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domingo, 7 de fevereiro de 2021

GALERIA: Combate em localidade urbana no campo de Garrigues

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 7 de fevereiro de 2021.

Introdução de  combate em zona urbana dos novos graduados do 54e RA (54e Régiment d'Artillerie/ 54º Regimento de Artilharia) sob o comando do Ten. Louis no campo de Garrigues em 5 de fevereiro de 2021.

O 54e RA é um regimento do Exército francês, estacionado em Hyères, especializado em artilharia anti-aérea com mísseis terra-ar Mistral. Ele é o herdeiro do 54e RAC (Régiment d’Artillerie de CampagneRegimento de Artilharia de Campanha) veterano da Primeira Guerra Mundial, destacando-se em Verdun em 1916 e 1917, em Malmaison em 1917 e no Flandres em 1918. Sua bandeira carrega em letras de ouro a inscrição:

VERDUN 1916

LA MALMAISON 1917

FLANDRES 1918 

Em 19 de maio de 1925, o regimento desembarcou em Casablanca para participar das operações de pacificação no Marrocos durante a Guerra do Rif, nas regiões de Oued Leben, Hassi Medlon e Hassi Guenza até 11 de novembro do mesmo ano - retornando a Lyon em 17 de novembro de 1925 - sob a designação de 1924 de 54e RAD (Régiment d’Artillerie Divisionnaire/ Regimento de Artilharia Divisionária). O regimento foi reorganizado em 1926, para um grupo de canhões de 65mm (grupo de artilharia de montanha), dois grupos de 75mm e dois grupos de 155mm. Em 5 de maio de 1929, após ter sido gradualmente abastecido com soldados de origem argelina e depois marroquina, o regimento passou a se chamar 54e RANA (Régiment d’Artillerie nord-africaineRegimento de Artilharia Norte-Africano).

Em 31 de agosto de 1939, com a mobilização francesa de 1939, o regimento se multiplicou no 54º RANA e no 254º RANA (regimento de artilharia pesada, canhões de 155mm hipomóveis) e deu origem ao XI Grupo de Artilharia de Costa. Junto com o 254e RANA, fez parte da artilharia da 1er DINA (1re Division d’Infanterie nord-africaine/ 1ª Divisão de Infantaria Norte-Africana). Essa divisão seria destruída em 1940, com elementos fugindo para a Inglaterra. O regimento recriado lutaria pela França Livre na Tunísia, Itália, França e Alemanha; terminando a guerra em Friburgo na Brisgóvia.

Por suas raízes norte-africanas, o regimento usa a Cruz Xarifiana marroquina e a Meia-Lua muçulmana.

Artilheiro com a meia-lua no braço. 

Desde 1º de janeiro de 2011, o 54e RA faz parte da Base de Defesa de Toulon e é apoiado pelo Grupo de Apoio à Base de Defesa de Toulon, criado na mesma data. O regimento faz parte da 3ª divisão, dentro da Force Scorpion (Força Escorpião, com 50 mil homens) desde 1º de julho de 2016.

O campo de Garrigues abriga um dos muitos CFIM (Centres de formation initiale des militaires du rang/ Centro de Treinamento de militares graduados). Os CFIM são responsáveis ​​por garantir o treinamento geral inicial (formation générale initiale, FGI) com duração de 12 semanas para todos os EVI do Exército (engagés volontaires initiaux/ engajados voluntários iniciais). Essas 12 semanas são precedidas por uma semana de incorporação ao treinamento profissional e são seguidas por um período de "aclimatação" de volta ao regimento, incluindo uma semana de licença.

O CFIM não é um treinamento autônomo. Na medida do possível, é apoiado por um regimento da brigada beneficiária.

Existem dois tipos de enquadramento (supervisão) no CFIM:

  • Enquadramento permanente (de cerca de vinte a 60 pessoas), atribuída ao CFIM, responsável pelo comando da organização, operação e treino especializado (ex: instrutor desportivo).
  • Enquadramento rotativo: supervisão das seções de treinamento sob as ordens do comandante da unidade do enquadramento permanente.

Além do CFIM SMITer no campo de Garrigues:

  • CFIM 2 BB em Valdahon;
  • CFIM 7 BB em Verdun;
  • CFIM 7 BB em Carpiagne;
  • CFIM 3 BM à Angoulême;
  • CFIM 11 BP em Caylus;
  • CFIM 27 BIM em Gap;
  • CFIM 9 BLBMA em Coëtquidan;
  • CFIM 6 BLB em Fréjus;
  • CFIM BR em Bitche;
  • CFIM BLOG;
  • CFIM no 1er BM/BTAC.
  • CFIM ocasional: CFIM em St Maixent.

Bibliografia recomendada:

Concrete Hell:
Urban warfare from Stalingrad to Iraq.
Louis A. DiMarco.

