quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

GALERIA: Exercício de cães e renas no Ártico

Soldados da unidade de reconhecimento de uma das brigadas de infantaria mecanizada do Ártico utilizando cães e trenós na área de Murmansky, 1º de fevereiro de 2016.
(Lev Fedosseyev)

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 30 de dezembro de 2021.

Batedores da unidade de reconhecimento da 80ª Brigada de Infantaria Mecanizada do Ártico, em Alakurtti no Oblast de Murmansk e pertencente à Frota do Norte (FN), conduzem exercícios militares e demonstram a forma correta de andar de trenó puxado por cães - da raça Husky, de olhos azuis e pêlo acinzentado - e com renas, conforme os povos nativos da região. Os batedores de reconhecimento (Razvedchiki / Razvedika) são uma parte importante do sistema militar russo, tendo o mesmo padrão de treinamento das Spetsnaz. Os militares foram fotografados por Lev Fedosseyev em 1º de fevereiro de 2016.

“Os cães de trenó são selecionados quando ainda são muito jovens. Você pode dizer se um cachorrinho husky será um bom cão de trenó logo em um mês e meio”, disse o Sargento Sergei Timonin, chefe do canil da 80ª Brigada.

Insígnia da 80ª Brigada de Infantaria Motorizada.

Os militares russos realizaram seu primeiro exercício de treinamento usando renas e trenós puxados por cães para realizar patrulhas nas duras condições do Ártico. O exercício foi realizado como resultado dum programa especial para preparar os huskies para servir nas forças armadas. O exercício foi gravado e intitulado "No Extremo Norte, os batedores da FN aprendem a usar renas e trenós puxados por cães".

Vídeo do exercício


As aulas foram ministradas em uma fazenda de pastoreio de renas perto da aldeia de Lovozero, na região de Murmansk. Os militares aprenderam a administrar equipes de cães e renas e desenvolveram os elementos táticos para conduzir operações de incursão no ambiente invernal da região. Criadores de renas e condutores contaram aos batedores sobre as peculiaridades para se manter e treinar os animais.

Durante o exercício, os soldados também aprenderam a erguer as moradias tradicionais dos povos nômades do norte chamados chumy, que são tendas de couro cru, para se manterem aquecidos. De acordo com Vadim Serga, chefe do serviço de imprensa da Frota do Norte, pastores de renas experientes podem montar um acampamento de abrigos chumy em apenas 10 ou 15 minutos. Os batedores enfrentaram tempo inclemente, com temperaturas atingindo -30ºC, mas mesmo assim os soldados e cães de trenó da brigada cumpriram sua missão, sendo auxiliados por indígenas locais.







Durante a Segunda Guerra Mundial - chamada de "Grande Guerra Patriótica" na Rússia - renas foram empregadas na região de Kola, no Ártico. Esta renas foram usadas para transportar carga militar, evacuar os feridos, enviar batedores para as linhas inimigas e até mesmo para destruir aeronaves e eliminar suas tripulações.

Através do transporte por renas, mais de 10 mil feridos foram retirados da linha de frente, cerca de 17 mil toneladas de munições e outras cargas militares foram movimentadas para a linha de frente, 160 aeronaves foram evacuadas da tundra, após terem feito pousos de emergência devido a avarias, e cerca de 8 mil militares e guerrilheiros foram transportados para cumprirem missões especiais atrás das linhas inimigas. Entre as operações bem-sucedidas de sabotagem usando o transporte de renas está o ataque ao campo de aviação de Petsamo em 1942.

Durante a guerra, várias brigadas de transporte e batalhões de esqui de renas foram formados, nos quais pastores de renas dentre os habitantes indígenas do Extremo Norte - Sami, Nenets, Komi - serviram com suas renas. Mais de 10 mil renas foram mobilizadas no total. Em Naryan-Mar, na rua Pobeda, foi inaugurado um monumento ao feito dos participantes dos batalhões de transporte de renas durante a Grande Guerra Patriótica.









