Grupo de assalto chinês comunista atacando com lança-chamas a Cota 203, defendida pelos chineses nacionalistas, em 18 de janeiro de 1955. |
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 4 de abril de 2020.
A Batalha das Ilhas Yijiangshan foi um assalto anfíbio da China comunista (PLA), com mais de 5 mil homens, que exterminou a guarnição nacionalista (NRA) de pouco mais de mil homens.
Os comunistas desembarcaram em 20 pontos diferentes. Os defensores, porém, fizeram uso das suas fortificações e desorganizaram as formações dos atacantes ainda nas praias.
Os comunistas imediatamente pediram apoio ao fogo após encontrarem fogo inimigo feroz, e as aeronaves do PLA responderam atacando posições inimigas em altitudes extremamente baixas. A primeira linha de defesa foi rapidamente dominada por lança-chamas, bombas e artilharia, e o PLA ganhou terreno rapidamente.
A maioria das baixas do PLA (cerca de 200 mortos e 400 feridos) resultou de ataques a dois ninhos de metralhadoras. Ataques aéreos e bombardeios maciços de artilharia acabaram por destruir essas duas posições. Quando os defensores desmoralizados recuaram para seus túneis, os atacantes mudaram suas táticas lutando em pequenos grupos e usando canhões sem-recuo e lança-chamas para gradualmente queimar os soldados do NRA até a morte, incluindo o complexo de túneis do 4º Grupo de Assalto - o maior na ilha.
Os comunistas sofreram 393 mortos e 1.024 feridos, a grande maioria no início imediato do desembarque anfíbio. A guarnição nacionalistas foi aniquilada, com 519 mortos, a maioria queimada viva pelos lança-chamas das unidades de assalto, e os remanescentes 519 feitos prisioneiros; segundo Taiwan, 712 soldados e 12 enfermeiras morreram na batalha. O comandante nacionalista, Wang Shen-Ming (chinês: 王生民), se matou com uma granada, cessando a resistência nas ilhas.
A marinha nacionalista perdeu um destroyer, o Taiping. O governo de Taiwan informou que todas as 720 tropas nacionalistas morreram na ação e que eles mataram mais de 3.000 soldados inimigos. Esta afirmação foi provada falsa em 2011, quando um prisioneiro de guerra da batalha, Chen Hsiao-pin, visitou Taiwan.
A batalha foi um microcosmos em duas pequenas ilhas, Yijang do sul e do norte, e com o bombardeiro por artilharia no arquipélago Danchen, a mais de 13km. Com a Guerra da Coréia terminada, e o Exército Popular da China tendo à disposição amplos recursos incluindo jatos MiG e navios de guerra, Pequim pôde se concentrar em pressionar Taiwan.
Mais de 500 bombas e 50.000 granadas de artilharia naval e de campanha foram lançadas sobre as duas ilhotas. O assalto anfíbio contou com 182 aviões, incluindo bombardeiros, e artilharia de longa distância. Mais de 5 mil soldados desembarcaram na praia, com a mobilização de 30 mil civis em funções de apoio. A batalha foi considerada como um exemplo da capacidade de guerra moderna da China comunista.
O efeito da vitória, conseguida em apenas um dia, foi desmoralizar os nacionalista em Taiwan, que não tinham uma marinha forte e não tinham condições de defender ilhas muito distantes (e conseqüentemente próximas do continente).
As forças nacionalistas na ilha eram Quartel-General Regional de Yijiangshan comandado as subunidades:
- 2º Grupo de Assalto,
- 4º Grupo de Assalto
- 4º Esquadrão de Assalto,
- Um esquadrão de artilharia.
Nove dias depois, os nacionalistas abandonaram o arquipélago de Danchen, e três dias depois da evacuação, a China comunista os ocupou.
Leitura relacionada:
Quer entender a história chinesa? Estes 5 eventos são a chave, 6 de janeiro de 2020.
O fim da visão de longo prazo da China, 6 de janeiro de 2020.
Indonésia desdobra aviões de combate para Natuna em impasse com a China, 9 de janeiro de 2020.
LIVRO: Forças Terrestres Chinesas, 29 de março de 2020.
Face à China, o Vietnã busca cooperação, 7 de janeiro de 2020.
VÍDEO: Documentário animado sobre a Guerra da Coréia (4 partes), 4 de março de 2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário