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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

LIVRO: Yamamoto Isoroku (série Command)


Resenha do livro Yamamoto Isoroku, série Command da Osprey Publishing pelo autor Dr. Robert A. Forczyk.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 26 de janeiro de 2020.

Excelente introdução ao almirante mais importante do Japão na Segunda Guerra Mundial (5 estrelas)

Por R. A. Forczyk, 24 de setembro de 2012.

Embora a maioria dos americanos esteja familiarizada com o ataque japonês a Pearl Harbor em dezembro de 1941, relativamente poucos sabem algo sobre o homem que ordenou e dirigiu o ataque - o almirante Yamamoto Isoroku. Nos últimos cinquenta anos, houve apenas um punhado de livros em inglês sobre Yamamoto e os trabalhos anteriores não incorporaram as percepções japonesas. O famoso historiador naval Mark Stille fornece uma excelente introdução à carreira de Yamamoto e seu impacto na Guerra do Pacífico em uma das últimas adições à série Command (Comando) da Osprey. Enquanto representações popularizadas de Yamamoto tendiam a classificá-lo como um grande almirante e um homem que buscava relações pacíficas com os Estados Unidos, o autor apresenta um excelente caso de que, "embora talentoso em muitos aspectos, Yamamoto não era um gênio militar". Este é um dos melhores volumes da série Command e pertence à estante de qualquer pessoa com um interesse sério na Guerra do Pacífico.

O volume começa com uma discussão sobre as origens de Yamamoto, o que pode ser confuso (já que ele nasceu com o sobrenome Takano). O autor discute a rápida ascensão de Yamamoto na hierarquia da Marinha Imperial Japonesa (IJN), seus ferimentos na Guerra Russo-Japonesa, viagens à América, experiência diplomática e funções de estado-maior. Em particular, o autor observa a oposição de Yamamoto à construção dos navios de guerra da classe Yamato e favoreceu um maior investimento na aviação naval. Em vez de navios de guerra, Yamamoto pressionou por bombardeiros de longo alcance como os "Nell" e "Betty", que provariam seu valor contra os navios de guerra britânicos Repulse e Prince of Wales em 1941. Ainda assim, o autor argumenta com sucesso que, embora Yamamoto tenha influenciado positivamente como a IJN foi configurada e treinada para a guerra, ele não foi uma escolha ideal para liderar a frota na guerra, já que era essencialmente um "almirante político" com "pouca experiência de comando". Yamamoto era o tipo de oficial, talvez como Alfred Thayer Mahan, cujo melhor papel era uma capacidade intelectual, em vez de comando de batalha.

Yamamoto em sua capitânia, o encouraçado Nagato, antes da guerra.

Quando Yamamoto foi escolhido para comandar a IJN em 1939, ele se envolveu na política que levou ao envolvimento do Japão na Segunda Guerra Mundial. Yamamoto se envolveu em discussões com o Estado-Maior Geral e desenvolveu uma teoria favorita de que atacar Pearl Harbor poderia prejudicar a determinação americana, embora outros líderes japoneses acreditassem que os Estados Unidos da América poderiam não intervir para impedir um ataque japonês às Índias Orientais Holandesas (provavelmente correto) e mesmo que o fizessem, um ataque a Pearl Harbor era muito arriscado. O autor observa que Yamamoto começou a empregar sua tática de ameaçar renunciar a menos que conseguisse o que queria - não exatamente um estilo de comando eficaz, atuando mais como um político. Em todo o processo, o autor mostra inconsistências no comportamento de Yamamoto que levaram a desastres posteriores, como a falha em ouvir pontos de vista alternativos ou em incorporar qualquer grau de flexibilidade em seu planejamento. Na verdade, Yamamoto parece excessivamente rígido, inflexível e disposto a permitir que ideias preconcebidas, em vez de realidades do campo de batalha, guiem suas decisões.

Depois de Pearl Harbor, Yamamoto estava procurando uma rampa para o Japão sair de sua situação difícil de estar em uma guerra com os Estados Unidos que não poderia vencer. O autor observa que Yamamoto considerou o período após a queda de Cingapura como o momento ideal para negociar, mas ficou desapontado com o fato dos líderes do Japão não terem feito aberturas diplomáticas com os Estados Unidos. Na verdade, este era um ponto discutível por dois motivos: primeiro, a liderança política do Japão era relutante em atingir um acordo de qualquer natureza sobre suas conquistas e, em segundo lugar, os americanos não considerariam nenhum acordo político com o Japão após os enganos diplomáticos empregados antes de Pearl Harbor. Aparentemente, Yamamoto não recebeu o memorando: depois de Pearl Harbor, foi uma luta até a morte. Hoje em dia, a decisão do Japão de atacar os Estados Unidos é geralmente considerada um ato de suicídio nacional e Yamamoto era o homem que segurava a faca, mas sem muita autoconsciência.

O almirante Isoroku Yamamoto, poucas horas antes da sua morte, saudando os pilotos navais japoneses em Rabaul, em 18 de abril de 1943.

Yamamoto "teve sucesso em sequestrar a formulação da estratégia naval japonesa", o que levou aos desastres em Midway e Guadalcanal. Seus planos operacionais eram muito complexos e seu estilo de comando de batalha muito solto e remoto, contentando-se em permanecer isolado no "Hotel Yamato" (seu navio-chefe, o encouraçado Yamato). Mesmo quando suas forças obtiveram sucesso, como na Batalha das Ilhas Salomão Orientais em outubro de 1942, Yamamoto não conseguiu capitalizar sobre ela. Na verdade, seu comportamento se tornou cada vez mais fatalista e passivo após Midway, permitindo que a Marinha dos EUA tomasse a iniciativa estratégica. Na última parte do volume, o autor compara Yamamoto com seu principal oponente - o almirante Chester Nimitz, e Yamamoto não sai muito favoravelmente. O autor ressalta que Yamamoto não era realmente um almirante moderno, por uma série de razões, e permaneceu atolado no pensamento à moda antiga (como em relação aos encouraçados). Na seção final, o autor cobre a morte de Yamamoto com alguns detalhes e sua reputação no pós-guerra. O volume possui cinco mapas e três cenas de batalha de Adam Hook, além de uma breve bibliografia. No geral, uma avaliação muito convincente do principal comandante naval do Japão na Segunda Guerra Mundial.

Robert Forczyk é PhD em Relações Internacionais e Segurança Nacional pela Universidade de Maryland e possui uma sólida experiência na história militar européia e asiática. Aposentou-se como tenente-coronel das Reservas do Exército americano, tendo servido 18 anos como oficial de blindados nas 2ª e 4ª divisões de infantaria dos EUA, e como oficial de inteligência na 29ª Divisão de Infantaria (Leve). O Dr. Forczyk é atualmente consultor em Washington, DC., e já publicou dezenas de livros, incluindo os dois volumes sobre a guerra blindada germano-soviética de 1941-45, sobre as operações Caso Vermelho (invasão da França), Caso Branco (invasão da Polônia), biografias de Walther Model, Erich von Manstein e Georgy Zhukov, e um dos seus best-sellers Where the Iron Crosses Grow: The Crimea 1941-44 (Onde as Cruzes de Ferro Nascem: A Criméia 1941-44).

Bibliografia recomendada:

A Guerra Aeronaval no Pacífico 1941-1945.
Contra-Almirante R. de Belot.


Guerra no Mar.

Leitura recomendada:

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Marinha do Brasil lança novo plano de 20 anos

Por Victor Barreira, Janes, 18 de setembro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 16 de dezembro de 2020.

A Marinha do Brasil pretende adquirir helicópteros de médio porte para uso geral e helicópteros de ataque, anti-submarino (ASW) e de reconhecimento de acordo com o mais recente Plano Estratégico da Marinha do Brasil, o Plano Estratégico da Marinha 2040 (PEM 2040).

O Plano Estratégico, que foi divulgado publicamente em 10 de setembro, apela para uma série de outras novas medidas a serem implementadas nos próximos 20 anos.

Por exemplo, a Marinha deseja aumentar significativamente a pesquisa e desenvolvimento (P&D) para desenvolver sistemas de bordo, como comunicações, detecção, navegação e guerra eletrônica. Os aumentos de P&D também têm como objetivo contribuir para o fortalecimento da Base Tecnológica e Industrial de Defesa (DTIB) do país.

A marinha também quer atingir um mínimo de 65% da disponibilidade operacional de navios e aeronaves, atualizar a estrutura organizacional de liderança da Força, criar um esquadrão de guerra cibernética e reforçar sua capacidade de satélite para interceptar comunicações marítimas, de acordo com o plano.

A Marinha vai agora se concentrar mais fortemente nas operações no Oceano Atlântico Sul, dando atenção especial às ameaças como pirataria, pesca ilegal, crimes organizados, conflitos urbanos, disputa de recursos naturais, guerra cibernética, terrorismo, o acesso ilegal ao conhecimento, pandemias, desastres naturais e questões ambientais, segundo o PEM 2040. A ideia é controlar o acesso marítimo ao Brasil.

O documento, que não descreve cronogramas exatos, também cobre uma série de projetos de modernização que foram planejados ou iniciados anteriormente, mas ainda não efetivamente implementados ou concluídos, como aquisição de navios de caça a minas, navios de escolta, porta-aviões, navio de apoio logístico, litoral e navios de patrulha offshore, navio de apoio à Antártida, navios de treinamento, navios de pesquisa, veículos aéreos não tripulados (UAVs), jatos de combate e treinamento leve e helicópteros utilitários; ampliar e modernizar os equipamentos do Corpo de Fuzileiros Navais; desenvolvimento dos mísseis anti-navio Míssil Anti-navio de Superfície (MANSUP) e Míssil Anti-navio Aéreo (MANAER); e a construção local do primeiro submarino nuclear do país, SN Álvaro Alberto.

Bibliografia recomendada:

Estratégia Naval Brasileira.
Arlindo Vianna Filho.

Leitura recomendada:

Irã envia a maior frota de petroleiros de todos os tempos para a Venezuela, 15 de dezembro de 2020.

VÍDEO: O Brasil poderia tomar a Guiana Francesa?12 de dezembro de 2020.

