domingo, 3 de maio de 2020

GALERIA: O legado militar do Rio de Janeiro - O Forte de Copacabana

Forte de Copacabana.

Por Júlio A. Montes, Small Arms Defense Journal, 26 de maio de 2017.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 3 de maio de 2020.

Há uma linhagem militar considerável nesta bela cidade brasileira - invisível para a maioria e, no entanto, claramente presente em todo o lugar. Por exemplo, vôos internacionais pousam no terminal que compartilha espaço com a Base Aérea do Galeão. Qualquer pessoa que escala o Pão de Açúcar na verdade inicia a subida no Forte São João, sede da Escola de Educação Física do Exército Brasileiro. A Fortaleza de São João da Barra do Rio de Janeiro é um forte do século XVI estabelecido por Portugal para proteger a Baía da Guanabara de invasões francesas. Hoje, o movimentado porto comercial é dominado pelas instalações do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). A base data de dezembro de 1763 e foi designada Arsenal Real da Marinha quando a Família Real Portuguesa chegou em 1808. De fato, uma considerável atividade militar ocorre em toda a metrópole. Quem pode esquecer que, antes da Copa do Mundo de 2014, 2.500 soldados, com equipamento de combate completo e apoiados por veículos blindados da Marinha, se moviam rápida e silenciosamente pelas favelas do Rio?

Torre Duque de Caxias, equipada com dois canhões Krupp de 305mm.
(J. Montes)

O Brasil, como os EUA, é uma nação federada, composta por um governo federal, governos estaduais e governos locais. Copacabana é um bairro do Rio, famoso por suas praias, hotéis, restaurantes e biquínis. A propósito, a nudez supõe ser banida nas praias - essa é a razão do design e da popularidade dessas roupas de banho diminutas como forma de burlar a lei. O bairro de Copacabana é um dos muitos que corre ao longo da frente de águas cristalinas: Flamengo, Botafogo, Leme, Arpoador, Ipanema e Leblon.

O Forte de Copacabana

No extremo sul de Copacabana, e basicamente um ponto de separação para o bairro de Ipanema e a uma curta distância da estação de metrô Cantagalo, encontramos o Museu Histórico do Exército de Copacabana. Essa também é uma base militar ativa, mas o público é permitido entrar na fortaleza e descer nos limites do forte, onde permanecem duas torres enormes e formidáveis. O Exército Brasileiro iniciou a construção do forte em 1908 em um promontório de frente para a bela praia e protegendo a entrada do porto do Rio de Janeiro. A construção terminou em 1914. Na margem da fortaleza, existem duas torres blindadas: uma com dois canhões Krupp de 305mm, chamada Duque de Caxias, e a outra, um par de Krupps de 190mm, chamada André Vidal. As torres eram capazes de girar 360 graus e tinham um campo de fogo que se estendia entre 20m e 18.200 metros.

Canhão Vickers Armstrong Mark XIX 152,4mm em Copacabana.
(J. Montes)

O Museu está aberto ao público entre as 10h e as 18h, de terça a domingo, e a entrada em 2015 foi de R$6 por adulto. O público realmente entra em um portão vigiado que leva ao estacionamento da frente do forte. Esta é uma base militar ativa, portanto as instalações de um lado da fortaleza permanecem fechadas ao público. Um portão velho, com um guarda de uniforme vintage colorido, e um guichê de entrada, sinaliza a entrada pública da base antiga; no entanto, antes de chegar lá, existem vários prédios vigiados. O corredor leva a um prédio militar de três andares, onde encontramos várias exposições focadas em diferentes períodos e eventos da história do Exército Brasileiro. Os dois temas principais cobrem o Salão Colônia-Império e o Salão da República. O Salão Colônia-Império, inaugurado em 1996, apresenta a história do Exército Brasileiro relacionada ao período colonial, incluindo a ocupação e expansão brasileira e a gênese da força terrestre nacional além do período imperial, cobrindo a independência e a participação do Exército Brasileiro na Guerra da Tríplice Aliança (Guerra do Paraguai). O Salão da República, inaugurado em 1998, apresenta o Exército Brasileiro no regime republicano até 1945; abrange também a Rebelião Armada, a modernização do Exército Brasileiro, a contribuição do Marechal Rondon para o Brasil e a participação da Força Expedicionária Brasileira [na Segunda Guerra Mundial].

Uma das exposições dedicadas à Força Expedicionária Brasileira no Forte de Copacabana.
(J. Montes)

Atrás do edifício fica a entrada da fortaleza original, e os corredores levam ao quartel e às áreas de munição. As exposições imitam a vida dentro da fortaleza, com manequins encontrados na enfermaria, nos beliches e em outras áreas internas. O corredor leva a um mecanismo maciço e sistema de disparo usado pelas torres e pelos canhões. Siga as indicações para o telhado da fortaleza, onde a bela baía é claramente visível, e as torres blindadas contendo as enormes peças de artilharia dão uma sensação surreal. Além disso, no horizonte, há um número de navios cargueiros entrando nesta cidade costeira.


