Mostrando postagens com marcador Tropas de Elite. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Tropas de Elite. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

O Comando das Forças Especiais do Exército dos EUA dissolveu unidades de elite

Boinas Verdes do 5º Grupo de Forças Especiais (Aerotransportado) vestindo o famoso uniforme Tiger Stripes (listras de tigre) durante um exercício conjunto em Fort Campbell, Kentucky, 14 de agosto de 2019.

Por Stavros Atlamazoglou, SOFREP Magazine, 4 de março de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 18 de setembro de 2020.

Atualização: O SOFREP descobriu que o 1º Comando de Forças Especiais reterá alguma capacidade de Ação Direta semelhante às CRF, embora significativamente menor do que o atual. O raciocínio por trás da decisão de reduzir o tamanho, entretanto, permanece o mesmo: as CRF são muito caras para sua utilidade.

Em uma decisão histórica para a comunidade das Forças Especiais, as companhias da Força de Resposta à Crise (Crisis Response Force, CRF) serão dissolvidas e seus operadores e equipamentos redistribuídos pela força.

As companhias CRF* são um quadro de elite de Boinas Verdes que se especializam em missões de Ação Direta (DA), Contraterrorismo (CT) e Resgate de Reféns (HR). Cada Grupo de Forças Especiais (1º, 3º, 5º, 7º e 10º) possui uma companhia CRF, e são consideradas reservas estratégicas de cada comando combatente em caso de emergência em todo o mundo. A CRF costumava ser chamada de companhias In-Extremis do Comandante (Commander’s-in-extremis Company, CIF).

*Nota do Tradutor: Os boinas verdes do fiasco na Venezuela vinham de uma CRF. O blog tratou deste assunto aqui.

A SOFREP apurou que o Comando de Operações Especiais do Exército dos Estados Unidos (United States Army Special Operations CommandUSASOC) em conjunto com o 1º Comando de Forças Especiais (1st Special Forces Command1st SFC) decidiram desmantelar as CRF por serem subutilizados e por falta de operadores.

A decisão, no entanto, se alinha com o pivô em andamento de operações de contraterrorismo (CT) e ação direta (DA) para guerra não-convencional (UW) e defesa interna estrangeira (FID), já que o Departamento de Defesa (DoD) está se afastando de contra-insurgências e se redirecionando para a um conflito entre-iguais com adversários como a Rússia e a China.

Operadores do CRF no Iraque.

Um movimento que prenunciou a decisão de dissolver as CRF ocorreu no início deste ano. Em janeiro, a embaixada americana em Bagdá foi sitiada por manifestantes iraquianos e milícias iranianas antes e depois do assassinato seletivo do major-general iraniano Qassem Soleimani. No entanto, o Comando Central (Central Command, CENTCOM), o comando combatente responsável por essa Área de Operações (Area of Responsibility, AOR), e o Comando Central de Operações Especiais (Special Operations Command Central, SOCCENT), um comando subunificado responsável pelas Operações Especiais no mesmo AOR, decidiram desdobrar um elemento dos Fuzileiros Navais em vez da Companhia A, 1º Batalhão, 5º Grupo de Forças Especiais (A/1/5), unidade CRF responsável pelo Oriente Médio. A mensagem foi clara - não precisamos de vocês.

Um operador sênior das CRF disse à SOFREP que “a CRF não tem sido empregada de forma proveitosa desde o final de 2011 e, além disso, a Força de Missão Nacional [Comando Conjunto de Operações Especiais] pode chegar lá com a mesma rapidez. É por isso que todos os outros estão no bloco a ser cortado”.

E aí está o problema. Quando você tem Unidades de Missão Especial de Nível 1, como a Delta Force e a SEAL Team 6, cuja função principal é responder a cenários de CT e HR em todo o mundo, as CRF parecem um tanto redundantes e um luxo. E administrar e manter companhias CRF está longe de ser barato.