Leitura recomendada:


sábado, 19 de dezembro de 2020

FOTO: Soldados israelenses avançando na cidade velha de Jerusalém

Paraquedistas israelenses da 55ª Brigada Paraquedista correm para o portão da cidade velha de Jerusalém, 7 de junho de 1967.

Vencendo a resistência jordaniana em Ammunition Hill e derrotando os legionários jordanianos em combates aproximados nas ruas de Jerusalém, Israel rompeu o dispositivo jordaniano em apenas três dias (5 a 7 de junho de 1967); unificando Jerusalém sob controle israelense.

General Mordechai "Motta" Gur (ao telefone, sem capacete), comandante da 55ª Brigada Paraquedista, com os seus paraquedistas no Monte das Oliveiras antes de entrar na Cidade Velha de Jerusalém.

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GALERIA: O primeiro desfile militar das Forças de Defesa de Israel, 5 de março de 2020.

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FOTO: Desfile israelense6 de março de 2020.

FOTO: A bandeira da Revolta Árabe28 de outubro de 2020.

Analisando o Ataque Urbano: idéias da doutrina soviética como um 'modelo de lista de verificação'27 de junho de 2020.

Mausers FN e a luta por Israel23 de abril de 2020.

FOTO: Merkava de lama nas Colinas de Golã23 de outubro de 2020.

FOTO: IS-3 no Egito de Nasser8 de novembro de 2020.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

FOTO: Bulldog em Saigon

Tanque M41 Walker Bulldog sul-vietnamita participando da limpeza de forças vietcongues nas ruas de Cholon, bairro de Saigon, durante a Ofensiva do Tet, 5 de junho de 1968.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 18 de dezembro de 2020.

As forças armadas da República do Vietnã (conhecidas como ARVN) foram um elemento fundamental na derrota do ataque inesperado comunista que se aproveitou do feriado do Tet, que geralmente era uma trégua. A reação rápida do ARVN impediu que os vietcongues e o exército popular vietnamita (APV) tomassem a rádio de Saigon, a base aérea de Tan Son Nhut e garantou o fracasso do objetivo principal de Hanói: a pulverização do Estado sul-vietnamita.

O esperado levante popular contra a "opressão" do regime de Saigon não se materializou, e a população apoiou o ARVN durante a campanha do Tet. A ofensiva comunista iniciou em janeiro e passou por três fases até finalmente perde o ímpeto em setembro de 1968. Contra-ataques aliados continuariam até a metade de 1969.

Apesar do fracasso militar, a ofensiva demonstrou a ineficácia da estratégia americana, além das graves omissões e fabricações nos relatório militares americanos sobre o impacto das ações aliadas na máquina militar comunista. A surpresa não apenas humilhou a liderança militar americana, mas gerou pânico em Washington, com autoridades decidindo pela imediata retirada do Vietnã. Esta ocorreria apenas em 1973, com a redução abrupta da ajuda ao Vietnã do Sul - na prática, um verdadeiro abandono.

Rangers ARVN  movendo-se através de ruas destruídas na parte oeste de Cholon, Saigon, 10 de maio de 1968. (Coronel Hoang Ngoc Lung/ The General Offensives of 1968-69)

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FOTO: M41 vietnamita destruído, 16 de dezembro de 2020.


FOTO: Vietnamitas em Monastir31 de maio de 2020.

Interferência política, incoerência estratégica e a escalada de Lyndon Johnson no Vietnã21 de agosto de 2020.


FOTO: "Certamente Venceremos", 27 de agosto de 2020.

Armas vietnamitas para a Argélia, 14 de dezembro de 2020.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Taiwan disfarça veículos blindados como guindastes e sucatas durante manobras de guerra urbana


Por Thomas Newdick, The Drive, 29 de outubro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 3 de novembro de 2020.

Os jogos de guerra da Semana de Preparação para o Combate viram algumas abordagens não-convencionais para esconder veículos de combate em terreno urbano denso.

Os esforços do Exército da República da China em Taiwan para garantir que seus veículos blindados sobrevivam a uma possível invasão do continente chinês ficaram bem claros durante a última série de jogos de guerra do país. A recente Combat Readiness Week (Semana de Preparação para o Combate) trouxe imagens de tanques e outros veículos blindados escondidos em ambientes urbanos usando alguns métodos de camuflagem engenhosos, incluindo escondê-los sob o lixo e fazê-los parecer equipamentos de construção civil.


Embora seja comum que veículos militares que operam em terreno rural sejam generosamente adornados com folhagens, a mesma técnica também pode ter lugar na paisagem urbana. Uma foto divulgada pela Agência de Notícias Militares da República da China (ROC) mostrou muitas variantes de veículos blindados de transporte de pessoal M113 abrigadas sob uma ponte rodoviária e cobertas com os tipos de samambaias e hera que podem crescer pelas rachaduras nesses ambientes urbanos.

