domingo, 18 de outubro de 2020

A-10 THUNDERBOLT - DEMONSTRAÇÃO DE VOO 2020

 Apresentação de um A-10C Thunderbolt II no evento Fort Worth Alliance "Drive in" Air Show, em 17 de outubro de 2020.


sábado, 17 de outubro de 2020

Os fuzis Yat-Thai do Estado Shan, em Mianmar

Por Miles Vining, The Hoplite (ARES), 19 de fevereiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 17 de outubro de 2020.

Com a escassez de armas portáteis produzidas convencionalmente no Estado Shan, no leste de Mianmar (anteriormente conhecido como Birmânia), armas artesanais e montadas localmente têm se mostrado importantes para o Exército do Estado Shan (Shan State Army, SSA). Um fuzil automático tipo AK montado localmente, conhecido como Yat-Thai na língua Shan, está entre os mais comuns deles. Construídos com componentes de fuzis estrangeiros e birmaneses, esses fuzis são montados e modificados por produtores artesanais locais na cidade de Loi Tai Leng - sede do SSA - na base da cordilheira Yat. O Yat-Thai é usado em um número significativo por combatentes Shan indígenas.

Vista de perfil do lado direito de um fuzil Yat-Thai típico. Observe a coronha de madeira produzida localmente com a protuberância pronunciada que faz a interface da coronha com o munhão traseiro dentro do receptor. A produção de móveis de madeira para armas portáteis nas áreas de fronteira está bastante avançada, com armeiros locais freqüentemente reproduzindo coronhas completas em uma ampla gama de armas portáteis datando desde a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais. (ARES)

Vista de perfil do lado esquerdo de um fuzil Yat-Thai típico. Observe a empunhadura de pistola curva, o retém da bandoleira no lado esquerdo da coronha e a falta de um guarda-mão superior. (ARES)

Entrevistas de campo do ARES com ex-combatentes do SSA indicam que a produção estava em andamento até recentemente, com os primeiros exemplos de fuzis documentados no oeste em meados de 2011. Desde então, houve apenas avistamentos ocasionais do fuzil por meio de fontes abertas, no entanto, o ARES rastreou vários exemplos por meio de fontes confidenciais em Mianmar. Até o momento, pouco foi publicado sobre essas armas e uma série de equívocos têm circulado. A pesquisa de campo do ARES conduzida no final de 2018 permitiu uma compreensão muito mais aprofundada do fuzil.

O fuzil Yat-Thai resolve dois dos principais problemas enfrentados por muitas das chamadas organizações armadas étnicas (ethnic armed organisations, EAOs) na Birmânia no que diz respeito à sua capacidade limitada de capturar, comprar ou montar armas e munições para uso em seus conflitos internos em curso contra o Tatmadaw de Mianmar (forças armadas) ou outros EAOs no país.

Dois fuzis Yat-Thai entre um esconderijo de armas supostamente capturado do Exército Arakan nas proximidades de Paletwa, no sul do Estado Chin. O retém da bandoleira instalado no lado esquerdo da coronha é típico. (Mídia social birmanesa via banco de dados ARES CONMAT)

O primeiro é um problema conhecido com munição 5,56x45mm de fabricação birmanesa e fuzis automáticos da série MA. Embora a munição de 5,56mm seja obtida pelo SSA com alguma freqüência, esses cartuchos não funcionam de forma confiável com os fuzis da série M16 também encontrados no país (estes estão predominantemente em serviço com as forças do Exército de Libertação Nacional Karen, embora também sejam usados por outros EAOs). Apesar disso, os fuzis birmaneses da série MA funcionam de forma confiável com munição estrangeira de 5,56mm (especificação da OTAN).

Além disso, o SSA está equipado com um grande número de armas calibradas para outros cartuchos, especialmente o cartucho 7,62x39mm. Como resultado, a munição birmanesa 5,56 mm capturada pode nem sempre ser compatível com as armas mantidas pelo SSA - mesmo aquelas calibradas para cartuchos 5,56mm OTAN.

