domingo, 6 de setembro de 2020

Americano que disse aos pais que estava acampando se declara culpado depois de ingressar no ISIS na Síria

Fotos em uma queixa criminal apresentada no tribunal federal em Dallas mostram Omer Kuzu, retratado aqui antes de uma entrevista do FBI em abril de 2019, à esquerda, e em uma foto de carteira de motorista de antes de partir para se juntar ao grupo do Estado Islâmico com seu irmão em outubro de 2014, direita. (FBI)

Por Chad Garland, Stars & Stripes, 3 de setembro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 6 de setembro de 2020.

Um cidadão americano de 24 anos, capturado na Síria e retornado ao Texas no ano passado, se declarou culpado em um tribunal federal por apoiar o grupo do Estado Islâmico, disseram os promotores.

Omer Kuzu estava morando em um subúrbio ao norte de Dallas em outubro de 2014 quando disse a seus pais que ele e seu irmão iriam acampar perto de Houston, declararam os documentos judiciais. Em vez disso, eles embarcaram em um avião para a Turquia. Eles entraram sorrateiramente na Síria e depois no Iraque, onde treinaram com combatentes do ISIS.

Em um tribunal federal de Dallas na quarta-feira, Kuzu se confessou culpado de conspirar para fornecer suporte material ao terrorismo depois de passar cinco anos lidando com comunicações para militantes do ISIS lutando contra a coalizão liderada pelos EUA, disse o procurador americano para o Distrito Norte do Texas. “O Departamento de Justiça continua comprometido em responsabilizar aqueles que deixaram este país para se juntar e apoiar o ISIS”, disse John C. Demers, procurador-geral adjunto para Segurança Nacional, em um comunicado.

A notícia chega depois que os EUA vetaram na segunda-feira uma resolução das Nações Unidas pedindo para a acusação, reabilitação e reintegração dos combatentes do ISIS porque não incluía a repatriação de combatentes estrangeiros da Síria e do Iraque.

Washington advertiu que deixar cerca de 2.000 combatentes estrangeiros em centros de detenção temporários administrados por seus parceiros sírios, as Forças Democráticas da Síria, arrisca a fuga de prisioneiros e da criação de criadouros para extremistas. Washington instou seus aliados na Europa e em outros lugares a repatriarem seus cidadãos.

A Batalha por Mosul

As SDF capturaram Kuzu em março de 2019, junto com cerca de 1.500 outros supostos militantes na cidade de Baghuz - o último reduto territorial do ISIS. Ele foi entregue ao FBI, questionado e finalmente voltou ao Texas para enfrentar as acusações. Kuzu e seu irmão nasceram em Dallas de pais turcos, o que lhes deu dupla cidadania, disse o FBI. Eles viajaram para a Turquia no final de 2014, dois meses depois que a coalizão liderada pelos EUA começou a bombardear as posições do ISIS e ajudar as forças iraquianas e sírias.

Depois que chegaram à Turquia, um “táxi do ISIS” os contrabandeou para a Síria e depois para o Iraque, disse Kuzu em documentos de confissão. Em Mosul, a segunda maior cidade do Iraque e uma das principais cidades do auto-denominado califado do ISIS, os irmãos e cerca de 40 outros passaram por cinco dias de treinamento físico e de armamento. Kuzu foi então enviado para Raqqa, a capital síria do grupo, para trabalhar na diretoria de telecomunicações do ISIS. Logo depois, ele jurou lealdade ao líder do ISIS, Abu Bakr al-Baghdadi e ao califado, disse ele nos documentos de confissão. “Ele recebeu um soldo mensal, um AK-47 de fabricação chinesa e uma noiva do ISIS”, disse o comunicado.

Os processos judiciais dizem que ele teve um filho com a mulher e recebeu moradia. Ele apoiou os combatentes do ISIS em campanha instalando equipamentos de telecomunicações, como antenas. Ele também trabalhou em um centro de tecnologia do ISIS. Após sua captura em abril de 2019, ele confessou seu papel na conspiração para ajudar o ISIS, que também envolveu seu irmão e outros parentes, disse a queixa criminal.

Um segundo irmão, um primo e a esposa do primo estavam todos na Síria apoiando o ISIS, que ele admitiu saber que era uma organização terrorista, disse ele ao FBI, de acordo com documentos judiciais. A sentença de Kuzu está marcada para 22 de janeiro. Ele pode pegar até 20 anos de prisão federal.

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