As medidas mais extremas para se misturar ao cenário da cidade incluíram o que parecia ser um veículo de combate de infantaria Clouded Leopard 8x8 adaptado para se parecer com um guindaste civil amarelo. O efeito foi obtido usando uma combinação de placas de madeira pintadas de amarelo e tecido.

Talvez ainda mais extraordinárias sejam as fotos que mostram pelo menos um tanque de batalha principal - presumivelmente um exemplar do M60A3 Patton americano da era da Guerra Fria, ou um CM-11 e CM-12 Brave Tiger atualizado localmente - escondido no que parece um ferro-velho. O tanque é envolto em uma cobertura de tecido de efeito metálico que combina muito bem com a sucata ao redor, alguns dos quais também adornam o tanque, inclusive obscurecendo seu cano.

Um transportador de pessoal blindado M113 escondido sob uma ponte.

Um comunicado do porta-voz do Ministério da Defesa Nacional (Ministry of National DefenseMND) de Taiwan, Shih Shun-wen, citado pela Janes, explicou que militares de uma brigada blindada não-identificada do Exército ROC foi encarregada de prender folhagem adequada à rede que cobria seus veículos, bem como usar recursos urbanos para fornecer cobertura visual.

Outras unidades do Exército ROC com participação confirmada nas manobras foram o 33º Grupo de Guerra Química, que forneceu veículos de detecção e desinfecção químicos, biológicos e nucleares (QBN), e a 269ª Brigada de Infantaria Mecanizada. Esta última se mudou à noite de uma base na montanha para uma área civil em Nova Taipei, de acordo com o Taiwan News.

As unidades da Aviação do Exército incluíram a 601ª Brigada de Aviação de Forças Especiais, cujos helicópteros de transporte AH-64E Apache e recentemente entregues UH-60M Black Hawk deveriam pousar próximo a uma grande estação ferroviária na cidade de Hsinchu, antes de realizar um reabastecimento "quente" e exercício de rearmamento.

O MND confirmou que um dos objetivos do exercício era que o Exército ROC aumentasse suas "capacidades de ocultação, camuflagem, engano e capacidade de manobra, de acordo com o princípio de 'lutar onde quer que a batalha esteja'".

Embora esse tipo de camuflagem enganosa seja bastante incomum hoje em dia, tem uma história distinta, que remonta à Segunda Guerra Mundial, quando os veículos blindados eram “modificados” para se parecerem com seus equivalentes civis, normalmente caminhões comerciais. Esse tipo de tática foi usada talvez de maneira mais famosa pelo Oitavo Exército britânico no Deserto Ocidental.

Um tanque Crusader do exército britânico com sua camuflagem de "caminhão" erguida em outubro de 1942.

É questionável, claro, o quão eficazes tais medidas podem realmente ser para esconder essas forças. A óptica infravermelha pode não ser enganada, por exemplo, pelo menos com algumas dessas táticas de camuflagem, mas independentemente, o engano pode ser suficiente para atrasar a identificação positiva, possivelmente o suficiente para se obter um disparo ou recuar.

Mesmo o que podem parecer medidas bastante superficiais podem, de fato, ter uma recompensa significativa no calor do combate, como evidenciado pela adoção pelo Exército dos EUA de um novo tipo de tinta para ajudar a reduzir a assinatura infravermelha de seus tanques M1 Abrams e outros blindados veículos, tornando-os mais difíceis de detectar.

A série de manobras de cinco dias, que teve início em 26 de outubro de 2020, é conhecida como Semana de Preparação para o Combate e envolveu também a Força Aérea da República da China (ROCAF) e a Marinha.

Os vários jogos de guerra de Taiwan não apenas garantem o treinamento para todos os ramos das forças armadas, mas fornecem um sinal de prontidão geral para a República Popular da China, que considera Taiwan uma província separatista que deve eventualmente ser reunificada. Como tal, o tipo de cenário praticado normalmente se concentra em repelir uma invasão do Exército de Libertação do Povo (PLA). Ao mesmo tempo, está claro que o PLA também esperaria enfrentar forças taiwanesas em ambientes urbanos e há muitas evidências de que suas unidades estão treinando de acordo.

Tropas do PLA lançam um assalto a uma réplica do Edifício Presidencial de Taiwan na base de treinamento de Zhurihe, na Mongólia Interior. (SCMP Pictures)

Se Taiwan um dia tivesse que enfrentar o poder do PLA em um cenário de invasão, cada tanque e veículo blindado teria que contar. Embora os esforços extremos para ocultar esses veículos durante os exercícios possam parecer incomuns, esse tipo de camuflagem pode fazer a diferença no tipo de cenário de guerra urbana que as forças armadas de Taiwan estão preparadas para lutar.

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FOTO: O troll debaixo da ponte, 2 de novembro de 2020.