Além das escolas de Operações Especiais padrão, todos os operadores das CRF devem passar pelo Curso de Reconhecimento Avançado das Forças Especiais, Análise de Alvos e Técnicas de Exploração (Special Forces Advanced Reconnaissance, Target Analysis, and Exploitation Techniques Course, SFARTAETC) e alguns pelo Curso de Atirador de Elite das Forças Especiais (Special Forces Sniper Course, SFSC), ambos os quais duram nove semanas. Muito tempo e dinheiro, portanto, é investido em uma capacidade que não está sendo utilizada.

Até o momento desta publicação, o USASOC não fez comentários.

Stavros Atlamazoglou
Editor chefe, veterano do exército grego (serviço nacional com o 575º Batalhão de Fuzileiros Navais e Quartel-General do exército), formado na Universidade Johns Hopkins. Você normalmente o encontrará no topo de uma montanha admirando a vista e se perguntando como ele chegou lá.

Bibliografia recomendada:






Leitura recomendada:

COMENTÁRIO: As Forças Especiais ainda são especiais?6 de setembro de 2020.


FOTO: Salto de amizade na Polônia30 de agosto de 2020.




terça-feira, 8 de setembro de 2020

Síria: Os "ISIS Hunters", esses soldados do regime de Damasco treinados pela Rússia

Formados e armados por Moscou, os "ISIS Hunters".

Por Stéphane MantouxFranceSoir, 30 de maio de 2017.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 8 de setembro de 2020.

Os "ISIS Hunters" (Caçadores do ISIS) formam uma unidade de elite do exército sírio, formada, treinada e equipada pela Rússia, como contrapeso à crescente influência iraniana no aparato militar do regime de Damasco. Stéphane Mantoux, associada de História, especialista em questões de defesa e observadora de referência do conflito Iraque-Síria, analisa, em parceria com o FranceSoir, esta força de elite do exército de Bashar al-Assad.

Os ISIS Hunters fazem parte do 5º Corpo do Exército Árabe Sírio, formado com o apoio da Rússia, a partir de novembro de 2016. A Rússia está de fato procurando contar com forças sírias sólidas para fortalecer as capacidades militares do regime, deliquescente antes da sua intervenção: daí a formação do 5º Corpo de Exército (com vocação “comando”, “anti-terrorista”), seguindo o do 4º Corpo de Exército. Mas enquanto este último pretendia colocar as milícias já existentes sob a tutela do regime, o 5º Corpo será composto unicamente de voluntários. A Rússia também está procurando formar forças que possam agir como contrapeso ao Irã, cujos objetivos na Síria diferem daqueles de Moscou.

Milicianos da "Legião Baath" do 5º Corpo do Exército Árabe Sírio em Alepo.

Na verdade, o 5º Corpo está enfrentando, apesar dos salários atraentes que são oferecidos, problemas de recrutamento: as lacunas são parcialmente preenchidas pelas brigadas do Partido Baath*. O 5º Corpo recebeu tanques T-62M e veículos blindados BMP-1 da Rússia, além de outros veículos logísticos. Esta unidade foi obviamente supervisionada por forças especiais russas (o que foi confirmado por uma fonte pró-Rússia); teria sido treinada em Latakia antes de ser desdobrada na frente de Palmira. Os ISIS Hunters teriam sido projetados para proteger instalações estratégicas dentro e ao redor de Palmira: o aeroporto militar, os acantonamentos, os campos de gás e petróleo.

Um helicóptero Hind russo sobrevoando as ruínas de Palmira.

Tropas da milícia baathista as-Saiqa ("tropa de assalto") totalmente equipados pelos sírios preparando-se para evacuar Beirute em setembro de 1982. Eles carregam retratos dos irmãos Assad, Yasser Arafat e Che Guevara. 

*Nota do Tradutor: O Partido Socialista Árabe Baʽath (em árabe: حزب البعث العربي الاشتراكي Ḥizb Al-Ba'ath Al-'Arabī Al-Ishtirākī) é um partido político fundado na Síria por Michel Aflaq, Salah al-Din al-Bitar e associados de Zaki al-Arsuzi em 1947. O partido defendeu o Baathismo (do árabe البعث Al-Baʽath ou Baʽath que significa "renascimento" ou "ressurreição"), que é uma ideologia que mistura interesses  do nacionalismo árabe, pan-arabismo, socialismo árabe e anti-imperialismo. O Baathismo clama pela unificação do mundo árabe em um único estado. Seu lema, "Unidade, Liberdade, Socialismo", refere-se à unidade árabe e à liberdade de controle e interferência não-árabe.

