terça-feira, 7 de abril de 2020

GALERIA: Blindados soviéticos na Suécia

MTLB.

Por Efim Sandler, Tanks in Action, 9 de janeiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 7 de abril de 2020.

Esta postagem é baseada no ótimo site de Rickard Lindström, com algumas adições.


No final de 1990, a Embaixada da Suécia em Bonn informou o Departamento de Compras de Defesa (Försvarets materielverk, FMV) que a Alemanha adoraria se livrar de dezenas de equipamentos soviéticos herdados da RDA. Do ponto de vista dos blindados, o mais interessante era o T-72, já que a União Soviética ainda era uma ameaça em potencial, e o Exército sueco queria examinar mais de perto o MTLB. O governo sueco não planejava fazer um gasto enorme; portanto, o esquema consistia em comprar menos do que o valor mínimo, mas compartilhar os resultados dos testes com os alemães e a OTAN. Todo o processo levou algum tempo, mas no outono de 1991, cinco T-72M1 e cinco MTLBs foram comprados e testados na Norlândia Superior.



O ponto mais surpreendente foi que todo o conceito de defesa das áreas nórdicas do norte por terreno inultrapassável provou ser falso. A passabilidade do T-72 e do MTLB foi excelente, mesmo em áreas nevadas e pantanosas. Uma característica interessante observada foi a auto-recuperação, que deu ao tanque a capacidade de superar algumas situações nas quais os tanques ocidentais precisariam de assistência. Por outro lado, a proteção blindada do T-72 foi considerada moderada, mesmo a blindagem adicional do modelo M1 não proporcionou uma vantagem muito melhor do que a básica. O desempenho do APFSDS mostrou-se melhor do que o esperado, pois a velocidade inicial parecia ser maior. Muito impressionante foi a proteção QBN. A última foi a ergonomia que recebeu a menor pontuação. O espaço interno era limitado em comparação aos tanques ocidentais com alto nível de ruído e vibração e muito menos visibilidade da estação TC. Ainda no teste geral, o T-72M1 parecia ser melhor do que o considerado anteriormente.



Em 1992, o governo sueco decidiu comprar cerca de 800 MTLBs fabricados na Bulgária a partir de estoques alemães para equipar brigadas de infantaria e as brigadas Norrland*. Deste montante, 550 MTLBs e 60 MTLB-U foram planejados para reforma e, na primavera de 1997, as Forças Armadas Suecas receberam 609 veículos MTLB sob o nome Pansarbandvagn 401 (Pbv 401). Todos os outros MTLBs foram descartados juntamente com 228 obusieiros auto-propulsados 2S1 Gvozdika descomissionados adquiridos para peças de reposição. Durante sua carreira de serviço, o Pbv 401 foi personalizado de acordo com as necessidades das Forças Armadas Suecas (SAF), incluindo o Pbrbbv 452 - variação anti-tanque equipada com o ATGM RBS 56 BILL e o veículo sobre lagartas médico Sjvtppbv 4024 baseado no MTLB-U. Em 2008, as SAF decidiram eliminar gradualmente todo o inventário MTLB.

*Nota do Tradutor: As Brigadas Norrland eram brigadas de infantaria especializadas em guerra subártica.

MT-LBu.


Após o acordo do MTLB, ficou óbvio que o número planejado de veículos não atenderia às necessidades do exército. Em 1993, a Administração de Aquisições de Defesa foi encarregada de comprar cinco BMP-1 da antiga Alemanha Oriental para testes. Os ensaios não foram tranqüilos, mas foram considerados satisfatórios. Em 1994, a Alemanha ofereceu à Suécia tanques excedentes Leopard 2A4 para locação por um 'preço ridiculamente baixo' que estava bem abaixo do valor orçado do FB 92, deixando fundos para a 'mecanização' adicional do exército com 433 BMP-1, dos quais cerca de 350 foram planejados para serem colocados em serviço e com os demais - para peças de reposição. Devido à condição altamente variável do hardware, foi decidido estabelecer um padrão - Panzarbandvagn 501. O contrato de modernização foi concedido à empresa tcheca VOP 026 e em 1996 o Exército Sueco começou a receber o Pbv 501. Em 2000, foi tomada a decisão de cortar todos os Pbv 501 do inventário que realmente permaneceu em serviço até 2005. No momento da decisão, apenas 120 veículos reformados haviam sido entregues.



Além disso, os BMPs da Suécia receberam 32 AVLBs BLG-60M2 (baseados no T-55 desenvolvido na Alemanha Oriental). Os veículos entraram em serviço sob o nome Brobv 941. É preciso dizer que a decisão foi principalmente política, pois os testes com o BLG-60 foram considerados fracassos e a FMV recomendou contrariamente. A capacidade máxima de ponte foi de cerca de 85 toneladas, pouco diferente do recém-introduzido Strv 122, com peso acima de 62 toneladas. Em um caso, a ponte desabou durante o exercício. Finalmente, o limite de uso de ponte foi definido para 50 toneladas no máximo. Como compromisso, a Suécia pagou apenas pela modernização e não pelos AVLBs.



O último da lista é o tanque "La Manche", o T-80. Em 1992, as autoridades suecas foram contatadas pelos russos em concurso para novos tanques paras as brigadas mecanizadas e blindadas suecas. O concurso já incluía o Leopard 2 melhorado, Abrams M1A2 e o Leclerc. Até então, o T-80 era literalmente desconhecido para o mundo exterior, pois nunca foi exportado e nunca foi visto em nenhum conflito. Devido à alta aceleração e rapidez, o mito da propaganda soviética declarou que as unidades equipadas com T-80 chegariam ao Canal da Mancha em 48 horas. É claro que isso não tinha nada em comum com a realidade, mas em muitas fontes o T-80 foi chamado de tanque "La Manche". No entanto, a fábrica de tanques de Omsk, através da Oboronexport russa, ofereceu o T-80U. A equipe sueca de licitação visitou Moscou e Omsk e decidiu considerá-lo para o lote de brigada mecanizada, e prosseguiu com a fase de testes na Suécia (Skövde e Boden).



Dois tanques foram entregues e testados entre outubro de 1993 e janeiro de 1994. O resultado dos testes mostrou que o T-80U era superior aos tipos ocidentais em termos de passabilidade, proteção (ERA integrado e Arena APS) e manutenção - sem problemas durante os testes. No lado negativo, o desempenho noturno (IR e TTS) era ruim, o desempenho médio do canhão principal/munição compatível com o Strv 103 atualizado. A característica mais fascinante foi o míssil 9M119 Svir, que operou com sucesso a mais de 4000m. Apesar do desempenho promissor, os ensaios foram interrompidos pelas ordens de Estocolmo. O T-80 não estava destinado ao exército sueco - o concurso foi encerrado com a oferta alemã de fornecer tanques Leopard para ambos os lotes mecanizados e blindados.

O resto é história.



Engenhosidade sueca: A vassoura fixa para limpar as botas antes de entrar no tanque. Os russos ficaram impressionados!


MTLB em partida de paintball.

TYPE 23 CLASSE DUKE. Preparada para qualquer missão!

FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata anti-submarino.
Tripulação: 185 tripulantes.
Data do comissionamento: Junho de 1990
Deslocamento: 4900 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 113m.
Boca: 16,1 m.
Propulsão: 2 turbinas a gás Rolls Royce Marine Spey SM1C com 26150 hp, 2 motores elétricos Gec Electric Motors com 4000 hp cada e 4 motores diesel Paxman Valenta com 8100 hp de potencia total.
Velocidade máxima: 28 nós (51,85 km/h).
Alcance: 13890 Km.
Sensores: Radar de busca aérea e de superfície Type 997 Artisan tridimensional (3D) com 200 km de alcance; Radar de navegação: Kelvin Hugues Type 1007; Sistema de busca eletro-optico Sea Archer 30  Sonar de casco (proa) Thales Type 2050 (em fase de substituição pelo sonar Ultra S-2150) , Sonar rebocado Type 2087
Armamento: 1 canhão Vickers Mk-8 de 114 mm , 2 canhões DS30M Mark 2 de 30 mm, 1 lançador vertical de mísseis Sea Ceptor CAMM (32 mísseis),  2 lançadores quádruplos de mísseis RGM-84 Harpoon; 2 metralhadoras gatling M-134 Minigun em calibre 7,62 mm;  tubos duplos para torpedos leves de 324 mm BAE Stingray.
Aeronaves: 1 Helicóptero Super Links ou um helicóptero EH-101