O forte funcionava como defesa costeira, então seus corredores são completados com várias exposições e peças de artilharia. Há canhões Hotchkiss de 5 canos e outras armas incomuns à vista. Um deles é o obus britânico Vickers Armstrong de 152,4mm. Os modelos exibidos aqui são do tipo XIX 1914/1917, adquiridos pelo Exército Brasileiro em 1940 dos EUA. Existem duas casamatas onde se diz que armas de 75mm já foram instaladas, e também há um pequeno restaurante com vista para a baía, onde uma boa xícara de café ou várias caipirinhas podem complementar a vista. A propósito, caipirinha é um coquetel nacional feito com cachaça, misturado com açúcar e limão.

Os 18 do Forte: Tenentes Eduardo Gomes, Siqueira Campos e Nílton Prado, civil Otávio Correia e soldados desconhecidos.

A guarnição liderou uma revolta em 1922. Na época, a cidade do Rio de Janeiro era a capital do Brasil, e o governo estava nas mãos de um governo central dominado pela classe oligarca dos cafeicultores e as forças armadas. O poder executivo foi desafiado por uma coalizão de comerciantes, banqueiros, trabalhadores de colarinho branco, industriais e outros grupos civis, além de oficiais militares subalternos, a maioria treinados na Europa*, e constituindo o que era conhecido como Tenentismo. Esta explodiu em 5 de julho de 1922, quando tenentes desencadearam um ataque à partir do forte contra o governo. O movimento deveria incluir várias outras instalações militares, mas, no final, apenas o Forte Copacabana, alguns elementos da Vila Militar, o Forte Vigia, a Escola Militar do Realengo, o 1º Batalhão de Engenharia, elementos da Marinha e do Exército realmente se revoltaram. As baterias do forte dispararam contra vários prédios importantes do governo, abrindo os ataques contra a República Velha. O governo respondeu despachando a 1ª Divisão do Exército, dois navios de guerra e um destróier para bombardear a base, com as posições rebeldes recebendo contra-fogo do dreadnaught Minas Geraes, e duas aeronaves da Marinha. A base finalmente se rendeu, com a resistência final feita na praia por 18 oficiais, liderados por Antonio Sequeira Campos e Eduardo Gomes. A artilharia de defesa costeira foi dissolvida em 1987 e a fortaleza foi desativada, assim como um posto de artilharia costeira. Em seguida, transformou-se no atual Museu do Exército Brasileiro e permanece hoje como um dos muitos pontos militares históricos da região. Em comparação com outras instalações, o museu é pequeno. Dada a sua localização e beleza, o Forte foi programado para sediar a maratona de natação e triatlo para os Jogos Olímpicos de Verão de 2016.

*Nota do Tradutor: Treinados por instrutores europeus (franceses) no Brasil.

Bibliografia recomendada:

Soldados da Pátria:
História do Exército Brasileiro 1889-1937.
Frank McCann, 2007
.

Soldados Salvadores.
Henry Hunt Keith, 1967.

A Evolução Militar do Brasil.
J. B. Magalhães, 1957.

Missão Militar Francesa de Instrução junto ao Exército Brasileiro.
General Souto Malan.


As forças armadas canadenses querem atrair recrutas encurtando e apertando suas saias dos uniformes

As Forças Armadas do Canadá estão considerando novas iniciativas de recrutamento, em um esforço para incluir mais mulheres em suas fileiras. (John D. McHugh/Getty)

Por J.D. Simkins, Military Times, 12 de fevereiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 3 de maio de 2020.

A falta de mulheres nas Forças Armadas Canadenses levou a novas idéias de recrutamento, que incluem a adição de saias mais curtas e justas, sapatos mais elegantes e campanhas de mídia social dignas de nota com slogans como: "Minhas bijuterias são minhas medalhas".

Já está com ânsia de vômito?

Se não, talvez um conceito de vídeo com uma mulher arremessando uma granada, acompanhado pelo slogan "Claro que jogo como uma garota, mas nunca erro", resolva.

Isto. Foi isto que renderam três anos de trabalho. Uma "Equipe dos Sonhos", cuja única missão de três anos era identificar onde as forças armadas poderiam fazer um trabalho melhor para atrair mulheres a se alistarem, apareceu com a idéia de referir-se às medalhas como "bling" (jargão para bijuteria).

Nós os condenamos por um trabalho nunca realizado, Equipe dos Sonhos.

Hoje, as mulheres representam apenas 16% das forças armadas canadenses, um número de oficiais militares canadenses espera elevar esse número para 25% até 2026, de acordo com documentos de estudo obtidos pelo Ottawa Citizen.

A Capitã Stef Pouliot se prepara para co-pilotar um vôo em um helicóptero CH-146 Griffon na Base das Forças Canadenses de Trenton, Ontário, 16 de junho de 2016. (Luke Hendry / The Intelligencer)

"No entanto, existem barreiras sistêmicas", escreveu a Equipe dos Sonhos, "tornando as forças armadas uma opção menos desejável para a maioria das jovens canadenses".

