Mostrando postagens com marcador Foto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Foto. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

FOTO: Combatente curda do PKK capturada por soldados turcos

Combatente curda do PKK capturada pelos turcos,
18 de setembro de 2022.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 3 de outubro de 2022.

Combatente curda do grupo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (پارتی کرێکارانی کوردستان / Partiya Karkerên Kurdistan, PKK) capturada por soldados do Exército Turco em 18 de setembro de 2022. Segunda a Turquia, o PKK é um grupo terrorista e não é reconhecido como uma força combatente legítima e, portanto, não é protegida pela Convenção de Genebra para o tratamento humano de prisioneiros de guerra (PG).

O PKK é uma organização política militante curda, de orientação socialista, e um movimento de guerrilha armada, que historicamente operava em todo o Curdistão, mas agora está baseado principalmente nas regiões montanhosas de maioria curda no sudeste da Turquia e no norte do Iraque. A organização é famosa internacionalmente por empregar mulheres nas suas fileiras, principalmente em funções de apoio e propaganda; o que faz incessantemente.

Guerrilheiras YBŞ e PKK no norte do Curdistão em 2017.
O homem na bandeira é Abdullah Öcalan.

A ideologia do PKK era originalmente uma fusão do socialismo revolucionário e do marxismo-leninismo com o nacionalismo curdo, buscando a fundação de um Curdistão independente. O PKK foi formado como parte de um crescente descontentamento com a supressão dos curdos da Turquia, em um esforço para estabelecer direitos linguísticos, culturais e políticos para a minoria curda. Após o golpe militar de 1980 na Turquia, a língua curda foi oficialmente proibida na vida pública e privada. Muitos que falaram, publicaram ou cantaram em curdo foram detidos e presos. O governo turco negou a existência de curdos e o PKK foi retratado como tentando convencer os turcos a serem curdos.

O PKK está envolvido em confrontos armados com as forças de segurança turcas desde 1979, mas a insurgência em grande escala só começou em 15 de agosto de 1984, quando o PKK anunciou uma revolta curda. Desde o início do conflito, mais de 40.000 pessoas morreram, a maioria civis curdos. Em 1999, o líder do PKK Abdullah Öcalan foi capturado e preso. Em maio de 2007, membros ativos e ex-membros do PKK criaram a União das Comunidades do Curdistão (KCK), uma organização abrangente de organizações curdas no Curdistão turco, iraquiano, iraniano e sírio. Em 2013, o PKK declarou um cessar-fogo e começou lentamente a retirar seus combatentes para o Curdistão iraquiano como parte de um processo de paz com o Estado turco.

O cessar-fogo foi rompido em julho de 2015 quando os turcos invadiram o Iraque para combater o Estado Islâmico e os Estados Unidos abandonaram os curdos. Tanto o PKK quanto o Estado turco foram acusados de se envolver em táticas terroristas e visar civis. O PKK bombardeou os centros das cidades e recrutou crianças-soldados, enquanto a Turquia despovoou e incendiou milhares de aldeias curdas e massacrou civis curdos na tentativa de erradicar os militantes do PKK.

Bibliografia recomendada:

A Mulher Militar:
Das origens aos nossos dias,
Raymond Caire.

Leitura recomendada:

COMENTÁRIO: A Lição Curda, 30 de junho de 2021.



segunda-feira, 19 de setembro de 2022

FOTO: Soldados chineses pró-japoneses

Soldados chineses de um dos vários exércitos fantoches do Mikado, anos 1940.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 19 de setembro de 2022.

Soldados chineses pró-japoneses, dois deles armados com submetralhadoras SIG M1920 "Brevet Bergmann" (MP18 fabricados na Suíça), em um local e data sem precisão nos anos 1940. Eles são equipados em um estilo principalmente japonês, com um deles à esquerda usando um capacete alemão M35 que era do Exército Nacionalista Kuomintang (KMT) do Generalíssimo Chiang Kai-shek.

As divisões "alemãs" do Generalíssimo, aconselhadas pela missão militar alemã do General Hans von Seeckt, foram aniquiladas pelos japoneses em Xangai em 1937, com os sobreviventes e homens recrutados pós-fato sendo incorporados pelo Mikado japonês, o que poderia localizar essas tropas em Nanquim; portanto, sendo soldados do Governo Provisório/Reformado de Wang Jingwei.

