sexta-feira, 1 de maio de 2020

A Guerra Sino-Vietnamita de 1979 foi o crisol que forjou as novas forças armadas da China

Soldados vietnamitas sobre um Tipo 59 do 8º Exército Chinês, 1979.

Por Charlie Gao, National Interest, 5 de janeiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de maio de 2020.

Uma grande perda leva a reformas necessárias.

Ponto-chave: nas palavras de um general chinês, o conflito na fronteira "permitiu que ele realizasse seu sonho de travar uma guerra moderna por métodos modernos".

Quando a guerra sino-vietnamita terminou em 16 de março de 1979, dificilmente seria uma resolução definitiva do conflito. Ambos os lados reivindicaram a vitória, e o Vietnã continuou a pressionar os aliados da China no Camboja e na Tailândia. Como resultado, o PLA (Exército de Libertação Popular chinês) continuou a pressionar o Vietnã ao lançar ataques através da fronteira vietnamita ao longo dos anos 80. Embora as baixas tenham sido pequenas em relação às dezenas de milhares de pessoas que morreram durante a guerra de 1979, as operações em escala regimental e divisional na fronteira infligiram baixas significativas nos dois lados.

As operações chinesas contra o Vietnã na década de 1980 são frequentemente divididas em quatro fases. Na primeira, chineses e vietnamitas entrincheiraram mais suas posições ao longo da fronteira. Isso durou até 1981. A segunda e terceira fases consistiram na escalada de operações ofensivas na fronteira entre 1981 e 1987, aumentando gradualmente a intensidade. A última fase envolveu a retirada do PLA da região de fronteira. Os objetivos políticos das incursões chinesas eram "punir" o Vietnã por sua contínua beligerância em relação à Tailândia e ao Camboja. Desde que as tropas vietnamitas estavam entrando no Camboja, as tropas chinesas continuariam fazendo o mesmo. Militarmente, a China viu o conflito na fronteira como uma maneira de evoluir o PLA de uma força de combate antiquada para uma moderna, testando novas doutrinas e equipamentos na fronteira.

Miliciana vietnamita guardando prisioneiros chineses, 1979.

O desempenho do PLA na guerra de 1979 foi tão ruim que até os comandantes vietnamitas ficaram surpresos, segundo algumas fontes. Isso foi resultado da sua dependência das táticas de ataque de infantaria no estilo da Guerra da Coréia, devido à inflexibilidade operacional e estagnação do pensamento militar no PLA. A disposição da estrutura de comando e a infraestrutura que a apoiava não podia suportar a guerra de manobras por unidades menores de forças de melhor qualidade.

Após a guerra de 1979, muitas reformas e reorganizações ocorreram dentro do PLA. A liderança antiga foi removida e um novo conjunto de novos oficiais foi trazido. Finalmente, em 1984, a situação se apresentou para um teste dessas reformas. No final de 1983, Deng Xiaoping se encontrou com o príncipe Norodom Sihanouk, do Camboja. O príncipe queria ajuda, pois os soldados vietnamitas estavam obtendo ganhos significativos dentro do Camboja. Como resultado, Deng decidiu mobilizar o PLA para uma operação ofensiva significativa em 1984. Os objetivos da ofensiva eram capturar as áreas de Laoshan e Zheyinshan. Após barragens preparatórias durante a maior parte de abril de 1984, a ofensiva terrestre foi finalmente lançada em 28 de abril. Cinco regimentos de infantaria atacaram posições no topo de colinas ao redor de Laoshan, tomando-as uma a uma. Esta não foi uma história de sucesso total, pois esses regimentos sofreram pesadas baixas e usaram táticas inflexíveis semelhantes àquelas de 1979. Os dois regimentos designados para atacar Zheyinshan se saíram melhor. O comando flexível permitiu que os ataques fossem adiados até o momento oportuno, e o ataque foi um grande sucesso, com todas as posições vietnamitas sendo capturadas. O comandante da divisão encarregado desses regimentos foi logo promovido para comandar o Décimo Primeiro Exército, e o ataque foi citado como um exemplo didático do que o PLA poderia agora realizar.

Os vietnamitas lançaram contra-ataques na campanha MD-84, na tentativa de recuperar as posições que perderam na ofensiva de Laoshan. Contra-ataques ocorreram contra as posições chinesas em Laoshan ao longo de junho e julho. Os relatórios pós-ação dessas ofensivas sugerem que a modernização militar chinesa provou ser uma possível razão para o sucesso. Veteranos vietnamitas se lembraram de serem bombardeados pela artilharia chinesa mesmo durante a noite, devido à utilização de novos dispositivos de visão noturna chineses na linha de frente. Além disso, a logística chinesa alcançou novos níveis de eficiência. Um comandante de artilharia chinês observou que, ao repelir os contra-ataques, ele poderia executar tantas missões de tiro quanto desejasse, sem se preocupar com o suprimento de munição pela primeira vez em sua carreira.

