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Fuzileiros navais americanos do 2º Batalhão de Tanques, 2ª Divisão de Fuzileiros Navais, seguem trilhas de tanques em Camp Lejeune, Carolina do Norte, 27 de julho de 2020. (Patrick King/ USMC) |
Por Gina Harkins, Military.com, 31 de julho de 2020.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 26 de setembro de 2020.
O Corpo de Fuzileiros Navais está em processo de se livrar dos seus tanques em preparação para possíveis missões de salto-de-ilhas no Pacífico, mas a mudança pode levar a uma divisão entre as Forças se o Exército for encarregado de preencher a lacuna, alertaram especialistas de defesa esta semana.
Algumas companhias de tanques do Corpo de Fuzileiros Navais arriaram suas bandeiras, encerrando missões de décadas como parte de um redesenho de Força completo. A Companhia Charlie, 2º Batalhão de Tanques, foi a última unidade blindada a ser fechada esta semana em uma cerimônia em Camp Lejeune, Carolina do Norte.
Os tanques M1A1 Abrams da campanhia foram retirados na segunda-feira. Algumas semanas antes, membros do 1º Batalhão de Tanques deram adeus a seus tanques em Twentynine Palms, na Califórnia.
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Fuzileiros navais americanos da Companhia A, 4º Batalhão de tanques, 4ª Divisão de Fuzileiros Navais, se preparam para realizar seu ajuste de pontaria no Estande 500 durante o Exercício de treinamento integrado 4-19 no Marine Corps Air Ground Combat Center (MCAGC), Twentynine Palms, Califórnia, 9 de junho de 2019. (Preston Morris/ USMC) |
A mudança deixou muitos sentimentos confusos, incluindo dois fuzileiros navais aposentados que expressaram sua opinião durante um evento virtual organizado pelo conservador Heritage Foundation, conhecido como "Redesenhando o Corpo de Fuzileiros Navais para a Guerra do Futuro: Necessidade ou Loucura?"
"O Corpo de Fuzileiros Navais gosta de pensar em si mesmo como uma espécie de canivete suíço", disse o coronel fuzileiro naval aposentado Mark Cancian, conselheiro sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. "Mas este será um canivete suíço cujo dono arrancou algumas lâminas porque acha que não vai mais precisar delas."
Cancian e o tenente-coronel aposentado Frank Hoffman, distinto pesquisador da National Defense University, disseram que há coisas que eles gostam no plano do comandante dos Fuzileiros Navais, General David Berger, de remodelar a força em preparação para conflitos futuros com adversários mais habilidosos.
Muitas das mudanças estão vinculadas à Estratégia de Defesa Nacional, disse Hoffman. E os investimentos em fogos de precisão de longo alcance e navios anfíbios menores seriam necessários caso o conflito com a China ocorresse, acrescentou Cancian.
Mas ambos dizem que estão preocupados com a decisão de cortar totalmente os tanques do arsenal dos fuzileiros navais.
“Eu ouvi o Corpo de Fuzileiros Navais argumentar que eles podem obter essas capacidades ausentes de outras forças, particularmente do Exército. Mas acho que isso é improvável”, disse Cancian. "Eu acho que, se o Corpo de Fuzileiros Navais quisesse esses recursos, um comandante combatente teria que tirá-los do Exército, o que geraria uma dura luta entre-Forças".
O Tenente-General Eric Smith, chefe do Comando de Desenvolvimento de Combate do Corpo de Fuzileiros Navais, disse ao Military.com no início deste ano que, como força de "luta hoje à noite" da nação, os fuzileiros navais precisam viajar com a maior facilidade possível.
“Existem outras forças dentro do Departamento de Defesa, porque fazemos parte de uma força conjunta, que pode trazer... o punho grande e pesado”, disse Smith. “Por exemplo, o Exército, acredito, tem 37 batalhões de tanques, então estamos bem cobertos com tanques”.
Hoffman disse que ainda não se sabe se os planos do Corpo de Fuzileiros Navais se encaixam em uma estratégia mais ampla para a força combinada. Se as unidades do Exército forem incumbidas de complementar as missões do Corpo de Fuzileiros Navais, disse ele, isso exigiria novo treinamento e nova doutrina.
Cancian concordou, acrescentando que os planos do Corpo de Fuzileiros Navais poderiam representar uma nova carga para o Exército. Ambos os oficiais aposentados defenderam que a Reserva do Corpo de Fuzileiros Navais mantivesse alguns dos seus tanques.
"[Essa é] uma estratégia muito apropriada para gerenciar alguns dos riscos", disse Hoffman. Ele e Cancian serviram na Reserva do Corpo de Fuzileiros Navais.
Pelo menos uma unidade de reserva - Alpha Company, 4º Batalhão de Tanques - já foi desativada. Todas as seis companhias do 4º de Tanques, junto com o quartel-general do seu batalhão, deverão ser desativadas até o final de 2021, disse o Major Roger Hollenbeck, porta-voz da Reserva das Forças de Fuzileiros Navais.
Enquanto os Fuzileiros Navais da Companhia Charlie, 2º Batalhão de Tanques, se despediam dos seus tanques esta semana, o Capitão John Fergerson, o oficial comandante, considerou o dia sombrio para muitos.
"Não apenas para os tanquistas, mas também para muitos dos meus companheiros guerreiros", disse ele, de acordo com um comunicado à imprensa do Corpo de Fuzileiros Navais sobre a desativação da companhia.
Bibliografia recomendada:
Leitura recomendada:
O Exército Britânico pode cortar tanques antigos como parte dos planos de modernização, 28 de agosto de 2020.
Fechamento da base de fuzileiros navais em El Toro seguindo o novo formato do USMC, 14 de agosto de 2020.
Os EUA precisam de uma estratégia melhor para competir com a China - caso contrário o conflito militar será inevitável, 5 de fevereiro de 2020.
Fuzileiros navais americanos fecharão todas as unidades de tanques e cortarão batalhões de infantaria em grande reforma, 25 de março de 2020.
O Corpo de Fuzileiros Navais cortará ainda mais pessoal nos próximos anos, diz o Comandante, 27 de fevereiro de 2020.
Fuzileiros navais da China: menos é mais, 30 de junho de 2020.
Operação Dragão III dos Fuzileiros Navais do Brasil, 3 de fevereiro de 2020.
O Urutu no CFN, 28 de janeiro de 2020.