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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Exercícios militares conjuntos do Japão, EUA e França estão marcados para Kyushu em maio

Tropas da Força de Autodefesa Terrestre treinam em Kyushu em 2018: as Forças de Autodefesa do Japão visam aumentar sua capacidade de defender ilhas remotas, como as Ilhas Senkaku.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 30 de abril de 2021.

TÓQUIO - O ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi, anunciou em uma entrevista coletiva na sexta-feira que o Japão, os EUA e a França conduzirão exercícios militares conjuntos na ilha japonesa de Kyushu, no sul do país, em maio; conforme noticiado pelo jornal japonês Nikkei.

Tropas da Força de Autodefesa Terrestre do Japão, fuzileiros navais dos EUA e tropas do Exército francês participarão. Os exercícios visam reforçar sua capacidade de conduzir operações conjuntas para defender ilhas remotas. Com as incursões marítimas cada vez mais frequentes da China no Mar da China Oriental em mente, particularmente em torno das Ilhas Senkaku, que são administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim, o Japão espera melhorar sua capacidade de trabalhar com aliados na defesa.

Homens da recém-criada Brigada Anfíbia de Desdobramento Rápido das JGSDF com a bandeira do "Sol Nascente".

Os exercícios serão realizados de 11 a 17 de maio no Campo Ainoura, na Prefeitura de Nagasaki, onde está instalada a Brigada Anfíbia de Desdobramento Rápido da GSDF, unidade especializada na defesa de ilhas remotas. Os exercícios também serão realizados no Campo de Treinamento de Kirishima, nas prefeituras de Miyazaki e Kagoshima, e no mar e espaço aéreo a oeste de Kyushu. De acordo com a GSDF, esta será a primeira vez que tropas japonesas, americanas e francesas realizarão exercícios de campanha conjuntos no Japão.

A França, que tem territórios no Oceano Pacífico, vem intensificando seu treinamento no Indo-Pacífico neste ano, fortalecendo sua cooperação com o Japão e os Estados Unidos. Neste mês, a Índia participou pela primeira vez do "La Perouse", um exercício marítimo conjunto liderado pela França com a Força de Autodefesa Marítima, os EUA e a Austrália na Baía de Bengala.

"A França é um camarada em nossa visão Indo-Pacífico. Queremos melhorar nossas habilidades táticas na defesa da ilha", enfatizou Kishi na entrevista coletiva.


As SDF têm fortalecido seus laços com nações europeias. A Marinha Real Britânica enviará o porta-aviões HMS Queen Elizabeth para a Ásia no final desta primavera. E a Alemanha está enviando uma fragata para a Ásia; e também está coordenando exercícios para aproveitar escalas portuárias.

Atualmente, as divisões e brigadas das JGSDF são unidades de armas combinadas com unidades de infantaria, blindados e de artilharia, unidades de apoio ao combate e unidades de apoio logístico. Elas são entidades regionais independentes e permanentes. A força das divisões varia de 6.000 a 9.000 militares em 9 divisões ativas (1 blindada, 8 de infantaria). As brigadas giram em torno de 3.000 a 4.000 em 8 brigadas de combate e 9 brigadas de apoio.

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Bibliografia recomendada:

Japan Rearmed:
The politics of military power.
Sheila A. Smith.

Leitura recomendada:

Por que a Rússia está apostando na junta militar de Mianmar


Por Artyom LukinAndrey Gubin, East Asia Forum, 27 de abril de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de abril de 2021.

Em 1º de fevereiro de 2021, a junta militar do Mianmar declarou estado de emergência e tomou o poder do governo civil liderado por Aung San Suu Kyi. O golpe criou imediatamente uma crise política e resultou em derramamento de sangue em massa, mas a resposta internacional foi dividida.

Enquanto o Ocidente liderado pelos EUA e seus principais aliados asiáticos, como Japão e Coréia do Sul, condenam o golpe e impõem sanções à junta, outras potências importantes são mais ambivalentes. No Conselho de Segurança da ONU, China, Índia e Rússia fizeram esforços para proteger os perpetradores de censuras mais duras e possíveis sanções da ONU.

Desde o início, a Rússia se recusou a condenar o golpe, com o Ministério dos Negócios Estrangeiros apenas expressando esperança de "uma solução pacífica para a situação por meio da retomada do diálogo político". Na mesma declaração, Moscou observou como um sinal encorajador que os militares pretendiam realizar uma nova eleição parlamentar. A agência de notícias estatal russa RIA Novosti justificou o golpe argumentando que o exército de Mianmar, o Tatmadaw, é o único fiador viável da unidade e paz do país multiétnico.