Após numerosos eventos, incluindo a divisão do partido em dois e o exílio dos seus fundadores, o Partido Baath chegou ao poder na Síria com um golpe em 1963-1966 - e depois com outro golpe de 1970 até os dias atuais - e no Iraque em 1963, derrubado do mesmo ano, e depois de 1968 a 2003.

ISIS Hunter com camuflado SEVER e capacete russos.

A Rússia está claramente procurando treinar tropas sólidas para o regime sírio, capazes de manter o terreno conquistado. Embora os ISIS Hunters sejam treinados com pessoal sírio, o treinamento russo é evidente. Ivan Slyshkin, 23, que serviu dois anos na Chechênia, integrou a companhia russa de segurança privada "Wagner", que opera a partir da base de Molkino em Krasnodar, onde se encontra a 10ª Brigada Independente do GRU (forças especiais), e enviou homens para a Síria desde a intervenção russa em 2015. Slyshkin foi morto em 12 de fevereiro de 2017 por um sniper durante uma operação perto do campo de gás de al-Shaer. Ele participou do treinamento dos ISIS Hunters. É provável que outros russos da companhia "Wagner" participem do treinamento da unidade.

O túmulo de Ivan Slyshkin, ex-soldado russo, integrante da companhia privada Wagner, morto na Síria em 12 de fevereiro de 2017.
Ele participou do treinamento dos ISIS Hunters.

A página do grupo no Facebook foi criada em 27 de fevereiro de 2017. A conta do grupo no Twitter apareceu no dia seguinte, 28 de fevereiro de 2017, poucos dias antes da retomada de Palmira pelo regime sírio. Um primeiro e curto vídeo, na forma de um trailer, mostra uma dúzia de combatentes, com fuzis de assalto Tipo 56-2, capacetes e coletes à prova de balas, movendo-se pelo deserto em torno de Palmira. Uma foto de 28 de fevereiro mostra nove soldados de infantaria, com capacetes, o mesmo uniforme e Tipo 56-2, em colunas no deserto. Em outro vídeo do mesmo dia, uma GoPro montada em um soldado de infantaria filma uma progressão em uma colina ao redor de Palmira; o usuário do GoPro mostra uma posição com uma metralhadora PK abandonada.

Em um vídeo de 1º de março, os ISIS Hunters filmam uma dúzia de corpos de combatentes do ISIS e posições subterrâneas nas quais se abrigavam. Outro vídeo mostrando a suposta destruição de um tanque do ISIS de perto se parece muito com uma encenação. O grupo anuncia lutar em direção ao aeroporto militar de Palmira, então na cidadela. Fontes russas indicam que os ISIS Hunters teriam desempenhado um papel importante no ataque ao aeroporto, sem dúvida auxiliados pelas forças especiais russas. Em um vídeo de 2 de março, um dos homens do grupo fala em árabe.

Uma foto de 4 de março mostra a bandeira do grupo atrás da qual pode ser visto um canhão D-30. Um vídeo do mesmo dia, acompanhado por um comentário provocativo sobre o Daesh, filmado com um smartphone, mostra as instalações subterrâneas do ISIS e vários corpos. No dia seguinte, uma foto é acompanhada por uma legenda indicando que os ISIS Hunters irão se guarnecer em Palmira e que a cidade nunca será retomada pelos jihadistas.

Uma foto de 6 de março mostra os ISIS Hunters nas catacumbas da Cidadela de Palmira. Em 12 de março, o grupo anunciou que estava pronto para a batalha de Raqqa. Um retrato do grupo de 15 de março mostra 13 combatentes do grupo. Uma publicação de 16 de março promete aos lutadores do EI que serão "esfolados vivos"(!). Em 19 de março, um vídeo exibido no anfiteatro de Palmira mostra um combatente sírio, falando em árabe, mas com legendas em inglês, convidando a se juntarem-se às fileiras dos ISIS Hunters.

Captura de tela do primeiro vídeo postado pelos ISIS Hunters, ainda armados com fuzis Tipo 56-2. A padronização de equipamentos já mostra a mão da Rússia por trás da unidade.

Em 23 de março, o Estado Islâmico lançou 120 homens em um ataque ao norte de Palmira: soldados sírios alegaram ter ajudado a repelir o ataque, matando 24 oponentes e ferindo 12. Um drone destruiu uma técnica do ISIS (um Land Cruiser com um bi-tubo ZU-23) conforme mostrado no vídeo. Em 28 de março, um vídeo filmado por drone mostra a destruição de uma posição de morteiro jihadista na estrada Damasco-Palmira; três homens são vistos fugindo de uma trincheira.

Reportagem do RUPTLY

Um membro do ISIS Hunters com um AKS-74U.
Captura de tela de uma reportagem do RUPTLY.

Um combatente dos ISIS Hunters com um AK-74M.
(RUPTLY)

No início de abril [de 2017], os ISIS Hunters ainda estavam operando para libertar os campos de gás ao redor de Palmira. Eles foram filmados pelo canal Russia Today: um deles está armado com um AKS-74U, outro com um AK-74M. Eles protegem uma instalação de gás ou óleo, perto da qual progridem um tanque e dois helicópteros russos Mi-28. Um site pró-russo do regime sírio, South Front, confirmou no final de abril de 2017 que o grupo é totalmente apoiado pela Rússia e especialmente composto por sírios da região de Homs, voluntários e tendo perdido membros de suas famílias nas mãos dos EI.

Em 23 de abril, os ISIS Hunters lutaram ao redor do campo de gás de al-Shaer, a noroeste de Palmira. O grupo teria usado principalmente seus RPG-7s e contava com o apoio de tanques T-72. No dia seguinte, o grupo filmou quatro corpos de combatentes do EI e dois fuzis de assalto na mesma área. Em 14 de maio, Ameer Ahmad Ahmad, um idoso membro do ISIS Hunters, foi filmado fazendo um discurso com legendas em inglês. Ele acusa notavelmente os Estados Unidos de estarem na origem do Estado Islâmico e denuncia o disparo de mísseis Tomahawks na base aérea de Shayrat. Em 24 de maio, um vídeo filmado por drone mostra um tanque T-55 do Daesh atingido por um morteiro a leste de Palmira (difícil dizer se o tanque foi completamente destruído).

Ameer Ahmad Ahmad, o combatente que fala em 14 de maio de 2017 em um vídeo no qual acusam os americanos de estarem por trás do ISIS e denunciam o ataque com mísseis na base de Shayrat.

O emblema do grupo é simples e evocativo: no centro, uma caveira sob uma mira (lembremos que a caveira é o emblema da Guarda Republicana Síria...), dois buracos de bala em ambos os lados, e o nome ISIS Hunters em inglês e árabe. Vermelho e preto referem-se às duas cores usadas na bandeira do regime sírio.

O emblema dos ISIS Hunters.

Bandeira da 104ª Brigada Mecanizada "Forças Tigre" da Guarda Republicana Síria.

Além de sua qualificação como unidade de "forças especiais", os ISIS Hunters não fazem muita propaganda do regime sírio, mesmo que a associação seja evidente, principalmente nos vídeos. Deve-se mencionar que a conta do Twitter e a página do Facebook, criadas quase simultaneamente, disponibilizam vídeos onde as falas em árabe são sistematicamente legendadas em inglês (o que não é necessariamente o caso das propagandas em árabe). Devemos, sem dúvida, ver a mão da Rússia, ansiosa por garantir uma certa visibilidade a esta pequena unidade de forças especiais, servindo como uma "vitrine".

Os ISIS Hunters, como unidade de forças especiais, não devem ter uma equipe grande: no máximo, os vídeos mostram cerca de dez homens juntos. Um vídeo do Ruptly em 3 de março mostra cerca de 20 combatentes. O recrutamento é sírio, mas não há dúvidas sobre a supervisão russa. Alguns sírios na unidade são particularmente idosos.

ISIS Hunters posando com um prisioneiro do ISIS  na Ilha de Hawijah Kate.
A fonte alegava terem feito 250 prisioneiros.

A mão da Rússia também é vista no equipamento: uniforme padronizado (com camuflagem russa "MultiCam" no capacete), capacetes, coletes à prova de balas. Quanto ao armamento, é composto de acordo com as imagens de fuzis de assalto Tipo 56-2 para todos os soldados de infantaria, sem serem visíveis as armas coletivas, exceto no vídeo de 3 de março, onde vemos um atirador de RPG-7 com 2 municiadores e uma metralhadora RP-46, velha e bastante rara. Um drone armado foi usado em 23 de março contra uma técnica do ISIS. Um canhão D-30 é visível atrás da bandeira da unidade em uma fotografia. As armas visíveis em abril (AK-74M, AKS-74U) mostram uma melhora crescente nos meios disponibilizados pela Rússia à unidade.

Bibliografia recomendada:

Estado Islâmico:
Desvendando o exército do terror.
Michael Weiss e Hassan Hassan.

Technicals:
Non-Standard Tactical Vehicles from the Great Toyota War to modern Special Forces.
Leigh Neville.

Leitura recomendada:

Os condutores da estratégia russa16 de julho de 2020.

Dividendos da Diplomacia: Quem realmente controla o Grupo Wagner?22 de março de 2020.

General russo foi morto em ataque com IED na Síria3 de setembro de 2020.

FOTO: Infantaria contra carros de combate6 de setembro de 2020.

FOTO: Entre dois leões na Síria4 de setembro de 2020.

GALERIA: Os fuzis AK-74M da Síria29 de agosto de 2020.

FOTO: Posto defensivo das Spetsnaz do GRU na Síria27 de julho de 2020.

GALERIA: Uso operacional do VSK-94 pelas Forças Armadas Árabes Sírias14 de julho de 2020.

domingo, 30 de agosto de 2020

FOTO: Salto de amizade na Polônia

Sargento americano ajustando o arnês de um paraquedista polonês.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 30 de agosto de 2020.

O Sargento de 1ª classe Robert Baker, 10º Grupo de Forças Especiais, completa a checagem de mestre de salto do paraquedista polonês Rafal Nenlcin em preparação para o salto conjunto durante o exercício Double Eagle '95, na base de Wedryzn, na Polônia, em 10 de setembro de 1995.

O 10th Special Forces Group (Airborne) foi criado em 19 de junho de 1952 e tem como sua área de atuação a Europa. Inicialmente foi planejado que metade do 10th SFG(A) fosse composto de voluntários estrangeiros europeus através do Lodge Act, mas esse número jamais foi atingido. Um dos mais célebres boinas verdes do 10th SFG(A) foi o Major Larry Thorne, o veterano de 3 exércitos.

O 10th SFG(A) também chegou a atuar no Oriente Médio durante a Guerra Fria, incluindo o Líbano, a Jordânia, o Iêmen, o Irã e auxiliando forças tribais curdas. Elementos do 10th SFG(A) também participaram de missões humanitárias no Congo, Somália e Ruanda.

Áreas de atuação dos Grupos de Forças Especiais.
(Special Forces / Tom Clancy)

Bibliografia recomendada:

Special Forces:
A Guided Tour of U.S. Army Special Forces,
Tom Clancy.

A histórica secreta das Forças Especiais,
Éric Denécé.

SPEC OPS
Case Studies in Special Operations Warfare: Theory and Practice,
William H. McRaven.

World Special Forces Insignia,
Gordon L. Rottman e Simon McCouaig.

Leitura recomendada:

Os Boinas Verdes do Lodge Act18 de agosto de 2020.

É por isso que as Forças Especiais do Irã ainda usam boinas verdes4 de janeiro de 2020.

Barry Sadler e a história por trás da Balada dos Boinas Verdes7 de fevereiro de 2020.

PERFIL: Ivica Jerak, o croata que morreu como um herói americano4 de junho de 2020.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

FOTO: Kaibiles na inauguração da Escuela de Comandos

Kaibiles durante a abertura da Escuela de Comandos (Escola de Comandos), em 5 de dezembro de 1974. À esquerda da insígnia Kaibil, o futuro General Pablo Nuila Hub. 