ENTREVISTA: 8 coisas a saber sobre a maior base de treinamento do exército da China9 de junho de 2020.


sábado, 27 de junho de 2020

Analisando o Ataque Urbano: idéias da doutrina soviética como um 'modelo de lista de verificação'

Soldados soviéticos assaltando uma casa em Stalingrado. (RIA Novosti)

Por Charles Knight, Centro de Pesquisa do Exército Australiano, 4 de março de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 26 de junho de 2020.

As dificuldades agudas das operações urbanas, sintetizadas pela luta em Stalingrado, ocorreram em Mosul, Raqqa e Marawi, mostrando que o requisito fundamental para uma limpeza lenta, sistemática e deliberada, edifício-por-edifício, não é mais fácil 70 anos depois. De fato, a mudança está na outra direção - agora as coisas são mais difíceis. As complicações duradouras impostas pelas estruturas físicas são agora agravadas pela presença de populações e fatores informacionais, tornando a luta urbana moderna verdadeiramente complexa e resistente à compreensão e análise.

Esses novos desafios são articulados dentro da construção de guerra acelerada do Chefe do Exército, os quais um Exército em Movimento procura superar aproveitando a nova tecnologia e o novo pensamento. As tecnologias emergentes oferecem grandes promessas, mas são apenas um começo e exigem novos conceitos adequados para explorar seu potencial. O ponto de partida é que tecnólogos e soldados tenham uma compreensão clara e comum dos problemas.


Embora os fatores humanos e informacionais abrangentes devam ser abordados, suas complexidades inerentes tornam mais eficaz começar com os problemas táticos subjacentes. Como os métodos para limpar uma área urbana mudaram pouco ao longo dos anos, somos capazes de usar com confiança modelos táticos das ações e efeitos que foram comprovados no passado. Eles oferecem entendimento e fornecem informações sobre onde novos métodos podem ser especialmente úteis.

A Doutrina Soviética - o que podemos aprender com ela

A doutrina idiossincrática de operações urbanas da União Soviética, que evoluiu nos últimos estágios da Segunda Guerra Mundial e foi refinada durante a Guerra Fria, oferece um detalhamento de tarefas passo-a-passo particularmente útil para operações ofensivas urbanas.

A doutrina soviética era prescritiva e baseada em normas. Os soldados eram treinados em um conjunto de habilidades muito estreitas - uma arma, uma função. Os grupos táticos eram ensinados sobre o que fazer, quando, onde e como. A posição de um codinome em uma formação não mudou, nem o número de granadas de artilharia disparados contra um tipo específico de alvo. Essa abordagem visou tanto a força de trabalho com pouca escolaridade quanto o impacto cognitivo das operações de combate contínuo. Enquanto outros exércitos desenvolveram táticas semelhantes e genericamente urbanas, sob orientação fraca, a doutrina soviética especificou o que era necessário em detalhes. Crucialmente, eles identificaram tarefas essenciais a serem executadas em um assalto urbano e atribuíram cada tarefa a um elemento rotulado descritivamente. As ações de cada elemento, descendo até mesmo a contra o que eles disparariam e em quais estágios de um plano, foram prescritas. Com efeito, isso forneceu uma "lista de verificação" ou receita em que o comandante tinha o escopo de variar o tamanho e o número dos grupos e tarefas chave. Contra-intuitivamente, essa prescrição também incluiu o uso de agrupamentos cuja tarefa era de natureza focada na manobra.

Conceitos soviéticos focados na manobra

Quando os soviéticos varreram o oeste em 1944, eles tentaram evitar combates nas áreas urbanas porque o terreno reduzia suas vantagens em número e poder de fogo. Uma inovação foi o destacamento avançado - uma força totalmente mecanizada que rompia as linhas e corria adiante para impedir que os alemães se retirassem para as cidades. Caso contrário, cidades e pequenas vilas eram liquidadas por:
  1. desvio,
  2. sítio ou
  3. destruição com níveis maciços de artilharia e poder de fogo aéreo.
Quando cidades maiores precisavam ser capturadas, o método era cercar e isolar, e depois empurrar para dentro em vários eixos para dividir a cidade em segmentos com um regimento (brigada no sistema soviético) em cada rua. O que diferia da prática de guerra aberta baseada em massa era o emprego de quatro elementos para propósitos especiais: os destacamentos avançados mencionados acima, bem como grupos de assalto, destacamentos de assalto e grupos de tomada.

"Grupos de assalto" e os maiores "destacamentos de assalto" eram grupos de armas combinadas equipados com armamento pesado, engenheiros e, às vezes, peças de artilharia individuais ou veículos blindados - com comandantes a quem era dada uma tal liberdade de ação sem precedentes em guerra aberta. Seu papel crucial era desequilibrar, enganar e atrapalhar a defesa, manobrando os eixos principais para envelopar, isolar e - sempre que possível - eliminar pontos fortes do inimigo ou centros de resistência maiores.

Soldados soviéticos progredindo através de destroços. (Bundesarchiv)

Um efeito focado na manobra também era realizado por grupos de tomada "independentes". Estes eram soldados de infantaria e engenheiros desmontados, que se infiltravam à frente do avanço, evitavam resistência e então tomavam edifícios desocupados, mas defensáveis, nas profundezas das posições alemãs. A partir daí, eles poderiam interditar o reabastecimento pelo fogo, isolar psicologicamente defensores e interromper os contra-ataques.

Agrupamentos urbanos soviéticos e suas tarefas: um guia passo-a-passo para a limpeza

A lista abaixo descreve o papel de cada um dos diferentes agrupamentos de combate urbano, bem como breves notas amplificadoras. Leia juntos os itens que explicam o ataque urbano soviético, mas a lista também pode ser usada como uma ferramenta analítica e de desenvolvimento para explorar abordagens alternativas para abordar cada uma das funções identificadas.

Destacamentos avançados e forças desant

Objetivo: Negar o terreno bem à frente das forças principais, a fim de interromper a preparação do inimigo para a defesa urbana.

Durante a Guerra Fria, os soviéticos refinaram seu conceito de destacamento avançado da Segunda Guerra Mundial, enfatizando o uso de equipamentos de engenharia e lança-minas mecânicos para criar obstáculos rápidos e posições defensivas nos arredores das áreas urbanas. À medida que sua capacidade de carga estratégica crescia, essa manobra disruptiva era cada vez mais concebida como um desant - o termo soviético para um "golpe de mão" paraquedista ou anfíbio.

Grupo de tomada

Objetivo: Infiltrar-se no terreno urbano antes do corpo principal, evitando defensores e tomar terrenos-chave desocupados para prejudicar a integridade defensiva do inimigo.

Assim como os destacamentos avançados, um conceito preventivo também foi aplicado no nível tático, usando engenheiros e infantaria desmontados com armas de apoio portáteis.

Destacamento de assalto

Objetivo: Garantir múltiplos objetivos urbanos (quadras/edifícios), a fim de permitir o avanço da força principal.

Um destacamento de assalto era tipicamente baseado em um batalhão de fuzileiros motorizados acompanhado por sua companhia de tanques rotineiramente designada e, além disso, lhe era designada uma companhia de engenheiros e canhões autopropulsadas. O destacamento formava um grupo de apoio de fogo, entre três e seis grupos de assalto e uma reserva.

Grupo de apoio de fogo

Objetivo: Neutralizar os defensores dentro e além do objetivo e abrir brechas em estruturas, a fim de que os elementos de assalto possam alcançar objetivos sem impedimentos e ter uma vantagem de poder de combate durante a limpeza.

O disparo direto efetivo no próximo prédio-objetivo para um elemento que ataca de um lado da rua geralmente só é possível internamente partindo do outro lado da rua ou dos flancos. Por outro lado, a ameaça para elementos atacantes vinda dos edifícios nos flancos que têm visada sobre o próximo objetivo geralmente só pode ser combatida externamente vinda de perto dos elementos de ataque. O grupo de apoio era dividido em pelo menos três subgrupos.

Subgrupos de apoio de fogo

Propósito 1: Aplicar fogo direto para dentro e sobre os edifícios-objetivo, a fim de fornecer várias brechas de entrada nas paredes e o "fogo de acompanhamento" antes e durante o assalto.

Propósito 2: Aplicar fogo direto externo sobre e para dentro dos edifícios, vigiando o caminho e a edifício-objetivo, a fim de proteger qualquer assalto final exposto.

Propósito 3: Aplicar alto-explosivos diretos e fogos indiretos além do objetivo, a fim de isolar a batalha imediata.

Os subgrupos de tiro direto eram baseados em tanques ou canhões auto-propulsados com infantaria e engenheiros para fornecer proteção aproximada e para limpar corredores para posições de tiro; no caso mais simples, um subgrupo seria desdobrado em ambos os lados da rua e outros subgrupos, incluindo morteiros, seriam desdobrados um pouco mais para trás.

Grupo de assalto

Propósito: Tomar e manter, ou destruir (demolir), edifícios-objetivo nomeados.

A base de um grupo de assalto variava entre uma companhia e um pelotão de infantaria, reforçado por até um pelotão de engenheiros e - nessas unidades, quando disponíveis - metralhadoras pesadas e lança-granadas automáticos. O grupo de assalto sempre consistia em um subgrupo de assalto e tanto um subgrupo de consolidação quanto um subgrupo de "cobertura e manutenção do terreno" (veja abaixo) e outros grupos, conforme necessário.

Subgrupo de assalto/ataque

Propósito: Para entrar no edifício-objetivo, localizar e destruir os defensores e assegurar pelo menos o terreno vital (piso inferior e adega, escada principal e piso superior) para tornar a defesa insustentável.