Um carregador municiado com cartuchos birmaneses DDI 5,56x45mm usados com um fuzil Yat-Thai examinado no teatro. Esta munição tem problemas operacionais conhecidos quando usada com fuzis M16. (ARES)

A estampa identificadora em um cartucho de 5,56x45mm produzido pela DDI na Birmânia. Observe o selante vermelho no anel da cápsula e o padrão de crimpagem característico. O ano de produção (2010) e calibre (5,56) são marcados em algarismos birmaneses (‘၂၀၁၀’ e ‘၅.၅၆’, respectivamente), e a estampa identificadora também incorpora a crista do triângulo DDI. (ARES)

Em segundo lugar, há um excedente de armas portáteis que se tornaram inutilizáveis ou indesejáveis devido à quebra de peças, manutenção deficiente, falta de confiabilidade e outros problemas. Embora haja munição de 5,56mm disponível, não há fuzis adequados disponíveis neste calibre. Muitos dos fuzis M16 no teatro são variantes iniciais do M16A1, que se originam de estoques excedentes no Camboja e em outros lugares.

Normalmente estão em más condições e o ARES documentou muitos que não seriam seguros para uso. Os fuzis da série MA de fabricação birmanesa não são favorecidos pelos EAOs, pois têm a reputação de não serem confiáveis e serem imprecisos, além de serem pesados em comparação com outros fuzis em uso. Como resultado do seu padrão de construção de qualidade relativamente baixa e das mudanças iterativas dentro dos modelos, não há fuzis capturados suficientes para permitir componentes intercambiáveis e carregadores sobressalentes.

Vista através da janela de ejeção de um fuzil Yat-Thai. Observe como o cano M16A1 foi encaixado no munhão do fuzil automático AKM padrão original com marcações do seletor MPiKM da Alemanha Oriental. (ARES)

Marcações no cano M16A1 de um fuzil Yat-Thai. A marcação “C MP CHROME BORE” (C MP ALMA CROMADA) foi aplicada aos canos do fuzil M16A1 a partir de 1974, após o fuzil número 4.900.000. Observe também a alça de mira com padrão Kalashnikov adaptada que foi instalada. (ARES)

Os fuzis automáticos Yat-Thai produzidos artesanalmente são uma solução desenvolvida para empregar munições inutilizáveis e reciclar componentes dos fuzis das séries M16 e MA, combinando-os com os fuzis excedentes do tipo Kalashnikov. Um Yat-Thai é composto dos seguintes componentes: o fuzil "base" é do tipo AK, retendo o receptor, ação, tubo de gás, bloco da alça de mira, munhão e posto da massa de mira. Os carregadores são tipicamente aqueles de fuzis da série MA 5,56x45mm (pelo menos um exemplar observado usa um poço de carregador M16 modificado e carregador correspondente). Os canos são retirados de fuzis da série M16 ou MA. A armação de madeira (coronha, empunhadura de pistola e guarda-mão) são produzidos e acabados localmente. Há uma variação considerável entre os exemplares, incluindo variantes de coronha fixa e dobrável.

A produção do Yat-Thai é possibilitada por uma cultura localizada de armeiros que surgiu em torno de Loi Tai Leng. Os armeiros locais provaram ser adeptos do reaproveitamento de componentes de armas portáteis e da produção artesanal de armações de madeira e outras peças. A produção e montagem artesanais semelhantes ocorrem em muitas das áreas étnicas - especialmente entre os Chin, já que o Estado Chin é uma das poucas áreas em Mianmar onde a posse de armas de fogo por civis é permitida, em deferência aos costumes tribais locais. A complexidade e o escopo da produção artesanal variam em todo o país. No Estado Karen, por exemplo, a produção artesanal é principalmente restrita a armas simples, tais como espingardas e escopetas de repetição, mosquetes e fuzis de ferrolho.

Um combatente do Exército do Estado Shan - Sul (SSA-S) armado com um fuzil Yat-Thai com coronha dobrável no início de 2018. O carregador parece ser um de polímero da série MA MK.II fornecido pela Birmânia, atualmente em serviço em todo o Tatmadaw birmanês nas regiões de fronteira. O guarda-mão é diferente de qualquer outro fuzil Yat-Thai visto em serviço ou em campanha. O perfil corresponde àqueles dos primeiros fuzis da série MA equipados com armações de madeira em vez de polímero. (Mídia social Shan via banco de dados ARES CONMAT)

Apesar de ter sido desenvolvido, pelo menos em parte, para evitar o uso extensivo de fuzis da série MA capturados, o Yat-Thai sofre de problemas de confiabilidade próprios. De acordo com um combatente entrevistado pelo ARES, um fuzil automático Yat-Thai em serviço no SSA recentemente sofreu um mau funcionamento quase catastrófico, explodindo a tampa do receptor e ejetando o ferrolho para fora do receptor.

No entanto, quando remontada, a arma continuou a funcionar normalmente. Embora geralmente utilizável, entende-se localmente que não é um substituto para um fuzil de linha de produção. O Yat-Thai é principalmente relegado a unidades de defesa e segurança de retaguarda dentro do SSA, liberando fuzis produzidos industrialmente - mais confiáveis e capazes - para as tropas de combate.

Bibliografia recomendada:

The AK-47:
Kalashnikov-series assault rifles.
Gordon L. Rottman.

Leitura recomendada:

Nikov AN-94: O moderno fuzil automático russo14 de outubro de 2020.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

GALERIA: Um batalhão de Tirailleurs Senegaleses no Camboja

Grupo de tirailleurs do 2/6e RIC sentados na traseira de um caminhão cujas laterais foram removidas da carroceria para facilitar um rápido desembarque em caso de emboscada, setembro de 1952.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 16 de outubro de 2020.

O 2º batalhão de Tirailleurs Senegaleses do 6e RIC (6e Régiment d'Infanterie Coloniale/ 6º Regimento de Infantaria Colonial) na região de Trapéang Phlong, durante a campanha no Camboja. A reportagem de Bouvet Robert para o ECPAD apresenta uma missão de reconhecimento sob o comando do Major Marlic e a vida cotidiana no acantonamento ao retornar da missão.

Grupo de sargentos do 2/6e RIC reunidos para a refeição.

O "bep" (faz-tudo) preparando as refeições dos oficiais do batalhão supervisiona a preparação de um prato.

Tirailleur Sénégalais é o nome genérico dado a todos os soldados africanos continentais (os malgaxes de Madagascar são Tirailleurs Malgaches), contendo senegaleses, camaroneses, malinenses etc sob um mesmo título de "senegaleses". Na Indochina serviu o 24e Regiment de Marche de Tirailleurs Sénégalais (24º Regimento de Marcha de Atiradores Senegaleses), além de vários batalhões independentes que foram anexados a regimentos de infantaria colonial. A última unidade de Tirailleurs Sénégalais foi dissolvida em 1964. O 6e RIC, a unidade parental do 2º Batalhão Tirailleurs Sénégalais, seria dissolvido em 1955, sendo reativado em 1958 para lutar na Argélia. O tirailleur mais famoso foi Jean-Bédel Bokassa, o futuro auto-proclamado imperador da República Centro-Africana.

Seguindo o conselho do seu pai e do seu avô, Bokassa ingressou nos tirailleurs em 19 de maio de 1939. Servindo no 2º Batalhão de Marcha, ele foi promovido a cabo em julho de 1940. Ele participou da tomada de Brazzaville pelas Forças Francesas Livres em 24 de outubro de 1940. Em setembro de 1941, Bokassa foi promovido a Sargento-Chefe. O futuro imperador tomou parte no desembarque anfíbio na Provença em 15 de agosto de 1944, durante a Operação Dragoon; combatendo no sul da França e na Alemanha até o fim da guerra na Europa em 1945. Ele permaneceu no exército, onde estudou rádio transmissão em Fréjus. Ele foi enviado para a escola de oficiais Prytanée militaire de Saint-Louis. Em 7 de setembro de 1950, Bokassa foi enviado para a Indochina como o oficial especialista de comunicações do batalhão Saigon-Cholon. Bokassa casou com uma vietnamita de 17 anos chamada Nguyễn Thị Huệ, com quem teve uma filha, a qual Bokassa registrou com cidadania francesa. Em 1953, o jovem capitão foi transferido da Indochina para a França afim de ensinar na escola de rádio transmissão de Fréjus. Ele deixou a mulher e a filha na Indochina pois acreditava que voltaria.

Bokassa ainda serviria na Argélia antes de ser transferido para o novo exército centro-africano em 1960, com o posto de chef de bataillon (major), tornando-se o primeiro coronel do país em 1º de dezembro de 1964. Ele se tornaria o presidente do país e depois se auto-proclamaria Imperador Bokassa I; destacando-se pelas excentricidades e brutalidade até ser derrubado pelos franceses na Operação Barracuda, em 21 de setembro de 1979. Jean-Bédel Bokassa foi condecorado durante o seu serviço militar com a Légion d'Honneur e a Croix de Guerre.