FOTO: Sargento da Marinha Vietnamita processando doações15 de dezembro de 2020.

GALERIA: Museu do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil29 de setembro de 2020.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

FOTO: Sargento da Marinha Vietnamita processando doações

Sargento Phan Thi Bich Duyen da marinha sul-vietnamita processando doações para os desabrigados.

O texto diz:

"2º Sargento da Marinha Vietnamita Phan Thi Bich Duyen ajuda a processar suprimentos de comida, sabão, roupas e pasta de dente doados por americanos para distribuição aos vietnamitas desabrigados pela guerra".

Bibliografia recomendada:

Rolling Thunder in a Gentle Land:
The Vietnam War Revisited,
Andrew Wiest.

Leitura recomendada:

FOTO: Primeira mulher piloto dos Fuzileiros Navais Sul-Coreanos, 1º de novembro de 2020.

FOTO: J.E. O'Toole, Serviço Feminino Rodesiano1º de março de 2020.

PERFIL: Veterana da USAF estampa a capa da Playboy em três países28 de setembro de 2020.

FOTO: Sherman japonês, 6 de outubro de 2020.

Forças aéreas asiáticas recrutam mulheres pilotos de caça19 de fevereiro de 2020.

FOTO: Cavalaria Aérea na Coréia16 de maio de 2020.

FOTO: A astronauta Anna Fisher24 de fevereiro de 2020.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

PINTURA: Assalto anfíbio soviético nas Ilhas Curilas

"Desembarque nas Ilhas Curilas", pintura do artista russo A.I. Plotnov, 1948.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 24 de novembro de 2020.

Pintura mostrando os fuzileiros navais soviéticos, em seus tradicionais uniformes escuros, assaltando as praias de Shimushu e avançando morro acima contra a resistência japonesa.

Um batalhão de fuzileiros navais russos, com cerca de mil homens, desembarcou na Ilha Shimushu em 18 de agosto de 1945 (três dias depois do anúncio de rendição pelos japoneses) como ponta-de-lança de uma força de 8 mil homens de duas divisões de infantaria reforçadas do Exército Vermelho, como parte dos desembarques nas Ilhas Curilas. Os soviéticos sofreram pesadas baixas diante de um contra-ataque blindado do 11º Regimento de Carros de Combate japonês do Coronel Sueo Ikeda, munido inicialmente de 30 blindados de vários tipos (o regimento possuía 20 carros médios Tipo 97 Shinhoto Chi-Ha (modernizados), 19 carros médios Tipo 97 Chi-Ha e 25 carros leves Tipo 95 Ha-Go), enquanto eles ainda tinham apenas uma companhia desembarcada.

Os soviéticos sofreram baixas iniciais na praia porque ainda não haviam desembarcado os canhões anti-carro; um erro na organização da Força-Tarefa Anfíbia (ForTarAnf) por parte dos soviéticos, que baseavam suas manobras ofensivas no poder de fogo da artilharia. Esse procedimento funcionava perfeitamente nas grandes ofensivas terrestres contra os alemães e depois contra o exército Kwantung na Manchúria, mas não foi adaptado propriamente no desembarque anfíbio, onde a força inicial de desembarque é desprovida desse apoio de fogo - tendo de criar sua força de combate já no desembarque do mar-para-a-terra, que constitui-se da sua linha de partida.

Eventualmente os fuzileiros soviéticos derrotaram o contra-ataque e assaltaram as elevações observando a cabeça-de-praia. O suboficial de primeira classe da infantaria naval soviética Nikolai Aleksandrovich Vilkov e o marinheiro de primeira classe Piotr Ivanovich Ilyichev foram mortos enquanto silenciavam ninhos de metralhadora japoneses em Shumshu em 18 de agosto de 1945, eles foram condecorado postumamente como Heróis da União Soviética.

"A façanha de N.A. Vilkov e P.I. Ilyichev", óleo sobre tela. Heróis póstumos da União Soviética, existem estátuas e bustos de ambos espalhados por cidades russas.

Os demais 8.500 da 91ª Divisão de Infantaria japonesa, com 77 tanques, se engajou em um combate encarniçado de duas horas contra os 8.821 soviéticos. Foi a única batalha da operação onde as baixas soviéticas ultrapassaram as japonesas. Um cessar-fogo foi acordado em 20 de agosto e a ilha Shimushu (ou Shumshu) foi entregue aos soviéticos, mas o choque da resistência japonesa convenceu o alto-comando soviético que Moscou não possuía grandes capacidades anfíbias, e isso cancelou os planos de outros desembarques contra o Japão. Essa foi a última batalha da Segunda Guerra Mundial.

As ilhas foram tomadas, mas os japoneses deram um "soco no nariz" dos soviéticos e o plano de assalto anfíbio contra Hokkaido foi abandonado, pois o almirantado soviético concluiu que suas capacidades anfíbias eram insuficientes. O Japão até hoje reclama a devolução das Ilhas Curilas, e mesmo o tratado nipo-soviético de 1956 não mencionou a soberania soviética sobre as Curilas.