Original em preto e branco.

A China possuía muitos exércitos, sendo dominada por senhores da guerra sem fidelidade definida. Os vários exércitos pró-japoneses são aglutinados sob o termo "Exército Chinês Colaboracionista", referindo-se às forças militares dos governos fantoches fundados pelo Japão Imperial na China continental durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa e a Segunda Guerra Mundial. Eles incluem os exércitos dos Governos Nacionais Provisórios (1937-1940), Reformados (1938-1940) e Reorganizados da República da China (1940-1945), que absorveram os dois primeiros regimes.

Essas forças eram comumente conhecidas como tropas fantoches, mas receberam nomes diferentes durante sua história, dependendo da unidade e lealdade específicas, como Exército Nacional de Construção da Paz (Hépíng jiànguó jūn和平建国军). No total, estimou-se que todas as forças chinesas colaboracionistas pró-japonesas combinadas tinham uma força de cerca de 683.000; no entanto, o valor real dessas tropas era mínimo e jamais contaram com a confiança japonesa e sempre lutaram sob estrita supervisão de seus mestres do Mikado.

Uma curiosidade foi os governos fantoches declararem o monopólio da luta anti-comunista para esvaziar o apelo do KMT, que era a principal resistência anti-japonesa. No entanto, a China era um país sempre em um estado de fome perpétua, com a a grande maioria dos soldados "fantoches" servia apenas para arroz no seu prato, e não se importava com as razões de estar em uniforme.

Wang Jingwei com oficiais do exército de Nanquim.

Bibliografia recomendada:

Rays of the Rising Sun:
Armed forces of Japan's Asian allies 1931-1945,
Volume 1: China e Manchukuo,
Philip S. Jowett.

Leitura recomendada:



sábado, 17 de setembro de 2022

FOTO: Disparo do M16 e do AK-47 lado a lado

Fuzileiro naval americano e soldado marroquino durante treinamento
conjunto no Marrocos, em 20 de março de 2007.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 17 de setembro de 2022.

Tiro ao alvo durante o Exercício African Lion 07 (Leão Africano 07) entre o Corpo de Fuzileiros Navais americano e o Exército Real Marroquino no Cabo Drá no Marrocos, em 20 de março de 2007. Este exercício é um exercício militar combinado dos EUA e do Marrocos, programado regularmente, projetado para promover a interoperabilidade aprimorada e a compreensão mútua das táticas, técnicas e procedimentos de cada nação.

O fuzileiro naval, pertencente à Companhia de Petrechos Pesados (Weapons Company) do 2º Batalhão do 23º Regimento de Fuzileiros Navais baseado em Port Hueneme, na Califórnia, dispara o fuzil M16A4, enquanto o soldado marroquino dispara um fuzil de assalto AK47 do modelo romeno, Pistol Mitralieră model 1963; abreviado como PM md. 63 ou simplesmente como md. 63. A versão romena é identificável pela empunhadura frontal integrada ao guarda-mão de madeira. A partir de 1965, a República Socialista da Romênia também produziu o Pistol Mitralieră model 1965 (abreviado PM md. 65 ou simplesmente md. 65), que é um md. 63 com a coronha dobrável.

Bibliografia recomendada:

AK-47:
A arma que transformou a guerra,
Larry Kahaner.

Leitura recomendada:

Instrutores de tiro de combate do Exército Francês treinam com o AK-47 Kalachnikov16 de janeiro de 2020.

Por que eu prefiro ser baleado por um AK-47 do que um M41º de dezembro de 2020.

Como identificar um fuzil de assalto fabricado na Rússia e diferenciar de um falso, 28 de junho de 2020.

GALERIA: Treinamento do Eurocorps com fuzis AK no CENTIAL-51e RI, 12 de abril de 2021.

FOTO: Policial iraquiano com AK4725 de fevereiro de 2020.

FOTO: Encontro dos criadores do AK-47 e do M1628 de setembro de 2020.

ANÁLISE: Os 5 piores fuzis AK já feitos (5 vídeos)10 de dezembro de 2020.

VÍDEO: Fuzil PM md. 63, o AKM romeno26 de abril de 2021.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

FOTO: Cachorros táticos do RAID


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 9 de setembro de 2022.