Retorno da operação ao pôr do sol de uma companhia de tirailleurs do 2/6e RIC.

Tirailleurs do 2/6e RIC cozinham um porco no espeto.

Bibliografia recomendada:

Leitura recomendada:

GALERIA: Construção de um posto no Camboja16 de outubro de 2020.

GALERIA: Legionários reparadores no Camboja, 8 de outubro de 2020.

GALERIA: Retomado do rochedo de Ninh-Binh pelos Tirailleurs Argelinos16 de outubro de 2020.

GALERIA: Operação de limpeza com blindados em Tu Vu25 de abril de 2020.

GALERIA: Retomado do rochedo de Ninh-Binh pelos Tirailleurs Argelinos16 de outubro de 2020.

Como construir melhores forças armadas na África: as lições do Níger8 de outubro de 2020.

GALERIA: Construção de um posto no Camboja

No posto, as posições localizadas no centro das faces são usadas para tiros de flanqueamento.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 16 de outubro de 2020.

Construção de um posto no Camboja, entre fevereiro e maio de 1952, sob a direção do Capitão Veillot, com a participação da 3ª companhia do 6º BCC (6e Bataillon de Chasseurs Cambodgiens/ 6º Batalhão de Caçadores Cambojanos).

O primeiro trabalho de construção de um posto: montagem da rede de arame farpado.

A mureta do posto eleva-se sob a proteção do morteiro de 81mm.

A instrução de morteiro 60mm na periferia do posto pela 3ª companhia do 6e BCC.

Caçadores da 3ª Companhia do 6e BCC atrás da sua metralhadora Browning .50 (12,7mm) protegendo o posto.

Bibliografia recomendada:

Leitura recomendada:

GALERIA: Legionários reparadores no Camboja, 8 de outubro de 2020.

GALERIA: Retomado do rochedo de Ninh-Binh pelos Tirailleurs Argelinos16 de outubro de 2020.

GALERIA: Blindados Anfíbios do 1er REC na Indochina2 de outubro de 2020.

GALERIA: Largagem paraquedista em Quang-Tri durante a Operação Camargue2 de outubro de 2020.

GALERIA: Bawouans em combate no Laos28 de março de 2020.

GALERIA: Operação Chaumière em Tay Ninh com o 1er BPVN16 de junho de 2020.

GALERIA: Operação de limpeza com blindados em Tu Vu25 de abril de 2020.

O que um romance de 1963 nos diz sobre o Exército Francês, Comando da Missão, e o romance da Guerra da Indochina12 de janeiro de 2020.

GALERIA: Retomada do rochedo de Ninh-Binh pelos Tirailleurs Argelinos

Os soldados do 2e BM/1er RTA avançam em direção ao rochedo de Ninh-Binh, no Tonquim em maio de 1951.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 16 de outubro de 2020.

Após a captura do rochedo de Ninh-Binh pelas tropas Viêt-Minh durante a ofensiva no Rio Vermelho (Rio Day), o General de Lattre de Tassigny ordenou aos tirailleurs argelinos que contra-atacassem; o que eles fizeram apoiados por morteiros leves. Durante a progressão para o rochedo, os homens assumiram posições e protegeram-se mutuamente por fogo e movimento ao atravessar o arame farpado.

O rochedo foi retomado pelo 2e BM/1er RTA (2e bataillon de Marche du 1er Régiment de Tirailleurs Algériens/ 2º Batalhão de Marcha do 1º Regimento de Tirailleurs Argelinos). Um tenente, seguido por sua seção, chegou ao local onde descobriria o corpo do Tenente de Lattre, filho do General de Lattre de Tassigny. Os últimos defensores se renderam quando a bandeira francesa foi hasteada no topo do pico rochoso.

Um campo de pouso foi montado para o helicóptero médico Hiller H-23. Um dos objetivos dos tirailleurs era recuper o corpo do Tenente Bernard de Lattre, filho do general comandante das forças na Indochina, para evitar que caísse nas mãos do inimigo, que o poderia usar para fins de propaganda. O resgate do corpo fora realizado pelo Comando 24 "Tigres Negros".