As operações no setor de Laoshan também foram o catalisador do desenvolvimento de uma maior capacidade de ação direta entre as unidades de reconhecimento do PLA. Depois que uma unidade comando Dac Cong vietnamita destruiu um radar da contra-bateria do PLA em 1984, Deng Xiaoping pediu ao Estado-Maior do PLA que criasse capacidades semelhantes. Todas as regiões militares chinesas receberam ordens de organizar brigadas de reconhecimento, que depois foram rotacionadas em todo o setor de Laoshan. Quinze brigadas de reconhecimento foram criadas, das quais três a cinco foram desdobradas no setor a qualquer momento. Essas brigadas foram muito ativas na invasão de áreas da retaguarda, e a experiência adquirida por elas foi mais tarde usada pelo PLA para ajudar a criar suas próprias forças de operações especiais.

Demonstração de comandos Dac Cong (sapadores de assalto) vietnamitas camuflados com lama negra. (Ngoc Thanh)

No geral, embora as guerras fronteiriças sino-vietnamitas possam parecer insignificantes, elas provaram ser um campo de teste eficaz para as reformas do PLA. Testes de fogo no setor de Laoshan permitiram ao PLA criar um novo quadro de liderança com visão de futuro. Novas tecnologias e estruturas organizacionais também foram testadas e reformadas, e foi adquirida experiência de combate que levou à criação das SOF chinesas. Nas palavras de um general chinês, o conflito fronteiriço "permitiu que ele realizasse seu sonho de travar uma guerra moderna por métodos modernos". O conflito fronteiriço sino-vietnamita de 1979 a 1990 pode ser visto como o crisol no qual nasceu o moderno PLA, reformado do pesado e desajeitado exército que atacou o Vietnã em 1979.

Charlie Gao estudou ciência política e da computação no Grinnell College e é um comentarista frequente em questões de defesa e segurança nacional.

Bibliografia consultada:

Chinese Military Strategy in the Third Indochina War: The Last Maoist War (Asian Security Studies), Edward C. O'Dowd, 2007.

Deng Xiaoping's Long War: The Military Conflict between China and Vietnam, 1979-1991 (The New Cold War History), Xiaoming Zhang, 2015.

quinta-feira, 30 de abril de 2020

FOTO: Visita surpresa no Afeganistão

A democrata Nancy Pelosi apertando as mãos de soldados afegãs, servindo em apoio às forças especiais afegãs, durante uma visita surpresa ao país em outubro de 2019.

A atual presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi fez uma visita surpresa ao Afeganistão na segunda metade de outubro de 2019. A democrata ganhou fama (ou infâmia) internacional por iniciar um processo de impeachment contra o presidente Trump em 24 de setembro de 2019, e por rasgar o discurso do presidente Trump em 5 de fevereiro de 2020, quando Trump foi absolvido no processo de impeachment.

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FOTO: Flâmula no Afeganistão

Spetsgruppa "V", Vympel (Flâmula) ou Grupo Vega, no Afeganistão, década de 80.

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FOTO: Comboio soviético no Passo de Salang, 1988, 25 de janeiro de 2020.

FOTO: T-62M no Passo de Salang, 28 de janeiro de 2020.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Sobre os méritos do M4 e EF88 (e mais) | PARTE 5


Por Solomon BirchThe Cove, 15 de julho de 2019.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 29 de abril de 2020.

Artigo 5 | O Fator Humano Parte 2: As Forças Especiais lançam uma longa sombra.

O M4 é um super-fuzil porque as Forças Especiais o usam e as Forças Especiais são super-soldados. Durante o mesmo período surgiram razões válidas para preferir o M4 ao F88 FOW, as Forças Especiais Australianas obtiveram uma mística que nunca haviam desfrutado entre as forças regulares. Nas guerras anteriores ao Afeganistão, tropas australianas regulares eram as principais forças usadas para procurar e destruir combatentes e posições inimigas [i] [ii], e até soldados da logística realizavam patrulhas de limpeza, patrulhas permanentes e emboscadas como rotina [iii]. No Afeganistão, para a Austrália, essas funções foram cumpridas quase exclusivamente pelas Forças Especiais [iv], e os equipamentos, roupas, armas e hábitos das Forças Especiais tornaram-se moda e desejáveis nas forças regulares [v] as quais careciam amplamente de seu próprio senso de credibilidade, finalidade e realização [vi]. A disparidade de experiência em combate e recursos de treinamento entre as forças regulares e as forças especiais também se manifestou no treinamento, onde forças especiais eram vistas como especialistas indiscutíveis de todas as formas de táticas e tiro de infantaria, com seus métodos gradual mas seguramente adotados por um exército mais amplo, através dos excelentes pacotes de Operações Urbanas de Todos os Corpos (All Corps Urban Operations) e o posterior Tiro de Combate Contínuo (Combat Shooting Continuum)O M4, juntamente com outros artefatos e idéias das Forças Especiais, passou a ser símbolo de status, autenticidade e capacidade de combate, não totalmente de forma imerecida. O argumento muito simples, de que as Forças Especiais o usam e, portanto, deve ser melhor, é provavelmente o argumento mais comum usado até hoje - mas não é muito bom.

A maioria de nós só pode sonhar em estar em forma e motivado o suficiente para ser tão legal assim. Felizmente, podemos adquirir um pouco desse visual, mas somente se conseguirmos convencer o CASG a nos dar fuzis M4.