Vídeo recomendado:


Bibliografia recomendada:


Leitura recomendada:

domingo, 15 de novembro de 2020

PERFIL: Jean Gabin, astro de cinema e fuzileiro naval da 2e Division Blindée

 

Jean Gabin,
famoso ator da era clássica do cinema e fuzileiro naval da França Livre.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 15 de novembro de 2020.

Jean Gabin (Jean Alexis Moncorgé, nascido em 17 de maio de 1904 e falecido em 15 de novembro de 1976) prestou o serviço militar na Marinha Nacional francesa, primeiro como fuzileiro naval em Lorient, depois no Ministério da Marinha em Paris, de 1924 a 1925. Durante uma de suas primeiras licenças, em 26 de fevereiro de 1925, casou-se com uma admiradora, a futura atriz Marie-Louise Basset, conhecida como Gaby, com quem não teve filhos.

Deixou o serviço para se tornar uma estrela do cinema, tendo já atuado como ator desde os 15 anos, debutou no Moulin Rouge em 1929. Sua filmografia incluiu grandes produções como O Mártir do Gólgota (Golgotha, 1935), onde interpretou Pôncius Pilatos; A Grande Ilusão (La grande illusion1937), onde interpretou o Tenente Maréchal e contracenou com Dita Parlo; e Cais das Sombras (Le quai des brumes, 1938) onde interpreta o protagonista, o desertor Jean, e contracena com Michèle Morgan. 

Jean Gabin (Jean) e Michèle Morgan (Anna) no filme Cais das Sombras, 1938.

Com a invasão alemã da Polônia, Gabin foi mobilizado em 3 de setembro de 1939 e designado para Cherbourg. Após a queda da França, o país foi dividido entre Zona Ocupada, no norte e administrada pelos alemães, e Zona Livre, no sul, sediada em Vichy. Em outubro de 1940, acompanhou Michèle Morgan à estação Saint-Charles em Marselha, que partia para Barcelona, ​​depois Portugal, com destino aos Estados Unidos. Também desejando juntar-se a ela, ele foi a Vichy para obter uma autorização.

Em 2 de fevereiro de 1941, recusando-se a atuar para os alemães durante a ocupação, ele cruzou a fronteira espanhola em fevereiro de 1941, sem saber se o fez legalmente. Em Barcelona, obteve visto no consulado americano e pôde ir para Nova York a bordo do navio Exeter. Ele emigrou para Hollywood nos Estados Unidos onde conheceu outros expatriados franceses como Jean Renoir, Julien Duvivier, Charles Boyer, Jean-Pierre Aumont, etc. Continuou atuando, participando de filmes em Hollywood, destacadamente no filme Brumas (Moontide, 1942), onde foi o protagonista interpretando o aventureiro Bobo, contracenando com Ida Lupino.

Página do Ciné-Miroir de 24 de dezembro de 1939.

Durante este período nos EUA, ele se encontrou brevemente com Ginger Rogers e Patricia Morison. Tendo retornado de Los Angeles após um período de tédio, durante o verão de 1941, ele conheceu Marlene Dietrich em Nova York. Ele se mudou com ela para a Califórnia em uma villa que Greta Garbo alugou para eles, então em 1006 Cove Way, em uma villa em Beverly Hills.

Com saudades de casa, Marlene Dietrich tenta aliviá-lo com sua comida ou distrações que o fazem lembrar da França. Em 18 de janeiro de 1943, o tribunal de Aix pronunciou a sentença de divórcio com sua segunda esposa Jeanne Mauchain.

Já muito famoso, ele poderia tentar a carreira de ator nos Estados Unidos, mas recusa apesar do seu contrato com a Fox (ele havia assinado o primeiro contrato em 1937, mas não o honrou). Além disso, o ator estava menos interessado nos estúdios de Hollywood durante esse período de guerra: eles não tinham mais acesso aos cinemas europeus e, portanto, ao público habitual de Jean Gabin. Mesmo assim, a imprensa o recebeu com entusiasmo, e a revista Photoplay publicou uma reportagem de quatro páginas com o título "Escaped from the Nazis" ("Escapou dos nazistas").

Marlene Dietrich e Jean Gabin nos Estados Unidos, 1942.

Mais tarde, Jean Gabin confidenciou: “Eu estava cansado da idéia de ser obrigado a terminar minha vida nos Estados Unidos. Não podia ficar com as mãos nos bolsos, continuar a fazer caretas na frente de uma câmera - enquanto era bem pago - e esperar em silêncio que os outros fossem fuzilados para que eu retornasse à minha cidade natal”.

Depois de entrar em contato com a França combatente no final de 1942, juntou-se às Forças Navais Francesas Livres do General de Gaulle, em abril de 1943, para libertar seu país. Embarcado como artilheiro, chefe de peça do navio-tanque Elorn, ele cruzou o Atlântico em um comboio com destino a Casablanca, no Marrocos francês. O comboio foi atacado por submarinos e por aviões alemães nas aproximações do Mediterrâneo e ao largo do Cabo Ténès.

