sábado, 11 de abril de 2020

GALERIA: Forças Especiais da PAP chinesa em exercício em floresta montanhosa

"A equipe de operações especiais estuda a situação e formula um plano de combate."

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog11 de abril de 2020.

Em 10 de abril de 2020, as forças especiais do Destacamento Móvel da Força Policial Popular Armada chinesa (Polícia Armada Popular, PAP) de Guangxi para realizaram exercícios antiterroristas em uma floresta montanhosa. 

Recentemente, a China tenta mostrar uma fachada militar mais ocidentalizada, com tropas de elite bem treinadas e operando em pequenas unidades; algo completamente oposto à tradição militar chinesa.

Fotos de Liu Ming e Yu Haiyang do canal 81 chinês para o canal China Military Online.

"Os combatentes especiais procuravam alvos na selva."

"O sniper dá cobertura aos comandos buscando profundamente na selva."

"Depois de encontrar o alvo, a equipe especial rapidamente o perseguiu."

"Combatentes especiais usaram drones para detectar rotas de fuga 'terroristas'."

"Um membro da equipe especial cobre seus companheiros que buscam o alvo."

"O atirador observa a "situação inimiga" secretamente, esperando a oportunidade de executar um tiro de precisão."

"Um grupo de combatentes especiais executou supressão de fogo sobre os "terroristas"."

"Combatentes especiais realizaram ataques de precisão contra "terroristas"."

Bibliografia recomendada:

VÍDEO: Fuzis Anti-Material curdos Zagros 12,7mm e Şer 14,5mm


GALERIA: Manobra blindada nas Montanhas Celestiais


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 11 de abril de 2020,

Um regimento blindado do Comando Militar de Xinjiang realizando um exercício de manobra de longa distância nas Montanhas Tian Shan, conhecidas como "Montanhas Celestiais", na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China, em 6 de dezembro de 2017. Fotos de Tao Jiale para o canal China Military Online

O regimento está equipado com os carros de combate Tipo 59, transportes blindados Tipo 63 e a sua infantaria de acompanhamento está armada com os fuzis bullpup chineses da família QBZ-95.





Leitura relacionada:

O exército chinês ainda está treinando com tanques muito antigos

Coluna de tanques chineses Tipo 59 durante o exercício nas Montanhas Tian Shan, 6 de dezembro de 2017.
(China Military Online)

Do blog 21st Century Asian Arms Race, 23 de dezembro de 2017.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 11 de abril de 2020.

À medida que a tecnologia letal se estende a munições planadoras e mísseis de cruzeiro hipersônicos, alguns sistemas modernos de armas muito datados ainda estão em serviço com o maior exército do mundo. No início deste mês, o portal de notícias do PLA divulgou fotos de um "exercício de manobra de longa distância" realizado em 6 de dezembro envolvendo o Comando Militar de Xinjiang.

Tropas de uma unidade mecanizada não-especificada levaram seus tanques Tipo 59 e transportes Tipo 63 com meio século de idade para praticar nas encostas nevadas das Montanhas Tian Shan. O exercício é a prova mais recente de que o exército chinês mantém muito do seu hardware obsoleto em condições de funcionamento.

O tanque Tipo 59 é um clone do T-55 soviético, cujo número total de produção é estimado entre 53.000 a 80.000 construído em um período de 40 anos, e foi montado pela primeira vez em Baotou, na Mongólia Interior, a partir de 1958. Não há números exatos de produção para o Tipo 59, embora especule-se que mais de vários milhares foram construídos e depois adotados pelo PLA e por clientes estrangeiros.


Nos 26 anos seguintes, o Tipo 59 foi transformado em um tanque leve reduzido, um tanque anfíbio com um casco especialmente projetado para travessias de água e, em seguida, uma variante atualizada para exportação - o Tipo 69 e o Tipo 69-II. O Tipo 59 está armado com cópias chinesas do canhão raiado de 100mm D-10T2S, a metralhadora pesada de 12,7mm DShK e uma metralhadora coaxial de 7,62mm PKT. Como medida defensiva, o Tipo 59 pode lançar uma cortina de fumaça através do escapamento do motor para ocultar seu movimento.

Os exercícios de 6 de dezembro nas Montanhas Tian Shan mostraram o transporte blindado Tipo 63, também conhecido como YW 531, que costumava ser o principal transporte sobre lagartas do PLA. Seu desenho rudimentar e seu fraco armamento - sendo uma única metralhadora de 12,7mm - o coloca em inferioridade em comparação com os táxis de batalha mais novos e sobre rodas. Para ser justo, o Tipo 63 é um tanto versátil e foi usado como base para um obus autopropulsado. A Coréia do Norte até modificou seus próprios Tipo 63 para transportar lançadores múltiplos de foguetes de curto alcance.

Se o desdobramento desses veículos antigos em Xinjiang prova alguma coisa, é a luta do PLA para concluir sua "modernização". Até o presidente Xi Jinping disse a seus generais que um cronograma generoso que se estende até 2035 continua sendo o caminho mais seguro para tornar as forças armadas uma instituição de classe mundial.


Mas outra razão pela qual os tanques e transportes da era Mao ainda são mantidos operacionais pode ser a sua utilidade em terrenos difíceis. Assim como o PLA quer tanques mais leves, mas fortemente armados, para as províncias do sul, qualquer guarnição encarregada de defender as montanhas e vales de Xinjiang é melhor servida por um tanque médio confiável que não pesa mais de 40 toneladas. O canhão do Tipo 59 é formidável o suficiente contra tanques de primeira e segunda geração, mas não se sairia bem contra os gigantes digitalizados de hoje. Além disso, não há ameaças convencionais do vizinho Quirguistão, Cazaquistão e Rússia, de modo que o PLA pode se dar ao luxo de não atualizar seus blindados na região.

Devido à sua idade e características, o Tipo 59 tem mais do que algumas falhas gritantes. Assim como seu colega soviético, seu registro de combate é misto e geralmente pouco impressionante. Em meados da década de 1960, os tanques Tipo 59 foram entregues ao Paquistão e cruzaram o norte da Índia na guerra de 1971 sobre o Bangladesh. Uma brigada inteira foi quase aniquilada pelos jatos Hunter da Índia, fabricados na Inglaterra, fora da cidade de Longewala.

20 anos depois, centenas de carros Tipo 69 II atualizados iraquianos não conseguiram parar a contra-ofensiva liderada pelos EUA para expulsar o Exército Iraquiano do Kuwait na Operação Tempestade no Deserto. O transporte blindado Tipo 63 no Iraque também não demonstrou seu valor. Tanto o T-55 quanto o Tipo 59 têm o benefício de uma armadura e mobilidade decentes. Suas desvantagens, no entanto, são muitas para ignorar. O interior é apertado e o armazenamento de munição é aleatório. Um sistema obsoleto de controle de incêndios e sistemas ópticos ruins para o comandante e o artilheiro tornam seu desempenho em combate questionável.

Soldados americanos inspecionam um Tipo 69-II abandonado no deserto do Kuwait.

Se o PLA finalmente aposentar seus 4.000 (de mais de 7.000 tanques) do Tipo 59, estes poderão ser sucateados ou atribuídos a diferentes funções. Em 2017, a Norinco apresentou um Tipo 59 configurado como um transporte de tropas que tinha uma torre armada com um canhão de 30mm. Outra opção para estender a utilidade do tanque é uma revisão radical.

Métodos modernos de montagem de veículos podem ser usados para reconstruir um Tipo 59 com melhor blindagem, armas maiores e eletrônicos atuais; Irã, Paquistão, Rússia e Ucrânia têm programas para ressuscitar seus tanques antigos. O mesmo acontece com a China e, em 2011, a Norinco entregou o Tipo 59 para a Tanzânia reconstruído com o mesmo padrão que o Tipo 96A. Ao considerar essas opções, o futuro do Tipo 59 parece promissor.

Leitura relacionada:

sexta-feira, 10 de abril de 2020

O caminho da Taurus para um fuzil 5,56x45mm


Por Ronaldo Olive, The Firearms Blog, 14 de fevereiro de 2017.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 10 de abril de 2020.