As razões pelas quais as Forças Especiais usam o M4 não são particularmente relevantes para o debate. AS Forças Especiais australianas têm uma enorme antipatia arraigada à família de armas F88, que remonta a problemas iniciais que o SASR experimentou com o fuzil no início dos anos 90 [vii]. As Forças Especiais não são tão especiais que não podem gerar preconceitos culturais subjetivos a favor e contra coisas como qualquer grupo comum de pessoas, mas há muito boas razões pelas quais um fuzil baseado no M4 faz sentido para eles de maneiras que não o fazem para o exército regular.

Apesar de terem sido fornecidos fuzis F88 como uma questão de registro público, parece impossível encontrar fotografias de qualquer operador especial segurando um tal é o seu aparente desdém pela arma.

O uso de carregadores em conformidade com o STANAG e um manuseio comum de armas é potencialmente importante para organizações que se integram às Forças Especiais da coalizão equipadas com M4 abaixo do nível da seção (pelotão) e que podem ser desdobradas sem uma pegada logística australiana substancial. O acesso ao vasto setor da indústria de pós-venda do AR15 e M4 nos EUA é igualmente atraente para organizações que compram equipamentos em menor número para tarefas mais especializadas. A capacidade de reconstruir fuzis para funções mais especializadas usando peças intercambiáveis já existentes no inventário ou no mercado também oferece oportunidades potencialmente úteis para as forças que operam pequenas frotas de equipamentos especializados [viii]. O posicionamento frontal do carregador permite a inclusão da funcionalidade de liberação do carregador, um retém de liberação do ferrolho bem posicionado, um registro seletor de tiro convenientemente localizado e um protetor de ejeção de cartucho padrão distante do rosto do atirador ao disparar instintivamente. A arma tem a opção de coronhas e gatilhos ajustáveis para diferentes funções e diferentes equipamentos de proteção/transporte de carga. Esses recursos se combinam para criar um sistema de armas com um limite de habilidades muito alto que recompensará os atiradores que praticam manuseio por horas todos os dias e disparam milhares de tiros todos os meses com melhor precisão prática em uma variedade maior de circunstâncias sob pressão e recarregamentos mais rápidos, mantendo uma melhor consciência situacional do que muitos outros projetos.

De cima para baixo, um Mk12 Mod 0, Mk12 Mod 1 e Mk12 "Mod H". O Mk12 era uma variante de atirador designado com precisão aumentada do M16 usada pelas Forças Especiais dos EUA na GWOT.

Essas vantagens não são diretamente relevantes para o exército regular. Devido à sua escala, é improvável que alguma vez esteja em uma posição em que possa aceitar os desafios de gerenciamento de configuração que o acesso ao mercado de reposição dos EUA para personalizar fuzis traria, ou mesmo que queira dar aos soldados a capacidade de personalizar suas armas de fogo. É improvável que haja recursos suficientes para treinar soldados regulares para chegar perto do limite de habilidades do EF88 ou do M4 (a qual é uma habilidade excepcionalmente intensiva em recursos e altamente perecível [ix]) e, mesmo que existisse, haveria maneiras muito mais urgentes de gastar esses recursos, embora não esteja claro que o limite de habilidades mais alto se traduza em um nível de habilidade mais alto. Raramente integrará seus soldados com um parceiro da coalizão (ou vice-versa) a um nível tão baixo que um manuseio comum de armas e carregadores seria importante, e seria forçado a implantar uma cauda logística para um desdobramento convencional, de modo que acessar peças de reparo e carregadores seria sobretudo irrelevante. Em outras palavras, existem muitas razões pelas quais o M4 é uma arma excepcionalmente adequada para as forças especiais australianas, mas essas razões tendem a se aplicar muito mal ao Exército Regular Australiano.

Um comando australiano treinando com um soldado filipino em 2017. O comando está armado com um HK416 com um cano muito curto de 10,3 polegadas (26cm). Esta versão é baseada no US SOCOM Mk18, que é uma versão de impingimento direto.

Um truque estranho que os insurgentes não querem que você saiba: a questão específica da dificuldade de disparar um F88 do lado não-mestre, uma técnica de tiro herdada das Forças Especiais, é trazida com uma frequência incrível, mas é de mérito não-convincente em termos de consideração equilibrada. Ainda não está claro o quanto essa técnica é útil na prática para forças regulares (as Forças de Defesa de Israel, que operam com muito sucesso em guerras urbanas quase habituais, não treina em disparos com mãos não-mestres e supostamente considera um uso ineficiente de recursos de treinamento tentar fazê-lo, enquanto a conversa com operadores de forças especiais com vários tours de alta intensidade frequentemente revela que eles nunca adotaram uma postura do lado não-mestre nas operações [x]). Também não está claro o quão impraticável é fazer isso com um bullpup (elementos do Exército Britânico treinam uma técnica para fazê-lo com o L85, que ainda tem uma alavanca de manejo recíproca, inclinando a janela de ejeção da arma para baixo ao disparar do lado não-mestre [xi], e os defletores de cartucho são uma opção absolutamente viável para negar amplamente a necessidade de tal técnica [xii]). A existência inicial e a disseminação dessa objeção parecem ser uma manifestação do fato de que nossas práticas de tiro de combate são derivadas das nossas Forças Especiais (o que é uma coisa boa, mas vem com a bagagem que precisamos ter em mente) que não empregam empregar quaisquer bullpups em combate e, portanto, não possuem técnicas de combate específicas ao uso de bullpups. Isso tende a implicar que mais desenvolvimento e inovação por parte das forças regulares podem ser necessários. A maneira pela qual esta questão é apresentada, como uma parede e com seu escopo restrito e possíveis soluções omitidas, dá a forte impressão de raciocínio post-hoc com base em uma premissa existente de que devemos adotar o M4.

Um operador israelense de uma unidade de elite de contra-terrorismo das operações especiais (YAMAM) cobre um ângulo sem alterar o ombro do fuzil, apesar do fuzil ser um M4A1 adequado para tal manobra.

Um Aparte Final - Uso Civil. O AR15 é predominantemente a plataforma de fuzil esportivo moderno mais popular na maior comunidade de tiro do mundo (os EUA) e há muitas boas razões para isso nas quais não vou entrar. Ao discutir bullpups no mercado civil nos Estados Unidos, uma das perguntas sempre levantadas é por que os atiradores de competição (“usuários avançados”) basicamente nunca usam bullpups. A resposta parece extremamente simples para mim - as regras não criam um bom motivo para usar um cano por mais tempo do que você precisa, e esse é basicamente o motivo da existência de bullpups. Se todos os que usam um cano de carabina obtiveram metade dos pontos para alvos de 100 a 200 m em comparação com aqueles que usam canos de comprimento total, eu suspeito fortemente que haveria muito mais competidores de 2 e 3 armas usando bullpups, apesar dos comprimentos fixos de tração, gatilhos  piores e manuseios de armas um pouco mais lentos. Isso é certamente o que vimos na IPSC (International Practical Shooting Confederation, Confederação Internacional de Tiro Prático), onde as regras do fator de potência fizeram com que o .38 Super (9x23mmSR+P) ofuscasse totalmente o 9mm (9x19mm) em competições de alto nível até que as regras se adequaram, apesar do seu recuo mais severo.

Em suma:

Houve algumas razões absolutamente válidas entre 1993 e 2015 para pensar que o M4A1 era um fuzil de serviço melhor do que o F88, F88SA1 e F88SA2 (mas também alguns argumentos muito válidos do outro lado). A maioria desses motivos simplesmente não existe ou existe apenas de uma maneira muito mais fraca e pouco aplicável se a comparação for feita entre o EF88 e o M4A1 (ou HK416 ou MARS-L etc), enquanto muitos dos argumentos do outro lado tenham ficado mais fortes. Na ausência de um conjunto central de razões muito fortes, o argumento adotou uma vida própria e persiste, aparentemente alimentado pelos preconceitos culturais de certos grupos fechados e personalidades. A existência dessa discussão é boa porque promove um debate vigoroso sobre o que queremos de um fuzil de serviço com potencial para ajudar a informar os requisitos do usuário para o nosso próximo SARP, mas para perceber que o potencial de nossas discussões como soldados e oficiais deve ser melhor fundamentada em fatos do que elas muitas vezes têm sido.

Notas finais:

[i] Major Jim Hammett, “We Were Soldiers Once… The decline of the Royal Australian Infantry Corps?” Australian Army Journal Volume V, Number 1, 2008.

[ii] Captain Greg Colton, “Enhancing Operational Capability. Making infantry more deployable” Australian Army Journal Volume V, Number 1, 2008.

[iii] Australian War Memorial, “Task Force Maintenance Area Patrol DPR/TV/1106”, datada em 20 de maio de 1969.

[iv] Major Jim Hammett, “We Were Soldiers Once… The decline of the Royal Australian Infantry Corps?” Australian Army Journal Volume V, Number 1, 2008, 42.

[v] LTCOL C Smith, “Mentoring Task Force 3 Post Operations Report, Commanding Officer’s Observations”, sem data, desclassificada em 20 de fevereiro de 19 por originator (NÃO-CLASSIFICADO). MTF3 POR Anexo 4 Observações dos Comandantes.

[vi] Major Jim Hammett, “We Were Soldiers Once… The decline of the Royal Australian Infantry Corps?” Australian Army Journal Volume V, Number 1, 2008, 43-44.

[vii] Entrevista com Solomon Birch e Chris Masters, datada de 13 de fevereiro de 2019 (NÃO-CLASSIFICADA).

[viii] Por exemplo, o desenvolvimento do USSOCOM do Fuzil de Uso Especial Mk12 (Mk12 Special Purpose Rifle) e do Receptor de Combate Aproximado em Compartimento Mk18 (MK18 Close Quarters Battle Receiver), que inicialmente usavam peças legadas do M16/M4 FOW que estavam no inventário existente do USSOCOM.

[ix] Special Agent Yvon Guillaume, “Close Quarters Combat Shooting” United States Marine Corps Command and Staff College, Marine Corps University 2010, Appendix C.

[x] Entrevista com Solomon Birch e Chris Masters, datada de 13 de fevereiro de 2019 (NÃO-CLASSIFICADO).

[xi] Neil Grant, “SA80 Assault Rifles”, Osprey Publishing 2016.

[xii]Military Arms Channel “Lithgow Arms USA F90 Atrax bullpup” datada em 19 de outubro de 2016, retirada em 06 de maio de 2019 de youtu.be/6847L8aEA6A.