Nesse período, as Forças Francesas Livres começaram a receber material americano e a formar novas divisões para a libertação da Europa. Um Corpo Expedicionário Francês com mais de 100 mil homens foi enviado para a Itália, onde se destacou no rompimento do dispositivo alemão no Monte Cassino.

Durante esse período de trabalho febril, e apesar de poder servir em funções de apoio devido à idade, a seu pedido, Jean Gabin foi voluntário do Regimento Blindado de Fuzileiros Navais (Régiment blindé de fusiliers-marins, RBFM); uma unidade nova criada à partir do Batalhão Bizerta, que se destacou na campanha da Tunísia. O RBFM contava 5 esquadrões de combate e um esquadrão de estado-maior. Gabin passou pelo treinamento de blindados em tornou-se comandante do M10 Wolverine "Souffleur II", um caça-tanques (Tank Destroyer, TD) no 2º esquadrão sob as ordens do então enseigne de vaisseau (guarda-marinha), e futuro vice-almirante, André Gélinet. O RBFM foi colocado na famosa 2ª Divisão Blindada (2e Division Blindée, 2e DB) do General Leclerc, herói de Kufra e futuro libertador de Paris.

Ordem de Batalha:

  • Esquadrão de Estado-Maior: LV Brisset e Carsin;
  • 1º Esquadrão (Recon): LV Pauly e Divorne;
  • 2º Esquadrão (TD): LV Guillon e Gélinet;
  • 3º Esquadrão (TD): LV Bonnet;
  • 4º Esquadrão (TD): LV Richard;
  • Esquadrão independente: LV Ollieu e Mounié.

O esquadrão independente comportava um pelotão de motoristas de ambulância femininas, chamadas "Marinettes" (por serem da Marinha, Marine), equivalentes às Rochambettes do exército. Comandadas pela Éngagé Volontaire (EV) Carsignol, eram "as filhas da 2e DB" pertencentes ao 13º Batalhão Médico da Divisão Leclerc.

Ações de combate do RBFM

A 2ª Divisão Blindada finalmente desembarcou em solo francês à 1:30h na noite de 2-3 de agosto de 1944, em Saint Martin de Varreville, praia de Utah, onde a 4ª Divisão de Infantaria americana desembarcou em 6 de junho. 

O RBFM deixa Lastelle no dia 6 de agosto à noite, em direção a Coutances, La Haye-Pesnel, Avranches, Ducey, Saint-Laurent-de-Terregate onde está localizado o bivaque. O ritmo das operações foi altíssimo e o material rolante da divisão teve de passar por manutenção de campanha constante, com as lagartas do material rolante do 2º Esquadrão sendo trocadas já em 20 de agosto.

Como os caça-tanques da divisão, o RBFM é um elemento de manobra importante devido ao seu poder de fogo contra os tanques alemães Panther e Panzer IV. Apesar do canhão 75 do tanque americano Sherman - carro de combate padrão da 2e DB - ser capaz de perfurar a blindagem do Panther em determinadas circunstâncias, o canhão de 76,2mm do M10 Wolverine era particularmente adaptado à missão e o próprio carro era dotado de mobilidade superior, além de ser apoiado por jipes que deveriam aferrar a infantaria alemã de acompanhamento.

Modelo do M10 "Richelieu" do RBFM com os fuzileiros usando a mescla de uniformes americanos e franceses, como a tradicional cobertura naval com o "pompon rouge". (King & Country)

Em 12 de agosto de 1944, o RBFM registrou sua primeira vitória. O 3º pelotão do 3º esquadrão (veterano do Batalhão Bizerta) foi ordenado a vigiar a estrada para Alençon, pois havia muito movimento por ali. O pelotão envia os TD "Estrasburgo" e "Jean-Bart" para ocupar a posição. O caça-tanques "Jean-Bart", do 3º Esquadrão e comandado pelo Quartier-Maître Passaquet, destrói um Panther em 3 tiros a 800 metros de distância - após colocar em chamas 3 caminhões cheios de infantaria alemã na passagem.

O RBFM participaria da libertação de Paris em 25 de agosto, apoteose da 2e Division Blindée. Os esquadrões do regimento se distinguiram na avenida Luxemburgo, na Ponte de Sèvres, e na Place de la Concorde. Os alemães contra-atacaram a Ponte de Sèvres à noite, tentando puxar três peças pesadas, 1 canhão anti-carro e dois canhões anti-aéreos. Os alemães perderam 40 homens na tentativa e os fuzileiros navais perderam 3 e mantiveram a ponte.

O RBFM então avança pela Avenida Victor Hugo, desborda o Arco do Triunfo, destruindo veículos leves alemães. Quatro TD e um jipe do RBFM cruzam o Champs Elysées. Os TD "Siroco" e "Cyclone" pela esquerda, os "Simoun" e "Mistral" pela direita. De repente, três projéteis foram disparados na direção do "Simoun", mas sem alcançá-lo. Depois de alguns segundos, a tripulação deste último identificou o inimigo: um Panzer V Panther (da Divisão Panzer-Lehr), localizado na Place de la Concorde. O comandante do Simoun, este posicionado no alto da Avenida George V, ordena o ajuste da mira para 1.500 metros, mas o atirador era parisiense, e sabia que a distância do Champs Élysées era de 1.800m e ajustou a mira de acordo. O Simoun abriu fogo, disparando duas vezes e rapidamente recuando. Os dois projéteis disparados atingiram o Panther, destruindo a lagarta e o imobilizando. O Panther foi então engajado pelo Sherman "Douaumont" do 501º Regimento de Carros de Combate (501e Régiment de Chars de Combat, que operaria Panthers no pós-guerra), vindo da Rue de Rivoli.

