Enfermeira motorista prepara uma maca, Rivoli, Argélia, outubro de 1943.
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 9 de abril de 2021.
Instaladas em um acampamento em Rivoli, a sudeste de Mostaganem, na Argélia, as motoristas voluntárias da 531ª Companhia de Transporte Médico (531e Compagnie Sanitaire de Transport, 531e CST) cuidam de suas ocupações. Algumas estão se preparando para a partida em uma missão, outros, retornando de sua missão, estão ocupadas fazendo a manutenção de seus veículos, ambulâncias Dodge WC 54 (lubrificação, enchimento de pneus, troca de rodas, reabastecimento de combustível). Seu cotidiano é ilustrado por refeições, confecção de roupas e descanso.
Seu recrutamento é principalmente feminino. As voluntárias, apelidadas de "chaufferettes", além da formação como motorista, receberam formação médica sancionada com a concessão de diploma de ambulância que os autoriza a usar a insígnia da Cruz Vermelha. O símbolo da unidade é um Pato Donald representado como um socorrista para marcar a missão de saúde. A companhia é composta por quatro seções de 20 ambulâncias Dodge e comandada pelo Capitão Abdon Monsang.
Criada em fevereiro de 1943 na região de Orã, a companhia dependia do 27º Esquadrão de Logística (27e escadron du Train) e combatia dentro da CEF (Corpo Expedicionário Francês) então do 1º Exército, e serviria na campanha da Itália. As motoristas-enfermeiras seriam apelidadas de "Rochambettes" e de "Marinettes" (caso fossem da marinha).
Distintivo da 531e CST com o Pato Donald.
Duas voluntárias com suas bonecas mascotes.
Vista geral do acampamento da 531ª em Rivoli, na Argélia, outubro de 1943. As ambulâncias Dodge WC 54 estão organizados em ordem de saída para um exercício noturno. Esse tipo de ambulância, a mais utilizada em todo o conflito, pode transportar quatro feridos deitados em macas ou seis sentados.
Uma motorista voluntária garante a manutenção dos veículos.
Posando e com graxa no rosto, uma motorista se limpa com ajuda do retrovisor após uma sessão de lubrificação do veículo. Na porta da ambulância está a insígnia da companhia, um Pato Donald socorrista.
Duas motoristas voluntárias conduzem a manutenção das ambulâncias.
Duas voluntárias ao volante após um exercício. Os capacetes M26 Adrian possuem a insígnia das tropas coloniais, contendo uma âncora.
“Enquanto uma equipe da companhia de transporte médico se prepara para o exercício e carrega as macas da ambulância, os camaradas do acantonamento tricotam, remendam”, diz a legenda original. No quintal de uma fazenda perto de Rivoli, a sudeste de Mostaganem, outras motoristas penduram roupas ou preparam seus equipamentos com seus colegas homens. Na entrada da fazenda, está pintada a insígnia do 28e du Train, esquadrão de Orã.
Uma motorista da 531ª Companhia de Transporte Médico realiza "a tarefa de reabastecer antes da manobra". Ela está vestida com as uniformes de combate regulamentares: casquete (boné de polícia) americano com cruz de metal vermelha, camisa de sarja com gravata cáqui, braçadeira com cruz vermelha e insígnia de motorista em feltro preto passando pela abertura do ombro esquerdo, calças de malha, polainas de lona e borzeguins.
Uma motorista voluntária da 531ª Companhia de Transporte Médico dirigindo uma ambulância Dodge. No painel, o mascote da companhia.
Bibliografia recomendada:
A Mulher Militar: Das origens aos nossos dias. Raymond Caire.
Por Blake Stilwell, Military.com, 18 de março de 2021.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 20 de março de 2021.
Para os veteranos que viajam para o exterior, o uso de animais de serviço pode ser difícil, dependendo do país que estão visitando. O turismo e as viagens de negócios podem ser afetados por limitações ao acesso de animais.
Onde há vontade, há pelo menos possibilidades, como mostrou a veterana da Força Aérea americana (USAF), Melanie Boling, em uma recente viagem ao Peru. Os regulamentos para visitar Machu Picchu proibiam cães, mas a lei peruana permitiu.
Bastou descobrir uma maneira de conectar os dois regulamentos díspares.
Boling serviu nos assuntos mortuários da Força Aérea, operando no Aeroporto Internacional de Bagdá em 2003. Depois de deixar o serviço ativo em 2004, ela trabalhou para uma empresa contratante de segurança. Hoje, ela frequenta a Universidade de Harvard, estudando conservação e política ambiental. Ao mesmo tempo, ela dirige uma organização sem fins lucrativos que ensina crianças no terceiro mundo sobre conservação e fotografia.
“Em alguns desses lugares, eles não têm eletricidade ou meios para processar filme, então usamos filme instantâneo”, disse Boling. “Dar a uma criança uma câmera que mostra uma foto é algo de que ela se lembrará. Então, enquanto fazemos pesquisas científicas, eles estão aprendendo sobre a importância de conservar seus próprios quintais.”
Machu Picchu.
Uma viagem de reconhecimento para sua organização sem fins lucrativos a trouxe ao Peru inicialmente, mas nenhuma viagem à Cordilheira dos Andes estaria completa sem uma visita a Machu Picchu.
Restava apenas um problema: em 2018, Boling sofreu um derrame aos 37 anos que a deixou com problemas nos olhos e na visão. Hoje, ela precisa da ajuda de seu pastor alemão, River Roux, um cão de serviço certificado.
River Roux tem guiado Melanie Boling desde 2018. (Cortesia de Melanie Boling)
Machu Picchu é o local de uma propriedade real em ruínas do imperador inca, datada de 1450. As ruínas, agora um patrimônio mundial da UNESCO, ficam a uma altitude de quase 8.000 pés (2.438m). O governo peruano presta muita atenção nos visitantes das antigas ruínas.
“Há pessoas que abusam dos sistemas de cães de serviço”, disse Boling. “No Peru, eles permitem animais de apoio emocional, mas eles não têm permissão para subir a Machu Picchu. Combinamos com nossos guias - que farão de tudo para ajudá-lo a chegar aonde deseja - para resolver o problema com o Peru”.
A letra da lei no Peru afirmava que apenas “cães-guia” teriam acesso ao local com seu acompanhante. Boling conseguiu demonstrar sua dependência de River Roux, e o cachorro foi liberado pelo governo.
Boling e Roux em Machu Picchu. (Cortesia de Melanie Boling)
Quando a dupla chegou ao topo da montanha, os guardas e a polícia continuaram a parar Boling e River Roux.
“Começou a ficar frustrante”, disse ela. “Eu disse ao meu guia que temos permissão para estar aqui e perguntei por que continuamos sendo parados. Ele me disse que é porque ela foi a primeira a estar aqui. O primeiro animal de serviço em Machu Picchu. Todos queriam fotos.”
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 3 de março de 2021.
Imagens de mulheres do Exército Francês, PFAT (Personnel Féminin de l'Armée de Terre), fotografadas por Camus Daniel para o ECPAD em serviços de apoio no Tonquim, norte da Indochina, em março de 1954.
As mulheres militares ocupavam muitos empregos: secretárias e datilógrafas, operadoras de mesa telefônica, operadores de cinema, gerentes de foyers, assistentes sociais, paramédicas e enfermeiras, bem como em dobragem e conserto de pára-quedas.
Dobragem de pára-quedas.
Datilografia.
Central telefônica.
Telex.
Manutenção de uma ambulância Dodge.
Lavagem da ambulância Dodge.
Bibliografia recomendada:
A Mulher Militar: Das origens aos nossos dias. Raymond Caire.
A contribuição da Noruega no Mali de dezembro de 2020 até o final de maio de 2021 inclui uma aeronave de transporte C-130J Hercules para a MINSUMA. Essa contribuição para o transporte é denominada NORTAD III e consiste em quase 70 militares - incluindo tripulantes, técnicos e outro pessoal de apoio. Esta é a terceira vez que a Noruega faz uma contribuição aérea para a MINUSMA; as duas primeiras vezes foram em 2016 e 2019.
Além do Hercules, nove noruegueses dirigem o campo Bifrost, nos arredores da capital Bamako (um campo mantido desde 2016), e seis oficiais noruegueses no quartel-general militar da MINUSMA em Bamako, uma contribuição que a Noruega faz desde 2013.
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 7 de fevereiro de 2021.
Introdução de combate em zona urbana dos novos graduados do 54e RA (54e Régiment d'Artillerie/ 54º Regimento de Artilharia) sob o comando do Ten. Louis no campo de Garrigues em 5 de fevereiro de 2021.