Causas substanciais para a escassez de mulheres nas fileiras - a prevalência de transtorno de estresse pós-traumático e assédio sexual, bem como a falta de funções técnicas disponíveis - foram mencionadas como tais barreiras, mas essas razões legítimas ainda eram um problema secundário para uma produção com pesada ênfase em moda e produção de vídeo.

"Não é um retrato especialmente lisonjeiro dos valores femininos", escreveu a colunista do National Post Marni Soupcoff em resposta ao estudo. Soupcoff comparou a abordagem "à piada da comediante Elayne Boosler sobre sua crença de que as mulheres são capazes de se envolver em combates mortais: tudo o que o general precisa fazer é ir até as mulheres e dizer: 'Você vê o inimigo ali? Eles disseram que vocês parecem gordas nesses uniformes."

Para abordar suas estranhamente prioritárias preocupações de moda, a Equipe dos Sonhos mirou o Comitê de Vestimenta das Forças Armadas do Canadá, um grupo decididamente de estilo livre "composto por homens de meia idade cuja perspectiva não reflete as tendências atuais entre os grupos demográficos", disse o relatório . A equipe concluiu que a instituição de um estado-maior de tomada de decisão sobre uniformes que incorpore a mesma composição de 25% da meta de recrutamento de mulheres do exército deve corrigir a deficiência de tendências modernizadas.


Outras sugestões, entrementes, incluem campanhas de marketing que retratam uma qualidade saudável do equilíbrio entre vida e trabalho, o qual aproximadamente 14 indivíduos na história militar jamais alcançaram.

Para demonstrar, a Equipe dos Sonhos discutiu um conceito de vídeo que começa com uma mulher removendo seu capacete militar. Em uma reviravolta chocante, ela se vê em um evento no qual "colegas de trabalho homens e mulheres se reúnem e concordam em fazer uma fogueira em uma praia", diz o relatório.

Incapaz de resistir àquelas vibrações de praias canadenses aclamadas internacionalmente, o grupo faz a transição para grelhar “marshmallows, rindo e relaxando” - como invariavelmente fazemos quando os marshmallows estão presentes.

"Eles podem estar superestimando o apetite feminino por reuniões pós-trabalho que se assemelham a um acampamento de verão", argumentou Soupcoff. "Mas isso é realmente o que os recrutas encontrariam quando se tornassem membros das forças armadas?"

Estudos sugerem que essa é, de fato, a experiência exata que os membros do serviço têm nas forças armadas - especialmente no Canadá, onde os soldados não podem se virar sem serem surpreendidos por um cenário tropical.

Na conclusão de seu próprio comercial da cerveja Corona, um colega de trabalho leva uma de suas colegas para casa, onde espera do lado de fora até que ela feche a porta com segurança. Isso, sugere a Equipe dos Sonhos, demonstraria "confiança nos colegas de trabalho".

O que a Equipe dos Sonhos não sabe, no entanto, é que esses cenários lembram surpreendentemente alguns dos piores programas comerciais da Rede das Forças Armadas que alguém que já foi mobilizado no exterior teve o desprazer de ver.

De volta à prancheta de desenhos, Equipe dos Sonhos.

Leitura recomendada:

O transporte de carga e o soldado feminino8 de janeiro de 2020.

HUMOR: As 4 Fases da Mulher Policial, 21 de janeiro de 2020.

Primeira oficial de infantaria feminina dos Fuzileiros Navais deixa o Corpo no momento que o Comandante clama por mais mulheres no Curso de Oficial de Infantaria, 27 de fevereiro de 2020.

Forças aéreas asiáticas recrutam mulheres pilotos de caça,19 de fevereiro de 2020.

As mulheres deveriam entrar em combate?8 de março de 2020.

PINTURA: Mulheres na Grande Marcha6 de março de 2020.

Combatentes Femininas Peshmerga: Da Linha de Frente à Linha de Retaguarda*16 de outubro de 2019.

GALERIA: Comandos femininas na Guarda Presidencial Palestina1º de fevereiro de 2020.

sábado, 2 de maio de 2020

COMENTÁRIO: Os limites da tolerância

Quando nações inteiras - como os japoneses na Segunda Guerra Mundial - estão envolvidas, todos são alvos legítimos até que a ameaça seja neutralizada. Retratados: Paraquedistas das Forças Especiais de Desembarque Naval, 1942.
(Wikimedia Commons)

Por Stewart Weiss, The Jerusalem Post, 21 de novembro de 2019. 

Tradução Filipe do A. Monteiro, 2 de maio de 2020.

Há uma necessidade legítima, legal e até louvável de intolerância em certas situações - e a principal delas é o ataque a Israel.

Os livros judaicos de instrução moral se concentram principalmente em um objetivo final: a perfeição dos traços de personalidade de uma pessoa. Conhecidas em hebraico como middot - a palavra significa literalmente "medida", como na "medida de um homem" - essas qualidades invisíveis, porém essenciais, definem o tipo de pessoa que somos. Entre essas distinções estão honestidade, integridade, confiabilidade, compaixão, empatia, justiça, diligência e tolerância.