Foto de comunicação social mostrando operadores e cães do RAID posando juntos, 12 de setembro de 2019. Os europeus fazem uso intensivo de cachorros táticos em suas operações, chamados "cães de assalto" no sistema francês (chien d'assaut).

Na foto estão estão 3 pastores belgas Malinois do RAID, com Leïko à esquerda especializada na busca de explosivos, assim como Meska no centro e Jackady à direita, um dos cães de assalto da unidade. Ao garantir uma certa eficiência e utilidade, o cão é essencial dentro do grupo.

O RAID (Recherche, Assistance, Intervention, Dissuasion / Busca, Assistência Intervenção, Dissuasão) é a unidade de intervenção especial da Polícia Nacional francesa, o equivalente ao famoso GIGN fundado em 1985. Sua primeira missão foi um resgate de reféns no tribunal de Nantes pouco tempo depois, em dezembro de 1985.

Bibliografia recomendada:

European Counter-Terrorist Units 1972-2017,
Leigh Neville e Adam Hook.

Leitura recomendada:




FOTO: Sniper na chuva16 de setembro de 2020.


quinta-feira, 8 de setembro de 2022

O Fiat-Ansaldo CV-35 no desfile da vitória do Talibã

Talibãs desfilando em cima de um tankette italiano CV-35 em Kandahar,
31 de agosto de 2022.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 8 de setembro de 2022.

Um tankette Carro Veloce CV-35 (L3/35), de fabricação italiana, usado pelo Talibã em um desfile em Kandahar, 31 de agosto de 2022. O tankette carrega, além dos militantes, a nova bandeira branca nacional, a antiga bandeira do Talibã. A foto foi postada por Lukas Muller  (@aaf_lukas) no Twitter hoje, quinta-feira dia 8 de setembro.

O desfile de 31 de agosto celebrava a vitória sobre os Estados Unidos e a Coalizão, marcando o primeiro aniversário da retirada dos ocidentais e da criação do Emirado Islâmico do Afeganistão, liderado pelo Talibã.

A bandeira nacional do Emirado Islâmico do Afeganistão é a bandeira branca simbolizando pureza e fé, e consiste em um campo branco com um Shahada preto. Significando "o testemunho", este é um juramento islâmico, um dos Cinco Pilares do Islã e parte do Adhan. Lê-se:

"Testemunho que não há deus senão Alá (Deus), e testemunho que Muhammad (Maomé) é o mensageiro de Alá."

Essa bandeira adotada em 15 de agosto de 2021 com a vitória do Talibã na guerra de 2001-2021. Desde a Guerra Anglo-Afegã de 1919, também conhecida como Guerra da Independência, o Afeganistão usou cerca de 19 bandeiras nacionais, mais do que qualquer outro país nesse período. A bandeira nacional teve as cores preta, vermelha e verde na maioria das vezes durante o período; como foi o caso da agora extinta República Islâmica do Afeganistão (2004-2021).

T-62M do emirado islâmico durante o desfile,
também com a bandeira branca.

O CV-35 é um veículo leve sob lagartas dos anos 1930, e é notável por sua capacidade fora de estradas e sobrepujando obstáculos em terreno acidentado; lembrando que o Afeganistão é um país montanhoso com poucas estradas. No entanto, já era totalmente obsoleto em 1940. O Afeganistão adquiriu o tankette italiano na segunda metade da década de 1930. Dado que o veículo da Fiat-Ansaldo foi homologado no Regio Esercito italiano em 1936, acredita-se que os CV-35 afegãos foram entregues à partir de 1937 e permaneceram em serviço por muitas décadas.

Outra foto do velho guerreiro durante o desfile.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o Exército Real Afegão modernizou os seus tankettes com ajuda soviética; seu novo patrono e que teria efeitos cataclísmicos no país. Ligeiro, porém mal protegido por meros 15mm de blindagem máxima, o tankette era muito vulnerável. Uma das melhorias feitas foi justamente a substituição das duas metralhadoras de 8mm Fiat 14/35 por duas metralhadoras pesadas KPV de 14,5mm soviéticas. Os outros veículos mantendo o seu armamento original foram usados em serviço de policiamento e vigilância por milícias locais.