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 17 de agosto de 2020.

A Escola de Comandos, em Melchor de Mencos, na Guatemala, foi renomeada três meses depois como Centro de Adiestramiento y Operaciones Especiales Kaibil (Centro de Adestramento e Operações Especiais Kaibil). Em 12 de janeiro de 1989, a escola foi transferida para Poptún, ainda no departamento de Petén.

Os Kaibiles atualmente estão inseridos na Brigada de Operaciones Especiales "General de Brigada Pablo Nuila Hub":
  • Batallón de Fuerzas Especiales “Kaibiles”;
  • Brigada de Paracaidistas "General Felipe Cruz";
  • I Batallón de Paracaidistas;
  • II Batallón de Paracaidistas;
  • Escuela Militar de Paracaidismo.
Bibliografia recomendada:

Los Kaibiles.
General Jorge Antonio Ortega Gaytán.

Leitura recomendada:







terça-feira, 14 de julho de 2020

Corpo de Comandos do Exército Nacional Afegão

Soldado comando do ANA ao lado de um operador especial dos EUA durante a Operação Enduring Freedom.

Por Eric SOF, Spec Ops Magazine.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 14 de julho de 2020.

No Exército do Afeganistão, o Corpo de Comandos do Exército Nacional Afegão desempenha o papel principal, mas começar do início. Em 2007, o Exército Nacional Afegão (ANA) formou seu primeiro batalhão de comandos (ANACDO), o qual possui a mesma estrutura e treinamento dos Rangers do Exército dos EUA, que mais tarde se tornaram parte da Brigada de Comandos do ANA. O objetivo geral era melhorar a situação de segurança no país e criar uma certa força capaz de lutar contra o terrorismo e a insurgência.

Um grupo de combate de comandos do Exército Nacional Afegão realiza exercícios de tiro real durante o treinamento em Camp Pamir, província de Kunduz, Afeganistão, 13 de fevereiro de 2018

Mais tarde, a Brigada de Comandos do ANA se tornou o Corpo de Comandos do Exército Nacional Afegão.

História


O projeto foi iniciado sob a supervisão das Forças Armadas dos EUA e incluiu vários treinamentos conjuntos, dirigidos por instrutores americanos (principalmente das Forças Especiais do Exército dos EUA - os Boinas Verdes). O treinamento básico do ANACDO dura 3 meses e inclui habilidades táticas avançadas, habilidades avançadas de infantaria, além de treinamento em primeiros socorros e gerenciamento tático sob fogo, semelhante ao padrão mundial. A missão americana lá foi totalmente usada como treinamento e equipamento, de modo que basicamente eles assumiram a gestão completa da educação e do treinamento.

Soldados afegãs, servindo em apoio às forças especiais afegãs, durante uma visita surpresa da democrata Nancy Pelosi ao país em outubro de 2019. (Reuters)

Os primeiros batalhões dos Comandos do ANA foram equipados pelos padrões militares americanos, que acabaram transformando os comandos do ANA em um componente militar de elite das forças de segurança do Afeganistão, capaz e pronto para aceitar todos em suas fileiras, incluindo mulheres que podem passar por um rigoroso treinamento de seleção.

Nos próximos anos, eles superaram dezenas de operações e tarefas ao lado da ISAF e das forças parceiras americanas e ganharam experiência até 2011, quando o Exército Nacional do Afeganistão decidiu ativar o Comando de Operações Especiais do ANA (ANASOC). A nova sede das forças especiais foi assinada pelo Chefe do Estado-Maior Geral em abril de 2011. O objetivo era que o ANASOC continuasse a desenvolver e implementar seus planos de mão-de-obra, treinamento e equipamento de suas forças, ao mesmo tempo em que alcançava efeitos no campo de batalha.

Kandak de comandos afegãos em 2011.

O desenvolvimento do ANASOC continua sendo um componente crítico da estrutura de força e estratégia gerais para sustentar a transição para a liderança de segurança afegã.

Para a OTAN e a ISAF (forças de coalizão), a criação do ANASOC foi considerada uma grande ajuda para a segurança geral e para a luta contra insurgentes e terroristas, especialmente na guerra nas montanhas e no setor doméstico (para soldados afegãos).