“Se o filhote quiser ficar ao ar livre a maior parte do tempo, se tiver energia e não puder ficar parado em casa, deve ser enviado para um centro de treinamento de cães.”
- Sargento Sergei Timonin, chefe do canil da 80ª Brigada de Infantaria Motorizada.

Bibliografia recomendada:

Spetsnaz:
Russia's Special Forces.
Mark Galeotti e Johnny Shumate.

Leitura recomendada:

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

O tanque principal Black Panther chegou à Noruega

Um tanque principal K2 Black Panther sendo desembarcado na Noruega.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 29 de dezembro de 2021.

O carro de combate principal K2 Black Panther, o MBT sul-coreano, chegou à Noruega para testes visando a sua possível adoção. Ele participará de testes de avaliação nos próximos dias conforme requisição do governo de Oslo.

Em novembro deste ano, o Ministério da Defesa norueguês anunciou um plano para adquirir novos tanques de batalha principais (Main Battle Tank, MBT) para substituir o Leopard 2A4NO atualmente em serviço com o exército nacional. Os atuais candidatos são o Leopard 2A7 alemão e o K2 Black Panther coreano.

Um K2 Black Panther sul-coreano em ação em uma pista de treinamento sendo filmado por drone


O Ministério da Defesa norueguês há muito tempo conduz análises relacionadas com a manutenção e o desenvolvimento das capacidades fornecidas hoje pelos MBT Leopard 2A4NO. No início, foram consideradas até nove variantes, mas na última etapa da avaliação, duas opções permaneceram: a modernização dos tanques existentes no âmbito do chamado projeto 5050 e a aquisição de novas máquinas.

Conforme anunciado em um comunicado oficia, o Ministério da Defesa norueguês avaliou que a modernização dos Leopards existentes, obtidos de segunda-mão do excedente da Holanda, não fornecerá um nível adequado de capacidades quando se trata de proteger o interior dos tanques contra munição de nova geração, e nem possuem capacidade de operar em um sistema de comunicação centrado em rede, que atualmente está sendo introduzido nas forças terrestres do país.

Desta feita, foi decidido que dois tipos de novos tanques poderiam ser considerados como soluções: adquirir o novo modelo do Leopard 2, a versão A7, ou adquirir o coreano K2 Black Panther da Hyundai Rotem.

O inventário norueguês é limitado, com cerca de cerca de 50 Leopard 2A4NO, e um plano de substituição detalhado, incluindo propostas sobre números e custos, será apresentado ao Parlamento no próximo ano. Presume-se que os novos tanques possam entrar em serviço a partir de 2025. Os alemães estão atualmente renovando seus Leopard 2 para o padrão A7V e os noruegueses poderiam se juntar ao programa; no entanto, a opção coreana também é atraente.

Os coreanos são novos entrantes no mercado de blindados, com o K2 sendo um dos mais novos MBT no mundo. Além disso, as forças armadas norueguesas equiparam sua artilharia auto-propulsada com os obuseiros auto-propulsados K9 de 155/52mm sul-coreanos. Estes foram oficialmente transferidos para o Artilleribataljonen da brigada de infantaria motorizada norueguesa "Nord" (“Norte”) em SetermoenNa Noruega, o obuseiro auto-propulsado K9 é chamado de VIDAR.

Obuseiro auto-propulsado K9 VIDAR norueguês, 2019.

A aproximação com material coreano começou em maio de 2015, a Samsung Techwin juntou-se ao programa de atualização da artilharia norueguesa, competindo contra o KMW Panzerhaubitze 2000 alemão, Nexter CAESAR 8x8 francês e M109 KAWEST americano da RUAG suíça para substituir os obsoletos M109A3GNM por 24 novos sistemas. Um único K9 foi enviado à Noruega para participar da competição. Operado pela equipe de vendas, o veículo passou por testes entre novembro de 2015 a janeiro de 2016; vencendo os seus competidores.