A manifestação mais visível de apoio russo à junta veio no final de março, quando o vice-ministro da Defesa Alexander Fomin se tornou o oficial estrangeiro de mais alta patente a participar do desfile do Dia das Forças Armadas de Mianmar na capital Naypyidaw. Enquanto os militares reprimiam violentamente os manifestantes, Fomin manteve conversas com o líder da junta, General Min Aung Hlaing. Ele chamou Mianmar de "aliado confiável e parceiro estratégico da Rússia no Sudeste Asiático e na Ásia-Pacífico" e enfatizou que Moscou "adere ao curso estratégico de melhorar as relações entre os dois países".


Existem vários motivos pelos quais a Rússia está emergindo como o apoiador mais destacado do governo militar do Mianmar.

Os laços estreitos de Moscou com Mianmar datam da década de 1950. Visto que durante a maior parte de sua história moderna o país do sudeste asiático foi governado por militares, a Rússia desenvolveu uma relação de trabalho com seus governantes uniformizados. O general incumbente Min Aung Hlaing visitou a Rússia em várias ocasiões, mais recentemente em junho de 2020 para participar do desfile do Dia da Vitória em Moscou, e é conhecido como campeão dos laços entre Mianmar e Rússia.

Sob Min Aung Hlaing, a cooperação militar entre Mianmar e Rússia recebeu um impulso. Depois da China, a Rússia é o segundo maior fornecedor de armas do país, sendo a fonte de pelo menos 16 por cento do armamento adquirido por Mianmar de 2014-2019. As forças armadas do Mianmar estão aguardando a entrega de seis caças Su-30 encomendados em 2019 e, em janeiro de 2021, os dois lados assinaram contratos para um sistema de defesa aérea russo e um conjunto de drones de vigilância.

O general Min Aung Hlaing preside o desfile do exército no Dia das Forças Armadas em Naypyitaw, Mianmar, em 27 de março de 2021.

Milhares de oficiais militares do Mianmar também receberam treinamento nas academias militares da Rússia. Notavelmente, o comandante-em-chefe do Mianmar mantém uma conta oficial na rede social russa VK enquanto é banido do Facebook e do Twitter. Não é por acaso que o principal interlocutor do Kremlin com Mianmar é o ministro da Defesa, Sergey Shoigu, que visitou o país poucos dias antes do golpe de 1º de fevereiro.

Dada essa relação lucrativa e de longa data com os militares do Mianmar, é lógico que a Rússia não vai condenar o golpe, muito menos sancionar a junta. O presidente russo, Vladimir Putin, nunca foi conhecido por sua simpatia pelos movimentos pró-democracia apoiados pelo Ocidente, e o Kremlin dificilmente vê Aung Sang Suu Kyi, que estudou na Inglaterra e tem dois filhos de nacionalidade britânica, como uma alternativa desejável aos governantes uniformizados.

O apoio de Moscou a uma ditadura militar poderia prejudicar sua reputação internacional, mas com o que já aconteceu entre Putin e o Ocidente, o Kremlin dificilmente poderia se importar menos com as consequências de sua reputação por conta do Mianmar. Em defesa de sua posição sobre Mianmar, a Rússia também poderia apontar para a hipocrisia ocidental - a vizinha Tailândia é governada por generais com credenciais democráticas duvidosas, mas o país permanece nas boas graças do Ocidente por ser um "aliado de tratado" dos Estados Unidos.


Não está claro até que ponto Moscou coordenará suas políticas de Mianmar com Pequim, o principal parceiro estratégico da Rússia e um companheiro autocrático. O governo chinês se absteve de condenar o golpe militar, mas, em comparação com a Rússia, tem sido visivelmente menos favorável - a relação da China com o Tatmadaw sempre foi complicada e Pequim não está nada feliz com o golpe.

Enquanto a relação de Moscou com Mianmar se limita principalmente a laços militares para militares, com poucas interações sociais e econômicas, as relações da China com seu vizinho do sul são mais multidimensionais. Pequim não pode se dar ao luxo de antagonizar segmentos pró-democracia da população do Mianmar, por isso precisa adotar uma abordagem mais complexa.

Moscou e Pequim provavelmente estão discutindo a situação em Mianmar, mas suas estratégias são diferentes. A Rússia é movida pelo desejo de manter contratos militares lucrativos e, possivelmente, ganhar uma posição no Oceano Índico. Por outro lado, Pequim é guiada por interesses estratégicos de longo prazo ditados pela proximidade imediata do Mianmar com a província chinesa de Yunnan.

Vendo-se como uma grande potência global, a Rússia tem interesse em manter uma presença estratégica em Mianmar, um país geopoliticamente importante no Indo-Pacífico. Para manter e expandir os laços da Rússia com Mianmar, o Kremlin apostou nos generais. Resta saber se o cálculo de Moscou será o correto.


Sobre os autores:

Artyom Lukin é Professor Associado do Instituto Oriental, Escola de Estudos Regionais e Internacionais, Universidade Federal do Extremo Oriente, Vladivostok.

Andrey Gubin é Pesquisador Sênior do Instituto Russo de Estudos Estratégicos, Moscou.