Este último item tornou-se um chavão fantasioso nos últimos anos. Somos convocados, como sociedade, a tolerar virtualmente toda e qualquer forma de expressão pessoal e comportamento cultural. Convicção religiosa, preferência sexual, origem racial e preferência política (exceto, é claro, em certos círculos, uma afinidade pelo presidente dos EUA, Donald Trump) são perfeitamente aceitáveis para outros e não estão sujeitas à nossa própria crítica e desaprovação individual.

Essa postura, na verdade, tem profundas raízes judaicas, como nos é dito em várias fontes "para não julgar os outros" e que "Deus ama aqueles que amam todos os outros seres humanos" (Ética dos Patriarcas).

De fato, a tolerância é um pré-requisito essencial para quem deseja ser um líder judeu. Quando dizem a Moisés que ele não acompanhará seu povo a Israel, ele apela ao "Deus dos Espíritos" para indicar um sucessor adequado. Rashi, o comentarista consumado, fica intrigado com esse título incomum e explica que é uma palavra de código para um Deus que tolera e tem paciência para uma variedade de disposições diferentes entre Seus súditos. Presumivelmente, Moisés estava insinuando que Finéias, um "fanático" por Deus que assassinou sumariamente um príncipe envolvido em comportamento perverso, não era o candidato mais adequado para líder. Embora seu comportamento extremo possa ter sido aceitável em uma circunstância rara e atenuante, não era a filosofia tolerante que se adequava a um chefe de Estado. Pouco depois, Josué foi escolhido para guiar a nação para a nova terra.

Mas middot não é unidimensional; eles têm seus limites e exceções. O orgulho, por exemplo, costuma ser um comportamento negativo ("o orgulho precede a queda"), mas o orgulho no país ou na família é certamente admirável. Paciência é geralmente uma virtude, mas não em tempos de emergência, quando é necessária uma ação rápida. Até o amor - a mais sublime de todas as emoções humanas - tem seus limites; somos convidados a odiar, em vez de amar, desigualdade, injustiça e ganho ilícito.

E assim é com tolerância; existem limites para quão tolerantes poderíamos e deveríamos ser. De fato, o próprio Moisés deixa isso muito claro. Quando acusado de liderar os israelitas para fora do Egito, ele é instruído a libertar o povo "mitahat sivlot Mitzrayim". Literalmente, isso significa "debaixo do fardo" colocado sobre eles. Mas a palavra "sivlot" também pode significar "a tolerância" da escravidão egípcia. De fato, explicam os rabinos, a primeira tarefa de Moisés foi convencer os escravos de que eles não precisavam aceitar as duras condições sob as quais estavam trabalhando, uma espécie de síndrome de "eu me acostumei à sua maça". Vivendo por mais de um século sob domínio tirânico, eles tiveram que ser reeducados que essa situação era moralmente inaceitável, que judeus - e todos os seres humanos - têm direito a um modo de vida muito melhor.

A sociedade judaica, sem dúvida, precisa de uma infusão saudável de tolerância. Construímos muitos muros de separação dentro de nossas comunidades, prejudicamos nossos vizinhos quase instantaneamente e reagimos com rapidez brusca ao menor desvio de nossas próprias noções preconcebidas sobre o que é certo e o que é errado. A velha piada sobre as duas sinagogas em uma ilha deserta, uma das quais é assistida pelo único sobrevivente, enquanto na outra ele se recusa veementemente a orar, se estende a inúmeras situações, desde o bullying nas escolas primárias ao comportamento arrogante no trânsito . A intolerância é arraigada, endêmica, quase uma reflexão tardia.

Mas há um limite para a tolerância e uma necessidade legítima, legal e até louvável de intolerância em determinadas situações. E o principal deles é o ataque a Israel, tanto do tipo verbal quanto violento.

Quando os membros da Lista Conjunta* entraram no escritório do Presidente Reuven Rivlin e declararam ousadamente: "Nós somos os donos legítimos desta terra", eles deveriam ter sido enxotados pra fora em cima de suas retaguardas presunçosas.

*NT: A Lista Conjunta (em árabe: القائمة المشتركة‎, al-Qa'imah al-Mushtarakah) é uma aliança política dos principais partidos da maioria árabe em Israel: Balad, Hadash, Ta'al e a Lista Árabe Unida. A lista é ideologicamente diversa e inclui comunistas, socialistas, feministas, islamitas e nacionalistas árabes. A terceira maior facção no Knesset, o parlamento israelense, estima-se que receba 82% dos votos árabes.

Quando as universidades permitem que os estudantes judeus sejam marginalizados e assediados, e os oradores israelenses convidados são impedidos de ministrar suas palestras, eles devem ser levados a julgamento e forçados a pagar por isso.

Quando judeus desorientados - mesmo aqueles vestidos com roupas hassídicas - vêm a Israel para minar o estado e nosso exército sagrado, eles devem ser imediatamente enviados de volta para onde vieram.

E quando Israel for atacado fisicamente - ou mesmo ameaçado - devemos nos defender com todo o poder à nossa disposição. 