Durante o teste de inverno de janeiro de 2016, o K9 foi o único veículo que conseguiu passar por um campo de neve com um metro de espessura e disparar seu canhão sem nenhum problema, enquanto os veículos concorrentes apresentavam problemas no motor ou peças quebradas. Além disso, o motor K9 foi capaz de manter o calor durante a noite simplesmente cobrindo a área com lona, permitindo assim que o motor iniciasse sem falhas no dia seguinte a -40ºC. Além disso, a suspensão hidropneumática se tornou uma grande vantagem para a mobilidade, pois seu mecanismo derreteu a neve nas partes móveis com muito mais rapidez. O resultado do teste também impactou a Finlândia e a Estônia, que foram convidadas a observarem as apresentações para a sua substituição de sua própria artilharia, o que os levou a também adquirir o K9.

De acordo com o acordo firmado em 2017 entre o Ministério da Defesa norueguês e a empresa sul-coreana Hanwha Land Systems, esta última fornecerá ao exército norueguês 24 obuses AP K9 Thunder com um novo calibre 155/52mm; com uma opção de mais 24 sistemas adicionais. Além dos obuses propriamente ditos, o contrato prevê o fornecimento de seis veículos blindados para o transporte de munições K10 no mesmo chassi, munições, simuladores, equipamentos afins, além de treinamento e suporte técnico completo para os canhões AP durante todo o seu serviço.

O K9 Thunder pesa 47 toneladas, com o potente diesel de 1000cv possibilitando velocidades de até 67 km/h e um alcance de cruzeiro 480km, e contendo uma tripulação de 15 militares. Ele é armado com o canhão KNUMX com um cano de calibre 155; sua a cadência de tiro chega a 52 tiros por minuto. O obuseiro pode atingir alvos com alta precisão a uma distância de mais de 5km e, ao usar projéteis inteligentes Excalibur, a uma distância de mais de 40km.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

GALERIA: Desfile da Independência da Venezuela


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 28 de dezembro de 2021.

Desfile do Dia da Independência em Caracas, em 5 de julho de 1953. As fotos foram tiradas por Cornell Capa para a LIFE Magazine na publicação Venezuela EssayO ato foi o primeiro do então Coronel Marcos Pérez Jiménez, como Presidente da República no período 1953-1958.

Os soldados ainda usam fuzis Mauser, que logo seriam substituídos pelos modernos  fuzis FAL. Em 1954, a Venezuela fez uma encomenda de 5.000 fuzis FAL fabricados pela FN, no calibre 7x49,15mm Optimum 2; este 7x49mm, também conhecido como 7mm Liviano ou 7mm venezuelano, é essencialmente um cartucho 7x57mm encurtado para comprimento intermediário e mais perto de ser uma verdadeira munição intermediária do que o 7,62x51mm OTAN.

A Venezuela foi o primeiro país a encomendar o FN49, com um lote de 4.000 fuzis em 1948 e outro de 4.000 em 1951. Estes foram calibrados no cartucho 7x57mm Mauser, que fora a munição padrão na Venezuela por muitos anos. Essas armas serviram ao lado de fuzis de ferrolho FN 24/30 Mauser de mesmo calibre 7mm Mauser.



Presidente Coronel Marcos Pérez Jiménez.

A capital Caracas em 1953, então conhecida como uma cidade futurista.

O presidente Jiménez foi um modernizador do Estado venezuelano.

Leitura recomendada:

O FAL DMR neo-zelandês

SAS neo-zelandês com o FAL DMR no Afeganistão, 2002.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 28 de dezembro de 2021.

Ao serem desdobrados no Afeganistão em 2001, os neo-zelandeses do Special Air Service (SAS) rapidamente notaram a inadequação do calibre 5,56mm no ambiente de grandes distâncias em terreno de montanha no Afeganistão. Estes fuzis FAL do padrão imperial L1A1 foram retirados de estoques da marinha da Nova Zelândia e adaptados para a função de Fuzil de Atirador Designado (Designated Marksman Rifle, DMR); que é o sniper incorporado em um pelotão ou grupo de combate.