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quarta-feira, 28 de abril de 2021

As forças armadas da China têm uma fraqueza oculta


Por Steve Sacks, The Diplomat, 20 de abril de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 28 de abril de 2021.

Novas armas de alta tecnologia são úteis, mas as atuais deficiências da reforma militar impedem a capacidade do PLA de empregar tal hardware.

Em 3 de março, Ryan Haas publicou um artigo no Foreign Affairs advertindo analistas e legisladores contra a adoção de uma atitude exclusivamente alarmista em relação à China. Essa atitude alarmista aumenta a ansiedade entre analistas e legisladores, mas não se baseia na totalidade das evidências. Haas fala diretamente sobre como regimes autoritários bem-sucedidos projetam força enquanto escondem fraquezas ao controlar as informações que saem de suas fronteiras. Ele argumenta que “os legisladores em Washington devem ser capazes de distinguir entre a imagem que Pequim apresenta e as realidades que ela enfrenta”.

Ao desenvolver uma imagem clara e abrangente dos pontos fortes e fracos da China, os formuladores de políticas podem informar melhor os tomadores de decisão sobre as principais questões de concorrência. As análises que se concentram exclusivamente nas imagens de força projetadas estão incorporando apenas metade das evidências. Para evitar a criação da ansiedade que Haas descreve, analistas e legisladores devem garantir que as avaliações do poder militar chinês sejam igualmente informadas por seus pontos fortes projetados e deficiências atuais. Neste artigo, destacarei os desequilíbrios que existem nas análises atuais das forças armadas da China e apresentarei avaliações complementares das fraquezas existentes que os analistas devem incorporar nas avaliações do poder militar.

As duas metades da avaliação do poder militar e dos avanços do PLA


A análise alarmista que carece de equilíbrio entre os pontos fortes e fracos do Exército de Libertação do Povo (PLA) é exemplificada no depoimento do comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA (U.S. Indo-Pacific CommandINDOPACOM) em março de 2021 diante do Comitê de Serviços Armados do Senado sobre como seu comando planeja acompanhar a modernização tecnológica chinesa. Isso inclui o foco nos avanços da tecnologia americana que aumentam a letalidade da força conjunta, bem como a expansão das capacidades de fogo de precisão de longo alcance. Como evidência da crescente ameaça do PLA, o almirante Philip Davidson destacou em seu depoimento escrito o comissionamento de novas e avançadas plataformas aéreas e navais, como o "primeiro bombardeiro reabastecível no ar, o H-6N" e "o míssil guiado LUYANG III MOD contratorpedeiro [que] fornece à Marinha do PLA maior capacidade de manobra e flexibilidade.” Ele continuou sua avaliação da crescente ameaça do PLA, enfatizando sua "busca de uma variedade de armamentos avançados, incluindo canhões eletromagnéticos, veículos planadores hipersônicos e mísseis de cruzeiro supersônicos de ataque terrestre e anti-navio".

Novos mísseis e plataformas avançadas representam apenas uma pequena parte do esforço do PLA para alcançar a paridade com seus adversários. Eu classifico esse avanço tecnológico como “modernização militar”, definida pelo desenvolvimento de sistemas de armas requintados e melhorias no material de guerra para atender aos requisitos militares. Há, no entanto, uma segunda categoria de avanços que rotulo de “reforma militar”, que é definida menos pelo hardware e mais por evoluções institucionais, como uma reestruturação da hierarquia do PLA e uma re-priorização do treinamento realista em operações combinadas integradas. Enquanto a caixa de modernização militar representa a imagem de força do PLA e tende a atrair a maior parte da atenção em reportagens da imprensa, a pasta de reforma militar recebe menos alarde, mas destaca as fraquezas atuais do PLA. Novas armas de alta tecnologia são úteis para permitir a letalidade de uma força militar, mas as atuais deficiências da reforma militar impedem a capacidade do PLA de empregar tal hardware para atingir os objetivos políticos estratégicos da China. Para melhor fornecer uma análise equilibrada dos pontos fortes e fracos do PLA, analistas e formuladores de políticas devem se concentrar em avaliar não apenas os pontos fortes da modernização militar, mas também os pontos fracos da reforma militar.


O foco atual na modernização militar do PLA

O exemplo mais recente de modernização e reforma do PLA decorre de uma série de esforços realizados pelo presidente da Comissão Militar Central, Xi Jinping, visando o que ele chamou de "Os Cinco Incapazes". Esses incapazes destacam as atuais fraquezas do PLA que o impediriam de alcançar a modernização militar até 2035 e se tornar um militar de classe mundial em 2049. Um componente-chave desses esforços é o desenvolvimento e implantação de sistemas de armas de combate com credibilidade, capazes de manter em risco os principais recursos do adversário, e permitindo que o PLA expanda suas áreas de influência fora da China continental. A modernização militar busca armar o PLA com os sistemas de armas necessários para executar com eficácia a estratégia chinesa de “defesa ativa” dos interesses nacionais centrais.