A unidade ali se manteve apesar de vários ataques noturnos do Viêt-Minh e irradiou na zona durante um mês e meio, infligindo graves perdas ao adversário, ao custo de cerca de cinquenta mortos e feridos. Uma vez substituído, o 2e BM/1er RTA retornou a Hanói para desfilar ali no 14 de julho de 1951.

Um tirailleur da 5ª companhia do 2e BM/1er RTA observa com binóculos o delta do Rio Vermelho de um dos rochedos de Ninh-Binh. 

Os tirailleurs se lançam em direção ao rochedo em lances sucessivos por fogo e movimento.

Um tirailleur fornece apoio de fogo com o fuzil-metralhador Châtellerault 24/29.

Um segundo-tenente seguido por sua seção avança com cautela no local retomado das tropas Viêt-Minh, eles vão descobrir o corpo do Tenente Bernard de Lattre de Tassigny, filho do general.

Um quadro da 5ª companhia aproxima-se da entrada com cuidado em uma entrada das muitas cavernas que trufam o local. É em uma delas que a seção do Segundo Tenente Lempereur encontrará o corpo do Tenente Bernard de Lattre de Tassigny, ali escondido para que não caísse nas mãos do inimigo.

Os escaramuçadores da 5ª companhia sobem ao topo de um dos rochedos. Os postos chamados de "rochedo" e "pequeno rochedo" serão tomados em três minutos. O Viêt-Minh, surpreendido com a forte reação francesa, perdeu ali uma centena de mortos e quinze prisioneiros, 101 fuzis, 26 submetralhadoras, 3 morteiros, 6 fuzis-metralhadores e uma metralhadora.

Os "Turcos" (apelido tradicional dos tirailleurs argelinos) do 2e BM/1er RTA avançam sob cobertura durante o contra-ataque a Ninh-Binh. À frente, um soldado armado com um fuzil MAS 36.

Em meio aos tiraulles está o Tenente Marengo, ao comando da 5ª companhia, e identificável graças à bengala que os seus soldados apelidaram de "mansuétude" e da qual nunca se separada. Em 14 de julho de 1951 em Hanói, ele foi premiado com uma citação à Ordem do Exército pelo General de Lattre de Tassigny.

Os últimos defensores Viêt-Minh no rochedo de Ninh-Binh são capturados pelos tirailleurs do 2e BM/1er RTA.

Bibliografia recomendada:


Leitura recomendada:


Um professor francês foi decapitado por um terrorista muçulmano em plena rua

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 16 de outubro de 2020.

Um professor de 47 anos foi decapitado no meio da rua na tarde desta sexta-feira (16/06) em Conflans Sainte-Honorine, no departamento de Yvelines. O ato descrito como "abominável" pela assembléia nacional francesa, foi perpetrado por um muçulmano, identificado pela imprensa apenas como S, por conta de uma caricatura de Maomé.

O agressor foi morto a tiros pela polícia na cidade vizinha de Eragny-sur-Oise. Ele tinha 18 anos e era desconhecido da polícia. Após o ato, ele postou uma foto da cabeça decapitada de sua vítima no Twitter, antes que fosse excluída pela rede social.

O assassinato aconteceu por volta das 17h perto de uma escola. A vítima era professor de história no colégio Bois d'Aulne. Ele havia feito recentemente um curso sobre liberdade de expressão, incluindo caricaturas de Maomé. Uma investigação foi aberta por "assassinato em conexão com uma empreitada terrorista" e "associação de mal-feitores criminosos terroristas", conforme informado pelo Ministério Público Antiterrorista (Parquet national antiterroristePnat).

Os policiais de Bac Conflans Saint-Honorine foram chamados no final da tarde por conta de um indivíduo suspeito que rondava o prédio de uma escola. Chegando ao local, a polícia encontrou o corpo da vítima e 200 metros mais à frente, em Eragny-sur-Oise, tentaram deter um homem com uma arma branca. O terrorista ameaçou os policiais e foi abatido a tiros.

Foi instalado um perímetro de segurança e acionado o serviço anti-bombas, por suspeita de colete explosivo.

O terrorista tirou uma foto segurando a cabeça do professor decapitado e publicou no Twitter, além de ameaçar policiais com uma faca; ainda assim, certos veículos de mídia o descreveram como "suspeito" ou "suposto autor". Uma incongruência no mínimo "orwelliana".

O ministro do Interior, Gerald Darmanin, em viagem ao Marrocos, decidiu retornar a Paris imediatamente. De Rabat, a capital do Marrocos, ele falou com o primeiro-ministro Jean Castex e o presidente Emmanuel Macron, conforme informado por sua comitiva. Ele participará de uma unidade de crise com Emmanuel Macron e Jean Castex, conforme informado pelo Twitter: "De volta a Paris, mantenho-me informado diretamente sobre a unidade de crise que abri, em conjunto com o Presidente da República e o Primeiro-Ministro. #Conflans"

O julgamento dos terroristas do atentado ao Charlie Hebdo aumentou a tensão. "Esta noite, foi dado mais um passo na violência terrorista em nosso país", disse o advogado de segurança interna Thibault de Montbrial no microfone do canal de notícias francês LCI.

"Meus contatos nos serviços de inteligência disseram que todo o espectro jihadista havia subido um degrau. [...] O contexto do julgamento do Charlie Hebdo contribuiu para essa tensão, mas, além disso, deve-se notar que o retorno dos jihadistas franceses, o fato de muitos deles terem sido libertados da prisão, significa que existe uma preocupação estrutural de que redes capazes de realizar ataques complexos, com procedimentos operacionais complicados, são capazes de recomeçar".

O ataque ocorre três semanas após o ataque de cutelo perpetrado por um paquistanês de 25 anos em frente ao antigo edifício do Charlie Hebdo, que esfaqueou quatro pessoas, duas delas ficando gravemente feridas. (Noticiado pelo Blog aqui)

Em clima de emoção, os deputados subiram à Assembleia Nacional para "saudar a memória" do professor decapitado e denunciar o "abominável atentado". Muito afetado, o presidente da sessão, Hugues Renson (LREM), falou pouco antes do final do debate às 20h00. “Ficamos chocados ao saber do terrível atentado ocorrido. Em nome da representação nacional, em nome de todos nós, desejo saudar a memória da vítima”.

Bibliografia recomendada:

Leitura recomendada:

Terrorismo: Ataque ao prédio antigo do Charlie Hebdo, 28 de setembro de 2020.


DOCUMENTÁRIO: A Alemanha e a Guerra Fria

Bibliografia recomendada:

Leitura recomendada:

GALERIA: A revolta anti-comunista na Alemanha Oriental de 1953, 26 de fevereiro de 2020.

VÍDEO: Alemanha Ano Zero19 de maio de 2020.

Preocupações do Pacto de Varsóvia: A Polônia e Alemanha Oriental não eram exatamente os melhores dos "aliados"8 de abril de 2020.

O identidade da Stasi do Putin foi encontrada em arquivo alemão11 de março de 2020.

FOTO: Fuga de Berlim Oriental2 de setembro de 2020.

FOTO: Diensteinheit IX, unidade especial da Alemanha Oriental5 de março de 2020.

COMENTÁRIO: Os intelectuais são o poder14 de setembro de 2020.

FOTO: Manobra na Alemanha ocupada, 2 de outubro de 2020.

FOTO: O Exército Federal da Áustria11 de agosto de 2020.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

FOTO: Sniper vietnamita durante a Operação Mouette

Sniper vietnamita de um dos batalhões paraquedistas da União Francesa durante a Operação Mouette, 4 de outubro de 1953.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog15 de outubro de 2020.

Na Indochina Francesa, um paraquedista vietnamita está em posição de observação e tiro na zona de Phu Nho Quan, à beira do Delta do Rio Vermelho, durante a Operação Mouette (Gaivota) em 4 de outubro de 1953. Nesta época, a União Francesa e o Viet Minh se digladiavam pelo controle do fértil Viet Bac na região do Tonquim, o norte do Vietnã.

Ele está armado com um fuzil semiautomático MAS 49 com luneta APX L806, comum aos atiradores de elite franceses da época. Essa luneta seria usado até o fim da Guerra da Argélia e além. O fuzil semiautomático é particularmente bom em ambientes fechados como a selva, permitindo tiros em sequência contra alvos que se expõe por apenas alguns poucos segundos.

Vídeo recomendado:


Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper.
Martin Pegler.

Leitura recomendada:

GALERIA: Operação Brochet no Tonquim3 de outubro de 2020.

FOTO: Posto sniper na Chechênia15 de outubro de 2020.

FOTO: Sniper na chuva16 de setembro de 2020.

FOTO: Sniper belga da SIE/ESI, anos 9030 de janeiro de 2020.