O 54e RA é um regimento do Exército francês, estacionado em Hyères, especializado em artilharia anti-aérea com mísseis terra-ar Mistral. Ele é o herdeiro do 54e RAC (Régiment d’Artillerie de Campagne/ Regimento de Artilharia de Campanha) veterano da Primeira Guerra Mundial, destacando-se em Verdun em 1916 e 1917, em Malmaison em 1917 e no Flandres em 1918. Sua bandeira carrega em letras de ouro a inscrição:
VERDUN 1916
LA MALMAISON 1917
FLANDRES 1918
Em 19 de maio de 1925, o regimento desembarcou em Casablanca para participar das operações de pacificação no Marrocos durante a Guerra do Rif, nas regiões de Oued Leben, Hassi Medlon e Hassi Guenza até 11 de novembro do mesmo ano - retornando a Lyon em 17 de novembro de 1925 - sob a designação de 1924 de 54e RAD (Régiment d’Artillerie Divisionnaire/ Regimento de Artilharia Divisionária). O regimento foi reorganizado em 1926, para um grupo de canhões de 65mm (grupo de artilharia de montanha), dois grupos de 75mm e dois grupos de 155mm. Em 5 de maio de 1929, após ter sido gradualmente abastecido com soldados de origem argelina e depois marroquina, o regimento passou a se chamar 54e RANA (Régiment d’Artillerie nord-africaine/ Regimento de Artilharia Norte-Africano).
Em 31 de agosto de 1939, com a mobilização francesa de 1939, o regimento se multiplicou no 54º RANA e no 254º RANA (regimento de artilharia pesada, canhões de 155mm hipomóveis) e deu origem ao XI Grupo de Artilharia de Costa. Junto com o 254e RANA, fez parte da artilharia da 1er DINA (1re Division d’Infanterie nord-africaine/ 1ª Divisão de Infantaria Norte-Africana). Essa divisão seria destruída em 1940, com elementos fugindo para a Inglaterra. O regimento recriado lutaria pela França Livre na Tunísia, Itália, França e Alemanha; terminando a guerra em Friburgo na Brisgóvia.
Por suas raízes norte-africanas, o regimento usa a Cruz Xarifiana marroquina e a Meia-Lua muçulmana.
Artilheiro com a meia-lua no braço.
Desde 1º de janeiro de 2011, o 54e RA faz parte da Base de Defesa de Toulon e é apoiado pelo Grupo de Apoio à Base de Defesa de Toulon, criado na mesma data. O regimento faz parte da 3ª divisão, dentro da Force Scorpion (Força Escorpião, com 50 mil homens) desde 1º de julho de 2016.
O campo de Garrigues abriga um dos muitos CFIM (Centres de formation initiale des militaires du rang/ Centro de Treinamento de militares graduados). Os CFIM são responsáveis por garantir o treinamento geral inicial (formation générale initiale, FGI) com duração de 12 semanas para todos os EVI do Exército (engagés volontaires initiaux/ engajados voluntários iniciais). Essas 12 semanas são precedidas por uma semana de incorporação ao treinamento profissional e são seguidas por um período de "aclimatação" de volta ao regimento, incluindo uma semana de licença.
O CFIM não é um treinamento autônomo. Na medida do possível, é apoiado por um regimento da brigada beneficiária.
Existem dois tipos de enquadramento (supervisão) no CFIM:
Enquadramento permanente (de cerca de vinte a 60 pessoas), atribuída ao CFIM, responsável pelo comando da organização, operação e treino especializado (ex: instrutor desportivo).
Enquadramento rotativo: supervisão das seções de treinamento sob as ordens do comandante da unidade do enquadramento permanente.
Além do CFIM SMITer no campo de Garrigues:
CFIM 2 BB em Valdahon;
CFIM 7 BB em Verdun;
CFIM 7 BB em Carpiagne;
CFIM 3 BM à Angoulême;
CFIM 11 BP em Caylus;
CFIM 27 BIM em Gap;
CFIM 9 BLBMA em Coëtquidan;
CFIM 6 BLB em Fréjus;
CFIM BR em Bitche;
CFIM BLOG;
CFIM no 1er BM/BTAC.
CFIM ocasional: CFIM em St Maixent.
Bibliografia recomendada:
Concrete Hell: Urban warfare from Stalingrad to Iraq. Louis A. DiMarco.
Instrutora israelense com um lança-granadas automático Mk 47 Striker.
O Mk 47 ou Striker 40 é um lançador de granadas automático de 40mm com um sistema de controle de fogo integrado, capaz de lançar granadas de explosão de ar inteligentes e programáveis de 40mm, além de várias munições não-guiadas. O Mk 47 possui a mais recente tecnologia de detecção, mira e balística. O Lightweight Video Sight produzido pela Raytheon, o sistema de controle de tiro do Mk 47, utiliza o que há de mais moderno em telêmetro a laser, visão noturna I2 e tecnologia de computador balístico.
Além de ser capaz de disparar todas as munições de 40mm de alta velocidade padrão da OTAN, como o lançador de granadas Mk 19, ele pode disparar granadas inteligentes MK285 que podem ser programadas para explodir após uma distância definida. Uma mira computadorizada permite que o usuário defina essa distância.
