graviola, ocorreu um grave acidente, quando a rampa de uma das embarcações abriu durante o movimento navio-para-terra, no qual vieram a falecer nove fuzileiros navais do Batalhão de Pioneiros [Engenharia]. Como resultado das investigações realizadas, foram tomadas diversas medidas adicionais para aumentar a segurança da tropa nas operações de desembarque.
No ano seguinte, já com os novos procedimentos em vigor, foi realizada a Operação Dragão III, no litoral de São Paulo, com o comandante da Força de Desembarque sendo o comandante da Divisão [Anfíbia]. Foram efetuados dois movimentos navio-para-terra, simultaneamente, em diferentes linhas de desembarque, precedidos no D-2 por uma incursão anfíbia na Ilha de São Sebastião, que ocorreu sem incidentes, demonstrando toda a flexibilidade do conjugado anfíbio navio-tropa da Marinha.
Esta operação é considerada como um marco na evolução do adestramento anfíbio do país, pelo empenho da administração naval no sentido de engajar o maior número possível de meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, dando ênfase a este tipo de exercício, conferindo importância a algo diferente dos problemas de tática anti-submarina tão em voga até então.
Tomaram parte na Dragão III os quatro navios-transporte, o NAeL Minas Gerais, os CL Barroso e Tamandaré, três contratorpedeiros, três avisos oceânicos, dois esquadrões de helicópteros e 2.037 fuzileiros navais. Pela primeira vez foi realizado o MNT helitransportado, com a reserva constituída por instrutores e alunos dos cursos do Centro de Instrução e Adestramento do CFN (CIAdestCFN). Participaram da operação os Batalhões Riachuelo e Humaitá, este em sua primeira Operação Dragão, o Grupo de Artilharia, O Batalhão de Pioneiros, o Batalhão de Transporte Motorizado, a CiaReconAnf e o CICFN [Centro de Instrução do Corpo de Fuzileiros Navais], tendo sido organizado um Grupo de Apoio Logístico especialmente para apoiar o exercício. Foram desembarcadas 112 toneladas de carga e 126 viaturas, com as viaturas pesadas desembarcando no cais, após a conquista do Porto de São Sebastião, em virtude do número insuficiente de embarcações de desembarque e das dimensões de algumas viaturas.
A partir da Operação Dragão III, foi empregado um figurativo inimigo, controlado pelos avaliadores do exercício, para, opondo-se às ações da Força de Desembarque, gerar reações nos diversos níveis de comando que pudessem servir de indicadores para aferição do nível de adestramento da FFE."
- Fuzileiros navais: Das praias de Caiena às ruas do Haiti, pg. 33-34.
Meu pai Nivaldo de Oliveira, na época 3º Sargento do CT Paraná, participou da Operação Dragão III, grande orgulho para a família, mais que infelizmente aos 84 anos, com vitalidade e lucidez, faleceu de COVID em 22/12/2020, no Hospital Marcílio Dias.
ResponderExcluirExiste mais registro dessa operação especificamente na área do litoral norte de são paulo?
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