domingo, 5 de abril de 2020

Teledyne anuncia que o Estado francês se opõe ao seu desejo de comprar a Photonis

A Teledyne Technologies estava em "negociações avançadas com a Aridan para adquirir a Photonis por aproximadamente 550 milhões de dólares". (Créditos: Photonis)

Por Michel Cabirol, La Tribune, 5 de abril de 2020.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 5 de abril de 2020.

Em um documento enviado à SEC americana em 31 de março, a Teledyne revelou que havia sido "verbalmente" informada "de uma opinião negativa" pelo ministro da Economia e Finanças francês Bruno Le Maire sobre a aquisição da Photonis. A Teledyne ofereceu a Ardian 550 milhões de dólares para comprar essa pepita francesa.


A aquisição da Photonis pelo grupo americano Teledyne Technologies está muito perto de cair na água. Em um documento enviado em 31 de março à SEC (Comissão de Segurança e Câmbio), a Teledyne revelou que havia sido "verbalmente" informada no mesmo dia "de uma opinião negativa" do ministro da Economia e Finanças da França, Bruno La Maire. O grupo americano, portanto, não obteve uma autorização de investimento na França. "A Teledyne está atualmente esperando uma resposta por escrito" do Ministro da Economia, disse ele. Nesta nota, a Teledyne Technologies também confirmou que estava em "negociações avançadas (com o fundo francês Ardian, nota do editor) para adquirir a Photonis International SAS e suas subsidiárias por aproximadamente 550 milhões de dólares". Cabe à França confirmar sua recusa por escrito.

Alinhados sobre essa decisão, os Ministérios da Economia e das Forças Armas concordaram em dizer, no início de março, que a Photonis tinha que "permanecer soberana", segundo uma fonte familiarizada com o assunto. Florence Parly pressionou muito para acabar com esse investimento estrangeiro. E, nesse contexto, o Estado "não pode considerar uma opção de venda para uma empresa americana", explica uma fonte do Hotel de Brienne. "Acredita-se que seja soberana demais para ser cedida a um grupo americano". É bem claro que "não houve debate", argumenta o Hotel de Brienne. O grupo americano de engenharia e de eletrônica Teledyne estava em negociações exclusivas desde o início de fevereiro, como revelou a AFP em meados de fevereiro.

Por que o estado vetou

Nesse arquivo, o governo fez "uma análise apoiada e aprofundada do que a Photonis representa para o Estado francês". Esta empresa, com sede em Mérignac, é uma das líderes mundiais no projeto e fabricação de tubos intensificadores de luz nos setores aeronáutico, de pesquisa e defesa, bem como para aplicações em mercado comercial. Possui uma nova tecnologia digital que permitirá a comunicação não mais através do cobre, mas através da luz. Em geral, vendeu notavelmente seus equipamentos militares e de segurança para as forças especiais de todos os países da OTAN.



Além disso, a Photonis, que trabalha na detecção de nêutrons, envia seus equipamentos para o laser Megajoule e a direção das aplicações militares do CEA. Essa PME fabrica pequenos instrumentos que permitem contar nêutrons, medir fluxos de nêutrons que permitem controlar a maneira pela qual as reações nucleares podem ocorrer. "É fácil entender por que é um ator importante", observa-se no Ministério das Forças Armadas.

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