O modelo Mk 47 Mod 0 da Força de Defesa de Israel (FDI) foi adquirido por um contrato de $ 24,9 milhões de dólares assinado em 2010 para 130 unidades. As entregas foram programadas para começar em janeiro de 2012 e a serem concluídas em agosto de 2012 para substituir o Mk 19.
Um Guarda de Defesa de Aeródromo da RAAF observa atentamente uma militar de Segurança da USAF disparar uma submetralhadora MP5 como parte do Exercício Cope North, Base da Força Aérea de Andersen, Guam, 2019.
Sargento Phan Thi Bich Duyen da marinha sul-vietnamita processando doações para os desabrigados.
O texto diz:
"2º Sargento da Marinha Vietnamita Phan Thi Bich Duyen ajuda a processar suprimentos de comida, sabão, roupas e pasta de dente doados por americanos para distribuição aos vietnamitas desabrigados pela guerra".
Bibliografia recomendada:
Rolling Thunder in a Gentle Land: The Vietnam War Revisited, Andrew Wiest.
Soldado da Guarda Nacional norueguesa com uma metralhadora FN Minimi, 2020. (Julie Haugen/ Ministério da Defesa Norueguês)
Soldado da Guarda Nacional norueguesa com uma metralhadora FN Minimi durante o seu serviço militar obrigatório. Em 2011, as forças armadas norueguesas adquiriram 1,900 metralhadoras FN Minimi.
A Capitã Sang-ah Cho, a primeira mulher do Corpo de Fuzileiros Navais a realizar uma missão como piloto de helicóptero em 31 de outubro de 2020, tirando uma foto comemorativa em frente ao Marineon, 1º Batalhão de Aviação, 1ª Divisão de Fuzileiros Navais,.
Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de novembro de 2020.
A capitã Cho Sang-ah (27 anos, distrito escolar 62), comissionada em 2017 como oficial de logística, tornou-se a primeira mulher piloto de helicóptero do Corpo de Fuzileiros Navais da República da Coréia (ROKMC, Coréia do Sul, fundado em 1949) após se inscrever no treinamento de aviação. Ela então completou 9 meses de treinamento de vôo e ganhou suas asas em 23 de outubro de 2020. Ela é a primeira mulher piloto nos 65 anos de existência da aviação do ROKMC, criada em 1955.
Cho agora está designada para o 1º Esquadrão de Helicópteros de Fuzileiros Navais e pilota o helicóptero utilitário Marineon (KAI KUH-1 Surion, MUH-1).
Desde o colégio, a Capitã Cho sonhava em se tornar piloto de aeronave e começou sua carreira militar na 1ª Divisão de Pohang como comandante de pelotão de munição militar. "Depois de participar de vários exercícios anfíbios, fui atraído pela força da aviação desempenhando um papel fundamental no desempenho da missão da força anfíbia, o que se tornou uma oportunidade para eu me candidatar como oficial de aviação este ano", disse a Capitã Cho.
Depois de completar o curso de treinamento de piloto de 9 meses consistindo de cursos básicos e avançados no esquadrão de treinamento, ela deu seus primeiros passos como piloto. No currículo, cerca de 80 horas de treinamento de vôo, incluindo decolagem e pouso, e vôo estacionário, bem como os conhecimentos básicos necessários para um piloto, como princípios de vôo, controle de tráfego aéreo e aeronaves, foram sistematicamente treinados com o acompanhamento de instrutores especialista. Ela disse: “Consegui superar as dificuldades do currículo pensando que poderia me tornar uma pessoa melhor do que ontem e me tornar a melhor piloto de helicóptero do Corpo de Fuzileiros Navais”.
Ela acrescentou: “Em vez de se preocupar com a filha que está trilhando o caminho de um soldado, meus pais e minha família estão sempre me apoiando”, disse ela. “Com o orgulho de ser a primeira mulher piloto de helicóptero no Corpo de Fuzileiros Navais, a competência necessária para ser capaz de completar qualquer missão concedida, eu me tornarei um piloto do Corpo de Fuzileiros Navais como uma ponta de lança”. Disse a Capitã Cho em referência a ser uma pioneira.
Enquanto isso, o Corpo de Fuzileiros Navais treina pilotos, mecânicos e controladores todos os anos para estabelecer a equipe de aviação e planeja construir um conhecido corpo de fuzileiros navais capaz de operações tridimensionais de pouso em alta velocidade por meio da equipe de aviação.
Bibliografia recomendada:
A Mulher Militar: Das origens aos nossos dias. Raymond Caire