domingo, 13 de setembro de 2020

O T-14 Armata para a Índia?

T-14 Armata.

Por Smriti Chaudhary, Eurasian Times, 31 de agosto de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 13 de setembro de 2020.

Os tanques russos T-14 Armata são a "melhor escolha" para substituir os antigos T-72 à medida que as tensões entre Índia e China aumentam?

As tensões entre a Índia e a China não vêem sinais de deflação e as últimas notícias sobre confrontos entre os dois lados têm adicionado combustível ao fogo. A Índia tem adquirido artilharia militar para qualquer possível conflito de fronteira com a China desde os confrontos no vale de Galwan. O tanque T-14 Armata da Rússia, que estará à venda em 2021, será a próxima compra para a Índia?

O T-14 é parte da plataforma padronizada sobre lagartas pesada da Armata, que serve como base para desenvolver o tanque de batalha principal, um veículo de combate de infantaria, um veículo blindado de transporte de pessoal e outros veículos blindados.

Possui equipamento totalmente digitalizado, uma torre não-tripulada e uma cápsula blindada isolada para a tripulação. O ministro da Indústria e Comércio da Rússia, Denis Manturov, havia anunciado anteriormente que já estavam recebendo pedidos de tanques T-14 Armata de vários clientes estrangeiros.

Os especialistas acreditam que, além da Índia, existem poucos países que podem lidar com a "sofisticação do Armata".

Carro de combate principal T-90.

“Eu apontaria os Emirados Árabes Unidos e o Egito como dois clientes em potencial que têm experiência no uso de hardware sofisticado americano, europeu e russo. A Argélia também pode ser um destino potencial, visto que já possui um sofisticado hardware militar russo, como o recém-entregue veículo anti-tanque Terminator”, disse Samuel Bendett, especialista em forças armadas russas do think tank Centro de Análises Navais dos EUA para a Forbes. “Finalmente, a Índia é um destino importante para a alta tecnologia militar russa, como o tanque T-90.”

A alta dependência da Índia da indústria russa é visível, pois 86% dos equipamentos, armas e plataformas atualmente em serviço militar na Índia são de origem russa, de acordo com um documento de trabalho do Stimson Center, de Sameer Lalwani. Países como Bielo-Rússia, Egito, Índia e Vietnã também são clientes regulares das indústrias russas.

É questionável se a China compraria o T-14, já que a fabricante de armas chinesa Norinco afirma que seu VT-4 é superior ao Armata. “A transmissão do T-14 não está bem desenvolvida, como vimos através de um mau funcionamento ocorrido durante um ensaio antes do desfile de 9 de maio. Em comparação, o VT-4 nunca encontrou esses problemas até agora”, disse a Norinco no artigo do WeChat. “Nossos tanques também têm sistemas de controle de fogo de classe mundial, que os russos ainda estão tentando alcançar.”

Visão de cima do protótipo do T-14 Armata.

“Outra questão importante é o preço - o T-14 tem um preço tão alto quanto o M1A2 Abrams dos Estados Unidos... Por que os compradores não consideram os tanques chineses que possuem tecnologias e equipamentos bem desenvolvidos, assim como preços muito mais baixos?” continuou.

O T-14 Armata foi demonstrado pela primeira vez durante o Desfile do Dia da Vitória em [9 de] maio de 2015 em Moscou. A produção real dos tanques foi atrasada. Os primeiros nove T-14 Armata foram originalmente planejados para serem entregues às Forças Terrestres Russas (RGF) em 2018. Esta data foi então adiada para 2019 e depois para 2020.

O Exército indiano está procurando adquirir 1770 veículos de combate futuros multifuncionais (future ready combat vehicles, FRCV) para substituir a força envelhecida dos tanques de batalha principais T-72 (MBT) e os tanques T-14 Armata podem ser uma opção atraente, de acordo com especialistas. Agora, com as tensões em curso entre a Índia e a China, e Nova Délhi buscando estreitar os laços com Moscou, é a oportunidade perfeita para adicionar os mais recentes tanques Armata à frota indiana.

Bibliografia recomendada:

TANKS: 100 Years of Evolution,
Richard Ogorkiewicz.

Leitura recomendada:

Tanques, navios e fuzis de assalto: a Índia ainda compra a maior parte de suas armas da Rússia25 de fevereiro de 2020.

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