A aparição de um veículo tão antigo no desfile da vitória talibã é algo notável e marcante. O Museu de Cabul mantinha um CV-35 em bom estado até aonde se tem notícia, o que indica uma viatura com mais de 75 anos de construção ainda preservada.

O CV-35 nos trópicos

Desfile dos Fiat-Ansaldo CV-35 brasileiros.
Fuzileiros navais ladeiam a avenida.

O Brasil também adquiriu o CV-35 na década de 1930. Tal qual como o Afeganistão, a capacidade em terreno acidentado e baixo preço do veículo. E tal qual como o Afeganistão, foi o segundo veículo nacional depois do lendário Renault FT-17. O Brasil comprou 23 tankettes em 1938, formando o Esquadrão de Auto-Metralhadoras.

Dentro desse esquadrão havia 18 viaturas armadas com metralhadoras duplas Madsen de 7mm, com os outros 5 veículos sendo de comando e armados com uma metralhadora pesada Breda 13,2mm cada um. Desta forma, o esquadrão possuía quatro pelotões de cinco carros cada; todos devidamente marcados por naipes de cartas do baralho. O Esquadrão de Auto-Metralhadoras (designação francesa dos tanquetes) foi filmado pelos ingleses pelo British Pathé quando fazia funções de vigilância no saliente nordestino, em 1942, em prol do esforço de guerra aliado na campanha do Atlântico.


Leitura recomendada:

A primeira mulher piloto do Afeganistão agora está lutando para voar pelas forças armadas dos EUA6 de julho de 2022.

GALERIA: Monumento aos soldados soviéticos mortos no Afeganistão23 de julho de 2022.

GALERIA: Graduação no ANASOC13 de abril de 2020.

FOTO: Forças especiais alemãs saúdam bandeira na retirada em Cabul24 de agosto de 2022.

O Tanque está morto: conclusão precipitada?12 de agosto de 2022.

Como a China vê a retirada dos EUA do Afeganistão21 de maio de 2021.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

FOTO: Mercenário do Grupo Wagner na Líbia

Mercenário russo Wagner na Líbia, 8 de maio de 2021.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 7 de setembro de 2022.

Um PMC russo do Grupo Wagner na Líbia, 8 de maio de 2021. O mercenário carrega um fuzil sniper Steyr SSG 08 e um fuzil AKM. O AKM é o AK-47 modernizado, e o mercenário Wagner realizou modificação no seu, com uma empunhadura angulada e um quebra-chama personalizado.

O Grupo Wagner, uma Companhia Militar Privada (Private Military Company, PMC) russa, serve como braço armado indireto de Moscou e atualmente tem presença marcante na África, especialmente na Líbia, República Centro-Africana e no Moçambique. O Grupo Wagner também foi empregado na Síria e atualmente serve também na Ucrânia. O Grupo Wagner recebeu os holofotes e o escrutínio internacional, e foram tópico de discussão dos planejadores estratégicos americanos.

Esta PMC foi imortalizada num filme e em três estátuas na Ucrânia, Síria e República Centro-Africana, respectivamente.

Bibliografia recomendada:

The "Wagner Group":
Africa's Chaos in an Economic Boom.
Intel Africa.

Leitura recomendada:


sexta-feira, 2 de setembro de 2022

FOTO: Operador especial polonês tatuado com as Meninas Superpoderosas

Operador GISW polonês, 2022.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 2 de setembro de 2022.

Operador do GISW (Grupa Interwencyjna Służby WięziennejGrupo de Intervenção do Serviço Prisional), forças especiais da polícia prisional polonesa, com o braço tatuado com as Meninas Superpoderosas.


As Meninas Superpoderosas (The Powerpuff Girls) é uma série de desenho animado criada e escrita por Craig McCracken, e dirigida junto com Genndy Tartakovsky, e que segue as três meninas superpoderosas Florzinha, Lindinha e Docinho. Elas foram criadas pelo Professor Utônio, que acidentalmente deixou derrubar o Elemento X na poção da "Garotinha Perfeita" (uma mistura de açúcar, tempero e tudo o que há de bom). Sendo assim, o Elemento X deu a elas superpoderes, e entre uma brincadeira e outra, elas têm que salvar a cidade fictícia norte-americana de Townsville de diversos monstros; este nome significando "vila-cidadezinha", para ser o nome mais genérico possível.