Esses esforços incluem novos mísseis balísticos de alcance intermediário capazes de atingir as bases americanas em Guam, bem como novas capacidades espaciais que aumentam a inteligência, vigilância e reconhecimento do PLA em distâncias mais longas. A modernização militar também busca construir um PLA capaz de conduzir atividades militares globais que projetem o poder chinês para proteger seus interesses estrangeiros e cidadãos residentes no exterior. Como os estudiosos chineses veem o crescente poder econômico internacional como um capacitador fundamental do poder nacional, a capacidade de defender esses interesses internacionais tornou-se uma tarefa crítica para o PLA.


Mas a reforma militar é a outra metade da campanha para transformar o PLA

Mesmo com o novo hardware, Xi reconheceu a necessidade de executar reformas abrangentes para apoiar uma força competente e capaz. No final de 2015, Xi codificou pela primeira vez sua campanha de reforma militar, após identificar um exército que lutava para atender aos requisitos de conduzir uma guerra local em condições informatizadas. Este conceito de guerra em rede é baseado em vigilância e reconhecimento persistentes, juntamente com munições guiadas de precisão que mitigam tanto os danos colaterais quanto o risco de escalada militar inadvertida.

Xi também observou um PLA criticamente prejudicado por estruturas de comando desatualizadas e corrupção desenfreada, deixando de conduzir com eficácia as operações combinadas que integraram vários ramos de serviço em um esforço militar. O país foi dividido em regiões militares que muitas vezes agiam como seus próprios feudos, praticando poucos exercícios conjuntos inter-regionais. Além disso, essas regiões careciam de recursos logísticos suficientes para sustentar uma grande campanha. Finalmente, o PLA sofreu com um sistema de mão de obra repleto de suborno e trabalhou para desenvolver uma força educada em grande escala.


Foi sob essas condições que Xi anunciou reformas abrangentes destinadas a profissionalizar o PLA nos cinco anos subsequentes. Essas reformas foram projetadas para trazer a força mais perto de alcançar o status de força armada de classe mundial. Uma das primeiras mudanças importantes foi a transição das regiões militares para "comandos de teatro" estruturados de forma semelhante aos comandos combatentes geográficos dos EUA. Nessa estrutura, cada ramo militar (Exército, Marinha e Força Aérea do PLA) fornece uma organização componente subordinada ao comandante do teatro, promovendo assim operações militares combinadas do PLA melhor integradas. Essas mudanças forneceram às forças armadas chinesas as habilidades adicionais necessárias para executar missões e campanhas mais complexas, como um hipotético desembarque anfíbio em Taiwan.

As reformas de Xi também visaram às deficiências do PLA na realização de treinamento de combate realista em condições informatizadas. O PLA carece de experiência de combate moderna, já que sua guerra mais recente ocorreu contra o Vietnã em 1979. O PLA, portanto, confiou em exercícios militares como seu principal meio para testar e avaliar a prontidão de combate em toda a força. Os esforços para melhorar o realismo nos exercícios vermelho-azul incluem um adversário mais dinâmico e improvisado, bem como cenários mais complexos, como operações noturnas e a integração de objetivos simultâneos de múltiplos serviços.


As reformas também criaram três novos serviços dentro do PLA: a Força de Foguetes (PLARF) nascida do antigo Segundo Corpo de Artilharia, que gerencia disparos de precisão de longo alcance e o arsenal nuclear de foguetes do país; a Força de Apoio Estratégico (SSF), que gerencia as operações de informação, operações espaciais e operações cibernéticas; e a Força Conjunta de Apoio Logístico (JLSF), que gere a movimentação de materiais em todo o país, bem como assegura a integração civil-militar de apoio logístico ao PLA. Por meio dessas três novas organizações, Pequim centralizou o comando de seu arsenal cinético e não-cinético estratégico. Essa centralização garante o controle efetivo e a lealdade política dessas forças, ao mesmo tempo em que aborda a fraqueza crítica do PLA em torno das operações combinadas integradas em todas as funções de combate.

No entanto, essas novas organizações tiveram sua cota de dores de crescimento desde seu estabelecimento. O SSF tem lutado com a questão da coesão desde que foi compilado de uma maneira “tijolos e não argila” por organizações anteriormente díspares. O JLSF permanece nos estágios mais iniciais de desenvolvimento de uma capacidade logística de apoio às operações expedicionárias. A PLARF foi forçada a reconciliar o controle centralizado de Pequim com a exigência de integração em operações conjuntas comandadas pelo teatro.

A missão inacabada da reforma do PLA


Embora a campanha de reforma militar de 2015 de Xi tenha sido concluída em 2020, seus esforços continuam para melhorar as deficiências identificadas do PLA, como o cultivo de pessoal de qualidade, a promoção de operações combinadas integradas e a ênfase no treinamento de combate realista. No Quinto Plenário do 19º Congresso do Partido da China em outubro de 2020, o Partido Comunista Chinês estabeleceu uma nova data histórica de 2027 para a Estratégia de Desenvolvimento de Três Etapas para a Modernização da Defesa de Xi. Até o novo marco, o PLA tem a tarefa de atingir metas de avanço militar, como a aceleração da doutrina e reformas organizacionais.

O PLA manteve 2035 como o segundo marco histórico em que o PLA terá incorporado sistemas de guerra mecanizada (capaz de se mobilizar rapidamente em grandes distâncias), informatizada (operações conduzidas por reconhecimento abrangente e armamento de ataque de precisão) e inteligente (campanhas executadas por meio de sistemas de combate habilitados por inteligência artificial para comprimir laços de decisão). O marco final do plano de três etapas de Xi é 2049, quando o PLA é definido para atingir o status de militar de classe mundial. Para atingir esses objetivos, Xi provavelmente continuará com suas campanhas anticorrupção, aprimorará os programas de gestão e retenção de talentos e exigirá operações conjuntas integradas complexas tanto em treinamento quanto em exercícios.

Conforme o PLA se aproxima de seus marcos de 2027 e 2035, provavelmente sentirá uma pressão crescente da liderança do PCCh para demonstrar progresso nessas áreas. O PLA também provavelmente continuará a prestar muita atenção à modernização militar dos EUA, especificamente na área de operações do INDOPACOM, para garantir que os próprios esforços de avanço e campanhas de reforma de Pequim continuem a colocar o PLA no caminho da paridade com, e eventual superioridade, as capacidades militares dos EUA.

Por que não podemos esquecer a outra metade do desenvolvimento do PLA


Xi Jinping e a Comissão Militar Central reconhecem que a introdução de armamento avançado para uma força militar mal-treinada e mal-administrada não resultará em um PLA que possa atingir os objetivos estratégicos do partido. No entanto, o novo hardware permite que Pequim perpetue suas imagens projetadas de força militar, enquanto oculta as deficiências contínuas relacionadas à reforma militar.

Os analistas de defesa e formuladores de políticas dos EUA devem estar atentos a indicações de melhorias nas áreas de deficiência de PLA críticas identificadas de Xi para gerar avaliações claras e abrangentes do progresso tanto na modernização do PLA quanto nas campanhas de reforma As indicações de progresso contínuo podem fornecer uma visão crítica sobre a confiança dos líderes do partido na capacidade do PLA de competir, lutar e vencer guerras, ao mesmo tempo em que destacam áreas de déficit contínuo em toda a força. Se analistas militares e legisladores se concentrarem exclusivamente na aquisição de novo hardware, mísseis de maior alcance, navios mais capazes e aeronaves mais furtivas, eles arriscam ver apenas metade da imagem e arriscam fazer o PLA ter 3 metros de altura.

Steve Sacks é um oficial de inteligência estacionado no Quartel-General do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, servindo como analista militar no Grupo de Pesquisa do Serviço da China.

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Leitura recomendada:


LIVRO: Forças Terrestres Chinesas, 29 de março de 2020.







DOCUMENTÁRIO: Geopolítica do Sudeste Asiático


Análise geopolítica do grupo Caspian Report


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 28 de abril de 2021.

O território do sudeste asiático é composto principalmente pela região continental da ex-Indochina, contendo o Vietnã, Laos, Camboja, o reino da Tailândia e a Birmânia. Estes países formaram corações densos em áreas irrigadas por rios e deltas, formando cidades em terreno agrário fértil, o que permitiu o florescimento de civilizações populosas.

Porém, o terreno torna a região distinta do resto do continente asiático, com uma topografia e vegetação inóspitas para a habitação humana. A paisagem impenetrável não permite que cartógrafos delineiem fronteiras na selva, o que traz problemas para o controle de fronteiras, com a contestação de fronteiras entre países sendo uma causa de tensões.

Curso fluvial passando pelo Laos, Tailândia e Camboja.

A natureza acidentada do terreno acaba formando bolsões de coletividades humanas espalhados pelas fronteiras dos território, e separados dos corações populacionais, formando vários grupos étnicos e sociais que não necessariamente respondem às autoridades dos grandes centros. Esses bolsões não-governados criam forças separatistas e espaços de atividades ilegais. Essas áreas sem governo, com multiculturalismo, formam uma barreira geopolítica à unidade nacional e abrem a porta dos fundos à intervenção estrangeira, criando uma tradição de exploração por potências externas - atualmente, Pequim.

O rios do subcontinente afluem da China, e Pequim usa o controle ou bloqueio (como represamento) do Mekong para forçar a mão desses países, que dependem da irrigação. Essa forma de diplomacia acaba sempre colocando a China em uma posição de força diante dos demais.

Rios afluindo da China no subcontinente.