Tendo disparado contra a blindagem frontal do Panther sem resultados, disparou em seguida uma granada de fósforo branco, cegando o adversário. O "Douaumont" então atingirá violentamente o tanque alemão antes que ele consiga virar sua torre - este episódio foi retratado no filme "Paris está em chamas?" (Paris brûle-t-il?, 1966). A tripulação do tanque Panther evacuou o veículo e se refugiou no jardim das Tuilleries. O tanque alemão abandonado seria finalmente destruído com granadas pelo sargento Marcel Bizien, comandante do tanque do "Douaumont". Outros dois Panthers foram engajados e destruídos pelos franceses, não sem antes destruírem quatro Shermans.

Em seguida, os 1º e 2º esquadrões serão posicionadas no Hipódromo de Longchamp, o 3º esquadrão em Le Bourget enquanto o 4º esquadrão ficou no Fort de la Briche, em Saint Denis. A divisão deixou Paris em 8 de setembro.

O RBFM lutou em Dompaire, destruindo grande quantidade de Panthers por meio de armas-combinadas envolvendo os caça-tanques, os Shermans e caças-bombardeiros P47 Thunderbolt. A Panzer-Brigade 112 perdeu mais da metade de seus tanques, incluindo 59 Panthers. Ela teve que recuar e "desapareceu da ordem de batalha do exército alemão". O RBFM então lutou no Bolsão de Royan e participou da tomada e defesa de Strasbourgo no fim do ano.

O mais velho chefe de blindados

Gabin, comandante do Souffleur II, junto à tripulação em Royan, fevereiro de 1945.
Da esquerda para direita: o motorista, Quartier-Maître Roger Legendre; atirador Matelot Gonidec "Gogo", Gabin; motorista auxiliar, Matelot Thiebault; municiador, Quartier-Maître Chevalier.
(Colorização por Jean M. Gillet / Colors of the Past)

Jean Gabin foi convidado a participar do filme de propaganda gaullista L'Imposteur (O Impostor, 1944), cujo sucesso de crítica e público foi misto. Longa metragem de propaganda gaullista saudando também a entrada benéfica americana na guerra, este filme foi rodado em inglês e produzido pelo serviço de propaganda americano tendo, nos créditos, apenas dois franceses: Julien Duvivier e Jean Gabin. Além disso, Gabin declararia em entrevista à Cinévie: “O que valem os filmes que se fazem em Hollywood, eu não sei. E isso não importa. Estamos fazendo, nesse momento em Paris, O Impostor. Eu não vou vê-lo. Quando o fiz, foi útil fazê-lo. Fiz filmes no estilo americano, para americanos. Foram eles que tiveram de ser tocados e fico feliz se consegui. Se agora os franceses não gostam, podem estar certos porque as circunstâncias não são as mesmas”.

Em janeiro de 1945, Gabin estava presente no RBFM e seria promovido a chefe do 2º Esquadrão em fevereiro com o posto de "second maître" durante a Batalha do Bolsão de Royan (setembro de 1944 a abril de 1945). Ele então ficará acantonado com o regimento no Château de Bouges antes de partir para a campanha da Alemanha, que o levará ao Ninho da Águia de Adolf Hitler em Berchtesgaden.

Jean e Marlene se encontraram na Alemanha e voltaram juntos à Paris.
Marlene Dietrich trabalhava no entretenimento das tropas americanas como parte do United Service Organizations (USO).

Em julho de 1945, aos 41 anos, o “comandante de tanque mais velho da França Livre” foi desmobilizado e voltou ao mundo do entretenimento com cabelos brancos. Jean Gabin encontrará com Marlene Dietrich na Alemanha, durante uma parada militar com a presença do General de Gaulle. Voltando com ela para a França, ele se abstém de participar do desfile da vitório no Champs-Élysées e assiste seu velho caça-tanques desfilar de uma varanda do hotel Claridge. Por seus serviços, Jean foi condecorado com a Médaille Militaire e a Croix de Guerre.

De volta à França, Jean quer retomar à carreira de ator, mas ele mudou física e moralmente e novos atores românticos apareceram, como Jean Marais, Gérard Philipe ou Daniel Gélin. Ele desiste de interpretar Portas da Noite (Les portes de la nuit, 1946), de Marcel Carné, com sua namorada Marlene Dietrich porque esta se recusa a interpretar a filha de um colaboracionista. Em 1946, após comprar os direitos do romance, interpreta o papel-título de Martin Roumagnac, ao lado de Marlene Dietrich. O filme, atacado à exaustão pela crítica, obteve na época um sucesso comercial com dois milhões de ingressos. No entanto, o filme é vítima de uma lenda que se costuma ler e ouvir, alegando que ele foi um amargo fracasso comercial. Sua carreira de artista se estendeu até 1976.


Marlene e Jean em Paris, 1946.

Após a guerra, A relação com Marlene Dietrich, então com 43 anos, vai se deteriorando de 1945 a 1946, com Jean Garbin se relacionando com a atriz Maria Mauban, e depois, em 1947, com Colette Mars. Essas relações permanecem sem resultado. Em 1949, ele se casou com a modelo Christiane Fournier, com quem teve três filhos.

Jean Garbin faleceu em 15 de novembro de 1976, aos 72 anos, em Neuilly-sur-Seine. Durante toda a vida manteve-se muito ligado à marinha nacional e próximo do seu líder, o Vice-Almirante Gélinet e sua família. Um dos seus últimos desejos foi autorizado pelo Presidente da República: no dia 19 de novembro, homenagens militares foram-lhe rendidas a bordo do Aviso Détroyat e suas cinzas foram espalhadas ao largo de Brest.

Quepes azul e branco usados na guerra.

Cinto com o coldre da pistola adornado com adereços alemães.

Mala civil americana com a inscrição
"Jean Gabin Moncorgé 22550, F.N.F.L., 43".

Bibliografia recomendada:

Gabin-Dietrich:
Un couple dans la Guerre,
Patrick Glâtre.

Leitura recomendada:

Uma avaliação francesa do tanque Panther30 de janeiro de 2020.

FOTO: Fuga de Berlim Oriental2 de setembro de 2020.

FOTO: Prisioneiros alemães na Itália26 de março de 2020.

domingo, 1 de novembro de 2020

PERFIL: Primeira mulher piloto dos Fuzileiros Navais Sul-Coreanos

A Capitã Sang-ah Cho, a primeira mulher do Corpo de Fuzileiros Navais a realizar uma missão como piloto de helicóptero em 31 de outubro de 2020, tirando uma foto comemorativa em frente ao Marineon, 1º Batalhão de Aviação, 1ª Divisão de Fuzileiros Navais,.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de novembro de 2020.

A capitã Cho Sang-ah (27 anos, distrito escolar 62), comissionada em 2017 como oficial de logística, tornou-se a primeira mulher piloto de helicóptero do Corpo de Fuzileiros Navais da República da Coréia (ROKMC, Coréia do Sul, fundado em 1949) após se inscrever no treinamento de aviação. Ela então completou 9 meses de treinamento de vôo e ganhou suas asas em 23 de outubro de 2020. Ela é a primeira mulher piloto nos 65 anos de existência da aviação do ROKMC, criada em 1955.

Cho agora está designada para o 1º Esquadrão de Helicópteros de Fuzileiros Navais e pilota o helicóptero utilitário Marineon (KAI KUH-1 Surion, MUH-1).

Desde o colégio, a Capitã Cho sonhava em se tornar piloto de aeronave e começou sua carreira militar na 1ª Divisão de Pohang como comandante de pelotão de munição militar. "Depois de participar de vários exercícios anfíbios, fui atraído pela força da aviação desempenhando um papel fundamental no desempenho da missão da força anfíbia, o que se tornou uma oportunidade para eu me candidatar como oficial de aviação este ano", disse a Capitã Cho.

Depois de completar o curso de treinamento de piloto de 9 meses consistindo de cursos básicos e avançados no esquadrão de treinamento, ela deu seus primeiros passos como piloto. No currículo, cerca de 80 horas de treinamento de vôo, incluindo decolagem e pouso, e vôo estacionário, bem como os conhecimentos básicos necessários para um piloto, como princípios de vôo, controle de tráfego aéreo e aeronaves, foram sistematicamente treinados com o acompanhamento de instrutores especialista. Ela disse: “Consegui superar as dificuldades do currículo pensando que poderia me tornar uma pessoa melhor do que ontem e me tornar a melhor piloto de helicóptero do Corpo de Fuzileiros Navais”.

Ela acrescentou: “Em vez de se preocupar com a filha que está trilhando o caminho de um soldado, meus pais e minha família estão sempre me apoiando”, disse ela. “Com o orgulho de ser a primeira mulher piloto de helicóptero no Corpo de Fuzileiros Navais, a competência necessária para ser capaz de completar qualquer missão concedida, eu me tornarei um piloto do Corpo de Fuzileiros Navais como uma ponta de lança”. Disse a Capitã Cho em referência a ser uma pioneira.

Enquanto isso, o Corpo de Fuzileiros Navais treina pilotos, mecânicos e controladores todos os anos para estabelecer a equipe de aviação e planeja construir um conhecido corpo de fuzileiros navais capaz de operações tridimensionais de pouso em alta velocidade por meio da equipe de aviação.

Bibliografia recomendada:

A Mulher Militar:
Das origens aos nossos dias.
Raymond Caire

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Os carregadores helicoidais de AK norte-coreanos27 de setembro de 2020.

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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

GALERIA: Manobra dos comandos navais no Tonquim

Após uma incursão costeira, os comandos dos fuzileiros navais do comando "de Montfort" lançam os Doris, pequenos barcos de assalto fabricados pelo arsenal de Cherbourg, para se juntarem ao aviso-escolta F 755 "Robert Guiraud". O armamento consiste em carabinas US M1, submetralhadoras MAT 49 e fuzis semi-automáticos MAS 44, complementado por granadas ofensivas OF 37 e um facão US M42.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 9 de outubro de 2020.

Manobra anfíbia do comando "de Montfort" lançado à partir do navio Robert Guiraud no Tonquim, julho de 1951. O comando "de Montfort", batizado em homenagem ao guarda-marinha de Montfort, morto em Haiphong em março de 1946, foi fotografados por Guy Defives para o ECPAD.

O exercício apresenta uma ação típica dos comandos navais: ação de curta duração em terra após abordagem do objetivo por mar ou rio. Os comandos navais se aproximam de uma praia ao amanhecer e capturam "sonnettes" ("sinos"), que são vigias Viet-Minh que ficavam dissimulados nos matagais; os comandos patrulham a floresta antes de embarcarem novamente nos Doris e retornar ao aviso-escolta “Robert Guiraud”.

Como parte de uma série de incursões costeiras, os comandos fuzileiros navais do comando "de Montfort" embarcam em um Doris e então se dirigem para um navio de transporte de tropas aguardando ao largo.

Durante a incursão costeira, um comando naval do comando "de Montfort" monitora o objetivo durante a fase de abordagem. Uma metralhadora MAC 1931 Reibel, armando a proa de um barco que reboca uma Doris. Esse comando usa um "chapéu de selva" britânico, prática muito difundida em sua unidade.

Os comandos fuzileiros navais partem novamente para um novo ataque costeiro, mas desta vez a bordo de vários LCMs (Landing Craft Material/ Embarcação de Desembarque de Material) e de um imponente barco cuja proa está armada com uma metralhadora MAC modelo 1931 Reibel, calibre 7,5mm e alimentada por um carregador de tambor de 150 tiros. Essa arma costumava armar as casamatas da Linha Maginot.

LCMs abordaram uma costa rochosa e os comandos escalaram a parede íngreme. Um junco passa sob o olhar atento de um marinheiro, enquanto um canhão de 105mm e um bi-tubo Oerlikon de 20mm do "Robert Guiraud" abriram fogo, e um hidroavião "Sea Otter" sobrevôou a manobra em um vôo de observação. Os comandos fuzileiros navais usam cordas para escalar rochas e emboscar-se antes de retomar o avanço e mergulhar na vegetação.

Durante uma série de incursões costeiras, dois quadros, um enseigne de vaisseau e um second-maître (guarda-marinha e contra-mestre, respectivamente) do comando "de Montfort" observam seu futuro eixo de progressão.

Durante a incursão costeira, homens do comando "de Montfort" postaram-se nas alturas de uma praia onde haviam acabado de desembarcar. Um fuzileiro-metralhador com um FM Châtellerault 24/29 colocou sua arma em posição ao pé de um pinheiro enquanto seus companheiros, armados com um fuzil MAS 36 e submetralhadoras MAT 49, estão em alerta.

Comandos patrulhando a floresta próxima. O primeiro comando está armado com uma submetralhadora MAT 49 e uma granada ofensiva OF 37; ele é seguido por um contra-mestre equipado com um FM MAC 24/29.

Durante a série de incursões costeiras, no convés do aviso-escolta F 755 "Robert Guiraud", um tenente do comando "de Montfort" fala com seus homens sobre o andamento do exercício.

Durante a série de incursões costeiras, os comandos dos fuzileiros navais do comando "de Montfort" cruzam uma elevação rochosa. Eles estão armados com fuzis MAS 44 semi-automáticos e submetralhadoras MAT 49, bem como granadas ofensivas OF 37. O soldado em evidência tem um porta-carregador britânico para a sua MAT 49.

Os comandos escalam uma parede rochosa usando uma corda. O armamento consiste em um fuzil MAS 44 semi-automático e submetralhadoras MAT 49.

Após a ofensiva de Viêt-Minh no rio Day e a reorganização do comando "François", em razão das suas pesadas baixas (40 mortos, 9 desaparecidos e 5 prisioneiros, com apenas 29 sobreviventes) após uma luta desesperada em Ninh Binh na noite de 28 para 29 de maio de 1951, juntou-se aos comandos "Jaubert" e "de Montfort" para ocupar a ilha de Cù Lao Ré, onde o comando "De Montfort" treinaria as unidades do GCMA (Groupement de Commandos Mixtes Aéroportés/ Grupamento de Comandos Mistos Aerotransportados) em operações anfíbias durante um mês.

A partir de então, os comandos da marinha não participaram mais das operações fluviais com as embarcações da Divisão Naval do Extremo Oriente. Uma comando foi destacado permanentemente na Baía de Ha Long, enquanto os outros lideraram incursões costeiras costa à partir dos navios "Robert Guiraud" e "Paul Goffeny".

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Bibliografia recomendada:

Leitura recomendada:

GALERIA: Uma missão da Marinha Francesa na Indochina, 9 de outubro de 2020.

GALERIA: Comandos Navais na Baía de Ha Long8 de outubro de 2020.