Os episódios geralmente começam com o narrador dizendo "A cidade de Townsville... está sendo atacada!". A série estreou em 18 de novembro de 1998 pelo Cartoon Network nos Estados Unidos e foi um sucesso mundial, inclusive no Brasil.

Abertura em português brasileiro


Leitura recomendada:

A estratégia da Polônia, 5 de junho de 2021.

domingo, 28 de agosto de 2022

FOTO: Soldados da Guarda Nacional Bolivariana correm sob uma nuvem de gás lacrimogêneo

Soldados da GNB correm sob uma nuvem de gás lacrimogêneo por guardas leais ao líder da oposição, Juan Guaidó, em frente à base militar de La Carlota, 30 de abril de 2019.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 28 de agosto de 2022.

Soldados da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) leais ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, correm sob uma nuvem de gás lacrimogêneo após serem repelidos com tiros de fuzil por guardas que apoiam o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, em frente à base militar de La Carlota em Caracas, em 30 de abril de 2019.

Em 30 de abril de 2019, durante a crise presidencial venezuelana - com os gigantescos protestos de rua da população -, um grupo de várias dezenas de militares e civis se uniu a Juan Guaidó em seu apelo por um levante contra Nicolás Maduro como parte do que ele chamou de Operación Libertad ("Operação Liberdade")Os rebelados colocaram lenços azuis nos braços para se identificarem como apoiadores de Juan Guaidó e Leopoldo López. Os soldados tomaram posições nas ruas de Caracas, mas ainda assim o número de aderentes foi ínfimo. A maior parte dos militares da FANB permaneceram leais a Nicolás Maduro e ao regime.

Amotinados da GNB, armados com fuzis AK-103, sendo cumprimentados pela população.

Pelo menos 25 militares que se opuseram a Maduro pediram asilo na embaixada brasileira em Caracas. O presidente Jair Bolsonaro tuitou que o Brasil acompanhava de perto a situação na Venezuela, reafirmando seu apoio à "transição democrática" e que "o Brasil está do lado do povo venezuelano, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos".

 Leitura recomendada:

Militares da Venezuela: principais questões a saber4 de setembro de 2021.

O raro fuzil AR57 na rebelião pró-Guaidó na Venezuela17 de fevereiro de 2022.

O Vektor CR-21 plotado na Venezuela4 de maio de 2022.

O padre e o soldado moribundo, 196213 de julho de 2022.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

FOTO: Forças especiais alemãs saúdam bandeira na retirada em Cabul

Os militares saudando a bandeira alemã na cerimonia de partida.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 24 de agosto de 2022.

Operadores do KSK (Kommando Spezialkräfte / Comando de Forças Especiais) saudando a bandeira alemã em Cabul, durante a evacuação do Aeroporto de Cabul em agosto de 2021.

Os alemães não prestam continência com equipamento, especialmente o capacete. O Spieße da companhia ficaria louco, mas dada a situação extraordinária os operadores quebraram o protocolo e usaram equipamento completo.

O Spieße/Spiess (significando "lança"), também chamado de "a mãe da companhia", costuma ser um graduado antigo com funções administrativas e de gerenciamento de pessoal da companhia.

Bibliografia recomendada:

Special Operations Forces in Afghanistan,
Leigh Neville e Ramiro Bujeiro.

Leitura recomendada:

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

FOTO: Sniper da Brigada Judaica na Itália

Um soldado da Brigada Judaica prepara seu fuzil sniper para a ação.
(Colorização de Julius Jääskeläinen, @julius.colorization)

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 22 de agosto de 2022.

Um sniper da Brigada Judaica com seu fuzil na cidade italiana de Mezzano, na região de Ravena, em 24 de março de 1945. A foto foi tirada pelo Corpo de Comunicações do Exército Americano, o fotógrafo identificado apenas com o nome de Levine. A legenda original diz:

"Um soldado da Brigada Judaica prepara seu fuzil sniper para a ação."

Fotografado está o cabo-anspeçada Jacob Feinbuch, originalmente de Essen, na Alemanha, que cuida do seu fuzil durante uma pausa nos combates. O seu posto é de lance corporal, entre soldado e cabo, e que seria o antigo anspeçada que não mais existe no sistema brasileiro. Ele usa uniforme camuflado, além de camuflagem ghillie na cabeça, como era comum aos snipers britânicos. A sua boina é o padrão da brigada com a insígnia da unidade. Ele está sentado ao lado de uma placa de trânsito com a insígnia da Brigada Judaica, uma Estrela de Davi dourada à frente de linhas azuis e uma branca.

Original em preto e branco,
mostrando a placa.

A região de Ravena abriga um cemitério militar da Commonwealth em Piangipane, onde estão enterrados 83 soldados judeus da brigada, que morreram em combate ou devido a ferimentos na fase final da guerra na Itália.

Os veteranos da Brigada Judaica foram usados - juntos com os regulares do Palmach - como a espinha dorsal do Haganá, o exército subterrâneo judeu que lutou na Guerra de Independência de 1948-49. Muitos veteranos da Brigada Judaica serviram com distinção, com um grande número servindo em postos de oficiais de alto escalão nas forças armadas israelenses, e 35 tornaram-se generais. A importância da brigada foi muito além da sua atuação na Itália, segundo Ben Gurion:

"Sem os oficiais e soldados da Brigada Judaica, é duvidoso que pudéssemos ter construído as Forças de Defesa de Israel em um período tão curto, em uma hora tão tempestuosa."

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper,
Martin Pegler.

Leitura recomendada:


FOTO: Presente para Hitler, 26 de junho de 2022.

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

FOTO: Soldado iraquiano ferido por um IED

Soldado iraquiano ferido após a explosão de um dispositivo improvisado, 2008.
(
Andrea Comas / Reuters)

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 17 de agosto de 2022.

Um soldado iraquiano ferido se afasta do local onde um artefato explosivo detonou dentro de uma casa durante as operações de segurança na província de Diyala, no leste do Iraque, em 8 de agosto de 2008.

Um dispositivo explosivo improvisado (improvised explosive device, IED) é uma bomba construída e empregada de maneiras diferentes da ação militar convencional. Pode ser construído com explosivos militares convencionais, como um obus de artilharia, e acoplado a um mecanismo de detonação. Os IED são comumente usados ​​como bombas de beira de estrada ou bombas caseiras, podendo ser acionados por pressão (como as minas terrestres) ou de forma remota, usando celulares.

Munição manipulada para um IED descoberta pela polícia iraquiana em Bagdá em novembro de 2005.

Esses dispositivos são geralmente vistos em ações terroristas ou em guerras não convencionais assimétricas, usados por guerrilheiros insurgentes ou forças comandos em um teatro de operações. Na Guerra do Iraque (de 2003 a 2011), os insurgentes usaram IED extensivamente contra as forças lideradas pelos EUA e, no final de 2007, os IED foram responsáveis por aproximadamente 63% das mortes da coalizão no Iraque. Eles também foram usados no Afeganistão por grupos insurgentes e causaram mais de 66% das baixas da coalizão na Guerra do Afeganistão de 2001 a 2021.

O soldado iraquiano devia estar atrás de alguma cobertura quando o artefato explodiu, pois ele não aparenta quaisquer danos físicos além do rosto - que sangra profusamente - e da ponta dos dedos. É provável que ele sofreu danos internos no crânio e nos olhos, mas que não seriam necessariamente fatais.

O militar está armado com um fuzil Kalashnikov (modelo húngaro AK-63) e equipado com um capacete de kevlar e colete à prova de balas, um exemplo do período de transição do novo exército iraquiano. A polícia e exército iraquianos começaram a substituir os fuzis AK em 2008, sendo equipados pelos Estados Unidos com modelos Colt M16A4 e M4.

Leitura recomendada:

domingo, 7 de agosto de 2022

FOTO: O jovem cadete Hugo Chavez

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 7 de agosto de 2022.

O jovem cadete Hugo Rafael Chávez Frías posa juntamente com seus pais Hugo de los Reyes Chávez e Elena Frías quando de sua graduação na Academia Militar de Venezuela em Caracas, em 5 de julho de 1975.

Aos 17 anos, Hugo Chávez ingressou na Academia Militar da Venezuela, graduando-se, no ano de 1975, em Ciências e Artes Militares, na arma de Engenharia. Prosseguiu na carreira militar, atingindo o posto de tenente-coronel.

Nomeada Academia Militar de Venezuela em 1971, a academia foi renomeada Academia Militar del Ejército Bolivariano (AMEB) pelo então presidente Hugo Chávez em 3 de setembro de 2010.

Nomes da Instituição:

1810: Academia Militar de Matemáticas.

1890: Academia Militar para Oficiales.

1895: Academia de Artillería.

1903: Escuela Militar de Venezuela.

1928: Escuela de Aspirantes a Oficiales.

1931: Escuela Militar y Naval de Venezuela.

1937: Escuela Militar de Venezuela.

1971: Academia Militar de Venezuela.

2010: Academia Militar del Ejército Bolivariano.

Guinada à esquerda

A Academia Venezuelana de Ciências Militares, localizada na capital Caracas, seguia um currículo conhecido como Plano Andrés Bello, instituído por um grupo de militares progressistas e nacionalistas. Esse novo currículo encorajou os alunos a aprender não apenas rotinas e táticas militares, mas também uma ampla variedade de outros tópicos, e para isso foram trazidos professores civis de outras universidades para dar palestras aos cadetes militares.

Vivendo em Caracas, ele viu mais a pobreza endêmica enfrentada pelos venezuelanos da classe trabalhadora e disse que essa experiência só o tornou ainda mais comprometido com a realização da justiça social. Ele também começou a se envolver em atividades fora da escola militar, jogando beisebol e softball com a equipe Criollitos de Venezuela, progredindo com eles para o Campeonato Nacional de Beisebol da Venezuela. Ele também escreveu poesia, ficção e drama, e pintou, e pesquisou a vida e o pensamento político do revolucionário sul-americano do século XIX, Simón Bolívar. Ele também se interessou pelo revolucionário marxista Che Guevara (1928-1967) depois de ler suas memórias O Diário de Che Guevara.

Em 1974, ele foi selecionado para ser um representante nas comemorações do 150º aniversário da Batalha de Ayacucho no Peru, o conflito em que o tenente de Simão Bolívar, Antonio José de Sucre, derrotou as forças monarquistas durante a Guerra da Independência do Peru. No Peru, Chávez ouviu o presidente de esquerda, general Juan Velasco Alvarado (1910-1977), falar, e se inspirou nas ideias de Velasco de que os militares deveriam agir no interesse das classes trabalhadoras quando as classes dominantes fossem percebidas como corruptas, ele "bebeu dos livros [que Velasco havia escrito], até memorizando alguns discursos quase completamente".

Fazendo amizade com o filho do Líder Máximo Omar Torrijos, o ditador esquerdista do Panamá, Chávez visitou o Panamá, onde se encontrou com Torrijos, e ficou impressionado com seu programa de reforma agrária destinado a beneficiar os camponeses. Influenciado por Torrijos e Velasco, ele viu o potencial de generais militares para assumir o controle de um governo quando as autoridades civis eram vistas como servindo apenas aos interesses das elites ricas. Ao contrário de Torrijos e Velasco, Chávez tornou-se altamente crítico de Augusto Pinochet, o general de direita que recentemente assumira o controle do Chile. Chávez disse mais tarde: "Com Torrijos, tornei-me um torrijista. Com Velasco, tornei-me um velasquista. E com Pinochet, tornei-me um anti-pinochetista". Em 1975, Chávez se formou na academia militar como um dos melhores graduados do ano.

Após sua formatura, Chávez foi postado como oficial de comunicações em uma unidade de contrainsurgência em Barinas, embora a insurgência marxista-leninista que o exército foi enviado para combater já tivesse sido erradicada daquele estado. A certa altura, ele encontrou um estoque de literatura marxista que aparentemente pertencia a insurgentes muitos anos antes.

Ele passou a ler esses livros, que incluíam títulos de Karl Marx, Vladimir Lenin e Mao Tsé-tung, mas seu favorito era um trabalho intitulado The Times of Ezequiel Zamora, escrito sobre o general federalista do século XIX que Chávez admirava quando criança. Esses livros convenceram ainda mais Chávez da necessidade de um governo de esquerda na Venezuela: "Aos 21 ou 22 anos, me tornei um homem de esquerda".

Bibliografia recomendada:

Latin America's Wars:
The Age of the Professional Soldier, 1900-2001.
Robert L. Scheina.

Leitura recomendada:
FOTO: Sniper com baioneta calada,  9 de dezembro de 2020.