Solomon Birch é um oficial do RACT (Royal Australian Corps of Transport, Real Corpo de Transporte Australiano) atualmente postado na Ala de Transporte Rodoviário da Escola de Transporte do Exército (Road Transport Wing, Army School of Transport). As postagens anteriores incluem o 1 Sig Regt, 1 CSSB e 1 CER.

Leitura recomendada:

Sobre os méritos do M4 e EF88 (e mais) | PARTE 4


Por Solomon Birch, The Cove, 15 de julho de 2019.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 29 de abril de 2020.

Artigo 4 | O Fator Humano Parte 1: A razão pela qual esses artigos existem: Por que há um grupo de soldados regulares que gostam do M4 e odeiam o F88.

Para melhor ou pior, há uma minoria substancial e vocal de soldados e oficiais do Exército Regular Australiano que defendem veementemente que o AUG é uma plataforma horrível que deveria ser substituída como nosso fuzil de serviço por algo como o M4A1, pra ontem. Esse é um fenômeno social complexo e inclui alguns indivíduos que demonstram um entendimento muito fraco dos pontos fortes e fracos das várias armas e fornecem justificativas inválidas ou indiscerníveis para sua visão, assim como alguns que têm um entendimento muito bom e que tendem a legitimamente valorizar muito certas características de uma arma as quais o M4 possui. Esta seção tentará explicar a existência do fenômeno e validar a afirmação no prefácio de que, na maioria dos casos de uso relevantes para o Exército Australiano, os projetos derivados do M4 não são particularmente melhores que o EF88.

Razões totalmente válidas; o M4 é realmente leve, personalizável e maneja muito bem. No momento em que a atração pelo M4 começou, o Exército Australiano regular estava envolvido em contra-insurgência predominantemente de baixa intensidade no Afeganistão e todas as partes do sistema de armas que empregavam eram quase idênticas às forças e forças especiais dos EUA - uma mira Trijicon TA31, munição clone do SS109 e a opção de montar um lança-granadas M203 - exceto o próprio fuzil, que pesava quase o dobro de alguns fuzis baseados no M4 (o M4 no serviço australiano pesa apenas 2,7kg descarregado e sem acessórios). Os soldados nesse período foram sobrecarregados criticamente [i], e o alto peso do fuzil agravou esse problema: o F88SA2 carregado pesa quase exatamente o mesmo que o SLR de 7,62x51mm de potência total que o F88 substituiu, e ainda mais com acessórios. O fuzil também não era mais preciso na prática do que os AR15 de ponta que estavam começando a proliferar no uso militar e civil. Embora o AUG tenha sido significativamente mais preciso que o M16A2 durante o SARP, os novos projetos do AR15 adotaram canos flutuantes que tornavam esses sistemas um pouco mais precisos do que o F88 em teoria, mas esses fuzis tinham opções para a instalação de gatilhos melhores, coronhas ajustáveis, bipés e empunhaduras frontais ajustáveis que os tornaram muito mais fáceis de manusear e precisos na prática. [ii] No Afeganistão, os alcances e as características dos engajamentos tendem a ser tão curtos que um M4 de cano curto seria adequado, ou tão longo que até um cano de corpo inteiro F88 era inadequado, com poucos engajamentos incomumente nas distâncias intermediárias para as quais os fuzis de assalto são destinados [iii]. Os soldados portando um F88 também seriam expostos apenas ao aumento dos incidentes de tiro (inerentes a todas as armas portáteis) em condições adversas, empoeiradas e arenosas para esse fuzil e não estariam necessariamente cientes dos incidentes de tiro (mais sérios e mais frequentes) do mesmo tipo em armas baseadas no M4. Parece-me certo que essas razões completamente legítimas constituíam grande parte do capital cultural que constituiu a base da preferência (em andamento) em alguns círculos pelo M4 em oposição ao F88 FOW.

Um F88SA1 totalmente equipado com um peso maior que o fuzil de batalha "SLR" L1A1 que substituiu. Um M4 com os mesmos acessórios teria pelo menos um quilograma a menos.

Razões totalmente inválidas: furphies* absolutas. Tendo reconhecido as razões legítimas, deve-se salientar que o pessoal militar pode ser incrivelmente hábil em formular razões para reclamar, se não houver nenhuma razão aparente válida para eles. Escavando no banco de dados do Center for Army Lessons (Centro de Lições do Exército) produz uma fantástica disseminação de fontes primárias de soldados e oficiais em operações, ou recentemente retornadas de operações, no período que levantam uma variedade de críticas ao F88 em comparação ao M4 que não têm base na realidade. Os soldados alegaram que o M4A1 é variadamente: mais poderoso [iv] (o oposto é verdadeiro), mais preciso [v] (o oposto é verdadeiro), mais confiável [vi] (o oposto é verdadeiro) e um quarto do preço de um F88 [vii]. O último é um palpite compreensível baseado na Wikipedia, alguns preços de clones M4 que não sejam milspec (especificação militar) e algumas conversões ruins de moeda, mas que são principalmente incorreto. Na realidade, poderíamos comprar algo mais próximo de 21 fuzis M4A1 MILSPEC pelo preço de 20 fuzis F88 de uma determinada variante (mas também teríamos que gastar muitas dezenas de milhões de dólares em reciclagem e substituição de carregadores, ferramentas e peças de reparo, fazendo uma aquisição do M4 quase certamente mais cara no geral) [viii]. Furphies e rumores como esses permanecem em grande parte incontestados e se espalharam amplamente por todo a diggernet**, aparecendo em memes do Facebook, comentários e discussões comuns regularmente.

*Nota do Tradutor: Uma furphy é uma gíria australiana para uma história errônea ou improvável que é considerada factual. As furphies são supostamente "ouvidas" de fontes respeitáveis, às vezes de segunda-mão ou de terceira-mão, e amplamente aceitas até refutadas.

**NT: Junção de Digger, o apelido dos soldados australianos e neo-zelandeses (ANZAC), e internet.

Um operador americano no Afeganistão com um FN SCAR-L (ou SCAR16). O SCAR foi projetado pela FN a pedido das Forças Especiais dos EUA para substituir o M4. Ele superou o M4 em vários testes e uma versão de 7,62mm permanece em serviço nos EUA.

A grama é sempre mais verde. Durante o mesmo período em que muitos soldados e oficiais australianos começaram a clamar para trocar seus fuzis baseados no AUG por fuzis baseados no AR15, muitos soldados e oficiais americanos começaram a clamar para substituir seus fuzis baseados no AR15 por um fuzil que usava o mecanismo de operação do AUG. Isso fornece uma demonstração clara do fato de que há pelo menos um elemento da grama sempre sendo mais verde em jogo aqui. Para aqueles que não estão familiarizados com a essência dos argumentos contra o M4 no estabelecimento militar e de armas dos EUA ou com a ferocidade com a qual são apresentados, encorajo você a ler uma apresentação de 2008 feita pelo muito respeitado ex-paraquedista e ancião da indústria de armas de fogo e funcionário da H&K Jim Schatz.

O artigo final analisa o argumento mais frequentemente apresentado em favor do M4, que perversamente não tem quase nada a ver com os fuzis: Forças Especiais.

Notas finais:

[i] R Orr, R Pope, V Johnston, J Coyle, “Load carriage and its force impact” Australian Defence Force Journal, Edição 185, datada em 01 de janeiro de 2011.

[ii] Por exemplo, o USSOCOM MK12 Special Purpose Rifle, o qual atinge uma precisão consistente de 0,5 MOA com munição MK262, veja notas em Metodologias de Medição de Precisão Apresentadas por Chuck Marsh - NSWC Crane, sem data.

[iii] Thomas Ehrhart, “Increasing Small Arms Lethality in Afghanistan Taking Back the Infantry Half-Kilometer” School of Advanced Military Studies, United States Army Command and General Staff College, 2009, 3-4.

[iv] Army Observation OBS000010825, datada em 23 de junho de 2009 (NÃO-CLASSIFICADO).

[v] Army Observation OBS000027629, datada em 28 de agosto de 2012, desclassificada em 09 de maio de 2019 pela SO1 Lessons, Army Knowledge Group (RESTRITO).

[vi] Army Observation OBS 000001455, datada em 01 de agosto de 2007 (NÃO-CLASSIFICADO).

[vii] Army Observation OBS0000002563, datada em 13 de março de 2007 (NÃO-CLASSIFICADO).

[viii] CASG “Cost Comparison of the M4 Carbine versus the EF88”, datada em 20 de outubro de 2016 (NÃO-CLASSIFICADO).

Solomon Birch é um oficial do RACT (Royal Australian Corps of Transport, Real Corpo de Transporte Australiano) atualmente postado na Ala de Transporte Rodoviário da Escola de Transporte do Exército (Road Transport Wing, Army School of Transport). As postagens anteriores incluem o 1 Sig Regt, 1 CSSB e 1 CER.

Leitura recomendada:







Sobre os méritos do M4 e EF88 (e mais) | PARTE 3


Por Solomon Birch, The Cove, 15 de julho de 2019.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 28 de abril de 2020.

Artigo 3 | A História Tardia: Os subprodutos do EF88 e M4.

O período de 1990 a 2009 teve uma iteração substancial nos projetos do M4 e AR15, mas pouco desenvolvimento substancial do F88 e do AUG. Não obstante numerosas pequenas melhorias no M4 no período posterior, a tendência foi revertida nos anos 2010, com desenvolvimento substancial do F88 e pouco desenvolvimento do M4A1 no serviço militar.

O EF88 é uma evolução substancial do projeto do AUG com muitas alterações.

O EF88 foi tudo para o desenvolvimento do F88 que o SA1 e o 2 não eram. Reduziu o peso do fuzil de volta para 3,4 kg e fez inúmeras alterações substanciais no funcionamento do sistema. O cano foi alterado para um projeto estriado para reduzir o peso. O receptor de alumínio foi alterado em projeto e materiais para reduzir o peso, e a montagem do cano foi alterada para melhorar a precisão. A configuração do grupo da soleira foi alterado para reduzir o comprimento de tração para melhor acomodar o colete. O peso do gatilho foi diminuído. Trilhos acessórios adicionais foram adicionados à lateral direita e inferior e a empunhadora frontal integral foi removida. Um lança-granadas novo e mais leve que podia aceitar cartuchos mais longos de 40 mm (o SL40) foi acoplado ao sistema. Inicialmente projetada como arma de fogo apenas para armas de combate (infantaria, observadores de artilharia, engenheiros de combate), a arma excedeu as expectativas iniciais e foi adquirida como um substituto do F88SA2 para a maioria das forças regulares. Vários outros acessórios e melhorias na plataforma permanecem no processo de aquisição com um cronograma de implementação de curto prazo (mas não totalmente claro), incluindo supressores, kits de simulação (munições de airsoft e de marcação) e um defletor de cartucho [i].