Os fuzis foram modificados com guarda-mão e tampa da culatra da DSA Arms, além de silenciador personalizado, alavanca de manejo modificada, bipé e lunetas ACOG. O fuzil adaptado foi usado na missão tradicional de sniper de seção engajando alvos além do alcance do fuzil de serviço padrão, no caso calibrado em 5,56mm (geralmente modelos do sistema AR-15/M16), em distâncias até 800 metros.




Vídeo recomendado:


Bibliografia recomendada:

The FN FAL Battle Rifle.
Bob Cashner.

Leitura recomendada:


FOTO: Blindados marroquinos

Veículos blindados marroquinos em exercício, 2021.

Blindados do Exército Real Marroquino em manobras, incluindo dois carros de combate sobre rodas AMX-10RC e um transportador de tropas VAB (Veículo de Avanço Blindado). Os veículos são parte de uma frota heterogênea que também inclui veículos M1A1SA Abrams, VT-1A, T-72B, M60A1 e M60A3, M48A5 e SK-105 Kürassier.

domingo, 26 de dezembro de 2021

Morreu Richard Marcinko, o primeiro oficial comandante da SEAL Team Six


Por Jessica Edwards e Howard Altman, Navy Times, 26 de dezembro de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 26 de dezembro de 2021.

SEAL da Marinha reformado, e o primeiro comandante da SEAL Team Six, Richard “Dick” Marcinko, morreu, de acordo com um post na página do Facebook do Navy Seal Museum (Museu dos SEALs da Marinha).

Ele tinha 81 anos.


Marcinko liderou a equipe SEAL no que se tornou conhecida como a operação SEAL de maior sucesso da Marinha durante a Guerra do Vietnã: o ataque de maio de 1967 a Ilo Ilo Han. Marcinko e seus homens mataram muitos vietcongues e destruíram seis de suas sampanas, de acordo com o Navy SEAL Museum. Marcinko serviu uma segunda vez com a Equipe SEAL Dois durante a Guerra do Vietnã. Seu pelotão auxiliou as Forças Especiais do Exército durante a Ofensiva do Tet.

Ele foi um dos dois representantes da Marinha em uma força-tarefa para ajudar a libertar reféns americanos durante a crise de reféns no Irã em 1979. Após a tragédia, a Marinha incumbiu Marcinko de projetar e desenvolver uma equipe contraterrorista dedicada.


O Chefe de Operações Navais, Almirante Thomas B. Hayward, selecionou Marcinko como o primeiro oficial comandante da unidade. Na época, a Marinha contava com duas equipes SEAL. De acordo com o Navy SEAL Museum, Marcinko chamou a unidade de “SEAL Team Six” (Equipe SEAL Seis) para fazer outras nações acreditarem que havia equipes SEAL adicionais. Ele também escolheu membros das equipes SEAL existentes e das equipes de demolição subaquática. Marcinko liderou o SEAL Team Six por três anos.

Depois de se aposentar da Marinha, Marcinko se tornou CEO da SOS Temps Inc., sua empresa de segurança privada, de acordo com seu perfil de autor na Amazon.

Marcinko foi o autor de The Real Team; The Rogue Warrior’s Strategy for Success: A Commando’s Principles of Winning; e o best-seller de quatro meses do New York Times, Leadership Secrets of the Rogue Warrior: A Commando’s Guide to Success, de acordo com a Amazon.

Ele também criou a Richard Marcinko Inc., uma empresa de treinamento motivacional e construção de equipes; e a Red Cell International, Inc., que realiza avaliações de vulnerabilidade de propriedades de alto valor e alvos de alto risco, de acordo com a Amazon.

“Rogue Warrior, sua autobiografia mais vendida do New York Times, preparou o terreno para seus romances best-sellers Rogue Warrior, oito dos quais foram coautorias com John Weisman,” de acordo com a Amazon.