FOTO: Snipers irlandeses em manobras1º de fevereiro de 2020.

FOTO: Sniper do FORAD no CENZUB23 de janeiro de 2020.

FOTO: Sniper separatista na Ucrânia16 de maio de 2020.

FOTO: Posto sniper na Chechênia

Uma dupla sniper russa do MVD em um posto na Chechênia.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 15 de outubro de 2020.

O atirador usa um fuzil de precisão SV-98 (Snaiperskaya Vintovka Model' 1998 / Fuzil Sniper Modelo 1998) com silenciador enquanto o observador tem um fuzil de assalto OTs-14 Groza ("Tempestade"), em 7,62x39mm.

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper,
Martin Pegler.

Leitura recomendada:

FOTO: Gorka do FSB1º de maio de 2020.


A intervenção russa em Ichkeria, 16 de agosto de 2020.




GALERIA: Fuzileiros navais russos emboscados na Chechênia, 4 de fevereiro de 2020.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

GALERIA: Com os Tirailleurs Marroquinos na Operação Aspic na região de Phu My

Na região de Phu My, atiradores de elite da 2/1er RTM exibem uma bandeira Viêt-Minh encontrada durante a Operação "Aspic" realizada contra o Tieu Doan 300 e a Cong An ("segurança" Viêt-Minh) de Voung Tan.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 14 de outubro de 2020.

Operação Aspic (Áspide, víbora-áspide) com o 2/1er RTM e o 22e RIC  na região de Phu My, julha-agosto de 1951, na Cochinchina (sul do Vietnã).

A operação visava reduzir os depósitos de segurança de Voung Tan (Cabo Saint-Jacques) e os acantonamentos do TD 300 (Tiêû Doàn, batalhão Viêt-Minh) localizados ao longo da RC 15 (Route Coloniale 15/ Estrada Colonial 15). Fotos de Coutard Raoul para o ECPAD, focando exclusivamente nos tirailleurs (atiradores).

O TD 300 estava operando com elementos da temida Cong An, a "segurança" Viêt-Minh, era a formação responsável pela repressão política do Estado-subterrâneo Viêt-Minh, encarregada do aprisionamento e assassinato de potenciais adversários do futuro regime. A varredura francesa encontrou e libertou tais adversários políticos nas famosas "cages à tigres" (jaulas de tigre) do Viêt-Minh.

Dois destacamentos do 22º RIC (Régiment d’Infanterie Coloniale/ Regimento de Infantaria Colonial) e o comando Long Thanh chegaram ao local por terra; o 2/1er RTM (2e Bataillon de Marche du 1er Régiment de Tirailleurs Marocains/ 2º Batalhão de Marcha do 1º Regimento de Tirailleurs Marroquinos) foi trazido pela Marinha anfíbia.

Destruição por fogo da infraestrutura deserta do Tieu Doan 300 do Viêt-minh por tirailleurs marroquinos do 2/1er RTM.

Um tirailleur (atirador) do 2/1er RTM armado com uma carabina US M1 durante a Operação "Aspic".

Um sargento do 2/1er RTM aguarda ordem para retomar a progressão. Este quadro está armado com uma submetralhadora MAT 49 e equipado com um porta-carregador de lona, de confecção local.

O atirador de um fuzil-metralhador Châtellerault 24/29 e um dos seus companheiros do 2/1er RTM em Voung Tan.

Na região de Phu My, o capitão-médico do 2/1er RTM cuida de um "Tu Vé" (guerrilheiro Viêt-Minh) feito prisioneiro durante a Operação "Aspic", Voung Tan.

Soldados do 2/1er RTM preparam café no bivaque.

Soldados de 2/1er RTM colocaram um morteiro 60mm em bateria em direção a um destacamento Viêt-Minh, tentando desacelerar sua ação contra Voung Tan.

Padiola carregada por soldados do 2/1er RTM com um prisioneiro da temida Cong An, a "segurança" Viêt-Minh, em Voung Tan, durante a Operação "Aspic". Esta formação é responsável por aprisionar ou assassinar potenciais adversários do futuro regime. Vários presos políticos também foram libertados das "jaulas de tigre" pelos atiradores de elite durante esta operação.

Bibliografia recomendada:

Street Without Joy:
The French Debacle in Indochina.
Bernard B. Fall.

Leitura recomendada: