Um par de carros de combate Sherman M4A2(76) e uma peça de assalto SU-100 do 6º Exército de Tanques de Guardas, em Viena, março de 1945. |
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 31 de janeiro de 2020.
O 6º Exército de Tanques de Guardas (6-ya Gvardeyskaya Tankovaya Armiya, chamado 6º de Guardas) foi uma unidade de elite soviética formada após a invasão do Eixo, e era uma unidade de elite (como denota o título Guardas) equipada com material soviético, britânico e americano: T-34, Matilda e M4 Sherman. Seu comandante foi o Tenente-General do Corpo de Tanques (depois Coronel-General) Andrei Kravchenko, um especialista em guerra blindada, veterano de Moscou e Stalingrado, e duas vezes Herói da União Soviética.
Inicialmente comandando o 5º Corpo Mecanizado e o 5º Corpo de Tanques de Guardas, o 6º Exército de Tanques teve a sua primeira grande operação na supressão do Bolsão de Korsun-Cherkassy, na região do Dnieper e Cárpatos, em janeiro e fevereiro de 1944. Foi então engajado na Ofensiva de Iassy-Kishinev em agosto de 1944, conquistando o título de Guardas em setembro de 1944.
Sob este novo título, o 6º de Guardas foi engajado na Batalha de Debrechen, como parte da 2ª Frente Ucraniana sob o comando do Marechal Rodion Yakovlevich Malinovsky, que, de 6 a 29 de outubro de 1944, se opôs ao 6º Exército Alemão (2ª formação) comandado pelo General Maximilian Fretter-Pico e ao 3º Exército Húngaro do General József Heszlényi (condecorado com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro em 28 de outubro de 1944); formados no Grupo de Exércitos Sul da Hungria Oriental, chamado Armeegruppe Fretter-Pico. O General Maximilian era o irmão mais velho do General Otto Fretter-Pico, que se rendeu à Força Expedicionária Brasileira na Itália.
Após encarniçados combates, Budapeste caiu sob cerco em 29 de dezembro de 1944, resistindo até 13 de fevereiro de 1945. O 6ª de Guardas foi então empenhada na Operação Despertar de Primavera (Unternehmen Frühlingserwachen) no Lago Balaton, manobrando em abril de 1945 e isolando Viena do resto do Reich. Uma de suas unidades subordinadas, o 2º Corpo Mecanizado de Guardas, terminou suas operações em Benešov, na Tchecoslováquia, em 9 de maio de 1945.
O 6º de Guardas foi então transportado para o Distrito Militar Transbaikal, na fronteira com a China, para tomar parte na Operação de Ofensiva Estratégica da Manchúria. O agora Coronel-General Andrei Kravchenko comandou o seu 6º Exército de Tanques de Guardas como a ponta-de-lança da Frente Transbaikal contra o Exército Japonês de Kwantung em 9 de agosto de 1945.
O 6º Exército de Tanques de Guardas consistia no 5º Corpo de Tanques de Guardas e nos 7º e 9º Corpos Mecanizado de Guardas, apoiados por muitas formações menores, ao todo, num total de 1.019 tanques e canhões autopropulsados. Para esta operação, o exército de tanques foi reestruturado de modo que a infantaria, artilharia e componentes blindados estivessem muito mais equilibrados do que tinham sido durante a guerra contra os alemães. Este foi o primeiro exemplo do que provou ser a organização militar mecanizada soviética padrão durante a Guerra Fria.
Participando da Operação Khingano-Mukden, o 6º de Guardas teve a missão de avançar impressionantes 800km.
Passando 15 anos na Mongólia, o 6º de Guardas foi transferido para o Distrito Militar de Kiev, o mais importante distrito militar soviético, onde permaneceu como unidade de elite até o fim da União Soviética em 1991; quando foi transferido para o exército ucraniano. O agora 6º Corpo de Exércitos ucraniano serviu de 1993 até 2013, quando foi dissolvido e seus elementos colocados sob o atual Comando de Operações Sul.
Bibliografia recomendada:
Soviet Lend-Lease Tanks of World War II, Steven J. Zaloga. |
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