Seguindo de perto um intenso bombardeio de alto-explosivo, este grupo entraria no edifício-objetivo com o apoio de fogo "de acompanhamento" avançando nos andares superiores. Liderado pelo comandante da subunidade, um elemento protegeria a escada e o piso superior e outro o piso inferior e a adega.

Subgrupo de consolidação

Propósito: Seguir o subgrupo de assalto e limpar sistematicamente as partes internas de um edifício, a fim de protegê-lo de contra-ataques.

O subgrupo de consolidação seguia o assalto, movia-se para o comandante e depois - sob sua direção - limpava o restante do edifício.

Subgrupo de "cobertura e manutenção do terreno"

Propósito 1: Providenciar fogo direto para fora e para dentro, a fim de apoiar o assalto.

Propósito 2: Providenciar fogo direto sobre os caminhos para edifícios a serem tomados, a fim de derrotar contra-ataques.

Grupos de assalto podiam formar um subgrupo de "cobertura e manutenção do terreno" que carregava armas mais pesadas e seguia os subgrupos de assalto. Eles disparavam sobre as cabeças do grupo de assalto quando se aproximavam do edifício-objetivo e, ao mesmo tempo, externamente em direção aos edifícios com observação.

Subgrupo(s) de demolição com fumaça/lança-chamas

Propósito 1: Operar geradores de fumaça a fim de ocultar a aproximação ao edifício-objetivo das vistas do inimigo dentro e sobre as posições de observação.

Propósito 2: Destruir edifícios nomeados queimando-os.

O uso de geradores de fumaça e lança-chamas era de responsabilidade das tropas de guerra química as quais eram destacadas para operações urbanas, e a ênfase foi colocada nas chamas para demolir edifícios, queimando-os.

Subgrupo de limpeza de obstáculos

Propósito: Abrir caminhos livres para e dentro de edifícios-objetivo, a fim de garantir que os grupos de assalto não sejam atrasados.

O papel vital de pequenas equipes de engenheiros enfatizava duas técnicas: a remoção furtiva de minas que precede os ataques noturnos e o uso de torpedos Bangalore - tanto acionados manualmente como por blindados nas aproximações para e dentro dos edifícios.

Soldados soviéticos em combate urbano. (RIA Novosti)

Conclusão

A doutrina urbana soviética não é apenas de interesse histórico. Pode ser considerado o produto de um experimento prolongado de laboratório de batalha realizado entre Stalingrado em 1942 e Berlim em 1945. Evoluiu à medida que diferentes formações de várias maneiras aplicavam ou não táticas específicas e diferentes, com os benefícios medidos em perdas relativas entre centenas de milhares de vidas dos soldados. Além de explicar as funções dos elementos dentro do ataque urbano, seu grande valor é como um modelo claro dos efeitos requeridos; que pode ser usado para examinar sistematicamente como as novas tecnologias podem produzir efeitos comparáveis mais rapidamente, mais baratos e - acima de tudo - com menor risco.

O Dr. Charles Knight, PhD, serviu no Exército Britânico, na RAF e em várias forças estrangeiras e é professor de Terrorismo, Conflito Assimétrico e Operações Urbanas na Universidade Charles Sturt. Ele desenvolveu treinamento no Reino Unido em doutrina urbana soviética, capacidade de reconhecimento subterrâneo e procedimentos de emprego de armas anti-carro guiadas em ambientes urbanos. Ele passou uma década no desenvolvimento de Operações Especiais, comandou o 2/17 Royal New South Wales Regiment (2/17 RNSWR), serviu no 1º Regimento Comando (1st Commando Regiment, 1 Cdo Regt) e desenvolveu a doutrina urbana do Exército Australiano.

Bibliografia recomendada:




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quinta-feira, 14 de maio de 2020

O tanque britânico Streetfighter II tem visão de raios X e tem tudo a ver com a luta urbana


Por Joseph Trevithick, The Driver, 21 de janeiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 14 de maio de 2020.

O Exército britânico modificou um Challenger 2 para ser ideal para combater as guerras do amanhã em megacidades.

O Exército Britânico mostrou recentemente um novo conceito para um tanque de batalha principal Challenger 2 otimizado para operações urbanas, apelidado de Streetfighter II. O veículo possui um sistema de visão distribuída IronVision fabricado por Israel, que permite que a tripulação veja em todas as direções, mesmo enquanto estiverem para dentro com todas as escotilhas fechadas, e uma maquete de um lançador do míssil anti-tanque Brimstone, cada vez mais popular, no topo da torre.


Elementos do Royal Tank Regiment (Regimento Real de Tanques, RTR) avaliaram o tanque Streetfighter II durante os exercícios em Copehill Down no início de janeiro de 2020. Copehill Down é uma das instalações da ampla área de treinamento do Ministério da Defesa do Reino Unido na planície de Salisbury e foi criado para simular o que as forças britânicas se referem como Combate em Áreas Edificadas, ou FIBUA (Fighting In Built Up Areas). Nos Estados Unidos, isso é mais conhecido como Operações Militares em Terreno Urbano, ou MOUT (Military Operations in Urban Terrain). O Exército Britânico iniciou o projeto Streetfighter em dezembro de 2018.

"Um dos principais objetivos do Streetfighter é identificar as lacunas de capacidade entre nós e os inimigos em potencial e, em seguida, recomendar soluções técnicas para as áreas de possível superação tática", disse um membro do Royal Tank Regiment, identificado apenas como Capitão Quant, disse em um vídeo de apresentação oficial sobre os testes, visto abaixo. "Estes estão em áreas como letalidade, capacidade de sobrevivência, [e] consciência situacional".


O tanque Streetfighter II, que carrega um esquema de camuflagem em bloco marrom-branco-azulado-cinza-azulado que lembra os veículos blindados do Exército Britânico estacionados em Berlim no final da Guerra Fria, baseia-se no protótipo original que o Exército Britânico criou para o programa quando este começou há pouco mais de um ano. A adição mais significativa é a inclusão do sistema IronVision, que a companhia de defesa israelense Elbit lançou pela primeira vez em 2018. A empresa diz que trabalha com o Exército Britânico para integrar o IronVision no veículo Streetfighter II desde janeiro de 2019, de acordo com a Jane's 360.

O IronVision consiste em uma série de câmeras eletro-ópticas e infravermelhas posicionadas em torno do chassis de um veículo blindado, que depois são fornecidos em uma tela especializada montada no capacete. O sistema então "costura" essa informação fornecida, dando ao indivíduo que usa o capacete a capacidade de "ver" através do chassis do tanque em qualquer direção, dia ou noite. Isso é semelhante em muitos aspectos ao AN/AAQ-37 Sistema de Abertura Distribuída (Distributed Aperture SystemDAS) no F-35 Joint Strike Fighter.


A consciência situacional adicional que isso oferece à tripulação, além de permitir que eles permaneçam protegidos dentro do tanque com todas as escotilhas "abotoadas", é valiosa, em geral, mas principalmente em ambientes urbanos. Áreas densas e edificadas, onde é cada vez mais provável a ocorrência de conflitos, oferecem amplas posições para as forças hostis se esconderem, fazerem ataques rápidos nos pontos cegos dos veículos que passam, mesmo aqueles apoiados com infantaria desembarcada, e depois se escondendo rapidamente.

As miras ópticas associadas ao canhão principal de um tanque ou aos sistemas de sensores complementares menos abrangentes só podem olhar em determinadas direções ao mesmo tempo e, geralmente, com um campo de visão muito estreito. A tripulação em escotilhas abertas ou outro pessoal que estiver no veículo pode ajudar a verificar ameaças, mas eles também estão expostos a ameaças, incluindo snipers. O conceito original do Streetfighter tinha uma câmera de 360 graus montada no torre, mas isso ainda oferecia campos de visão fixos e não permitia ao operador o mesmo tipo de liberdade natural e normal de simplesmente "olhar" ao redor que o IronVision fornece. A versão aprimorada do tanque conceitual ainda apresenta um sistema de câmera pendurado no cano que oferece um meio adicional de espiar pelos cantos, algo que as forças armadas dinamarquesas teriam empregado pela primeira vez operacionalmente no Afeganistão em seus tanques Leopard 2 fabricados na Alemanha, conforme observado no vídeo abaixo.


O veículo Streetfighter original também tinha um sistema externo de tipo tablet montado na parte traseira na qual a infantaria que trabalhava com o tanque poderia usar para examinar seus sensores para ter uma melhor noção do campo de batalha, mas não está claro se esse sistema pode bombear a informação para o IronVision. Outro membro do Regimento Real de Tanques, identificado simplesmente como Cabo Towers, destacou a capacidade aprimorada, em geral, para que as tropas se comuniquem com aqueles que estão dentro do tanque e vejam o que vêem no vídeo oficial. O Streetfighter II supostamente possui um conjunto de comunicações atualizado, que provavelmente inclui recursos de compartilhamento de dados também.

O tanque Streetfighter original já demonstrava equipes tripuladas e não-tripuladas com um pequeno veículo terrestre não-tripulado, o qual oferece outra opção para explorar à frente e investigar possíveis locais de emboscada ou outros perigos. Isso poderia até ajudar a investigar o interior dos prédios antes dos comandantes enviarem tropas desembarcadas.

A outra grande adição à configuração do Streetfighter II é uma maquete de um lançador de mísseis anti-tanque Brimstone no topo da torre. Quando o Exército Britânico coloca o tanque em exibição estática, ele coloca um míssil inerte no lançador, que parece capaz de acomodar potencialmente pelo menos duas dessas armas. Um produto do consórcio europeu de mísseis da MBDA, o Brimstone é uma arma multi-modo com sistemas de orientação por radar de ondas milimétricas e laser, que permite enfrentar ameaças a longas distâncias dia ou noite e com mau tempo ou em campos de batalha cheios de fumaça, poeira e outros obscurantes.

Brimstone já está em serviço com a Royal Air Force (Real Força Aérea, RAF) e fará parte das opções de armamento para os próximos helicópteros de ataque AH-64E Apache do Exército Britânico. A MBDA (Matra BAe Dynamics Aérospatiale) promove cada vez mais a arma, cada vez mais popular em todo o mundo, como uma opção para aplicações lançadas da superfície, inclusive em veículos terrestres e barcos.A capacidade do míssil de chegar a uma área-alvo geral usando navegação inercial e, em seguida, detectar e engajar alvos de forma autônoma daria ao Streetfighter II uma maneira de enfrentar ameaças que a tripulação do tanque talvez não consiga atacar com seu canhão principal de 120mm ou metralhadoras calibre .50 e 7,62mm. Ele também simplesmente oferece ao tanque uma opção de ataque independente.


Curiosamente ausente nas adições do Streetfighter para o Challenger 2, não existe qualquer tipo de sistema de proteção ativa, que está se tornando cada vez mais predominante em todo o mundo. Esses sistemas, que vêm de várias formas, geralmente são capazes de derrotar foguetes anti-tanque e mísseis guiados  de infantaria. Essas armas se tornaram uma característica crescente em muitos conflitos recentes com atores não-estatais, bem como com forças armadas de estados-nações, cada vez mais armados com tipos avançados.

Um sistema de proteção ativa para hard-kill ou soft-kill*, ou uma combinação de ambos, parece ser uma escolha óbvia a ser adicionada ao tanque Streetfighter II. Os tipos hard-kill usam sensores ligados a alguma forma de um conjunto explosivo, lançador de projéteis ou talvez até eventualmente uma arma de energia direcionada, como um laser, para detectar e derrubar fisicamente foguetes ou mísseis. Os sistemas soft-kill usam bloqueadores eletrônicos de guerra ou armas de energia direcionada para confundir, desativar ou até danificar sistemas de orientação ou outros componentes críticos para neutralizar a ameaça.

*Nota do Tradutor: Algo como abate-duro e abate-brando. O hard-kill geralmente se refere às medidas tomadas no último momento, pouco antes de uma ogiva/míssil atingir seu alvo; em geral afeta fisicamente a ogiva/míssil por meio de ações de explosão e/ou fragmentação. As medidas de soft-kill são aplicadas quando se espera que um sistema de armas baseado em sensor possa ser interferido com sucesso. O sensor de ameaça pode ser artificial, por exemplo, um detector de infravermelho de estado sólido ou o sistema sensorial humano (olho e/ou ouvido).

Ele também não possui estações de armas operadas remotamente para metralhadoras ou outras armas em cima da torre, outro recurso que é cada vez mais comum em veículos blindados em todo o mundo. Esses sistemas oferecem à tripulação de veículos meios adicionais para realmente combater as ameaças que detectam enquanto permanecem pressionados.

É possível que o peso possa ser um fator. Os modelos mais recentes do Challenger 2 já têm quase 83 toneladas quando equipados com kits de blindagem para melhorar sua sobrevivência geral. O Streetfighter II carece notavelmente dessa proteção adicional, mas possui uma lâmina de escavadeira para eliminar obstáculos, que as tropas também usaram como maca móvel improvisada para evacuar o pessoal ferido nos recentes testes em Copehill Down.

Outro tanque de teste Challenger 2 do Exército Britânico, conhecido como Megatron, equipado com vários sistemas de blindagem de apliques, uma cobertura de camuflagem macia que também reduz sua assinatura de infravermelho, uma estação remota de armas e outros recursos que podem ser encontrados em variantes modernizadas no futuro.

O peso do Challenger 2 já foi um fator importante no desenvolvimento das atualizações a serem incluídas no Programa de Extensão de Vida do Challenger 2, ou CLEP (Challenger 2 Life Extension Program), que visa ajudar a manter os tanques em serviço até pelo menos 2035. Isso também impactou sua mobilidade geral. Em 2016, o Exército Britânico contratou separadamente a BAE Systems no Reino Unido e Krauss Maffei Wegmann na Alemanha para trabalhar em conjunto no desenvolvimento de uma novo lançador-de-pontes blindado que pudesse suportar o peso das mais recentes variantes blindadas.

"Espero que esse conceito se torne realidade", disse o Cabo Towers do Royal Tank Regiment. "Isso facilita muito a nossa vida no terreno".

O Streetfighter II é certamente um conceito interessante e as áreas urbanas devem se tornar um campo de batalha mais comum para qualquer exército moderno. Será interessante ver como ele evolui e quais recursos adicionais, como sistemas de proteção ativos, podem ser adicionados com o passar do tempo e o Exército Britânico se aproxima de possíveis exemplos operacionais desses tanques modificados.

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