Como você pode (ou não) ter visto entre as inúmeras plataformas de AR em diferentes calibres, lutando pela atenção dos participantes durante o SHOT Show deste ano, a Forjas Taurus do Brasil é outro participante nesse segmento de mercado aparentemente lotado com seu T4 (ou FAT 556, em algumas fichas técnicas anteriores), um clone do M4 totalmente fabricado nas instalações da empresa agora concentradas na cidade de São Leopoldo, a apenas 33km das instalações tradicionais em Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul. Você pode achar interessante aprender como tudo aconteceu.

A Taurus é uma fabricante de longa data de revólveres (desde os anos 50) e pistolas semi-automáticas (anos 80), tendo também se aventurado no campo de submetralhadoras (variantes Beretta M12 e joint ventures* com a FAMAE do Chile) e carabinas em calibre de pistola (também em colaboração com a empresa chilena). Foi apenas uma questão de tempo até que ela voltou os olhos para o mercado de fuzis militares/LE. Em abril de 2009, o estande da Taurus na exposição LAAD Defense & Security no Rio de Janeiro estava cheio de pôsteres, literatura e, é claro, armas de exibição anunciando a intenção da empresa de iniciar um programa cooperativo com as IWI de Israel para fabricar o fuzil bullpup** Tavor 5,56x45mm no Brasil. O frisson que gerou no mercado, no entanto, desapareceu gradualmente e parecia que os fuzis não estavam mais nos planos da empresa.

“Shalom, Brasil!”: Um dos muitos fuzis IWI Tavor exibidos no estande da Taurus durante a LAAD 2009 Exhibition no Rio de Janeiro.

*Nota do Tradutor: Uma joint venture é uma entidade comercial criada por duas ou mais partes, geralmente caracterizada por propriedade compartilhada, retornos e riscos compartilhados, e governança compartilhada.
**NT: Bullpup, de inglês intraduzível significa “tudo à retaguarda” por associação, com as peças móveis atrás do gatilho.

Outro tremor, no entanto, foi sentido exatamente dois anos depois na feira LAAD de 2011, quando a Taurus apresentou seu próprio fuzil ART 556 e carabina CT 556 ambos em 5,56x45mm. As armas deveriam estar disponíveis com canos de passos de 1:7 polegadas em 254, 368, 419 e 508mm e com opções de tiro semiautomáticas e seletivo. Seguindo as tendências óbvias do mercado, foram encontrados componentes de polímero em todos os lugares das armas, bem como nos trilhos Picatinny, o uso dos carregadores STANAG, et al. A operação foi uma ação bastante convencional de gás com pistão e um ferrolho rotativo com seis reténs de trancamento. O receptor inferior e a coronha dobrável/ajustável foram os mesmos usados na submetralhadora MT40 G2C da empresa (cano de 200mm) e na carabina semi-automática CT40 G2 (cano de 412mm) anunciada na mesma ocasião.

Esse fuzil ART 556, de cano longo com luneta, ocupava uma posição de destaque no estande da Taurus na exposição LAAD de 2011.

Fotografado nas instalações da Taurus Porto Alegre em novembro de 2011, um protótipo ART 556 exibe semelhanças de projeto com a carabina CT40G2 .40 S&W e a submetralhadora MT40G2 da empresa. O sufixo “G2” era uma medida provisória para distinguir as armas das armas anteriores Taurus/Famae CT40 e MT40.

Os testes iniciais com protótipos feitos na fábrica de Porto Alegre prosseguiram regularmente por cerca de um ano, com o autor tendo a chance de testar brevemente um exemplar inicial em novembro de 2011, com uma avaliação prática um pouco mais completa em setembro de 2012.

Este ART 556 é visto aqui nas mãos do autor, equipado com uma unidade de lanterna frontal/ tática. Miras giratórias foram usadas no trilho superior.

Operada a gás com um sistema de trancamento por roletes e ferrolho rotativo, a carabina semi-automática CT 556 tinha um cano de 318mm em passo de 1:7 polegadas, pesava 3,4kg vazia e tinha 800mm de comprimento no geral. Dobrando a coronha de polímero para a direita, isso foi reduzido para 600mm.

As miras padrão do CT 556, semelhantes às usadas nas novas sub-armas da empresa, foram montadas nos trilhos superiores do receptor, mas as unidades dobráveis ou de ponto vermelho eram uma escolha melhor. O formato da empunhadura da extremidade frontal do alojamento do carregador tendia a atrair as mãos de apoio de muitos atiradores, mas não as do autor.

Em suma, os exemplos testados funcionavam perfeitamente o tempo todo e pareciam simplesmente capazes de lutar por sua participação no mercado militar e de LE. Mas, lembre-se, para atingir esse estágio esperado, as armas Taurus teriam que passar por um longo e caro programa de certificação de testes, configuração de ferramentas e processo de fabricação em série, o que aparentemente fez com que a empresa tivesse dúvidas sobre se tudo isso era necessário. De fato, no final de 2012, parecia que o caminho a seguir provavelmente envolveria o que muitas empresas em todo o mundo haviam feito: criar uma plataforma baseada no AR e partir! Naquela época, foram concluídos exemplos de fuzis AR-15 (cano de 16 polegadas, semi-automático) e carabinas M4 (cano de 12,5 polegadas, tiro seletivo), tendo eu também a chance de dispará-los na fábrica.

Duas plataformas AR fabricadas pela Taurus (logotipo da empresa no alojamento dos carregadores) prontas no final de 2012. A arma de cima é uma arma semi-automática de cano de 16 polegadas, enquanto a outra é uma carabina de fogo seletivo com um cano mais curto.

Ao criar suas primeiras plataformas do tipo AR em 2012, a Taurus praticamente decidiu entrar no mercado de fuzis/ carabinas de 5,56x45mm.

Em 2013, as negociações levaram a empresa Taurus Holdings, com sede na Flórida, a se associar à Diamondback Firearms LLC, de Cocoa, FL. Esperava-se que o acordo levasse à produção para a Forjas Taurus do fuzil DB15S (cano de 16 polegadas) e da carabina DB15B (cano mais curto), e isso foi novamente tornado público durante uma LAAD Exhibition, a versão de abril de 2015. Parecia que o símbolo da cabeça do touro finalmente encontrara seu lugar nas armas Taurus 5,56x45mm disponíveis no mercado. Mas esse não era o caso: discordâncias comerciais entre as duas empresas acabaram com o projeto, voltando ao modelo original “Made in Brazil”.

A carabina semi-automática DB-15B, exibida na LAAD 2015 Show. Observe o uso da empunhadura, coronha e carregador Magpul.

A carabina DB-15S fabricada pela Diamondback Firearms para a Taurus.

Marcações do receptor em uma carabina Taurus/ Diamondback DB-15... a qual jamais foi feita.

O Taurus T4 resultante, tanto nas variantes semi-automáticas quanto naquelas com seletor de tiro, finalmente fez sua (final?) cena de entrada no recente SHOT Show. Com comprimentos de cano de 368 ou 292mm e duas opções de proteção manual (alumínio ou polímero), todos os detalhes pertinentes estavam em Las Vegas. Espero que vocês os tenham visto.

Uma ilustração inicial da carabina Taurus T4 (anteriormente, FAT 556).


Conforme mostrado no recente SHOT Show, o fuzil Taurus T4A2 também exibe o novo logotipo da empresa no alojamento do carregador, empunhadura e coronha retrátil. O cano aqui é da variante de 368mm.




Ronaldo Olive como convidado dos Fuzileiros Navais.
Ronaldo Olive é um escritor brasileiro de longa data (a partir da década de 1960) sobre assuntos de aviação, militaria, LE e armas, com artigos publicados em periódicos locais e internacionais (Reino Unido, Suíça e EUA). Sua vasta experiência fez dele um palestrante e instrutor convidado frequente nas forças armadas e policiais do Brasil.

Leitura recomendada:

LAPA FA Modelo 03 Brasileiro9 de setembro de 2019.

Fuzis de treinamento FAL do Brasil5 de janeiro de 2020.

A Taurus entregou fuzis T4 para agências locais da Geórgia25 de janeiro de 2020.

TAURUS. Maior fábrica de armas do Brasil e o desafio de recuperar sua confiabilidade no mercado22 de agosto de 2018.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Preocupações do Pacto de Varsóvia: A Polônia e Alemanha Oriental não eram exatamente os melhores dos "aliados"

Foto de propaganda demonstrando a solidariedade no Pacto de Varsóvia.

Por Michael Peck, The National Interest, 25 de setembro de 2016.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 8 de abril de 2020.

A história recente parece ter causado algumas tensões problemáticas em uma aliança-chave da Guerra Fria.

Em 1969, os alemães ainda pensavam que os poloneses eram inferiores. Os poloneses ainda pensavam que os alemães eram nazistas.

Marechal da União Soviética Igor Kulikov, General Wojciech Jaruzelski e General Heinz Hoffmann assistindo exercícios militares combinados dos exércitos do Pacto de Varsóvia.

Apesar da imagem da irmandade comunista fraterna que Moscou procurava retratar, verifica-se que nem tudo era harmonioso no Pacto de Varsóvia. Aquelas nações que se odiaram antes da Segunda Guerra Mundial e continuaram a se odiar depois.

Caso em questão: um relatório do Exército polonês sobre tropas da Alemanha Oriental que realizavam manobras em território polonês durante o exercício Oder Neisse 69 do Pacto de Varsóvia em outubro de 1969. O exército da Alemanha Oriental se comportou mais como o exército de Hitler, segundo o relatório, um trecho que está incluído no livro A Cardboard Castle: An Inside History of the Warsaw Pact 1951-1991 (Um Castelo de Papelão: Uma história interna do Pacto de Varsóvia 1951-1991).


Que o relatório foi escrito pelos poloneses é óbvio a partir do primeiro parágrafo do trecho, que afirma que "as atitudes do NVA DDR (Nationale Volksarmee der Deutschen Demokratischen RepublikExército Popular Nacional da República Democrática Alemã) foram dominadas por sentimentos de culpa causados pelo período histórico anterior".

Infelizmente para os poloneses, essa culpa não durou muito. O relatório continua observando que, durante as reuniões entre oficiais alemães-orientais e poloneses, os alemães se vangloriavam de suas políticas econômicas superiores e de um padrão de vida mais alto, que eles atribuíam à "diligência da nação alemã".

Exército Popular Polonês (Ludowe Wojsko Polskie, LWP).

Exército Popular Nacional (Nationale Volksarmee, NVA).

Os oficiais alemães "exibiram níveis excessivos de autoconfiança, principalmente superestimando os seus e subestimando nossas habilidades organizacionais", observou o exército polonês.

Para qualquer um que saiba alguma coisa sobre como as forças armadas alemãs de 1939 a 1945 viam os eslavos e os europeus orientais como untermenschen preguiçosos e tolos, isso definitivamente parece familiar.

Infantaria do NVA em treinamento.

Infantaria do LWP em treinamento.

Fica melhor. Os poloneses reclamaram que os alemães orientais gostavam de “atirar doces para as crianças e fotografar esses jovens enquanto eles pegavam os doces, o que causou reações desagradáveis e reminiscências entre os civis”.

Lembre-se de que em 1969, qualquer polonês com mais de 35 anos teria lembranças da invasão e ocupação alemãs, da fome dos anos de guerra, enquanto a Alemanha saqueava a nação, as execuções e o trabalho forçado.

Salto da 6ª Divisão de Assalto Aéreo Pomerana, LWP.

Helicópteros Mi-24 Hind da Luftstreitkräfte der Nationalen Volksarmee.

Depois de 1945, os soviéticos refizeram as fronteiras da Polônia, com a União Soviética anexando uma faixa do leste da Polônia e depois compensando a Polônia com uma faixa do leste da Alemanha. Essa mudança aparentemente não se encaixou bem com os soldados da Alemanha Oriental. “Durante as reuniões oficiais, os oficiais do NVA DDR fazendo apresentações nunca usaram frases que tratam do título histórico da Polônia em suas terras ocidentais e do norte. Não há dúvida de que isso é resultado de muitos anos submetendo os soldados do NVA DDR durante o treinamento político à teoria de que 'Hitler perdeu esses territórios'.”

Ao ler o relatório polonês, percebe-se que os alemães orientais não o teriam, recapturando aquela terra.

Infantaria mecanizada do NVA.

Tiro em marcha desembarcado.

De fato, os alemães pareciam se comportar como se fossem donos da Polônia. Na cidade de Poznan, soldados da Alemanha Oriental "sob a influência de álcool enojam as pessoas que andam nas ruas da cidade". Enquanto isso, um “Coronel Leisner, vice-comandante da 9ª Divisão Blindada do NVA DDR, depois de beber demais na cidade de Charzykow, e sem os sapatos e o uniforme, tentou invadir a sala das datilógrafas soviéticas, o que exigiu intervenção.”

Nem todo incidente terminou de forma tão cômica. O relatório do Exército polonês cita um caso em que um sargento da marinha alemã-oriental estuprou uma mulher polonesa.

Blindados PT-76 e OT-62 TOPAS da 7ª Divisão de Assalto Naval Łużycka, LWP.

ASU-85 aero-lançável da 6ª Divisão de Assalto Aéreo Pomerana, LWP.

Para ser justo, relações tensas entre aliados não são novas. "O americano feio" tornou-se um símbolo de insensibilidade americana em terras estrangeiras. Civis britânicos reclamaram que soldados americanos estacionados na Grã-Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial eram "pagos em excesso, fazem sexo em excesso e estão aqui". Os civis do Vietnã do Sul se ressentiram do comportamento grosseiro dos militares americanos e okinawanos ainda desejam que as bases americanas na ilha desapareçam. As tropas de ocupação soviética nem sempre se mostraram amáveis com os locais na Europa Oriental, enquanto os soldados afegãos ocasionalmente atiram nas costas dos seus congêneres americanos.

UAZ-469 do NVA.

Coluna de tanques T-55 poloneses durante o exercício Soyuz-81.

Não obstante, o fato é que, aos olhos da Polônia, os alemães de 1969 se comportaram como as tropas de assalto marchando em passo do ganso de 1939. O que nos faz pensar como esses dois "aliados" do Pacto de Varsóvia teriam cooperado entre si, mesmo sob os olhos atentos dos soviéticos. Não é difícil imaginar um regimento alemão-oriental deixando de apoiar seus camaradas poloneses, ou uma unidade polonesa que acidentalmente lançou algumas granadas de artilharia nas posições alemãs.

Talvez os soviéticos não se importassem tanto. Melhor os alemães e poloneses atirarem uns nos outros do que atirarem nos russos.

Tanquistas polonês, soviético e alemão em frente a carros T-72 poloneses.

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FOTO: T-55 polonês8 de abril de 2020.

FOTO: Coluna de tanques Sherman Firefly na Itália

Coluna de tanques Sherman Firefly do Esquadrão 'C', Regimento de Pretória em algum lugar da Itália durante 1944. (WW2 Colourised Photos)
O Regimento de Pretória (PTA Regiment) lutou como parte da 11ª Brigada Blindada da África do Sul, 6ª Divisão Blindada da África do Sul.

FOTO: T-55 polonês

Tanque T-55 durante a parada militar do 25º aniversário da fundação da República Popular Polonesa, em Varsóvia, 22 de julho de 1969.

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Soviet T-55 Main Battle Tank.

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Cemitério alemão da Wehrmacht na Estrada Esperia-Pico, na Itália, fotografado por George Silk para a LIFE Magazine em agosto de 1944.



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Bombardeiros, Caças, Guerrilheiros:
Finale furioso na Itália.
A história da 232ª Divisão de Infantaria, a última divisão alemã a ser deslocada para a Itália (1944-45).
Heinrich Boucsein.

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Paraquedista soviético em salto livre, década de 80.