Organização

Após sua criação, o QG do ANASOC em 2011 consistia em 7.809 ANACDO e 646 ANASF (Forças Especiais do ANA). As taxas de graduação para os operadores do ANACDO e do ANASF permaneceram estáveis e estão dentro do cronograma para cumprir as metas de resistência final. De outubro de 2011 a março de 2012, a Escola de Excelência do ANASOC produziu um total de 1.817 novos comandos e 183 novos operadores das forças especiais.

Comandos afegãos se preparam para uma missão de assalto aeromóvel partindo da Forward Operation Base Airborne, Afeganistão, 28 de setembro de 2009.
(Foto do Sgt. Teddy Wade/Exército dos EUA)

O desenvolvimento de questões de segurança com insurgência aumentou a capacidade do ANASOC e direcionou a criação de novos kandaks (batalhões). Até 2015, aproximadamente 10.700 militares estavam sob o comando do ANASOC. O ANASOC estava agrupado em 10 kandaks geograficamente dispersos pelo Afeganistão.

Objetivos e tipos de missões

Os comandos do ANA (ANACDO) são treinados para realizar todos os tipos de missões e operações especiais contra forças hostis em todos os ambientes. Eles são treinados para guerra urbana e guerrilha, busca de combate e reconhecimento. Os comandos do ANA também são capazes de lidar com situações de tomada de reféns, mas seu principal objetivo é gastar todo tempo possível para ajudar o povo afegão; portanto, não é incomum ver os comandos do ANA escoltando comboios de ajuda humanitária ou vê-los distribuindo ajuda humanitária diretamente.

Grupo de Forças Especiais dos EUA e Comandos do ANA durante a Operação Enduring Freedom.

Eles alcançaram a capacidade de conduzir operações independentes em todo o Afeganistão e, quando engajados, o ANACDO vence decisivamente. Quase todos os kandaks de operações especiais, incluindo membros do ANACDO, estavam conduzindo operações independentes em nível de companhia, e vários realizaram missões unilaterais conduzidas pela inteligência afegã reunidas sem o envolvimento de forças de operações especiais da coalizão. Unidades comando rotineiramente realizavam ataques noturnos de forma independente, usando sua própria inteligência para conduzir suas operações.

Equipamento


Como já mencionado, o equipamento e atende aos padrões militares dos EUA; portanto, os comandos do ANA costumam usar armas padrão de nível militar dos EUA, incluindo:
  • Fuzil de assalto M16;
  • Carabina M4;
  • Metralhadora leve M249;
  • Metralhadora M240;
  • Lança-granadas M203;
  • Além de outras armas principalmente produzidas no ocidente.
Os comandos do ANA geralmente usam o Humvee americano como seu veículo principal. O Humvee é conhecido por sua grande mobilidade e proteção sólida contra armas pessoais. Eles distinguem entre outras unidades do ANA por suas Boinas Vermelhas.


Hoje, o quartel-general do Corpo de Comandos do Exército Nacional Afegão está localizada em Camp Morehead, província de Wardak, Afeganistão e possui cerca de 21.000 comandos (2017). Os comandos compreendem 7% das forças de segurança nacional afegãs, mas conduzem de 70% a 80% dos combates.

Leitura recomendada:

GALERIA: Graduação no ANASOC13 de abril de 2020.




GALERIA: Exercício "Shamrakh 1"12 de março de 2020.

FOTO: Operadores paquistaneses21 de abril de 2020.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

COMENTÁRIO: Era uma vez a BERKUT

A unidade BERKUT na praça Maidan.
(Imprensa ucraniana)

Por Eric SOF, Spec Ops Magazine, 6 de outubro de 2012.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 10 de julho de 2020.

Berkut era um sistema de unidades especiais da polícia ucraniana dentro do Ministério do Interior e eles eram sucessores das forças especiais soviéticas ucranianas comumente conhecidas como OMON (Unidade Policial de Propósitos Especiais).

Eles eram considerados diretamente designados ao Ministério de Segurança Pública. Berkut era um acrônimo para "Unidade separada para tarefas especiais da milícia" traduzido do ucraniano. Foi dissolvida após as manifestações de Maidan, quando os membros da Berkut eram suspeitos de usar força ilegal contra seus cidadãos. Antes disso, a Berkut tinha uma unidade em todas as principais cidades ou regiões do país. Além de várias outras unidades policiais especiais, a Berkut da Ucrânia tornou-se o nome de todas as unidades especiais da polícia ucraniana. Além disso, o significado de Berkut na tradução pode ser interpretado como a águia dourada.

A unidade BERKUT na praça Maidan.
(Imprensa ucraniana)

A História da Berkut

As ordens para a organização das unidades policiais da OMON para fins especiais na Ucrânia soviética foram emitidas em 28 de dezembro de 1988. As primeiras unidades foram formadas nas cidades de Kiev, Dnipropetrovsk, Odesa, Lviv e Donetsk. Após a queda da União Soviética, foi decidido manter as unidades OMON em todas as principais áreas. Isso aconteceu em 16 de janeiro de 1992. As ordens formariam uma nova unidade de reação rápida chamada Berkut. Ela foi totalmente implementado no início de 1993.

Responsabilidade da Berkut

As principais responsabilidades da unidade Berkut eram a segurança da ordem pública ou a manutenção da ordem civil durante atividades públicas em massa, como manifestações, desfiles, eventos esportivos, shows e muito mais. Também em locais onde há maior atividade criminosa, a Berkut entra em cena. Mais tarde, a Berkut recebeu várias novas responsabilidades, como proteção de VIP (very important person/pessoa muito importante) e proteção de testemunhas para pessoas envolvidas em depoimentos em casos importantes e perigosos.

A unidade BERKUT.
(Imprensa ucraniana)

Organização

A Berkut era uma unidade de reserva do Ministério do Interior da Ucrânia e eles foram divididos em bases regionais dentro dos ministérios regionais. Desde 1997, eles estavam sob supervisão direta da GUBOZ (Diretoria de Combate ao Crime Organizado). Com a formação de outras unidades de resposta rápida denominadas Sokol (Águia) sob a diretiva GUBOZ, a Berkut foi transferida por uma diretiva da Diretoria de Segurança Pública para o Ministério do Interior da Ucrânia.

Membros da BERKUT com suas boinas vermelhas.
(Imprensa ucraniana)

Dependendo da região, os batalhões da Berkut eram numerados entre 50 e 600 membros. Depende também da unidade de deslocamento onde pode ser na forma do regimento. Desde janeiro de 2008, a unidade era composta por dois regimentos, seis batalhões e 19 linhas separadas. Eles tinham aproximadamente 3250 membros. Um regimento estava em Kiev, enquanto o outro estava localizado na Criméia. O principal sinal de reconhecimento para os membros da Berkut era a boina vermelha como parte de seus uniformes cerimoniais.

Distintivo da BERKUT.
(Polícia ucraniana)

A Berkut foi a sucessora da OMON ucraniana soviética e, durante muito tempo, eles foram responsáveis por operações policiais de alto risco envolvendo crises e prisões de reféns, entre as funções acima mencionadas. Eles foram dissolvidos da forma que existiam após os eventos de Maidan. O novo governo responsabilizou a Berkut pela maior parte das cem mortes de civis e o Ministro do Interior ucraniano Arsen Avakov assinou um decreto que dissolveu a agência, a qual foi substituída pela Guarda Nacional da Ucrânia.

Em março de 2014, as unidades Berkut estacionadas na República Autônoma da Criméia e em Sebastopol desertaram para o Ministério do Interior da Rússia durante a anexação da Criméia pela Rússia, depois que os territórios foram aprovados como sujeitos federais.

A Berkut efetivamente se tornou uma agência da Rússia quando as unidades foram autorizadas a preservar seu nome antigo, e agora servem dentro da Guarda Nacional da Rússia como gendarmerie da Criméia.

Bibliografia recomendada:


Leitura recomendada:

FOTO: Gorka do FSB1º de maio de 2020.









FOTO: Spetsnaz das SSO na Síria, 16 de maio de 2020.