Como é que, quando um presidente americano executa um terrorista vil como Baghdadi* - e várias de suas esposas de brinde - ele pode se orgulhar do ato e ridicularizar o canalha, mas quando matamos um assassino em série com barris de sangue nas mãos, temos que quase pedir desculpas, garantindo ao mundo em geral que bombardeamos super-cirurgicamente para que nenhum espectador inocente seja ferido.

*NT: Abu Bakr al-Baghdadi (em árabe: أبو بكر البغدادي‎) terrorista declarado o 1º Califa do Califado Islâmico da Síria e do Levante. Suas atrocidades incluíram o genocídio dos yazidis no Iraque, extensa escravidão sexual, estupro organizado, açoites e execuções sistemáticas. Ele dirigiu atividades terroristas e massacres, e ele mesmo possuía escravas sexuais. A brutalidade era parte dos esforços de propaganda do Estado Islâmico, produzindo vídeos publicados por hackers mostrando escravidão sexual e execuções, apedrejamentos e queimaduras. Baghdadi morreu durante uma incursão conjunta do Delta Force e 75º Regimento Ranger em 26 de outubro de 2019, quando ele se matou acionando um colete bomba, explodindo dois dos seus filhos pequenos na ocasião.

Diga-me, quantos “inocentes” existem em Gaza, os quais declararam genocídio sem fim contra o estado judeu? E quantos foguetes precisam cair, quantas crianças precisam dormir em abrigos antiaéreos, quantos campos precisam queimar antes de erradicar - por todos e quaisquer meios necessários - o perigo para nossos preciosos cidadãos, que realmente são inocentes?

Apesar dos mitos frequentemente promulgados nos círculos liberais, não existe algo como “punição coletiva” quando nações inteiras - como os nazistas e japoneses na Segunda Guerra Mundial e como o Hamas e a Jihad Islâmica hoje - estão envolvidas; todo mundo é um alvo legítimo até que a ameaça seja neutralizada. E é de fato o raro conflito que é resolvido pela diplomacia, e não por uma ação militar decisiva e clara.

Então, vamos trabalhar para ser mais tolerantes com nossos correligionários, nossos vizinhos e aqueles com quem devemos aprender a nos dar bem. Mas sejamos igualmente intolerantes com aqueles que nos privariam de nossas liberdades, começando pela liberdade de simplesmente viver.

Leitura recomendada:







FOTO: 14ª Reunião de Estados-Maiores entre o Brasil e a França


Nos dias 3 e 4 de julho de 2018, foi realizada em Brasília a 14ª reunião entre o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Brasil (EMCFA) e o Estado-Maior Francês das Forças Armadas (État-major des armées, EMA).

A reunião foi co-presidida pelo Major-Brigadeiro-do-Ar Carlos Minelli de Sá, da Força Aérea e Vice-Chefe de Relações Internacionais da EMCFA, e pelo General de Divisão Aérea (Général de division aérienneDidier Looten, Comandante em Chefe das Forças Armadas da Guiana, representante do EMA.

Foram discutidas a cooperação entre as forças armadas das duas partes e as dos países africanos, em particular o Golfo da Guiné, bem como o planejamento e a condução de operações conjuntas (internas e externas). Os debates também se concentraram na otimização da cooperação transfronteiriça entre o Brasil e a Guiana, bem como na educação militar superior. Esta reunião permitiu discussões de defesa e de fortalecer a cooperação militar entre o Brasil e a França.

Leitura recomendada:


sexta-feira, 1 de maio de 2020

COMENTÁRIO: Confissões de um estrategista fracassado - Parte 1


Pelo Coronel Jobie Turner, War Room, 5 de novembro de 2019.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 1º de maio de 2020.

Esta é uma estratégia para a elaboração de um orçamento? Por lutar em um ambiente futuro? Ou foi projetada para fornecer diretrizes e políticas internas?

No Pentágono, todos se imaginam estrategistas. Todo graduado em educação militar profissional, todo contratado com um novo sistema de armas, todo think tank* ou especialista de consultoria: todos acham que, se tivessem a chance, poderiam impor a ordem com a "grande idéia" certa. Enquanto isso, na esquina da praça de alimentação, os "programadores” sorriem, contentes em sua opinião de que os orçamentos que constróem são a verdadeira estratégia. A suposição compartilhada comum a todos é que as estratégias escritas têm o potencial de manter, alterar ou até revolucionar uma força ou as forças armadas como um todo.

*Nota do Tradutor: Um "think tank" é um corpo de especialistas suprindo conselhos e idéias sobre problemas específicos, como política ou economia, assim como estratégia.


De 2016 a 2018, trabalhei na divisão de estratégia de longo prazo no estado-maior do Quartel-General da Força Aérea. Assim, tive a oportunidade de testar minhas próprias pretensões estratégicas como parte da equipe que tentava elaborar um documento estratégico de longo alcance para conduzir as decisões orçamentárias da força.

A estratégia que produzimos nunca chegou à publicação oficial. Apesar de um consenso geral entre oficiais, funcionários públicos e contratados do Estado-Maior Aéreo, seria valioso ter uma estratégia para organizar, treinar e equipar a Força Aérea do futuro. Além disso, havia um excelente pensamento estratégico incluído no documento e apoio de toda a cadeia de comando.

Na orgulhosa tradição do relatório de vôo, este é o primeiro de uma série de quatro artigos tentando tirar as lições aprendidas dessa experiência e passá-las para a profissão mais ampla das armas. Enquanto minha experiência foi no Estado-Maior Aéreo, essas idéias se aplicam amplamente a qualquer força ou tentativa conjunta de produzir um documento estratégico sancionado pela liderança e projetado para liderar a organização, o treinamento e o equipamento da força.

Um problema de definição e interesses

Como afirma Steven Wright, "o estrategista deve pensar no contexto e na definição de problemas". Em outras palavras, o estrategista precisa responder: "Por quê?" Para uma estratégia da força, isso exige que a equipe de redação se depare com duas questões fundamentais: qual das muitas definições possíveis de estratégia estava no centro do projeto e qual é o objetivo do documento estratégico? A estratégia é a “série de conveniências” do marechal de campo prussiano Helmuth von Moltke, a “vantagem contínua" do estrategista moderno do Everett Dolman, “o uso do engajamento para os propósitos da guerra” do teórico Carl von Clausewitzou, ou o catecismo mais banal da educação militar profissional “alinhar fins, caminhos e meios”? E em relação ao que a estratégia pretende fazer. Esta é uma estratégia para a elaboração de um orçamento? Por lutar em um ambiente futuro? Ou foi projetado para fornecer diretrizes e políticas internas? 

Para complicar o processo de definição, existem muitos interesses dentro da grande organização de um serviço militar. Com o potencial de uma estratégia para manter, alterar ou revolucionar o curso, haverá intenso debate, discussão e desacordo sobre sua criação. Perguntas sobre quem, onde, o que, quando e por que (who, what, where, when, and why, 5Ws) do documento estratégico virão de todos os cantos para incluir outras forças e tribos internas (por exemplo, forças aéreas de combate; forças aéreas de mobilidade; inteligência, vigilância e reconhecimento). Com a competição de alto risco, o processo de desenvolvimento estratégico pode se transformar em uma metáfora para o que, em Essence of Decision (A Essência da Decisão, 1999), Graham Allison e Philip Zelikow chamam de comportamento do Modelo III; ou, em termos simplistas, "onde você está depende de onde você está sentado". Nesse tipo de comportamento, as organizações baseiam suas escolhas em interesses internos, e não em objetivos estratégicos.

A Essência da Decisão: Explicando a Crise dos Mísseis Cubanos, 1999.

Tomados em conjunto, esses problemas de definição e interesses internos do Estado-Maior Aéreo dificultaram a criação da estratégia. No nosso caso, o documento estratégico tornou-se uma imagem espelhada das opiniões daqueles a quem informamos. Por exemplo, oficiais e civis que lidam com o orçamento sempre circulavam em torno de uma discussão sobre como o documento poderia moldar futuras despesas de dinheiro. Esse processo se repetiu com cada organização e resultou em um grande tempo e comprometimento intelectual gasto em definição e educação, em vez de idéias e conceitos. Além disso, cada organização tinha sua própria visão do que deveria estar no documento e como deveria ser estruturado, o que às vezes fazia com que parecesse um prato preparado por cozinheiros demais.

Em retrospecto, uma abordagem melhor seria dedicar mais tempo a quem, o que, onde, quando e por quê. Como o documento enfrentou essas mesmas perguntas a partir de seu rascunho inicial, deveria ter sido uma indicação de que não possuía uma base sólida. Em vez de mergulhar imediatamente na redação do documento, definir primeiro os 5Ws abriria mais caminhos para falar sobre as idéias e conceitos e também resultaria em mais adesão do Estado-Maior Aéreo. A redação do documento deveria ter sido seguida posteriormente. Parece simples, mas Simon Sinek está certo: comece com o porquê.


"Portanto, tanto quanto um secretário, chefe ou estado-maior de força gostaria de traçar seu próprio "Por quê", muito do que eles devem fazer foi definido por outros."

Contra a estratégia

Além dos problemas de definição, uma estratégia de força também precisa lidar com as forças externas da política e do orçamento. Os requisitos políticos e orçamentários definem, direcionam e às vezes restringem o que uma força pode fazer.

Embora seja difícil imaginar suas responsabilidades e a amplitude de controle, nos níveis políticos mais altos do governo dos Estados Unidos, os secretários das forças e seus chefes são baixos na hierarquia. O presidente, o secretário, o vice e os subsecretários de defesa, o presidente e (em menor grau) o vice-presidente do Estado-Maior Conjunto (Joint Chiefs of Staff, JCS), e os comandantes combatentes, todos têm maior pedigree e cachê político. A Estratégia de Segurança Nacional do Presidente, a Estratégia de Defesa Nacional do Secretário de Defesa, a Estratégia Militar Nacional do Presidente do Estado-Maior Conjunto, juntamente com inúmeros documentos de orientação e análises do Gabinete do Secretário de Defesa e do Estado-Maior Conjunto, fornecem grande parte das informações gerais descrição do ambiente internacional e do local dos departamentos dentro dele. Com essa orientação abrangente, o "porquê" das forças já está definido.