O EF88 é extremamente acessorizável e possui amplo espaço para trilhos; aqui é mostrado um protótipo EF88 com um supressor (silenciador).

No mesmo período, o desenvolvimento substancial do M4 não ocorreu, mas alguma evolução do padrão básico ocorreu no serviço não-militar. Empresas como a Lewis Machine and Tool (LMT) fizeram desenvolvimentos adicionais ao projeto básico, principalmente para facilitar a modularidade de fibras múltiplas e melhorar a confiabilidade (projetos monolíticos de receptores superiores, mais conjuntos de canos modulares, diferentes chaves de gás, mais configurações da janela de gás e janela do ferrolho, novos materiais dos ferrolhos). Embora não haja dúvida de que essas iterações mais recentes do projeto AR15 são excelentes armas, elas tendem a ser desproporcionalmente mais caras, em grande parte porque o projeto AR15 é tão refinado que desenvolvimentos adicionais exigem um esforço muito alto para retornos meramente marginais. Por exemplo, a (um tanto problemática) aquisição da NZDF (New Zealand Defence Force, Força de Defesa da Nova Zelândia) de 9040 exemplos do fuzil de assalto modular LMT - Light por US $ 59 milhões (NZD) [ii] em comparação com a aquisição do EF88 pela ADF (contra o qual não foi testado) de 30.000 por US $ 100 milhões (AUD) [iii]. A diferença de custo é geralmente compensada com a aquisição de melhor qualidade e conjuntos de acessórios mais abrangentes.

O LMT-Light (Modular Assault Rifle - Light, Fuzil de Assalto Modular - Leve) foi relatado como popular por muitos soldados da NZDF pelos documentos de serviço neo-zelandês e representa uma opção muito sofisticada, baseada no M16 original de Eugene Stoner.

O desenvolvimento das ramificações do programa SCAR continuou, com o conceito AR15 acionado por pistão vendo um interesse militar substancial, por exemplo, o HK416 pelos exércitos francês e holandês, uma versão do HK416 (o M27 IAR) pelo USMC, e o Caracal CAR814 pelo exército indiano. As versões de cano curto do HK416 também viram adoção por elementos do SOCOM americano e do SOCOMD australiano, mas apesar de sua confiabilidade muito melhorada em relação ao M4A1, eles geralmente são muito menos populares entre os operadores especiais do que os AR15 de impingimento direto, devido ao seu maior peso, maior impulso de recuo e descarga substancial de gases [iv].

O USMC adotou o M27 IAR como seu fuzil de serviço, com base nos projetos que a HK desenvolveu no início dos anos 2000, quando o USSOCOM quis substituir os seus M4 por uma arma mais confiável. O M27 é muito mais pesado, mais longo e mais caro que o M4.

O Status Quo

O status quo é que o EF88, M4A1 e seus derivados são excelentes armas individuais com perfis sutilmente variáveis de pontos fortes e fracos que desafiam estritas maçãs univariadas para comparação de maçãs. De um modo geral, os projetos AR15 de impacto direto são geralmente considerados mais ergonômicos, manejam melhor e são um pouco mais leves que o EF88, o qual é muito mais confiável [v], muito mais durável e um pouco mais letal em qualquer comprimento geral de configuração (A munição 5,56mm disparada retém a velocidade necessária de 2500 pés por segundo para ferimentos remotos por cavitação temporária [vi] e fragmentação [vii] por cerca de 70m a mais - cerca de 125m para um M4 do exército americano, cerca de 190m para um EF88 em condições ideais, e 70m e 130m em clima frio ou com um cano gasto). Os derivados AR15 acionados por pistão, como o HK416, são quase tão ergonômicos quanto o M4 e parecem tão confiáveis e duráveis quanto o EF88 [viii], mas são mais pesados que qualquer um e têm letalidade em paridade com o M4 por qualquer período. Todas as três famílias de fuzis são altamente acessíveis usando o onipresente sistema de trilhos MIL-STD 1913; o M4A1 e o HK416 têm um trilho adicional no lado esquerdo da arma e seus trilhos laterais são um pouco mais longos com a maioria das opções de armação, mas todos os fuzis possuem um espaço de trilho tão amplo que o espaço extra é um benefício marginal fora de casos de nicho. O M4A1 possui um mercado de reposição muito, muito maior e mais diversificado para peças e opções de reconstrução do que os outros fuzis, mas todos têm um custo geral aproximadamente semelhante.

Apesar de alguns serem muito maiores e mais poderosos, todos os calibres de pistola mostrados têm a mesma chance de matar alguém, a qual é cerca da metade daquela de qualquer calibre de fuzil de cartucho de percussão central.

Um aparte sobre letalidade - quanto a ruptura da cavitação é importante?

Se tudo estiver igual, atirar em alguém com uma bala viajando mais rápido do que 2.500 pés por segundo provavelmente duplica aproximadamente a chance da bala matá-los, em comparação com uma bala viajando mais devagar do que 2.500 pés por segundo.

Existem duas maneiras pelas quais as balas matam pessoas - desativando o sistema nervoso central ou pela perda de sangue. O primeiro é instantâneo, o segundo leva um tempo que varia de alguns segundos a horas, dependendo do que é atingido. A colocação do tiro é o principal determinante da letalidade de qualquer munição, mas ter uma correspondência maior ou ponta oca ou de ponta aberta ou bala fragmentadora que perfura mais tecido, fornece um aumento na probabilidade de uma bala ou um de seus fragmentos passar através de um tecido vital ou vaso sanguíneo principal. No entanto, existe um segundo mecanismo de ferimento disponível para as balas - quando uma bala entra no corpo, ela esmaga e perfura o tecido na frente dele e o empurra para o lado, criando uma onda de choque que viaja através do tecido - se a onda de choque viaja mais rápido que a capacidade do tecido se esticar ou muito longe para esticar, então ela o rasga. Quando isso ocorre, pode causar ferimentos graves a uma certa distância do caminho da bala. A velocidade com que isso ocorre de maneira confiável é de cerca de 2.500 pés por segundo (em termos da velocidade do projétil no ar; a onda de choque viaja mais rápido na carne). Essas ondas de choque podem ser surpreendentemente poderosas; mesmo na ausência da cavitação causando lágrimas permanentes, as ondas de choque podem ser poderosas o suficiente para quebrar ossos [ix].

Um diagrama bem conhecido que mostra a diferença no perfil típico de ferimentos entre diferentes tipos de balas, ilustrando por que as balas de fuzil de alta velocidade são muito mais letais do que as balas de pistola.

Um policial veterano e instrutor de armas de fogo, chamado Greg Ellifritz, conduziu um estudo de cerca de 1.800 tiroteios ao longo de 10 anos e descobriu que os calibres de pistola, independentemente do tamanho e da potência, matam consistentemente cerca de 20 a 30% das pessoas baleadas com eles enquanto os calibres de fuzil de cartucho de percussão central consistentemente matam cerca de 70% das pessoas que foram por eles baleadas. A diferença entre todos os calibres de pistola (onde triplicar a potência do 9mm Parabellum em 500 joules de energia para .44 Magnum em até 1.700 joules de energia não faz diferença substancial na capacidade de matar) e os calibres de fuzil de percussão central parecem ser o aumento em velocidade até o limite acima de 2.500 pés por segundo. Uma munição de 5,56 x 45 mm possui energia inicial semelhante a uma .44 Magnum, mas está viajando a cerca de 3.000 pés por segundo na boca do cano, em comparação com cerca de 1.450 pés por segundo na .44 Magnum. Os fuzis também são extremamente letais, mas provavelmente por diferentes razões (a bala faz coisas desagradáveis ao corpo humano).

Notas finais:

[i] Entrevista com o Engenheiro-Chefe de Armas Portáteis (Chief Engineer Small ArmsCASG) e o Capitão Birch, 06 de março de 2019.

[ii] NZ Herald, “NZDF’s new rifles – all 9040 of them – get firing pin replacements after breakages” 19 de setembro de 2018.

[iii] Asia-Pacific Defence Reporter, “Australian Defence Force orders EF88 assault rifle from Thales” datada em 09 de agosto de 2015.

[iv] Garand Thumb, “The HK 416” datado em 11 de setembro de 2018, retirado em 06 de maio de 2019 de youtube.com/watch?feature=youtu.be&v=pblmvaiXGFU.

[v] Thales Australia, “LAND 125 PH3C Stage 2A Design Acceptance Test Lot (DATL) Test Report for the EF88 Platform System” LAB-R040-0004, datada em 23 de agosto de 2012, Tabela 30 (COMERCIAL RESTRITO – (aguardando por) permissão dada para divulgação de informações relevantes pela Thales Austrália em 26 de junho de 2019): MRBS e MRBF: Pelo menos 16,730 tiros.

[vi] O Smith, “High Velocity Missile Wounds”, Edward Arnold, London, 1981, pp 21-32.

[vii] Martin L Fackler, “Wounding Patterns of Military Rifle Bullets” International Defense Review, 1989, pp 59-64.

[viii] Os dados de teste do HK416 não estão disponíveis publicamente, no entanto, existem vídeos no domínio público do HK416 disparando 10.000 tiros sem interrupção.

[ix] TJ Whelan Jr, “Missile Caused Wounds, in Emergency War Surgery NATO Handbook” 1st US Revision, Government Printing Office, Washington, 1975, Chapter 2.

Solomon Birch é um oficial do RACT (Royal Australian Corps of Transport, Real Corpo de Transporte Australiano) atualmente postado na Ala de Transporte Rodoviário da Escola de Transporte do Exército (Road Transport Wing, Army School of Transport). As postagens anteriores incluem o 1 Sig Regt, 1 CSSB e 1 CER.

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