Esses problemas geográficos atrapalham o desenvolvimento da área continental, impedindo a integração física dos territórios. Todos esses países precisam destinar um mínimo de 5% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) para projetos de infraestrutura, com o objetivo de atingir a integração territorial. A Tailândia, sendo abençoada com terras baixas perto da costa na bacio do rio Chao Phraya, pôde formar um "heartland" próspero e etnicamente homogêneo que formou um poderoso reino unificado na região. Sua capital, Bangcoc, é uma das capitais mais centralizadas da região. O terreno com montanhas e rios também ajudou a impedir invasões da Birmânia e do Vietnã. A Tailândia também jamais foi colonizada, um ponto de enorme orgulho para o povo tailandês até hoje.

PIB per capita dos países do subcontinente.

A Indonésia, um país formado por múltiplas ilhas (mais de 17.000 ilhas), é a encarnação dos potenciais e deficiências do sudestes asiático. O país está no nexus do comércio global, com a 4ª maior população do mundo e uma abundância de recursos naturais (além de uma grande capacidade de produção). Jacarta, no entanto, é enorme e tem um problema geográfico de integração basicamente insolúvel: a distância total dos territórios indonésios é igual àquela entre Paris, na França, até Cabul, no Afeganistão.

O arquipélago malaio.

O tipo de terreno e distâncias marítimas força os países da região a possuírem marinhas fortes, o que nenhum deles é capaz de manter. Os investimentos de infraestrutura disputam recursos com os investimentos militares; e a falta de integração territorial força os investimentos militares a se dividirem entre as marinhas e os exércitos, pois grandes forças terrestres são necessárias para subjugar as minorias sob controle do Estado governante. Essas fraquezas mantém os países da região em eterna situação de intervenção e vassalagem estrangeiras; sendo a China o novo entrante.

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sábado, 24 de abril de 2021

A busca global de terras raras do Japão traz lições para os EUA e a Europa


Por Mary Hui, Quartz, 23 de abril de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 24 de abril de 2021.

Em 2010, o governo japonês teve um grito de alerta: Pequim cortou abruptamente todas as exportações de terras raras para o Japão por causa de uma disputa com uma traineira de pesca. Tóquio era quase totalmente dependente da China para os metais essenciais, e o embargo expôs essa vulnerabilidade aguda.

O lado positivo desse incidente, que fez com que os preços globais das terras raras disparassem antes de despencarem com o estouro da bolha especulativa, foi que isto forçou o Japão a repensar sua política de matérias-primas críticas. Uma década depois, ele reduziu significativamente sua dependência da China para terras raras e continua a diversificar sua cadeia de suprimentos investindo em projetos em todo o mundo. Seu modelo pode ter lições para os EUA, que querem desesperadamente quebrar o monopólio das terras raras da China. As terras raras são um grupo de 17 metais essenciais na fabricação de produtos de alta tecnologia.

“O Japão experimentou o que os EUA enfrentam agora: um conflito político com a China, no qual a China parece estar disposta a explorar seu domínio no mercado [de terras raras]”, escreveu Marc Schmid, que pesquisa terras raras na Universidade Martin Luther Halle- Wittenberg. “Os EUA parecem estar em uma posição vulnerável semelhante à do Japão há cerca de uma década”.

A Tabela Periódica: Metais de terras raras.

Uma busca global liderada pelo Estado

No centro da estratégia de aquisição de terras raras do Japão está a Japan Oil, Gas and Metals National Corporation, ou Jogmec, uma empresa estatal governada pelo ministério da economia, comércio e indústria. Embora a Jogmec tenha sido criada em 2004 por meio da fusão de duas décadas de entidades de mineração de petróleo e metais, foi somente após o embargo da China que ela voltou sua atenção para as terras raras, disse Nabeel Mancheri, secretário-geral da Associação da Indústria de Terras Raras com sede em Bruxelas: “O foco partiu da crise de 2010”.

Uma das frentes-chave da estratégia da Jogmec era diversificar os suprimentos do Japão. Isso significava investir e fazer parceria com empresas de terras raras em todo o mundo, começando logo após o embargo chinês, incluindo resgatar Lynas da Austrália do colapso, a fim de construir um portfólio mais amplo de fornecedores. Também apóia esforços para reciclar terras raras, bem como pesquisas para desenvolver substitutos de terras raras. Essa estratégia foi amplamente bem-sucedida: o Japão cortou o fornecimento de terras raras da China de mais de 90% das importações para 58% em uma década, de acordo com dados da Comtrade da ONU. O objetivo é reduzir esse valor para menos de 50% até 2025.

Como a mudança global para veículos elétricos e energia renovável deve impulsionar um aumento na demanda de terras raras, o Japão deve aumentar ainda mais o financiamento para a exploração e mineração de terras raras, de acordo com o jornal de economia Nikkei. Uma consideração é levantar o limite atual de 50% no financiamento do Estado para projetos de exploração de recursos, o que poderia aliviar a carga financeira do setor privado em projetos de mineração inerentemente arriscados.

A dependência do Japão das terras raras da China.

Especialistas da indústria dizem que o exemplo do Japão ilustra a importância do investimento dirigido pelo Estado no setor de terras raras. Por meio do Jogmec, o Japão poderia direcionar fundos governamentais substanciais para apoiar diferentes projetos de mineração e garantir os direitos a uma certa quantidade de terras raras no que é conhecido como acordos de offtake (Contrato de Compra Mínima Garantida). Freqüentemente, isso significa que o Japão é capaz de bloquear uma quantidade específica de importações de terras raras durante um período de tempo designado. Isso também estabiliza o volume e o preço dos suprimentos, o que é importante para a sustentabilidade dos fabricantes descendo a cadeia que usam materiais de terras raras para produzir baterias e ímãs que vão para coisas como veículos elétricos e turbinas eólicas.

Por exemplo, a Jogmec e a principal empresa de comércio japonesa Sojitz investiram US$ 250 milhões na Lynas em 2011 em troca de um suprimento constante de terras raras. Os termos do empréstimo foram reestruturados em 2016 para evitar que a doente Lynas quebrasse, e reestruturados novamente em 2019 para garantir que o Japão receba "abastecimento prioritário" de suas terras raras até 2038.

Em outro lugar, a Jogmec recentemente aprofundou seu investimento em uma joint venture com a Namíbia Critical Metals, sediada no Canadá, no projeto de mineração de terras raras Lofdal, na Namíbia. A Jogmec já investiu milhões para financiar a exploração e o desenvolvimento de Lofdal e pode despejar (em pdf) outros US$ 10 milhões. O projeto Lofdal tem um significado especial porque é rico em terras raras pesadas.

Terras raras “leves” e “pesadas” referem-se ao seu número atômico. Lynas está mais focada no primeiro, enquanto a China atualmente domina o fornecimento global do último. O ímã permanente de terras raras mais amplamente usado, neodímio-ferro-boro ou NdFeB, usa o neodímio e paseodímio de terras raras leves. Adicionar uma terra rara pesada como disprósio e às vezes térbio torna o ímã mais estável em temperatura e adequado para uso em turbinas eólicas offshore, onde os custos de manutenção são altos.

Uma razão pela qual os EUA e a Europa não têm sido tão ativos no fornecimento de apoio estatal significativo ao setor de terras raras é que esses governos simplesmente não estão preparados para a tarefa, disse Kotaro Shimizu, analista-chefe da Mitsubishi UFJ Research and Consulting. Embora o US Geological Survey trabalhe em questões de terras raras, é fundamentalmente uma organização de pesquisa e não tem uma função de financiamento, disse ele. Da mesma forma, a Comissão Européia tem um conselho de inovação, mas também está centrado na pesquisa e não no financiamento.

Por enquanto, o financiamento federal americano mais recente para projetos de terras raras veio do departamento de defesa. Enquanto isso, um corpo modelado com base no Jogmec foi realmente proposto pela Comissão Européia em 2015, embora a idéia ainda não tenha tomado forma.

Lições do Japão para os EUA e Europa

Enquanto os EUA e a Europa buscam proteger suas cadeias de abastecimento de terras raras e limitar a dependência da China, o modelo do Japão pode oferecer alguma orientação.

Uma diferença importante é que, embora o Japão seja escasso em recursos minerais, os Estados Unidos e a Europa têm reservas consideráveis de terras raras. O problema, no caso dos EUA, é que eles cederam suas capacidades de mineração e processamento para a China nas últimas décadas e agora devem reconstruir a indústria em um momento em que a China já está profundamente enraizada nas cadeias globais de abastecimento de terras raras.

“O Japão e a Austrália definitivamente lideraram o caminho em termos de como o governo dos EUA deve abordar [garantir o fornecimento de terras raras]”, mas “não é necessariamente um trabalho de cortar e colar” para Washington em termos de emulação de políticas específicas, disse Pini Althaus, CEO da USA Rare Earth, que está desenvolvendo uma mina no Texas e estabelecendo uma unidade de processamento doméstico no Colorado. Espera ir a público em uma listagem de Nova York este ano.

Reserva de terras raras por país.

Por exemplo, os EUA poderiam usar a legislação federal existente para aumentar seu estoque de defesa nacional de terras raras, comprometendo-se a comprar terras raras de produtores domésticos durante um certo número de anos e dentro de uma certa faixa de preço, explicou Dan McGroarty, membro do conselho consultivo dos EUA Rare Earth.

Isso seria, na verdade, um acordo de venda muito parecido com os da Jogmec com vários produtores de terras raras. E o governo americano, ao se comprometer a comprar de um determinado produtor doméstico, enviaria um forte sinal aos mercados de capitais, disse McGroarty. Isso também evitaria “escolher vencedores e perdedores”, o que implicaria em subvenções federais diretas a empresas específicas, possivelmente às custas de afastar o capital privado de outras empresas.

Os especialistas também alertam que as minas de terras raras representam apenas a parte a montante da cadeia de abastecimento preocupada em extrair os minérios do solo. Processar esses minérios em metais de terras raras de alta pureza e, em seguida, usá-los para fabricar ímãs e baterias é igualmente crucial.

“Cem novas minas podem ser abertas ao redor do mundo com generoso apoio público, mas sem investir em processamento e fabricação de valor agregado, o resto do mundo continuará a depender da China para terras raras refinadas e tecnologias de manufatura de terras raras”, disse Julie Klinger, professora assistente de geografia na Universidade de Delaware.

Deixando de lado os detalhes das políticas de aquisição de terras raras, há uma conclusão importante do sucesso relativo do Japão, disse Mancheri da Rare Earth Industry Association: “É que agora, para ter sua própria cadeia de valor, o apoio do governo é necessário. O mercado não pode trazer de volta a indústria que você perdeu.”

Mary Hui é uma repórter que mora em Hong Kong, onde cobre geopolítica, tecnologia e negócios. Anteriormente, ela trabalhou como jornalista freelancer, cobrindo questões políticas, socioeconômicas, culturais e urbanas.

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quinta-feira, 4 de março de 2021

O exército chinês se prepara para um combate anfíbio em uma ilha, provavelmente ao sul do Equador


Por Laurent Lagneau, Zone Militaire Opex360, 4 de março de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 4 de março de 2021.

Em 2019, um relatório apresentado ao Congresso pelo Pentágono estimou que o Exército de Libertação do Povo (PLA) ainda não tinha os meios para lançar uma operação anfíbia em grande escala, especialmente contra Taiwan. Assim, o documento apontava que faltavam embarcações do tipo Landing Ship Tank (LST, embarcação de desembarque de carros de combate), mas que, no entanto, possuíam meios suficientes para "apreender e controlar" pequenas ilhas.

No entanto, a ênfase principal de Pequim na época era a construção de navios de assalto anfíbios Tipo 071, com oito unidades planejadas, a fim de fornecer ao PLA uma capacidade expedicionária no exterior. O que parecia lógico em vista do projeto "novas estradas da seda".


Mas, além desses navios, a marinha chinesa também será equipada com tantos navios de assalto anfíbio Tipo 075, bem maiores que os anteriores, com um deslocamento de 37 mil toneladas e capacidade para transportar cerca de 30 helicópteros. Uma unidade está atualmente realizando testes de mar, enquanto outras duas estão em construção.

Enquanto isso, as capacidades de combate anfíbio do PLA são, portanto, baseadas exclusivamente em navios do Tipo 071, o último dos quais a entrar em serviço em janeiro de 2019 é o "Wuzhi Shan".

Precisamente, este edifício faz parte de um "grupo expedicionário", composto pelo contratorpedeiro Yinchuan Tipo 052D, o petroleiro-abastecedor Chaganhu Tipo 901, uma fragata Hengyang Tipo 054A e o navio espião Tipo 815 "Tian Shuxing", especializado na coleta de informações de origem eletromagnética.


No entanto, este grupo "expedicionário" acaba de realizar uma série de exercícios "conjuntos", incluindo um desembarque em local não-especificado pelo PLA.

As embarcações de desembarque pneumáticas Tipo 726 (que são equivalentes às LCAC americanas - Landing Craft Air Cushioned embarcações de desembarque pneumáticas) transportaram para uma praia não-identificada tanques Tipo 96, bem como unidades de infantaria da Marinha. Esse movimento foi apoiado por bombardeiros H6K, que podem ser reabastecidos em vôo, bem como por caças-bombardeiros Su-30.

As manobras foram planejadas para "explorar táticas de combate interarmas muito intensas em águas distantes", relatou a CCTV, emissora de televisão estatal chinesa. Para os analistas militares citados pelo Global Times, jornal afiliado ao Partido Comunista da China (PCC), eles têm, acima de tudo, demonstrado a capacidade do PLA de "defender a soberania e os interesses" da China.


Esses exercícios "melhoraram a capacidade de combate interarmas do PLA em regiões desconhecidas. A China deve se preparar para o combate e operações militares em regiões remotas do continente, a fim de defender sua soberania, segurança e interesses”, comentou Song Zhongping - autor do artigo.

Resta saber onde essas manobras, que duraram cerca de dez dias, aconteceram. De acordo com um vídeo do PLA transmitido na rede social Weibo, esta flotilha formada em torno do navio de assalto anfíbio "Wuzhi Shan", cruzou o Equador em 25 de fevereiro, o que sugere que se dirigiu para a Oceania ou o sul do Oceano Pacífico, regiões onde a China tem algumas “obrigações” financeiras, como na Papua Nova Guiné.

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