Adicionado às restrições políticas, qualquer estratégia projetada para impulsionar o orçamento terá que competir com os locais por toda a ação do estado-maior - o Memorando Objetivo do Programa (Program Objective MemorandumPOM). Os atores externos podem ter uma influência ainda maior através dos orçamentos do que no campo da política. O Congresso, o Gabinete de Administração e Orçamento, e o Gabinete do Secretário de Defesa não apenas definem o orçamento geral da “linha de frente” para as forças, mas também fornecem frequentemente detalhes bastante específicos sobre como o dinheiro apropriado deve (ou não) ser gasto. O perigo para qualquer documento estratégico é que ele possa traçar um caminho contrário a essas restrições orçamentárias. Por exemplo, um líder do congresso pode ver a estratégia como um desafio para um determinado sistema de armas que fornece emprego em seu distrito.

Assim, tanto quanto um secretário, chefe ou estado-maior de força gostaria de traçar seu próprio "Por quê", muito do que eles devem fazer foi definido por outros. No nosso caso, a criação da nova Estratégia Nacional de Defesa sob o Secretário Mattis e as implicações para o orçamento futuro do Departamento de Defesa restringiram bastante o processo interno de elaboração de estratégias para a Força Aérea. Como todo o Pentágono teve que lidar com as implicações de conflitos de grandes potências e uma mudança de prioridades, o mesmo aconteceu com a Força Aérea.

Abandonando a Estratégia: Precedente Histórico

Apesar do fascínio por uma força de dar pelo menos peso retórico à sua declaração de princípios organizacionais, chamando-a de estratégia, muitos esforços bem-sucedidos de reforma no Departamento de Defesa nunca usaram o termo. Por exemplo, o Coronel John Boyd, que pensou ampla e profundamente em guerras futuras, superou um processo de projeto e aquisição estrondoso para iniciar o desenvolvimento do ubíquo e econômico avião de caça F-16. Ele nunca escreveu uma estratégia ou mesmo um conjunto formal de regras até depois de seu tempo no Pentágono. Em vez disso, Boyd se baseou na defesa dentro do departamento e em uma abordagem mais teórica da guerra, sintetizada pelo ciclo de observar, orientar, decidir e agir (observe, orient, decide and actOODA). O ciclo OODA permitiu que seus superiores, colegas e aqueles que o seguiam incorporassem conceitos emergentes, novas tecnologias e novas idéias. Um único coronel com pensamentos e influência profundos teve muito mais impacto na futura força conjunta do que qualquer documento poderia ter.

Coronel Jonh Boyd e o Ciclo OODA, ou Ciclo de Boyd.

Até certo ponto, o sucesso de Boyd provou que o indivíduo, formalmente designado como estrategista ou não, é importante e as dificuldades do ambiente político apresentadas aqui podem ser superadas. Olhando para a minha própria experiência no estado-maior, não publicar um documento estratégico foi a melhor decisão para a força. Havia muitos interesses concorrentes de dentro e muitos requisitos de fora, o que sufocava o pensamento e perdia tempo. O que leva à segunda pergunta desta série: se um documento estratégico não funciona, o que funciona?

O Coronel Jobie Turner, Ph.D., é um colaborador do WAR ROOM e comandante do 314º Grupo de Operações (314th Operations Group).

314º Grupo de Operações.

Bibliografia recomendada:

Introdução à Estratégia.
André Beaufre.

Leitura recomendada:






Não subestime as pequenas forças armadas de Cingapura

Militares cingaporeanos com militares franceses no Champs-Élysées. (Reuters)

Por Charlie Gao, The National Interest, 6 de janeiro de 2020.
Tradução Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de maio de 2020.

Suas forças armadas batem forte.

Ponto-chave: Cingapura investiu fortemente em tecnologia e hardware ocidentais.

Apesar do seu pequeno tamanho geográfico, Cingapura possui uma das forças armadas mais avançados e bem equipadas do Sudeste Asiático. Ela gasta mais em suas forças armadas do que qualquer um dos seus vizinhos. Sendo uma pequena cidade-estado, um dos braços mais fortes das forças armadas de Cingapura é a Força Aérea da República de Cingapura (Republic of Singapore Air Force, RSAF). Mas como ela se compara aos vizinhos, do pequeno ao grande? A tecnologia ocidental realmente oferece o nível de vantagem necessário para se defender?

A espinha dorsal da RSAF é uma frota de caças F-15 e F-16. A RSAF tem em serviço quarenta F-15SG Eagles, quarenta F-16D e vinte F-16C. Estes são acrescidos em cerca de trinta F-5S Tiger II e alguns A-4 Skyhawks em armazenamento. Cingapura também possui uma capacidade AWACS com cinco jatos Gulfstream 550 israelenses modificados.

Primeiros F-15SG da RSAF em novembro de 2008. (USAF)

De todas essas aeronaves, o caça mais forte de Cingapura é definitivamente o F-15SG, um variante do F-15E. A vantagem mais importante do F-15SG é o radar APG-63 (V) 3 AESA, que é um dos melhores radares montados em aeronaves em qualquer caça da região.

Os AESA também têm a capacidade de executar tarefas de guerra eletrônica (electronic warfareEW): eles podem degradar ativamente a trava de um míssil guiado por radar ativo enquanto fazem a varredura ao mesmo tempo devido à sua natureza eletrônica. Há rumores de que os F-16 da RSAF estejam passando por atualizações semelhantes para receber seus próprios AESA.

F-15SG da RSAF levantando vôo à noite. (RSAF)

O F-15SG também possui um sistema IRST, que lhe permite detectar e travar aeronaves com mísseis infravermelhos sem sequer ligar o radar. A lâmpada IRST é posicionada em um poste sob o motor esquerdo do F-15SG e é diretamente integrada ao avião.

Para realizar o abate de fato, o F-15SG possui o avançado míssil ar-ar AIM-9X Block II. Isso é integrado ao capacete Joint Helmet Mounted Cueing System (JHMCS), que permite ao buscador rastrear para onde o piloto está olhando, permitindo que o míssil trave nos alvos fora da mira.

Conquanto a Força Aérea Soviética foi pioneira nessa capacidade com as aeronaves R-73 e Su-27 / MiG-29 (incluindo aquelas em serviço com seus vizinhos), o JHMCS e o AIM-9X Block II a elevam ainda mais, com um ângulo de trava do buscador mais amplo do que aquele que pode ser alcançado com o sistema russo.


Para alvos de longo alcance, Cingapura tem acesso a mísseis ar-ar avançados de longo alcance guiados por radar: o AIM-120C-7. Também possui estoques de AIM-120C-5 de médio alcance. Eles podem ser disparados tanto pelos F-15 quanto pelos F-16 de Cingapura, embora seja provável que o F-15 consiga obter um travamento mais cedo com seu radar AESA.

Embora seja claro que a Força Aérea de Cingapura tem um impacto significativo no ar, sua missão não é apenas proteger a própria Cingapura, mas seus interesses na região imediata. Como resultado, eles possuem estoques significativos da AGM-154 JSOW, uma bomba planadora americana de longo alcance que pode voar até 130 km de distância. Embora estas possam ser usadas para realizar um ataque alfa contra um oponente, espera-se que Cingapura os use mais em um papel anti-transporte.

Uma das maiores ameaças de caça a Cingapura pode vir da Indonésia, que comprou o avançado Su-35S no início deste ano. No entanto, eles são menos numerosos que a frota de F-15SG de Cingapura. A Indonésia também possui muitos outros tipos de aeronaves: a Força Aérea Indonésia possui F-16, Su-27 originais, duas variantes diferentes dos Su-30 e F-5E Tiger II também. Obviamente, isso resulta em maiores problemas de manutenção e sustentação para a Indonésia.

Sukhoi SU-30MK2 da Força Aérea Indonésia (TNI-AU) no aeroporto de Hang Nadim, em 3 de outubro de 2016. (Antara/MN Kanwa)

Outra força aérea forte que poderia enfrentar Cingapura é a aviação da Marinha (PLAN) da China. A China também possui caças J-15. Em grande parte, são variantes desenvolvidas na China dos Su-27S Flankers de primeira geração que a China recebeu pela primeira vez na década de 1990. Enquanto no papel eles têm os mesmos recursos que o F-15SG (mísseis ARH, IRST, radar avançado), os Flankers da China ainda são considerados com baixa potência devido a seus motores.

A Malásia também é uma forte concorrente, apresentando uma mistura estranha de aviões ocidentais e orientais como a Indonésia. Ao contrário da Indonésia, a maioria de seus Flankers é de variantes mais antigas, e boa parte de sua frota de caça é de MiG-29 relativamente obsoletos. Eles também têm em serviço o AIM-9X Block II como Cingapura.

No geral, ao contrário de seus vizinhos, Cingapura foi "all in" com a tecnologia ocidental. As origens comuns de suas aeronaves provavelmente facilitam o reabastecimento e a manutenção. Essa tendência parece continuar agora que Cingapura está olhando para o F-35 como um substituto para seus F-5E. Eles também têm a vantagem significativa de ter aeronaves AWACS, ao contrário de seus dois vizinhos mais próximos.

Charlie Gao estudou ciência política e da computação no Grinnell College e é um comentarista frequente em questões de defesa e segurança nacional.

Leitura recomendada:

Forças aéreas asiáticas recrutam mulheres pilotos de caça19 de fevereiro de 2020.

Face à China, o Vietnã busca cooperação7 de janeiro de 2020.

Indonésia desdobra aviões de combate para Natuna em impasse com a China9 de janeiro de 2020.

O mesmo de sempre: o oportunismo pandêmico da China em sua periferia20 de abril de 2020.

As forças armadas da Indonésia reforçam seu controle anti-terror17 de abril de 2020.