Richard Marcinko, à esquerda, com Roman Mashovets, um ex-membro das Forças Especiais da Marinha da Ucrânia e atual vice-chefe do Gabinete do Presidente para Segurança Nacional e Defesa, em 23 de novembro de 2019.
(Roman Mashovets)

Entrevista com Dick Marcinko para o SOFREP (9 partes)


Leitura recomendada:

sábado, 25 de dezembro de 2021

FOTO: Infantaria anti-tanque no Donetsk

Um soldado ucraniano de 18 anos de uma unidade antitanque faz uma pausa durante a defesa do Aeroporto de Donetsk, no leste da Ucrânia, 1º de outubro de 2014.

O militar chamava-se Serhiy Tabala (Sergey Tabala), codinome Sever - "norte" em russo -, e carrega um lança-rojão RPG-7 da era soviética.

Ele foi morto em combate em 6 de novembro de 2014 por um projétil de artilharia disparado por um canhão anti-tanque MT-12 de 100mm "Rapira", durante um ataque de militantes russos à torre de controle do aeroporto de Donetsk. Ele foi enterrado na Calçada da Fama do Cemitério do Centro da Cidade em sua cidade natal de Sumy.

Bibliografia recomendada:

The Rocket Propelled Grenade.
Gordon L. Rottman.

Leitura recomendada:

A Batalha pelo Aeroporto de Donetsk - A história por dentro19 de janeiro de 2020.

FOTO: Sniper separatista na Ucrânia16 de maio de 2020.

COMENTÁRIO: Era uma vez a BERKUT10 de julho de 2020.

A intervenção russa em Ichkeria16 de agosto de 2020.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

FELIZ NATAL E UM FELIZ 2022 A TODOS OS NOSSOS LEITORES E COLABORADORES!

Quero desejar um natal cheio de alegrias e carinho e um ano novo de sucesso, superação e muita saúde para todos que participam do projeto WARFARE.
Quero agradecer em especial a Filipe do A. Monteiro por ter mantido ativo esta pagina com muita informação e cultura militar. Meu mais sincero agradecimento!

Carlos Junior
Editor chefe do Warfare Blog

APS: O Fuzil de Assalto Especial Subaquático soviético

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 24 de dezembro de 2021.

O APS (Avtomat Podvodny Spetsialnyy, Fuzil de Assalto Especial Subaquático) é uma arma subaquática projetada pela União Soviética no início dos anos 1970 e adotada em 1975; produzido pela fábrica de Tula.

Embaixo d'água, balas comuns são imprecisas e têm um alcance muito curto. O APS dispara um dardo de aço calibre 5,66mm de 120mm de comprimento, especialmente projetado para esta arma. Seu carregador comporta 26 tiros. O cano do APS não é estriado; o projétil disparado é mantido em linha por efeitos hidrodinâmicos. Por conta disso, o APS é um tanto impreciso quando disparado fora d'água. No entanto, em seu habitat sob as ondas, o APS pode disparar impressionantes 500 tiros por minuto.

Fora da água, o APS pode atirar, mas seu alcance efetivo não ultrapassa 50 metros, e a vida útil do fuzil cai para 180 tiros no ar em oposição aos 2.000 tiros debaixo d'água. Portanto, as Spetsnaz navais carregavam principalmente uma pistola SPP-1 (de quatro canos) para autodefesa debaixo d'água e um AK-74 para lutar em terra.

Mergulhador de combate disparando o fuzil APS em um campo de tiro de tiro subaquático.

Demonstração em Kaliningrado


Fuzil APS e dardo de 5,56mm.

O APS tem um alcance maior e mais poder de penetração do que arpões. Isso é útil em situações como atirar em um mergulhador adversário através de uma roupa seca reforçada, um capacete de proteção (com proteção de ar ou não), partes grossas e resistentes de conjuntos de respiração e seus arneses, e os invólucros de plástico e coberturas transparentes de alguns pequenos veículos subaquáticos.