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A fragata da classe Duke, também conhecida como Type 23, começou a ser projetada em 1980 para substituir as velhas fragatas da classe Leander. Porém em 1981 uma revisão dos programas de defesa da Inglaterra pediu que fosse acelerado o programa de construção da nova fragata Type 23, e acabou sendo redesenhado nos anos seguintes tendo seu tamanho e preço aumentado. Desta forma, lições aprendidas durante o conflito das Malvinas, foram incorporadas ao projeto, assim como um hangar maior para operar o helicóptero Sea King ou o Lynx, e posteriormente o novo EH-101 Merlin. A primeira fragata Type 23 foi comissionada em junho de 1990 e o ultimo navio desta classe foi comissionado em 2002, tendo totalizado 16 embarcações construídas. Recentemente, em 2005, o Chile, dando andamento ao programa de modernização de suas forças armadas, adquiriu da marinha inglesa 3 embarcações da classe Type 23, sendo que em 2006 foi entregue o primeiro navio que foi batizado de Almirante Cochrane.
Acima: Desenvolvida com base na experiência adquirida na guerra das Malvinas, a Type 23 trouxe um navio de custo relativamente baixo, e com uma capacidade multi-missão  elevada.
O sistema de controle e comando da Type-23 foi desenvolvido pela poderosa BAE e usa processadores Intel 80486,  transponders  INMOS T-800 e um sistema de rede com fibra óptica em via dupla. Esse sistema foi atualizado para poder operar integrado ao novo sonar 2087 que substituiu o sonar 2031. O sonar 2087 é um sonar rebocado que trabalha passivo e ativamente e tem profundidade variável. Sua frequência menor que as dos sonares anteriores se propaga melhor no oceano permitindo um maior alcance de varredura. O sionar de casco Thales 2050 estão sendo substituido pelo novo sonar Ultra S-2150, que também será instalado nas modernas fragatas Type 26. 
O novo radar, que 11 dos 13 navios desta classe passou a contar depois de sua modernização em 2017, foi o BAE Type 997 Artisan 3D capaz de rastrear  900 alvos simultaneamente a um alcance máximo de 200 km. Isso representa um acréscimo de 25% sobre o alcance do radar Type 996 original instalado nestes navios. O radar de navegação é o Type 1007 que trabalha na banda I e além disso há dois radares de controle de fogo BAE System Type 911 atuam integrados ao sistema de mísseis Sea Wolf,.
Acima: Recentemente modernizada, as Type 23 receberam o moderno radar Type 997 Artisan 3D, que também compõe a suíte de sensores dos novos porta aviões da classe Queen Elizabeth, já abordados aqui no WARFARE.
De longe, o mais importante armamento da Type-23 é o seu sistema de defesa antiaérea que, durante 26 anos foi composto por um lançador vertical GWS-26 para mísseis antimíssil Sea Wolf  de defesa de ponto. O Sea Wolf é um pequeno míssil com um alcance útil que vai de 1 km até o máximo de 10 km em sua ultima versão, e que possui uma ogiva de fragmentação com 14 kg de massa. Sua guiagem é do tipo comando em linha de visada (CLOS) onde um radar é apoiado por um sensor eletro-óptico que garantia um elevado nível de precisão do sistema. Porém, a qualidade das ameaças navais aumentou e levou a necessidade da marinha inglesa de modernizar o armamento de suas fragatas Type 23 remanescentes para poder fazer face a esta nova realidade. A resposta da Royal Navy para essa nova demanda veio sob a forma do CAMM (Common Anti-Air Modular Missile), mais conhecido pelo seu nome Sea Ceptor. O moderno míssil, baseado no projeto do míssil ar ar AIM-132 Asraam, tem seu sensor de guiagem composto por um radar ativo, no lugar do sensor de calor (IR) do míssil aerotransportado. O lançador é vertical permitindo deixar 32 mísseis prontos para emprego imediato, no lugar dos 32 Sea Wolf originais. Por ultimo, vale observar que o alcance do Sea Ceptor é de 25 km, sendo, assim, mais que o dobro do mísseis Sea Wolf. este moderno armamento foi escolhido pela marinha do Brasil para ser empregado na nova classe de corvetas classe tamandaré a ser construída no país.
Acima: O moderno míssil CAMM Sea Ceptor ampliou significativamente a capacidade de destruir alvos aéreos. Além de ser uma arma mais precisa que o Sea Wolf, seu predecessor, o novo míssil  tem mais que o dobro do alcance.
Para combate de superfície, a Type-23, está equipada com 2 lançadores quádruplos para mísseis anti-navio RGM-84D Harpoon, cujo alcance é de 120 km. O Harpoon é um míssil com perfil de voo “sea skimmig” onde o trajeto final é feito a baixa altitude para dificultar sua localização, voando a uma velocidade de cruzeiro na ordem de 800 km/h. O Harpoon foi um dos mais bem sucedidos mísseis anti-navio já construídos e está equipado com uma potente ogiva com 224 kg de alto explosivo que é capaz de por fora de ação a maioria dos navios de guerra do mundo. A  sua baixa velocidade, no entanto, o coloca em vulnerabilidade frente aos sistemas anti mísseis modernos que podem destruir o míssil quando se aproxima do seu alvo. Em breve a Royal Navy deve aposentar este míssil e até o momento não possui um substituto escolhido ou em desenvolvimento para ocupar a missão anti-navio.
Acima: Nesta foto podemos ver, logo a frente da ponte do navio, os dois lançadores quádruplos para mísseis anti-navio Harpoon. Em breve, estes mísseis serão aposentados devido a chegada do fim da vida útil deles. A Real marinha Inglesa ainda não tem um substituto para esta arma o que deverá abrir uma perigosa lacuna na capacidade de combate de seus navios de guerra.
Logo na proa do navio pode-se ver uma torre do canhão Vickers MK-8 de 114 mm, um canhão clássico nos navios britânico do final do século 20. Esse canhão tem um alcance de 22 km e consegue disparar até 25 tiros por minuto. Atualmente uma nova munição para este canhão desenvolvida pela RO Defense estendeu o alcance do projétil para 27 km. A torre do canhão, também recebeu uma modernização e tem um desenho facetado para diminuir sua reflexão a radares inimigos. Para defesa antiaérea de ponto, existem 2 canhões DS30M Mark 2 de 30 mm cujo projétil atinge um alcance de 10 km contra alvos de superfície ou 3,5 km contra alvos aéreos. Cada um desses canhões podem disparar em uma cadência de 200 tiros por minuto.
Para atacar submarinos estão instalados 4 tubos lança torpedos de 324 mm equipados com torpedos leves BAE Stingray cujo alcance chega a 11 km e pode atacar submarinos a uma profundidade de 750 m. O Stingray usa uma ogiva de 45 kg de torpex, altamente explosivo e sua velocidade chega a 83 km/h. Ainda, para  apoio a guerra anti-submarina, a Type-23 opera um helicóptero médio Agusta/ Westland  AW-101 Merlin  que executa tarefas de busca e ataque contra alvos submarinos e de superfície. O Merlin está substituindo o extremamente bem sucedido helicóptero Agusta/ Westland Lynx.
Acima: O armamento de defesa de curto alcance é representado pelo canhão DS30M Mark 2 de 30 mm instalado um de cada lado da fragata.
O sistema de propulsão da Type-23 é do tipo diesel elétrica (CODLAG), composto por duas turbinas a gás Rolls Royce  Spey  SM1C que desenvolvem 37540 hp de potencia, e  dois motores elétricos GEC electric motors  que produzem 2980 kW e 4000 cavalos de potencia. A velocidade máxima que é atingida por esta classe de fragata é de 28 nós (52 km/h), e o alcance do navio, em velocidade econômica de 15 nós  (30 km/h) chega a 13890 km. Existe, também, 4 motores auxiliares movidos a diesel  Paxman Valenta 12 RPA 200 CZ que podem desenvolver 1,510 kW e 2025 shp de força, cada um.  Essas características de desempenho tornam o fragata Type-23, um navio totalmente capaz de operar em águas azuis e a fazer parte de um grupo de batalha e escolta.
Acima: Com um competente sistema de propulsão baseado em motores a diesel e turbinas a gás, as fragatas Type 23 possuem boa capacidade marinheira podendo participar de grupos de batalhas navais como escoltas.
Em 2006, governo britânico, decidiu que haveria uma substancial diminuição de sua marinha o que acarretaria em muitos navios de guerra sendo disponibilizados para compra de segunda mão por países com orçamentos mais limitados. O Brasil, com uma importante influencia britânica nos navios de guerra em uso pela marinha, poderia ser muito beneficiada por essa disponibilidade de navios como as fragatas Type-23 que certamente estarão entre os navios disponibilizados. Embora a maior deficiência dos navios de guerra da marinha do Brasil seja a falta de um sistema de mísseis antiaéreos de área, ainda sim a Type-23, que não tem esta capacidade, poderia ser útil para substituir as fragatas Type-22 já em uso pela nossa marinha. Mas recentemente, no entanto, a mudança no cenário estratégico internacional que foi iniciado com a anexação da Crimeia pela Rússia e pela, visível maior agressividade do governo russo na defesa de seus interesses, causou maior preocupação em todos os países europeus, de forma a reverter o processo de redução de ativos militares e fazendo com que os orçamentos de defesa dos membros da OTAN e nações alinhadas recebessem um aumento. Hoje é entendido que as 13 fragatas Type 23 remanescentes da Inglaterra só deixarão o serviço ativo depois de começarem a ser entregues as novas fragatas Type 26 em meados de 2023 que as substituirão na Royal Navy.
Acima: Embora os navios não sejam tão antigos, o desenho, certamente, é baseado em conceitos ultrapassados. A popa tem um heliporto e um hangar para operar um helicóptero AW-101 Merlin.

FOTO: Soldado grego sobre um tankette italiano

Soldado grego posando em cima de um tankette italiano L3/33, Batalha de Elaia-Kalamas, novembro de 1940.

Parte o estágio inicial da invasão italiana à Grécia, a Batalha de Elaia-Kalamas foi travada de 2 a 9 de novembro de 1940, próximo a Kalpaki, no Épiro. Os gregos obtiveram uma vitória decisiva contra os fascistas italianos, forçando-os a recurar profundamente no território albanês.

FOTO: Spetsnaz Herói da Federação Russa

Monumento em Ulyanovsk ao Tenente-Coronel Dmitry Razumovsky, comandante da unidade Spetsnaz Vympel (Flâmula, guião) durante o massacre na escola de Beslan em 2004.

Tenente-Coronel Dmitry Razumovsky morreu durante o assalto à escola de Beslan e foi condecorado postumamente como Herói da Federação Russa pela sua determinação em salvar as crianças feitas reféns pelos terroristas chechenos.

Bibliografia recomendada:

Russian Security and Paramilitary Forces since 1991.
Mark Galeotti.

Spetsnaz:
Russia's Special Forces.
Mark Galeotti.

Leitura recomendada:

segunda-feira, 6 de abril de 2020

GALERIA: Apresentação militar de estudantes universitárias chinesas


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 6 de abril de 2020.

Um grupo de estudantes universitárias armadas com fuzis de assalto faz sua estréia diante de espectadores na Universidade de Shandong, em Jinan, província de Shandong, no leste da China, em 26 de setembro de 2013. 

Os calouros da universidade fizeram uma demonstração no final do treinamento militar dos novos estudantes no campus. Fotos de Zheng Tao para a Asian News.





Navio de guerra venezuelano atira e abalroa em navio de cruzeiro alemão antes de afundar

O RCGS RESOLUTE.

Por Benjamin Weinthal, The Jerusalem Post, 3 de abril de 2020.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 6 de abril de 2020.

BERLIM - Um navio da Marinha venezuelana disparou contra um navio de cruzeiro de propriedade alemã em 30 de março e abalroou o navio de passageiros, levando ao naufrágio do navio de guerra no Caribe.

O presidente venezuelano, aliado ao regime iraniano, Nicolás Maduro acusou o capitão do navio de cruzeiro RCGS RESOLUTE de "terrorismo e pirataria" e tentou forçar o navio a uma nova direção em alto mar. O navio de cruzeiro, que não tinha passageiros a bordo e estava navegando sob uma bandeira portuguesa, tem um casco reforçado que lhe permite navegar pela água gelada.


A Columbia Cruise Services, empresa com sede em Hamburgo, proprietária do RCGS RESOLUTE, emitiu uma declaração na quarta-feira: “Nas primeiras horas da manhã de 30 de março de 2020 (hora local), o navio de cruzeiro RCGS RESOLUTE foi sujeito a um ato de agressão da Marinha Venezuelana em águas internacionais, a cerca de 13,3 milhas náuticas da Ilha de Tortuga com 32 tripulantes e sem passageiros a bordo.”

A empresa acrescentou que “quando o evento ocorreu, o navio de cruzeiro RCGS RESOLUTE já estava à deriva há um dia na costa da ilha para realizar alguma manutenção de rotina no motor em sua viagem inativa ao seu destino, Willemstad/ Curaçao. Enquanto a manutenção estava sendo realizada no motor principal de estibordo, o motor principal do porto era mantido em espera para manter uma distância segura da ilha a qualquer momento.”

A Columbia Cruise Services continuou, afirmando que “Pouco depois da meia-noite, o navio de cruzeiro foi contatado por um navio armado da Marinha Venezuelana, o qual questionava via rádio as intenções da presença do RCGS RESOLUTE e deu a ordem de seguir para Puerto Moreno na Ilha de Margarita. Como o RCGS RESOLUTE navegava em águas internacionais naquela época, o Comandante queria reconfirmar esse pedido específico, resultando em um desvio grave da rota programada da embarcação com a empresa DPA.”

De acordo com o comunicado, “enquanto o capitão estava em contato com a sede, tiros foram disparados e, logo em seguida, a embarcação da marinha se aproximou do lado de estibordo em velocidade com um ângulo de 135° e colidiu propositalmente com o RCGS RESOLUTE. A embarcação da marinha continuou a abalroar a popa de estibordo em uma aparente tentativa de virar a proa do navio em direção às águas territoriais venezuelanas.”

A empresa de cruzeiros disse que o RCGS RESOLUTE sofreu danos menores, sem afetar a navegabilidade da embarcação. Ocorre que a embarcação da marinha sofreu danos graves ao fazer contato com a popa bulbosa e reforçada do navio de cruzeiro de expedição da classe de gelo RCGS RESOLUTE e começou a inundar.”

Não houve mortes entre os fuzileiros venezuelanos a bordo do navio de guerra. As autoridades venezuelanas devolveram o pessoal da marinha à segurança.

O Departamento de Justiça dos EUA indiciou o presidente socialista Maduro no mês passado por dirigir uma operação de narcóticos criminosos composta por traficantes de drogas e grupos terroristas.

O Departamento de Estado dos EUA anunciou uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro.

Original: https://www.jpost.com/International/Venezuelan-warship-shoots-rams-into-German-cruise-vessel-before-sinking-623422

Leitura recomendada:

Um olhar mais profundo sobre interferência militar dos EUA na Venezuela, 4 de abril de 2020.

Poderia haver uma reinicialização da Guerra Fria na América Latina?, 4 de janeiro de 2020.

O DRAGÃO NOS TRÓPICOS. A expansão militar da China no hemisfério ocidental, 3 de agosto de 2019.

Dividendos da Diplomacia: Quem realmente controla o Grupo Wagner?, 22 de março de 2020.

As forças armadas da Alemanha se tornaram uma completa piada14 de janeiro de 2020.

Ex-intérprete do exército alemão acusado de espionagem para a inteligência iranianas, 25 de fevereiro de 2020.

Exército Alemão sugere que seus soldados dirijam carros e finjam que estão dirigindo tanques durante exercícios, 7 de fevereiro de 2020.

Aaron Cohen: Soldado, Ator, Escritor, Espião

Aaron Cohen. 

Por Gerri Miller, Jewish Journal, 11 de setembro de 2019.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 6 de abril de 2020.

Aaron Cohen viveu muitas vidas em seus 43 anos. Nascido em Montreal, ele se voluntariou para o exército israelense aos 18 anos e serviu por três anos em uma unidade de contraterrorismo de elite das Forças Especiais, sobre a qual escreveu em suas memórias "Brotherhood of Warriors" (Irmandade de Guerreiros, 2008). Então, usando seu treinamento das Forças de Defesa de Israel (FDI), ele abriu sua própria empresa, fornecendo segurança pessoal para celebridades e VIPs.


Agora, com questões de segurança mais importantes do que nunca, ele treina e aconselha agências policiais enquanto segue uma carreira em Hollywood. Sua última missão: interpretar um capitão da polícia em "Rambo: Last Blood" (Rambo: Até o Fim, 2019), ao lado de Sylvester Stallone. Cohen conversou com o Journal sobre sua jornada das missões secretas israelenses aos bastidores de Hollywood.


Jewish Journal: Como você veio para servir nas FDI?

Aaron Cohen: Depois que meus pais se divorciaram, minha mãe se casou com Abby Mann, roteirista de Oscar de Judgement at Nuremberg (Julgamento em Nuremberg, 1961), e nos mudamos para Los Angeles. Ele era um sionista e acreditava muito no estado judeu. Ele incentivou a idéia de eu ir para Israel e servir nas FDI. Então eu comecei a ler sobre Israel. Eu frequentei uma escola militar em uma parte do ensino médio e, quando me formei, eu realmente não sabia o que fazer. Eu não tinha planos para a faculdade. Fui para Israel e me ofereci no Kibutz HaZore'a, onde passei quatro meses aprendendo hebraico. Eu me apaixonei por Israel e entrei para as FDI porque pensei que seria uma grande oportunidade para aprender sobre Israel e fazer algo aventureiro. Após um período de treinamento de 18 meses, entrei para a unidade Duvdevan, na qual o programa “Fauda” (2015) é baseado. Os soldados se disfarçam de árabes com o objetivo de se infiltrar em bairros terroristas e enviar terroristas de volta a Israel para julgamento e interrogatório. Eu também aprendi árabe. Eu estive em mais de 200 missões.

Aaron Cohen no exército.

JJ: Você também trabalhou em operações secretas com o Mossad, certo?

AC: Não reconheço publicamente nenhuma conexão com o serviço de inteligência estrangeira de Israel, mas direi que trabalhei em estreita colaboração com a comunidade de operações especiais em Israel enquanto estava na unidade, e é tudo o que posso dizer sobre isso.


JJ: Você voltou para Israel? 

AC: Algumas vezes. Sou sionista e judeu que realmente acredita na importância do Estado de Israel. Eu sou filho de Israel. Eu nunca tirarei Israel do meu sangue. Eu quero levar minha futura esposa para lá. Eu acabei de ficar noivo.

Treinamento disfarçado em Israel.
A túnica chama-se "galabia" e o 
cachecol xadrez "keffiyeh". O AK47 é chamado em Israel de "Kalatch".

JJ: Como foi sua educação judaica? 

AC: Eu venho de uma família com uma forte identidade judaica, mas não muito observadora. Meus avós são judeus russos do lado de minha mãe e meu pai é russo e romeno. Eles eram caminhoneiros e colecionadores de metais - judeus durões que emigraram para o Canadá pouco antes da [Segunda Guerra Mundial]. Existem alguns sobreviventes do holocausto do lado de meu pai.

Já como instrutor no terceiro ano de serviço.

JJ: Após as FDI, qual era seu plano? 

AC: Eu não sabia. Tive alguma depressão e provavelmente um pouco de PTSD e passei o próximo ano e meio descomprimindo. Então comecei a trabalhar como guarda-costas para Brad Pitt e os Schwarzeneggers. Pouco antes do 11 de setembro de 2001, abri minha própria empresa de segurança, contratando mais de 200 homens da minha unidade ao longo dos anos e devolvendo aos israelenses que queriam uma oportunidade aqui. Eu trabalhei com outras celebridades, fornecendo segurança residencial para a [modelo] Kate Moss, [ator] Jackie Chan e serviços de proteção para Pink, Katy Perry e outros músicos em turnê. Eu vendi a empresa há cinco anos. Foi uma corrida de 15 anos e me levou ao meu primeiro filme.


Em 2011, o [diretor] Steven Soderbergh estava trabalhando em “Haywire” (A Toda Prova, 2011) e me ligou. Ele disse: "Estou trabalhando em um filme com Channing Tatum, Gina Carano e Michael Fassbender, e estou procurando um consultor porque é um tipo de filme de operações especiais. Você estaria interessado?" Me pediram para treinar os atores com todas as armas de fogo e Krav Maga lutando por cerca de três meses antes do filme e ajudei a projetar a ação para torná-la real. Steven me deu um diálogo; eu tive algumas cenas no filme. Foi isso. Eu fiquei vidrado. Lembrei-me do quanto eu adorava atuar no ensino médio.


Depois disso, eu fiz “211” (211: O grande assalto, 2018), um drama policial com Nic Cage para a Netflix. Eu interpretei seu tenente. E fiz um curta-metragem chamado “Overwatch” (2014) como um exercício para construir meu rolo de filme. Um dia talvez ele se torne um recurso.


JJ: Como você se envolveu com "Rambo: Last Blood"?" 

AC: Os produtores de "211" ligaram e disseram que tinham uma ótima cena com Sly* para mim. Filmamos na Bulgária por cerca de um mês. Eu também fiz alguns aconselhamentos sobre o filme. Houve muitos efeitos especiais; era uma cena de chuva. Foi uma seqüência muito cara. Há um pouco de reviravolta que não posso revelar, mas me diverti muito fazendo isso.

*Nota do Tradutor: Sly é o apelido de Silvester Stallone.

Aaron Cohen e o General Danny Yatom, ex-sub-comandante do Sayeret Matkal, ex-comandante do Comando Central e ex-chefe do Mossad. "Quando eu servi, altos oficiais de inteligência estavam em todo lugar; eles gostavam de ter jovens guerreiros ao seu redor."

JJ: O que vem a seguir para você? 

AC: Há outro projeto para a Netflix baseado na vida da estrela pop mexicana Luis Miguel - há um papel nele para um [agente] do Mossad. Vou passar os próximos dois anos focando na transição para atuar em período integral. Enquanto isso, [com] a minha empresa Cherries - Duvdevan é cereja em hebraico - eu manufaturo produtos para aplicação da lei e reuni uma série de treinamento sobre contra-terror digital acessível. Tenho agências de todo o mundo baixando o conteúdo.

Aaron Cohen posando com membros da sua unidade, Sayeret Duvdevan, disfarçados de árabes palestinos. Todos na foto foram trabalhar para a sua companhia militar privada IMS Security Consultants.

JJ: Como especialista, que conselho você daria às sinagogas para se protegerem melhor contra ataques? 

AC: Contrate segurança armada ou monte uma equipe de segurança voluntária e treine-a no combate ao terrorismo baseado no comportamento e na resposta do atirador ativo. Pare de brincar com segurança desarmada. Este sistema falhará e os membros de sua congregação serão mortos. Quero ver sinagogas seguras, e isso significa uma resposta agressiva.

Posando diante da bandeira israelense no quartel em Miktan Adam.
A carabina M4 era a grande novidade na época.

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Micro Tavor VS M4/M16, 5 de março de 2020.


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domingo, 5 de abril de 2020

"Israel é minha família", diz mulher da Polícia de Fronteira após ser esfaqueada

Liza Ruti Nataf, membro da Polícia de Fronteira em frente ao Muro das Lamentações.
(Foto da Unidade Porta-Voz da Polícia)

Por Maayan Hoffman, The Jerusalem Post, 24 de fevereiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 5 de abril de 2020.

Numa quinta-feira de manhã em dezembro de 2018, um agressor esfaqueou dois policiais na Cidade Velha de Jerusalém. Uma delas era uma mulher de 20 anos da Polícia de Fronteira chamada Liza Ruti Nataf.

Imigrante da França, Nataf foi esfaqueada na perna. Em seguida, houve uma luta entre os guardas de fronteira e o terrorista, até que eles atiraram e o mataram na frente da camarada ferida.

Nataf poderia ter deixado o exército depois de ser ferida. Em vez disso, ela passou quase um ano se recuperando e depois voltou para sua unidade e de volta ao campo, protegendo os bairros de uma das áreas mais disputadas do país.

"Jerusalém é a cidade mais santa do país, e precisamos cuidar dela e preservá-la", disse Nataf ao The Jerusalem Post antes do Dia da Família. "Meu trabalho é muito emocional para mim, muito especial."

Nataf fez aliá* há quatro anos. Logo depois, ela ingressou em um programa da IDF para novos imigrantes com o objetivo de fazer parte da Polícia de Fronteira de Jerusalém.

*Nota do Tradutor: Aliá é o termo que designa a imigração judaica para a Terra de Israel (em hebraico, Eretz Israel). Também definido como "o ato de subir" - isto é, em direção a Jerusalém - "fazer aliá" ao se mudar para a Terra de Israel é um dos princípios mais básicos do sionismo. A Lei do Retorno do Estado de Israel concede aos judeus e seus descendentes direitos automáticos em relação à residência e à cidadania israelense. Tais imigrantes judeus são chamados "olim"; os nascidos em Israel são chamados "sabra". Um livro relevante sobre o assunto, "Irmandade de Guerreiros", editado em português pela Larousse, sobre um judeu de nacionalidade israelense-americana, nascido no Canadá, que fez aliá e serviu nas forças especiais israelenses. Uma leitura obrigatória para todos que se interessam pelas operações especiais e pelas Forças de Defesa de Israel.

Irmandade de Guerreiros.
Aaron Cohen e Douglas Century.

De acordo com o site oficial do governo gov.il, em seus primeiros anos, a Polícia de Fronteira, criada com a fundação do estado, focou-se principalmente no combate a infiltrações. Mais tarde, operou em torno da "linha urbana" em Jerusalém, ocupando muitos postos. Durante as duas intifadas de Israel, a Polícia de Fronteira desempenhou um papel central no combate ao terrorismo.

Hoje, a Polícia de Fronteira serve como uma força policial versátil que combate o crime e o terrorismo, fornece segurança e ajuda a manter a ordem, diz o site.

A Polícia de Fronteira de Jerusalém está na linha de frente, disse o superintendente da polícia de Israel Micky Rosenfeld, porta-voz para a imprensa estrangeira. Quando há um tumulto, esses policiais são os primeiros a responder. Quando há maior segurança nos feriados religiosos, como o Ramadã ou a Páscoa, é a Polícia de Fronteira que deve proteger os participantes, disse ele.

A Polícia de Fronteira opera nos bairros muçulmano, cristão, armênio e judeu. É coordenada pela Polícia de Israel e pelas FDI. 

"Meu sonho era fazer parte da polícia de fronteira", disse Nataf.

Mas sua luta para se tornar um membro da força não foi fácil. Ela estava sozinha, exceto por sua irmã. Seus pais tentaram fazer aliá, mas retornaram à França.

"Com meus pais não estando aqui, a vida não é tão simples", disse Nataf ao Post. “Mas eu me acostumei. Hoje, vejo a terra como minha família.”

Em 25 de fevereiro, Israel marca o Dia da Família, ou Yom Hamishpacha, em hebraico.

O dia é comemorado no 30º do mês hebraico de Shvat a cada ano. Antes dos anos 90, era comemorado como o dia das mães. Mas foi reconfigurado naqueles anos em reconhecimento às mudanças sociais e culturais em Israel.

"Nos feriados e no Shabat, nem sempre foi fácil", disse Nataf ao Post. "Mas graças a D'us*, estamos realmente nos dando bem agora", disse ela sobre si mesma e sua irmã.

*NT: Prática judaica de não escrever "Deus" por completo.

Nataf disse que, em vez de sua lesão a enfraquecer, fortaleceu seu impulso, e servir a Israel é o que a motiva a ficar aqui, mesmo sem sua família biológica.

Ela será dispensada do exército em alguns meses. Então, ela disse: "Espero ficar aqui em Israel e construir minha própria família".

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