O APS é mais poderoso do que uma pistola, mas é mais volumoso e leva mais tempo para mirar, principalmente manejando seu cano longo e carregador plano e volumoso lateralmente na água. O fuzil logo se tornou a principal arma dos homens-rãs soviéticos e dos homens-rãs da flotilha sérvia. Fabricado pela Fábrica de Armas de Tula, na Rússia, o APS é exportado pela Rosoboronexport, sendo utilizado por países amigos ou ex-integrantes do Pacto de Varsóvia como a Polônia, Vietnã e Cuba.

Desenho do APS.

Visão explodida das peças.

Após a anexação da Criméia em 2014 e a subsequente guerra por procuração na região ucraniana do Donbass, as relações entre a Rússia e o Ocidente deterioraram-se. O aumento da mobilização militar da OTAN nas fronteiras da Rússia levou a uma situação tensa na região estrategicamente vital dos países Bálticos, que abraçam o Mar Báltico. A Rússia tem duas enormes bases navais no Báltico: uma no enclave isolado de Kaliningrado e outra na região de São Petesburgo (ex-Leningrado). Um dos efeitos colaterais foi um renovado interesse pelo fuzil APS, em preparação para a defesa de sua Frota do Báltico contra quaisquer adversários possíveis.

No final da década de 1980, os soviéticos desenvolveram o fuzil anfíbio ASM-DT Morskoi Lev ("Leão do Mar"), que pode disparar munição convencional 5,45mm e dardos; tendo um desempenho comparável ao APS debaixo d'água e à carabina AKS-74U em terra firme. Esse fuzil foi adotado no ano 2000, mas por questões orçamentários ou problemas de projeto, esse fuzil foi emitido muito raramente.





Bibliografia recomendada:

Spetsnaz:
Russia's Special Forces.
Mark Galeotti e Johnny Shumate.

Leitura recomendada:

FOTO: Mergulhadores de combate gregos18 de janeiro de 2020.

ARTE MILITAR: Batismo de Fogo do Treze

"Batismo de Fogo do Treze".
Pintura sobre o 13º RI de Ponta Grossa na Revolução de 1924, óleo sobre tela de Saulo Pfeiffer.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 24 de dezembro de 2021.

O quadro imortaliza o batismo de fogo da unidade em 12 de agosto de 1924, ocorrido ás 12:15h, na ponte ferroviária sobre o Rio Pardo, na cidade de Salto Grande/SP, durante a Revolução Paulista de 1924. Essa batalha aconteceu apenas um ano após a criação do 13° Regimento de Infantaria (13º RI).

Atualmente, o antigo regimento chama-se 13º Batalhão de Infantaria Blindado (13º BIB), com o título Batalhão Tristão de Alencar Araripe, em homenagem ao oficial que foi prolífico escritor militar da Biblioteca do Exército e que comandou o regimento em 1941. Tristão de Alencar Araripe foi Presidente, por seis mandatos, do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil e atingiu o posto de marechal em 1964.

Saulo Pfeiffer (esquerda) e sua obra.

O quadro foi apresentado à unidade pelo artista plástico Saulo Pfeiffer, ponta-grossense e amigo do batalhão, no dia 12 de agosto de 2019. O talentoso artista possui um perfil no website Artstation (Link), onde suas várias obras podem ser visualizadas.

Após essa primeira batalha, o regimento jamais foi derrotado em combate, nisto gerando o lema Nunca Vencidos, que dá nome ao monumento e à medalha do batalhão. Durante a cerimônia foi colocada uma coroa de flores em frente ao monumento histórico Nunca Vencidos, em homenagem aos mortos e feridos em todas as batalhas em que a unidade participou. Também foi entregue a recém-criada Medalha Nunca Vencidos, que representa todas as batalhas em que o 13º BIB participou.

A cerimônia também foi agraciada com a presença de dois pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que lutaram na Itália durante a Segunda Guerra Mundial: os senhores Major Odorico Dias de Góes e Tenente Jair Miranda.

Veteranos da FEB com a cobra fumando no braço.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

FOTO: Militante morto em meio a destroços na Caxemira

Soldados indianos, armados com o bullpup Tavor TAR-21, posam com o corpo de um militante na Caxemira, 2017.

COMENTÁRIO: As mulheres nas Forças Armadas israelenses simplesmente não foram feitas para funções de combate

Por Lizi Hameiri, Haaretz, 10 January 2018.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 23 de dezembro de 2021.

Muitos rapazes e moças em Israel desejam servir em vários cargos e funções durante o serviço militar, mas descobrem que o exército não está interessado. Jovens com deficiência visual não conseguem realizar o sonho de ingressar no treinamento de vôo, aqueles cujo perfil físico não é alto não podem ser combatentes de infantaria, etc. A igualdade, que todos no Exército vêm alardeando nos últimos anos, não existe para eles. Se você estiver usando óculos, provavelmente não será um piloto. E, no entanto, a exigência de que um soldado seja fisicamente adequado para uma posição militar desaparece assim que se trata de alistar mulheres em unidades de combate. Nesse caso, o exército defende a igualdade, embora não haja realmente igualdade física entre homens e mulheres.

Em uma entrevista recente, o chefe do Comando das Forças Terrestres do Exército, General Kobi Barak, disse que, na pior das hipóteses, as tripulantes de tanques terão dificuldade em carregar os projéteis. Por que o exército as está empurrando para um posto que não é fisicamente adequado para elas? Em que o soldado motivado e de óculos que deseja entrar no treinamento de vôo é diferente da jovem que deseja servir na infantaria, embora ela terá problemas arrastando uma metralhadora FN MAG?

Soldado israelense carregando uma FN MAG durante uma marcha.

Contribuir para o estado deve significar servir em lugares onde os soldados possam dar o seu melhor, e não insistir em cumprir tarefas que a nossa força física não nos permite desempenhar de forma ideal. Devemos colocar o bem das Forças de Defesa de Israel e o cumprimento da missão com o mínimo de baixas em primeiro lugar, antes de nossos desejos e sonhos.

As FDI foram foram criadas para nós atendermos às suas necessidades, não para atender aos nossos desejos. As FDI não é um acampamento de verão para tornar os sonhos realidade, mas o muro de defesa de Israel. Não devemos esquecer isso.

Em batalha, o piloto de óculos não terá a fração extra de segundo necessária para identificar o alvo do ataque. Ele também não terá tempo em batalha para carregar o projétil mais lentamente, ou atacar o inimigo em um ritmo de caminhada com a pesada MAG. Existem empregos suficientes para os quais todos - homens e mulheres - podem contribuir, cada um de acordo com suas habilidades e qualificações. Não há desigualdade ou indignidade nisso, nem uma violação da auto-realização.

Estou impressionado com a forma como as mulheres e a equipe médica fecham os olhos para as diferenças fisiológicas entre homens e mulheres, que são inevitavelmente refletidas nas diferenças de desempenho e podem ser prejudiciais para todos - em primeiro lugar para as mulheres jovens que pagarão o preço quando são inadequadas para uma tarefa. Não devemos permitir que a igualdade venha antes da preparação e da capacidade de desempenho. A igualdade real e fundamental não será alcançada com a concessão de mesadas especiais, mas colocando cada homem e mulher em uma posição na qual eles possam colocar suas habilidades da melhor forma possível. Não há vergonha em reconhecer a vantagem física dos homens em papéis de combate.

Devemos impedir a auto-ilusão e o engano das IDF antes que isso exija um preço alto.

Lizi Hameiri.
A escritora é uma ativista social e membro do IDF Fortitude Forum.

Bibliografia recomendada:

A Mulher Militar:
Das origens aos nossos dias.
Raymond Caire.

Leitura recomendada: